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Wine Magazine
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Um Projecto Vencedor no Alentejo Profundo

Texto José Silva

É uma unidade rural exemplar em pleno Alentejo profundo, a sul de Beja, pertencente a um grupo alemão.

Herdade dos Grous Typical Alentejo Hotel

Unidade Hoteleira Caracteristicamente Alentejana – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Aqui em Albernoa a filosofia consiste em aliar uma unidade hoteleira caracteristicamente alentejana a um meio rural onde os cuidados ambientais estão na primeira linha.

Herdade dos Grous The Beautiful Lake

A Lagoa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A começar pela lagoa, de grande beleza, com óptimas condições para a prática da ornitologia. É uma unidade com produções diversas, onde o vinho tem um lugar de destaque, com vários vinhos constantemente premiados um pouco por todo o mundo, produzidos a partir de uvas de grande qualidade nos cerca de 70 hectares de vinha, entre brancos e tintos.

Herdade dos Grous 170 Acres of Vineyards

70 Hectares de Vinha – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas que tem várias outras produções agrícolas: ervas aromáticas, legumes e fruta têm uma produção constante, em regime biológico, que é maioritariamente utilizada nas duas unidades hoteleiras – Alentejo e Algarve.

Herdade dos Grous Cattle

Gado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Também a produção de gado aqui tem uma grande importância, entre gado bovino, caprino e suíno, cujas carnes têm também uma enorme utilização nos restaurantes do grupo.

Herdade dos Grous Jumping Horses

Cavalos de Salto – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Os cavalos de salto são outra das actividades da herdade, onde pontuam alguns cavalos de luxo, com grandes resultados um pouco por todo o mundo. Para além dum azeite de grande qualidade, ali se produzem compotas, mel e biscoitos diversos.

Herdade dos Grous Cellar

A Adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Herdade dos Grous Cellar 2

A Adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No edifício central funciona a adega, construída de raiz, com todas as condições técnicas modernas para produzir vinhos de qualidade. E isso tem sido conseguido duma forma continuada, graças também ao responsável de toda uma equipa de trabalho (e não só nos vinhos), Luís Duarte, um dos mais premiados enólogos portugueses. Ele que tem uma enorme experiência a fazer vinhos em todo o Alentejo e que aqui é também administrador da unidade. O rigor é uma das palavras de ordem, onde cada uma das pessoas da equipa tem o seu lugar e as suas responsabilidades. E Luís Duarte conseguiu formar uma equipa claramente vencedora. Os resultados falam por si.

Os vinhos da Herdade dos Grous estão todos debaixo desta marca, mantendo uma imagem sóbria a que os consumidores se habituaram, variando apenas as cores dos rótulos e, claro, os anos de colheita. Nesta visita provaram-se seis vinhos soberbos, a acompanhar uma refeição deliciosa.

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Herdade dos Grous branco 2014 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O Branco de 2014 esteve cheio de frescura, muito jovem, com bela acidez, alguma fruta no nariz, o vinho a desaparecer rapidamente dos copos.

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Herdade dos Grous branco 2013 Reserva – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O Branco Reserva de 2013 revelou enorme elegância, notas suaves de madeira, ainda alguma frescura, muita suavidade, mesmo aveludado, para beber ligeiramente menos fresco, belo vinho.

Herdade dos Grous Red 2013

Herdade dos Grous tinto 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O primeiro tinto, o Herdade dos Grous de 2013, esteve seguro, com bastante fruta madura, muito boa acidez na boca, limpo, redondo, um tinto moderno.

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Herdade dos Grous 2013 Moon Harvested – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se o Moon Harvested também de 2013, com bons aromas de fruta bastante madura, fragrâncias complexas de especiarias e madeira muito suaves, belo volume na boca, consistente e cheio de elegância, com final muito longo.

Herdade dos Grous 23 Barricas de 2013

Herdade dos Grous 23 Barricas de 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O 23 Barricas de 2013, feito com Touriga Nacional e Syrah, é um tinto cheio de estrutura, com raça e nariz complexo mas fascinante, ligeiramente floral. Na boca tem volume, óptima acidez, muita fruta preta, levemente austero, profundo e com enorme final.

Herdade dos Grous 2012 Colheita Tardia

Herdade dos Grous 2012 Colheita Tardia – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E foi no final da refeição que veio para os copos o Colheita Tardia de 2012, aqui preparado a partir da casta Petit Manseng, cujas uvas foram inoculadas com “Botritis Cinerea”, para criar as características necessárias à elaboração um vinho muito especial. Onde a doçura elevada é compensada com uma acidez fantástica, tendo pelo meio aromas complexos de especiarias, notas de mel, compota, gengibre, mas tudo muito equilibrado, servido bem fresco. Delicioso!

Herdade dos Grous The Meal Started with

A Refeição Começou com.. – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Herdade dos Grous Cured Chease Paiola Paio From The Neck

Queijo Curado, Paiolo e Paio do Cachaço – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A refeição, no restaurante da herdade, começou com pão regional, azeitonas, dois patés, manteiga normal e manteiga com ervas aromáticas, atum com feijão frade, bacalhau com grão, queijo curado, paiolo e paio do cachaço e, claro, o azeite da herdade para molhar o pão.

Herdade dos Grous The Meats

As Carnes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Herdade dos Grous The Meats

As Carnes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois duns ovos mexidos com espargos bravos vieram as carnes da herdade: borrego, porco preto e vaca alentejana, grelhados só com sal, na companhia de batatas a murro e legumes salteados, tudo de produção local.

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Misto de Doces Alentejanos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O misto de doces alentejanos arrumou de vez com todos os presentes!

Lá fora, continuava a tranquilidade da planície alentejana…

Contactos
Herdade dos Grous
Albernôa 7800-601
Beja, Portugal
Tel: (+351) 284 960 000
Fax: (+351) 284 960 072
Email: herdadedosgrous@herdadedosgrous.pt
Website: www.herdadedosgrous.com

Alfeu, a Homenagem do Neto ao Seu Avô

Texto João Pedro de Carvalho

É graças à figura do Avô Alfeu e da sua dedicação à vinha e ao campo, que o seu neto João Amado, fundador da Amado Wines, foi buscar inspiração para se lançar na aventura que é a de produzir o seu próprio vinho. Uma marca que acima de tudo é uma homenagem a um homem do campo, apaixonado pela terra, inseparável do seu chapéu que agora também acompanha os rótulos.

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Vinhos Alfeu – Foto de M&A Creative | Todos os Direitos Reservados

Conheci este projecto no ano passado por altura do Festival do Vinho do Douro Superior em Vila Nova de Foz Côa, destinado totalmente aos produtores da Sub-região Douro Superior. Um evento onde se pode dizer que ainda é possível descobrir novos talentos, produtores que de certa forma nunca se ouviu falar ou leu sequer uma palavra acerca do seu trabalho, é para isto que eventos como este servem, para nos mostrar que estão lá de braços abertos para nos receber e mostrar o fruto do seu trabalho.

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Alfeu branco 2013 – Foto de M&A Creative | Todos os Direitos Reservados

Foi desta maneira que fiquei a conhecer no ano passado os vinhos com que João Amado quis homenagear o seu Avô e cujas novas colheitas foram provadas muito recentemente. A enologia está a cargo de Joana Maçanita (ver artigo Maçanita Douro) e quer o Alfeu branco 2013 como o Alfeu tinto 2012 mostram carácter muito vincado pela região e uma certa dose de atrevimento que tanto aprecio.

O Alfeu branco 2013, composto por Viosinho e Malvasia Fina nuns bonitos 12.5% Vol mostra-nos um conjunto coeso com muita fruta a surgir ao lado de ervas de cheiro, toque floral e fundo fresco. Palato marcado também pela fruta bem madura, alguma geleia, ligeira secura a fazer-se sentir em final de boa persistência.

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Alfeu tinto 2012 – Foto de M&A Creative | Todos os Direitos Reservados

O Alfeu tinto 2012, Touriga Nacional e Tinta Roriz com a primeira a marcar todo o conjunto. Coeso com muita fruta madura rodeada de chocolate preto e com algum rodopiar, surgem flores associadas à Touriga Nacional. Ligeiríssima austeridade que se faz sentir desde o primeiro momento, conjunto sério e com boa energia. Um vinho assente numa boa estrutura, notando-se desde o primeiro gole o vigor e aquela ponta de austeridade dos taninos mais traquinas. A fruta rebenta de sabor acompanhada de cacau, termina seco e a pedir ou pratos como cabrito assado no forno ou então que se deixe descansar por mais uns tempos na garrafeira.

Ainda em estágio na adega do produtor estão mais dois tintos, duas novidades compostas por um 100% Touriga Nacional e um Reserva. Da prova que deram ainda os encontrei imberbes e pouco preparados para enfrentar o mundo, mantêm sim a mesma linha de seriedade, muito centrados na fruta, mas com um notável salto qualitativo.

Contactos
Amado Wines
Quinta do Meio, Relva
6430-075 Longroiva, Mêda
E-Mail: geral@amadowines.com
Website: www.amadowines.com

Poças: Uma nova era de vinhos do Douro com um pouco de “je sais quoi”

Texto Sarah Ahmed | Tradução Bruno Ferreira

O vinho do Porto é tão representativo de Portugal, que é difícil de acreditar que a Poças Junior é uma das poucas casas de vinho do Porto que se manteve sempre na posse da mesma família (e já agora, de portugueses) desde que foi fundada, há cerca de 100 anos atrás por Manuel Domingues Poças Junior. Quando me encontrei com a viticultora chefe Maria Manuel Poças Maia, fiquei com a certeza de que a sua geração, a quarta, está completamente determinada em mantê-la assim.

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A nova era desarrolhada pela viticultora chefe de vinho do Porto Maria Manuel Poças Maia de Poças Junior – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Mas isso não é sinónimo de conservadorismo, de falta de imaginação ou entusiasmo. Muito longe disso! Ainda não me tinha apercebido que a Poças Wines foi uma das primeiras produtoras a lançar-se nos vinhos de mesa do Douro, no início da era moderna em 1990. O clique? O primo de Maria, o enólogo chefe Jorge Manuel Pintão, que tinha acabado de entrar no negócio, logo após terminar o curso de enologia em Bordéus e um estágio na Château Giscours, também nesta famosa região francesa. Maria Maia disse-me, “o Jorge queria fazer aqui, aquilo que tinha aprendido em Bordéus, e sabia que o Douro tinha potencial para bons vinhos secos.”

Claro que Jorge não foi o primeiro enólogo a inspirar-se em Bordéus. Fernando Nicolau de Almeida, o criador da Barca Velha, é quem pode ostentar esse “título”. Mas, graças à ligação contínua que Jorge manteve com a prestigiada região francesa (Maria Maia diz que “ele nunca perdeu o contacto com Bordéus”), a Poças deu um passo mais além. No ano passado a empresa garantiu os serviços do enólogo e consultor bordalense Hubert de Boüard de Laforest, dono da famosa Château Angélus, em Saint-Emilion. Juntamente com Philippe Nunes (de descendência portuguesa), da consultora Hubert de Boüard, este duo bordalense ajudou na criação dos vinhos do Douro 2014 da Poças.

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Tempo de reflexão na Poças – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

25 anos a produzir vinhos do Douro fazem da Poças uma das empresas produtoras destes vinhos com mais experiência. Perguntei a Maria Maia porque é que a família sentiu a necessidade de contratar um consultor. A reposta foi franca e sem rodeios – “hoje em dia o mercado está complicado e queríamos expandir os nossos mercados de vinho de mesa. Estamos a crescer a nível de vinho do Porto mas queremos ver o mesmo tipo de crescimento nos vinhos do Douro, que está a começar a ser muito conhecido mas não o suficiente, precisa de ter ainda maior visibilidade.” Por outras palavras, não se tratou apenas de “ter alguém de fora a dar-nos novas ideias para evoluirmos”, mas também pelo perfil que a consultora Hubert Boüard lhes conferiu. E admite sem qualquer problema, “sendo de França, o estatuto é algo importante… Claro que trabalhar com Bordéus está a acrescentar valor à garrafa, mas também está a acrescentar valor à percepção.”

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Maria Manuel Poças Maia of Poças Junior contra um cartaz da Quinta Santa Barbara – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

No entanto, Maria Maia é peremptória a colocar ênfase num aspecto importante, “eles (a consultora Hubert Boüard) estão a ajudar a nossa imagem de vinhos e de estilos a crescer, mas sem nunca esquecer que queremos utilizar castas portuguesas e manter a herança das nossas uvas e do nosso terroir.” Dada a enorme experiência da consultora em vinhos de todo o mundo, a família ficou muito contente por ver o “grande respeito que demonstraram pelo que encontraram aqui no Douro.” Se Maria Maia receava que Boüard tivesse algumas reticências em relação às vinhas velhas, esse receio foi dissipado quando Boüard visitou pela primeira vez Santa Bárbara (as vinhas da Poças em Caêdo, Cima Corgo) e se deparou com as vinhas velhas e o xisto. A brilhar de orgulho, a viticultora que nos seus tenros 23 anos de idade assumiu a responsabilidade pelas três quintas da família em 2005, aponta, “Boüard disse-nos, ‘isto sim, é terroir’, e que estava realmente convencido que poderia fazer um vinho muito bom.”

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O novo e melhorado branco do Douro Poças Coroa d’Ouro 2014 – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Antes de provar as amostras dos novos, e melhorados vinhos de 2014 (ainda nenhum foi lançado no mercado, e os tintos ainda não estão acabados), falamos sobre as mudanças que foram efectuadas com a entrada da consultora Hubert Boüard. Descrevendo essas mudanças como “ligeiros aperfeiçoamentos”, Maria Maia explicou que o objectivo, no geral, consistia em, “alcançar um estilo mais internacional – uma percepção mais suave dos vinhos do Douro, porque são vistos como sendo muito tânicos, fortes e difíceis de beber.” Nas vinhas, esta procura de elegância,  e em especial de taninos mais refinados, comportou ligeiras mudanças na selecção da fruta. Agora as uvas provêm de parcelas mais maduras, e Boüard introduziu uma nova componente – uma vinha mais nova (15 anos) – à field blend do tinto que comanda as hostes – Símbolo – e que é composta predominantemente por vinhas velhas.

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Que venha o novo, para substituir o antigo – Poças Vale de Cavalos 2014 – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Na adega, as alterações passaram por diferentes configurações de prensa (para o branco unoaked) e diferentes escolhas de fermentação e carvalho. Os tintos deixaram de ser envelhecidos na combinação de carvalho francês e americano. Desde 2014 que são envelhecidos em barricas 100% de carvalho francês, utilizando diferentes tanoeiros ou o mesmo mas com diferentes madeiras. Os bordaleses são famosos pelos seus skills em blending, pelo que os vinhos premium são agora produzidos num novo espaço, mais amplo, “para poderem tentar diferentes opções [de blending].”

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Grande potencial do tinto que comanda as hostes Poças Simbolo 2014 – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Obviamente é ainda muito cedo para se chegar a qualquer conclusão definitiva relativamente a esta relação Douro/Bordéus, ou aos vinhos de 2014. No entanto, tendo comparado o branco Poças Coroa d’Ouro e as amostras (de barril) dos ainda não terminados Vale de Cavalos e Símbolo, com colheitas anteriores (2013, 2011 e 2007 respectivamente), acho que a Poças não só irá celebrar o seu centenário em 2018 como irá obter um grande retorno do seu investimento. Apesar da juventude, os três vinhos apresentaram um grande requinte no seu final; a longevidade melhorada do branco, e a qualidade dos taninos dos tintos, foram particularmente marcantes. O Símbolo 2007 estava em pleno estado de maturidade e mais desenvolvido do que estava à espera; pelo contrário, os taninos secos já estavam a começar a ofuscar a fruta. Por outro lado, o Símbolo 2014 impressionou-me com os seus requintados e fluentes taninos. A amostra que provei era vibrante, perfumada e mineral, com um longo e elegante final. A mostrar grande potencial, e reconheço que vai proporcionar mais prazer e durante mais tempo do que o 2007. É um testemunho à vinificação, já que o ano de 2007 foi um ano muito aclamado (declarado ano Vintage no vinho do Porto) e o ano de 2014 foi muito mais complicado, com chuvas intermitentes durante a colheita. Espero ansiosamente para provar o produto acabado.

Com o toque je sais quoi [da consultora Hubert Boüard] os vinhos do Douro da gama de 2014 da Poças podem ser novos, melhorados e com um perfil mais conotado, mas há coisas que não mudam. Foi-me dito que a Poças pretende manter a tradição da família no que toca à boa relação preço/qualidade (o preço do actual Simbolo é de €43-50/garrafa). Como diz Maria Maia, “preferimos a qualidade, não a quantidade, mas sem nunca atingir preços inalcançáveis.” Bebo a isso!

Contactos
Manoel D. Poças Junior – Vinhos, S.A
Rua Visconde das Devesas 186
4401 – 337 Vila Nova de Gaia
Portugal
Tel.: (+ 351) 223 771 070
Website: www.pocas.pt

O clássico BSE, edição 2014

Texto João Barbosa

Tenho ouvido a enólogos um debate interessante acerca das dificuldades de produzir em grandes quantidades e em pequenas quantidades. Os debates podem repetir-se e dificilmente os argumentos poderão mudar, porque no vinho – ou em quase tudo – as escalas implicam resultados diferentes.

Quanto maior for o universo, menor será a percentagem de excelência. Por isso, é que a excelência é rara. Basalto há aos pontapés e os diamantes rareiam. Este é um aspecto; outro, quase parecido, é o da qualidade, em traço largo.

Pode ter-se uvas excelentes e fabricar-se uma mistela. Pode-se ter uvas medíocres – no sentido de meio –, mas nunca se conseguirá um néctar de eleição. Em paralelo, a vertente da saúde do fruto, é transversal.

Nem todas as uvas nascem para fazerem grandes vinhos. A grande maioria do que se engarrafa não chega ao patamar da excelência, o que não significa que seja mau, resultado de mal feito.

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Arinto in confira.info

A enologia é, como a arquitectura, uma disciplina técnica. Desenhar uma fábrica exige conhecimentos diferentes dos necessários para uma residência exclusiva, feita à medida de quem nela vai morar.

Quando estamos perante um vinho de milhões de litros, o esforço é o de ter a maior quantidade de boas uvas (qualidade), para que se possa fabricar um produto que agrade à generalidade das pessoas. O esmero não pode ser diferente, contudo os procedimentos – por via dos custos e de fluxo de caixa – são díspares, entre os vinhos de grande e pequena produção.

Com poucos quilogramas de belíssimas uvas é mais difícil fazer um grande vinho do que um que vai para milhões de garrafas? Ou é mais fácil? Os argumentos dum debate:

– Fazer um grande vinho é difícil, porque exige muitos cuidados na identificação dos melhores cachos, das mais indicadas técnicas, das barricas que realmente beneficiam, da duração precisa dos estágios… só se consegue em anos extraordinários… tem de se saber interpretar a natureza no seu todo…

– Fazer milhões de litros, com qualidade para consumo corrente, que crie negócio, capte e fidelize o consumidor, que seja regular, no aroma e no paladar, ano após ano é que é complicado.

Discussão bizantina. No caso deste produtor, o diferendo não de põe. A firma José Maria da Fonseca tanto produz vinhos de grande consumo, com sucesso – o êxito nunca é por acaso –, como edições de autor e obras que surgem quando a natureza permite.

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BSE 2014 © Blend All About Wine, Lda

O Branco Seco Especial é um dos melhores vinhos industriais portugueses – felizmente, Portugal tem cada vez mais destes produtos, quer em quantidade, quer na regularidade da qualidade.

A que sabe o BSE? Sabe a BSE. Um amigo telefonou-me para uma petiscada na sua casa. Vão estar amigos do liceu, uns colegas, música alta, as criancinhas e suas correrias…

– Sancha não puxe o cabelo à sua irmã.

– Rúben, partilha a playstation.

Há os fanáticos dos tremoços e das minis e quem gosta de vinho. Há mariscos, frango assado, presunto, uns enchidos, dois ou três queijos, pão bom…

É festa! E festa é festa! Como, no dia seguinte, não se quer acordar com um piano de cauda em cima da cabeça nem ouvir murmúrios como se fosse o carrilhão do Convento de Mafra a tocar finados, nem ter a boca como cartão canelado… o vinho da festa tem de ser bom.

O BSE é uma aposta segura. Como é se – por preguiça ou falta de comida em casa – for ao restaurante chinês do bairro ou a uma tasquinha familiar, onde a algibeira não grita. Precisão suíça.

Contactos
Quinta da Bassaqueira – Estrada Nacional 10,
2925-542 Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, Portugal
Tel: (+3519 212 197 500
E-mail: info@jmf.pt
Website: www.jmf.pt

Porto Cruz, uma empresa em constante expansão…

Texto José Silva

Embora pertencente a uma grande firma francesa de produção e distribuição de bebidas, é uma empresa portuguesa de sucesso, que alicerça a sua força na produção de vinho do Porto, e que tem um lugar de destaque em Portugal, sendo um dos maiores produtores de vinho do Porto, mas sobretudo no estrangeiro, para onde exporta a maioria da sua produção.

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Porto Cruz – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Faz parte também do seu portfolio a casa C. da Silva, produtora dos vinhos Dalva, uma referência no sector.

Há um par de anos tomou a maioria do capital da Henriques and Henriques e a totalidade do capital da Justino’s, ambos produtores de vinho da Madeira. Recentemente comprou a Quinta de Ventozelo, uma das maiores extensões de vinha do Douro.

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Adega de Alijó – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Mais moderna e revolucionária tecnologia para produção de vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto já tinha inaugurado a nova adega em Alijó, detentora da mais moderna e revolucionária tecnologia para produção de vinhos.

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Adega com capacidade de armazenagem de 22 milhões de litros de vinho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É uma adega com capacidade de armazenagem de 22 milhões de litros de vinho, com 40 cubas de 360.000L cada e outras de 180.000L cada, entre muitas outras de menor dimensão. Dois enormes filtros alimentam todo o complexo, assim como sistemas de azoto e ar comprimido. E um inovador sistema de limpeza e desinfecção automático que opera para a limpeza de todas as cubas.

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Sistema de bombagem do vinho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O sistema de bombagem do vinho é também automático e tudo é liderado por um sofisticado sistema de domótica.

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Lagares de aço inox – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A parafernália de equipamentos impressiona o visitante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Com lagares de aço inox que alimentam as cubas onde os vinhos vão fermentar e estagiar, passando depois para barricas ou directamente para as garrafas, toda a parafernália de equipamentos impressiona o visitante, quer pela quantidade, quer pela qualidade, quer pela preservação e higiene, imaculadas.

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Nesta adega estão centralizados todos os trabalhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nesta adega estão centralizados todos os trabalhos e ali passam a ser feitos todos os vinhos da empresa, sendo armazenados e dali expedidos.

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Armazenados em cubas de inox gigantes © Blend All About Wine, Lda

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Maior parque de balseiros da região © Blend All About Wine, Lda

Muitos deles vão para Vila Nova de Gaia, onde vão estar armazenados em cubas de inox gigantes ou em estágio, no maior parque de balseiros da região, de enorme dimensão.

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As velhas cubas de cimento – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ali a grandeza não é menor, com as velhas instalações sempre em evolução, adaptadas às modernas necessidades, e onde ainda são usadas as velhas cubas de cimento, num aproveitamento inteligente de todo o espaço disponível.

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Sistema sofisticado © Blend All About Wine, Lda

Ali opera também um sofisticado sistema de enchimento, rotulagem e embalamento, que corresponde às necessidades das enormes quantidades de vinho que saem diariamente, rumo a todo o mundo. A eficácia parece ser a palavra de ordem, anunciando-se para breve obras na parte administrativa e no laboratório.

Com a equipa de enologia a cargo do Eng. José Manuel Soares, que tem uma longa experiência na viticultura e enologia duriense, todo o projecto e estratégia são da responsabilidade do Eng. Jorge Dias, que tem sabido desenhar um perfil novo para os vinhos da Porto Cruz e para toda a imagem da empresa, o que está à vista um pouco por todo o lado.

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O imponente edifício Porto Cruz – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Toda essa imagem está concentrada, mais abaixo, na marginal de Gaia, na imponência do edifício Porto Cruz, já uma referência na zona. Duma construção antiga fez-se um espaço onde, como os próprios dizem “o vinho tem que ser vivido!” Decoração arrojada, muito moderna, investiu-se na imagem digital, com soluções muito inovadoras para dar a conhecer o vinho, sobretudo o vinho do Porto, também através do audiovisual. A tudo isto associou-se muito bem a cultura, que utiliza este espaço duma forma permanente ou temporária, tudo em prol do vinho do Porto e da sua história.

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Restaurante Moderno – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No piso de cima funciona um moderno restaurante, com consultoria do chefe Miguel Castro Silva, mas onde o chefe José Guedes faz maravilhas, com uma cozinha consistente e apelativa.

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A vista – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A vista – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No terraço funciona um bar onde se tem uma visão de 360º sobre Gaia e o Porto, ali em frente, e que funciona até tarde nos meses de bom tempo. Na noite de S. João, estamos em primeira plateia.

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Porto Dalva Golden Branco 1971 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No final duma visita muito completa, brindou-se com um Porto Dalva Golden White 1971.

O rio Douro, esse, passava ali à frente, pachorrento…

Contactos
Espaço Porto Cruz
Largo Miguel Bombarda, N.º23
4400 – 222 Vila Nova de Gaia
Tel: (+351) 220 92 53 40 / 220 92 54 01
Fax: 220 924 299
Website: www.myportocruz.com | www.porto-cruz.com

VZ, uma marca da história do Douro

Texto João Pedro de Carvalho

Foi em 1780 que a Van Zeller’s & Co se estabeleceu oficialmente como empresa de Vinho do Porto, comercializando vinho até ao ano de 1930. Pelo meio a empresa teria sido vendida a outro grupo de Vinho do Porto sendo comprada novamente em 1933 por Luís de Vasconcellos Porto, dono na altura da Quinta do Noval. Esta compra viria a transformar-se numa generosa oferta para os seus netos (filhos da sua única filha Rita de Vasconcellos Porto casada com o bisavô de Cristiano van Zeller). Desta forma várias marcas da Van Zeller’s & Co fundiram com a Quinta do Noval, tais como Van Zellers e VZ.

Em 1980 tomou-se a decisão de reavivar a Van Zeller’s & Co tornando-a independente da Quinta do Noval, com a sua própria quinta e stocks de Vinho do Porto. Uma vontade que iria entrar num período de dormência, numa altura que envolveu a venda da Quinta do Noval à AXA e a respectiva venda da Van Zeller’s & Co para os donos da Quinta de Roriz, primos de Cristiano van Zeller. O tempo passou e só em 2006 é que a Van Zeller’s & Co com todas as suas marcas (que datam do século XIX) chegaria às mãos de Cristiano van Zeller, também por generosa oferta de um familiar.

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VZ Douro branco 2013 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Os novos vinhos não tardaram muito em surgir no mercado, sendo o primeiro de todos um gama alta VZ Douro branco 2006, cujas uvas (Viosinho, Rabigato, Codega e Gouveio) provenientes de duas parcelas com idade média de 50 a 80 anos ficam localizadas no concelho de Murça. O resultado deste VZ Douro 2013 é um belíssimo branco, fermentado e com estágio de 9 meses em barrica com direito a battonage da autoria de uma equipa de enologia de luxo, composta por Cristiano van Zeller, Sandra Tavares da Silva e Joana Pinhão. Dá uma prova cheia de carácter, com o Douro bem vincado num conjunto que entrelaça e envolve com as notas ligeira tosta da barrica e a fruta (pêssego, citrinos, pera), coeso, sério, marcado por um final tenso e mineral. De igual modo toda a passagem pelo palato se enquadra com o já descrito, muito boa presença, amplo e com ligeira austeridade mineral em fundo. Todo o conjunto remete para um consumo que pode ser imediato ou para guardar por mais uns quantos anos na garrafeira.

Contactos
Lemos & van Zeller, Lda.
Rua de Gondarém, 1427 – 2º Dt. Ala Norte
4150-380 Porto
PORTUGAL
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Fax. +351 223744322
E-mail:

Website: www.quintavaledonamaria.com

 

Na Região Bairradina, Um Produtor Com Grande Tradição

Texto José Silva

Lembro-me de, há muitos anos atrás, nos cafés, ser muito popular pedir: “Uma bica (café) e uma São Domingos!”

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Aguardente Bagaceira Caves São Domingos © Blend All About Wine, Lda

E esta São Domingos era a bagaceira das Caves São Domingos, muito popular como bebida branca de qualidade. Os tempos foram passando, o consumo de bebidas brancas diminuiu substancialmente devido à legislação que entretanto apareceu, mas as Caves São Domingos lá continuam e, entre muitos outros produtos, também produzem esta e outras bebidas com imensa qualidade.

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As Caves São Domingos Lá Continuam © Blend All About Wine, Lda

As caves mantêm as suas instalações em Anadia, mas têm vindo a crescer e a produzir não só maior quantidade de vinhos e destilados, mas também uma maior variedade de produtos.

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As Suas Prestigiadas Aguardentes © Blend All About Wine, Lda

Embora o principal e o mais conhecido seja o espumante, as suas prestigiadas aguardentes têm também mantido a tradicional clientela e têm mesmo alargado o leque de tipo de consumidores, cada vez mais em busca do que é genuíno. Também os vinhos de mesa, das regiões da Bairrada e do Dão têm vindo a ocupar um lugar de destaque no portfolio da empresa.

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Adega Moderna © Blend All About Wine, Lda

Tudo isto fez com que sentissem a necessidade de modernização, e por isso a empresa tem hoje uma adega moderna, com toda a tecnologia disponível, sobretudo a rede de frio, que permite elaborar vinhos modernos e apelativos. Mas também manter a produção de espumantes que têm vindo a ser distinguidos pela crítica nacional e internacional e pelo público consumidor.

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Mais de Dois Milhões de Garrafas de Espumante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nas suas caves estão a estagiar mais de dois milhões de garrafas de espumante, das várias categorias, que vão saindo para o mercado conforme as solicitações.

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Tradicionais “Pupitres” © Blend All About Wine, Lda

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Método Mais Moderno Das Giro Paletes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ainda se encontram a estagiar nas tradicionais “pupitres”, onde as garrafas são rodadas diariamente, à mão, que coexistem com o método mais moderno das giro paletes, a permitir produzir maior quantidade de espumante, com a mesma qualidade.

Os espumantes, graças a uma grande preocupação com a divulgação e a participação em inúmeras feiras quer nacionais quer estrangeiras e a organização de provas um pouco por todo o país, são hoje cada vez mais consumidos também para acompanhar a nossa riquíssima gastronomia, que vai muito para lá do leitão assado, que continua, e muito bem, a ser um companheiro natural.

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Demi-johns © Blend All About Wine, Lda

Mas também ali se mantêm os demi-johns de licor e as barricas onde envelhecem as várias aguardentes produzidas nas caves, hoje já referenciadas em muitos mercados como das melhores que se produzem em Portugal. Os vinhos São Domingos são produzidos a partir de uvas originárias de vinhas próprias mas também de vinhas de viticultores bairradinos e do Dão, a quem a empresa dá apoio técnico, garantindo assim matéria prima de primeira qualidade.

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The Old Wall Clock – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na sala principal, o velho relógio de parede lembrava que era tempo de provar alguns vinhos. E assim fizemos, provando o Caves São Domingos Branco 2014, que tem aromas florais e algum citrino, que lhe emprestam as castas Maria Gomes e Bical. Na boca é aveludado, ligeiramente cítrico, apaladado, muito agradável. Seguiu-se o Volúpia Branco também de 2014, este com as castas Sauvignon Blanc, Chardonnay e Maria Gomes, um vinho moderno cheio de frescura, muito mineral, com óptimo volume na boca, acidez muito equilibrada, cheio de elegância. – Para uma visão mais detalhada destes vinhos brancos confira o antigo anterior do João Pedro de Carvalho aqui.

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Velha Reserva Bruto 2008 © Blend All About Wine, Lda

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Cuvée Brute 2011 © Blend All About Wine, Lda

Depois, os espumantes. Primeiro o Velha Reserva Bruto 2008, feito com Pinot Noir e Chardonnay, com notas florais muito frescas no nariz, palha, brioche e algum tostado. Bolha muito fina e elegante, fresco na boca, com notas de frutos secos. Seguiu-se o Cuvée Bruto 2011, com Baga e Sauvignon Blanc, a dar-lhe alguma compelxidade no nariz, frutado, com notas secas, bolha finíssima, muita frescura na boca, tostado ligeiro, notas de amêndoa muito suaves, um espumante muito elegante.

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Lopo de Freitas Brute 2010 © Blend All About Wine, Lda

Finalmente provou-se o Lopo de Freitas Bruto 2010, que já é um clássico desta casa. Cerceal e Chardonnay fazem um belo casamento, com bolha muito fina, aromas levemente frutados, algo exótico. Na boca tem uma excelente acidez, é cheio, cremoso, com notas leves de frutos secos e um final longo muito agradável.

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Leitão Assado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Algumas Sugestões Cítricas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na refeição de leitão assado esteve o Blanc de Blancs Bruto de 2011, muito fresco, mineral e com sugestões cítricas, óptima acidez, a dar boa luta ao leitão.

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Blanc de Blancs Brute 2011 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No final, “um café e uma São Domingos”, pois claro…

Contactos
Caves do Solar de São Domingos, S.A.
Ferreiros – Anadia
Apartado 16
3781-909 Anadia – Portugal
Tel: (+351) 231 519 680
Fax: (+351) 231 511 269
Email: info@cavesaodomingos.com
Website: www.cavesaodomingos.com

Vamos Festejar Com Vinho Madeira

Texto Ilkka Sirén | Tradução Bruno Ferreira

Agapornis (Pássaro do Amor). Os pássaros domésticos mais encantadores de todos. Praticamente desde sempre, o Vinho Espumante é a bebida de eleição para os momentos apaixonados. As bolhas são quase um sinónimo de festejo e, se o amor fosse uma bebida, quase de certeza que seria Champanhe. Mas e se não fosse?

A minha cunhada ficou recentemente noiva e, como é habitual, havia que festejar. Antes de mais, deixem-me dizer que, na Finlândia, as festas de noivado não são um grande acontecimento. Normalmente, e depois de já termos dito a toda a gente que estamos noivos, o máximo que poderá haver é bolo e café com os nossos pais. Não é comum haver uma grande festa, mas não deixa de ser uma excelente notícia e, como tal, merece ser festejada. Então a minha cunhada e o seu noivo organizaram uma pequena reunião.

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O Bolo – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Houve bolo. Feito pela minha cunhada, claro. Tinha mais camadas do que uma cebola e sabia a arco-íris. Havia Champanhe, e muito. Foram feitos discursos e presentes foram oferecidos. E depois, mais Champanhe. Gosto muito de bolhas, mas também acho que um vinho bem feito, seja Vinho Espumante, Branco, Tinto ou Fortificado, é um bom vinho para festejar. Sendo eu um fã do vinho Madeira, pensei que seria simpático dar aos convidados um pouco a provar.

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Bandeja do Vinho – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Enquanto vinho, o Madeira não podia ser mais festivo. Um líquido complexo para saborear lentamente, com um poder de sedução quase inigualável. Tinha um par de vinhos da Blandy’s para provar: o Bual Colheita 2002 e o Verdelho 1973. Coloquei os vinhos em alguns copos e, numa bandeja, dei-os a provar “às cegas”. Foi interessante ouvir as opiniões dos convidados, sem fazerem a menor ideia do que estavam a provar. Parecia estarem a gostar muito do jovem Bual, o que foi um pouco surpreendente. Os Madeiras mais jovens tendem a ser um pouco mais fortes, mas penso que o seu perfil ligeiramente mais doce facilitou a abordagem. Para mim o Bual 2002 estava muito fechado. Parecia estar a passar por uma fase e quase de certeza que se irá abrir muito mais, com o tempo.

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Bual Colheita 2002 e o Verdelho 1973 – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Por outro lado, o Verdelho 1973 colheu opiniões muito divididas. Ok, nenhum deles era um provador profissional mas, enquanto consumidores estava curioso para ouvir as suas opiniões relativamente aos vinhos. Muito mais aromático do que o Bual. Opulentes aromas nogados e a frutos secos. O 1973 parece estar numa idade perfeita neste momento. A atingir lentamente a maturidade, mas ainda com muito tempo de vida pela frente. Para alguns, a acidez deste vinho foi um choque completo, algo que compreendo perfeitamente. É um gosto adquirido. Mas para mim, este Verdelho estava sensacional. Mais um exemplo clássico da singularidade e do puro poder dos vinhos Madeira.

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O Casal Feliz – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Enquanto bebida celebrativa, o final longo e persistente do Madeira torna-o uma bebida adequada para todo o tipo de ocasiões, e convenhamos, o Madeira é muito mais versátil do que as pessoas pensam. Pode ser utilizado desde aperitivo até digestivo. Não é tão amplamente consumido como o vinho Espumante, o que confere um simpático toque pessoal ao seu serão, seja num aniversário ou numa festa de noivado. Não consigo pensar em melhor maneira de felicitar o feliz casal do que, lhes desejar boa sorte na sua aventura conjunta a brindar com um vinho que pode durar uma vida inteira.

Contactos
Blandy’s
Tel: (+351) 291 740 110
Email: pubrel@madeirawinecompany.com
Website: www.blandys.com

Grandes Quintas Colheita Tinto 2012

Texto João Barbosa

Conheço a Casa d’Arrochella desde 2010, quando me enviaram para prova o Grandes Quintas Colheita Tinto 2007 e o Grandes Quintas Reserva Tinto 2007. Anualmente, a firma envia-me vinhos para prova – também azeite – e gosto do que me chega.

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Grandes Quintas Colheita Tinto 2007 in Arrochela.com

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Grandes Quintas Reserva Tinto 2007 in Arrochela.com

A regularidade é um bem precioso. É importante não confundir regularidade com padronização. A regularidade dá um traço familiar, com as diferenças dos anos e a persistência do solo. A padronização é anonimato. Pode ser um bom produto, mas será mais do mesmo; pouco vinho e mais bem alimentar.

Estes vinhos são Douro e não se confundem com qualquer outra localização. Dentro das garrafas há o chão de xisto, da terra resultante do trabalho para a fazer, as ervas bravias prestes a secarem-se pelo calor do tempo das vindimas, sobressai a esteva, o aconchego da lenha de azinho e um modo nocturno de chegar aos sentidos. Na boca é fundo, escuro, denso e com persistência.

Nocturno? Sim. Porque vinhos destes, os Douro tradicionais, não devem ser bebidos de dia. São o sangue dos vampiros, para as conversas pausadas, depois do esforço do dia, para a serenidade do jantar, para as conversas sem fim à vista, enquanto música suave – não é música lamechas ou pirosa – participa no momento.

Os vinhos desta casa têm essa raça duriense, força e carácter. Acompanham comidas exigentes fisicamente, mas podem sobrar-lhes, deixando-se ficar na mesa e dispensando um fortificado ou destilado.

A ficha técnica não especifica as percentagens de cada casta do lote: touriga nacional, tinto cão, touriga franca e tinta roriz. Porque é Douro, a touriga franca brilha, deixando que as outras falem.

A touriga franca – sendo um híbrido não pode ser franca – tem essa nobreza de carácter, que é o de consentir que outras uvas tenham uma voz. Talvez todas – palavra perigosa – as grandes castas do mundo se imponham, exibindo-se como pavões ou absorvendo toda a luz. Esta cultivar duriense fica servindo de cenário, mas não de enfeite. É generosa e muito raramente consegue ter a qualidade que atinge no Douro… mais difícil ainda é conseguir dançar bem sozinha. Para o resultado não basta a natureza. Interpretar o que nasce e aproveitar o melhor é trabalho técnico, aqui da responsabilidade de Luís Soares Duarte, um dos melhores enólogos da região.

As uvas vieram da Quinta do Cerval (70%) e da Quinta de Vale de Canivens (30%), ambas situadas na sub-região do Douro Superior. Têm solos xistosos e as vinhas situam-se num intervalo de altitude entre os 200 metros e os 250 metros.

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Quinta do Cerval in Arrochela.com

Conheceu um curto estágio em madeira, com 60% do vinho a estagiar quatro meses em barricas de carvalho francês. Tenho alguma pena que não tenha vivido mais um pouco nesse ambiente, tinha a ganhar.

O produtor recomenda que seja decantado cinco minutos antes de servido. Talvez mais, digo eu. Livre como o abutre que voa no Parque do Douro Internacional, o carácter da touriga franca exige liberdade.

Contactos
Av. Eng. Duarte Pacheco
Amoreiras, Torre 2, 9º Andar, Sala 8
1070 – 102 Lisboa
Tel: (+351) 213 713 240
Fax: (+351) 213 713 246
Email: arrochella@fimove.pt
Website: arrochella.com

AS – Cork, O Fabrico Moderno de Rolhas

Texto José Silva

Portugal é o maior produtor de rolhas do mundo, sendo também um dos maiores produtores de cortiça.

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Portugal é um dos maiores produtores de cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A relação das rolhas com o vinho é óbvia e, apesar do ataque constante de outros tipos de cápsulas, a rolha tem-se mantido como a cápsula de referência, havendo mesmo um retorno de muitos produtores pelo mundo fora à utilização das rolhas. Também muito graças à evolução enorme da qualidade da matéria prima, a cortiça.

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Cortiça, a matéria prima – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Tecnologia de ponta - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Tecnologia de ponta – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Há algumas unidades de produção em Portugal que têm investido em tecnologia de ponta, o que se traduz em muito melhor qualidade das rolhas e uma grande redução dos custos de produção, ajudando também à rentabilidade das empresas.

AS-Cork (Américo Sousa & Filhos, Lda) - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

AS-Cork (Américo Sousa & Filhos, Lda) – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É o que acontece com a empresa AS – CORK (Américo Sousa & Filhos, Lda), sediada em Santa Maria de Lamas, que tem vindo a evoluir constantemente, com uma política de investimentos muito bem programada, seguindo um pouco as exigências do mercado. De tal maneira que investiram também no mercado marroquino, onde têm uma unidade de produção com bastante sucesso.

É uma família da região, desde há muito ligada à cortiça, em que dois dos irmãos se dedicam a tempo inteiro às suas três fábricas, localizadas muito perto umas das outras.

A matéria prima é depois escolhida, cortada e armazenada - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A matéria prima é depois escolhida, cortada e armazenada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na primeira recebem a matéria prima, que vai ser escolhida, cortada e armazenada, procedendo-se desde logo a uma escolha rigorosa da cortiça, separando aquela que possa não estar em condições.

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A cortiça é desinfectada em vários processos de estufagem – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

De seguida a cortiça é desinfectada em vários processos de estufagem em máquinas adequadas.

Depois de seca é encaminhada para uma primeira fase de fabrico de rolhas, que há-de continuar na segunda unidade fabril.

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Primeira fase de fabrico de rolhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Aparas de Cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto, num processo de controlo de qualidade constante, as aparas de cortiça e a cortiça com defeito, que não servem para rolhas, mas podem servir para outros fins, são retiradas e vendidas para fábricas que produzem outro tipo de artigos de cortiça – decorativos, isolamentos, granulado, etc. Ali, nada se desperdiça.

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Processo de controlo de qualidade constante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Discos de Cortiça - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Discos de Cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na segunda unidade fabril o controlo de qualidade continua, recorrendo a modernos equipamentos, que permitem também alguma inovação, seja no processo de fabrico, seja nos produtos finais, como é o caso dos discos de cortiça – de que são especialistas – que vão ser utilizados para fabrico das rolhas de espumante e champanhe, e que escoam na sua totalidade, sendo vendidos a outras unidades, uma vez que aqui não se fabrica, por enquanto, esse tipo de rolha.

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Unidade altamente automatizada, onde a limpeza é uma prioridade – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Máquinas cada vez mais sofisticadas - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Máquinas cada vez mais sofisticadas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Numa unidade altamente automatizada, a limpeza das instalações assume uma importância primordial, para que não haja possibilidade de contaminação.

Máquinas cada vez mais sofisticadas, com o recurso a câmaras e mesmo aos raios laser, que fazem leituras a duas e a três dimensões, conseguem um alto rendimento e muita eficiência.

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Laboratório extremamente bem equipado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Uma equipa especializada testa cada tipo de produto final – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No laboratório, extremamente bem equipado (que inclui um cromatógrafo), uma equipa especializada vai fazendo os testes adequados a cada tipo de produto final, com padrões muito exigentes, em que não pode haver lugar ao engano, e que é uma das bandeiras da empresa.

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A terceira unidade fabril – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A terceira unidade fabril compra todo o produto das outras duas, que depois vai vender aos inúmeros clientes, a esmagadora maioria estrangeiros.

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Acabamento das rolhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É aqui que se vai proceder ao acabamento das rolhas, seguindo os pedidos dos clientes, quer nacionais quer estrangeiros.

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Outro laboratório continua o processo de controle – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Outro laboratório continua o processo de controle, cumprindo todos os parâmetros de higiene e segurança estabelecidos, de acordo com a legislação internacional.

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Finalmente as rolhas acabadas e os discos de cortiça são expedidos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Finalmente as rolhas acabadas e os discos de cortiça são expedidos, também aqui recorrendo a embalagens que mantêm o produto final em segurança, até chegar ao seu destino. Uns meses ou mesmo uns anos mais tarde vamos certamente encontrar muitas destas rolhas, quando abrirmos garrafas de vinho, das mais variadas origens, mesmo se for um dos grandes champanhes franceses. Um produto genuinamente português, ao nível do melhor que se faz no mundo…