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Narcissus Fernandesii, simplicidade e requinte de mãos dadas

Texto José Silva

É um hotel de cinco estrelas ainda muito recente, situado em Vila Viçosa, bem no interior alentejano, numa região de grande produção de mármore. E este produto nobre está por todo o lado nas belas instalações do hotel, em combinações tradicionais e outras mais modernas e mesmo muito arrojadas. Neste hotel, como não podia deixar de ser, funciona um restaurante, mas que apresenta algumas soluções decorativas muito particulares, de extremo bom gosto, como a iluminação.

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Fantástica Iluminação de Sala – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E que tem na sala principal uma mesa que é uma obra de arte: uma enorme mesa de mármore com um tampo de vidro, que é feita dum único bloco de mármore branco, uma beleza!

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Mesa de Mármore com um Tampo de Vidro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Serve como mesa principal para o buffet de pequeno-almoço, muito completo, e para refeições para grupos, a dar um toque exótico a uma bela refeição.

O restaurante tem à frente da equipa de cozinha um jovem chefe de português que desenvolve um trabalho notável, a formar os seus ainda mais jovens colegas, dando-lhes os conhecimentos necessários para que nada falhe ou falte, quer no dia-a-dia dos pequenos-almoços, nos almoços executivos e de trabalho, quer nos jantares mais sofisticados, com mais tempo.

O chefe Pedro Mendes pode assim desenvolver o seu trabalho, apoiado em produtos de excelência, a maior parte deles portugueses e alguns mesmo menos vulgares, como a utilização de algas do mar e de bolota alimentar, entre outros exemplos.

Chama-se “Narcissus Fernandessi” e tem já clientela dedicada, com muitos estrangeiros, que ali vão em busca da qualidade das ementas requintadas e variadas, de alguma surpresa que o chefe e a sua equipa, muitas vezes preparam, e de belas harmonizações com muitos dos melhores vinhos alentejanos.

A equipa de sala, liderada por um profissional experiente e atento, reúne todas as condições para nos servir com simpatia e competência, ajudando a proporcionar-nos uma experiência gastronómica que não vamos esquecer.

Na última visita, com alguns amigos, tivemos um jantar delicioso, cheio de equilíbrio, com apontamentos de enorme bom gosto.

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Pão Regional – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Não podia faltar o pão regional e o óptimo azeite do Alentejo, para amaciar o palato.

Começou então um desfile de pratos saborosos, apresentados com requinte e explicados pelo pessoal de sala duma forma simples mas eficiente.

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Creme de Moganga e Nata Trufada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Veio primeiro um creme de moganga e nata trufada, servido numa simpática chávena, muito saboroso e delicado, a nata bem ligada, muito bom. Seguiu-se uma soberba sopa de gila com pão de bolota – um dos produtos que o chefe Pedro Mendes trabalha com paixão – pó de presunto e ovo de codorniz.

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Sopa de Gila com Pão de Bolota sem o Caldo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Sopa de Gila com Pão de Bolota – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Primeiro veio o prato com os conteúdos e de seguida foi acrescentado o caldo, bem quente, de belo efeito. Estava delicioso! Veio então o carabineiro do Algarve, carnudo e apaladado, com creme de couve flor e coentros, endívia e emulsão de limão. Díficil de descrever, tanta simplicidade e tanto requinte, tanta elegância, com todos os elementos a fazerem uma harmonização perfeita.

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Carabineiro do Algarve – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas ainda fomos surpreendidos com um “foie-gras” confeccionado no ponto, a rondar a perfeição, com uma emulsão de diospiro a fazer uma ligação fantástica e meio bom-bom de “foie”, na companhia dum crocante pão de bolota a completar o requinte, excelente.

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Foie-Gras – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Crocante Pão de Bolota – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O prato de carne que foi apresentado era exótico, complexo, mas muito, muito bom: carne de veado fumada em azinho e alecrim, com redução de vinho Madeira, favinhas com coentros, creme de marmelo e uns pedacitos de couve flor panada, que belo prato!

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Carne de Veado Fumada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Passamos então às sobremesas. Primeiro o mogango e o almeice, num belo casamento de produtos menos vulgares, depois torta de mel, esponja de bolota, gelado de diospiro e creme de limão, contrastes soberbos e resultado voluptuoso, num grande final.

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Mogango e Almeice – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Esponja de Bolota – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Os vinhos que acompanharam esta festa dos sentidos foram um Herdade do Pombal branco de 2011, um alentejano de Estremoz, já com alguma evolução, e por isso mesmo cheio de elegância, com notas secas e fumadas, belo volume, gordo, envolvente, a provar que os vinhos brancos evoluem muito bem com a idade.

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Herdade do Pombal white 2011 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Lima Mayer red 2008 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O outro foi um tinto de excelência, o Lima Mayer de 2008, ali da zona de Monforte, cheio de frescura e acidez, muito complexo e por isso mesmo fascinante, a aguentar muito bem as harmonizações propostas nesta bela refeição.
O Alentejo no seu melhor…

Quinta do Convento Nª Sª Visitação – Vinhas com Vista para o Mar

Texto José Silva

Pertence à região de Lisboa esta propriedade que fica situada lá no alto da serra de Montejunto, não longe do mar. E é desse mar que a sub-região de Óbidos recebe uma influência directa, ventos fortes, frescos, salgados, a par duma óptima exposição solar.

Falo da Quinta do Convento de Nossa Senhora da Visitação, que associa uma unidade de turismo de habitação e serviços, a uma produção de vinho com alguma importância na região.

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Quinta do Convento da Nª Sª da Visitação – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

As construções antigas foram muito bem recuperadas quer para as salas onde se servem refeições para grupos e eventos, quer para uma unidade hoteleira com grande nível embora de pequena dimensão, de que faz parte uma capela muito antiga muito bem recuperada e um lago a dar um ar bucólico ao espaço exterior.

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Capela Antiga – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Lago – – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Onde se destacam várias árvores de grande porte, que resistem estoicamente à ventania frequente, por vezes de grande violência.

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Árvores de grande Porte – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Um desse edifícios foi transformado em adega, onde funcionam equipamentos modernos abrigados pela antiguidade das grossas paredes.

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Equipamentos Modernos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Em baixo da adega, na sala de barricas, descansam os vinhos que vão envelhecer ainda mais algum tempo.
Mesmo no topo da quinta, num velho moinho, foi criada uma suite muito confortável com uma vista soberba sobre a serra e a planície, lá em baixo, e o oceano lá ao longe. Em dias muito limpos dali se avista o arquipélago das Berlengas.

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Moinho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas estávamos ali também para provar alguns dos vinhos da casa, num local tranquilo junto à adega.

Desde logo a curiosidade dum vinho branco feito a partir das castas Sauvignon Blanc e Fernão Pires, do ano de 2012, um interessante casamento entre duas castas tão diferentes, uma portuguesa e a outra de origem francesa. Apresentou-se num amarelo claro, citrino, cristalino, cheio de frescura no nariz, notas exóticas de fruta branca e um toque vegetal muito ligeiro. Na boca tem uma boa estrutura, mantém a frescura e apresenta acidez equilibrada, tem personalidade e um óptimo final.

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Sauvignon Blanc Fernão Pires 2012 | Semillion 2012 © Blend All About Wine, Lda

Seguiu-se outro vinho branco, agora apenas da casta Semillon, também da colheita de 2012. Apresentou-se com cor amarela média, cristalino. A casta a proporcionar um nariz intenso e elegante, com alguma complexidade, aromas de frutos brancos, alperce, pêra, ligeiro toque de mel e algum fumado. Mantém-se essa complexidade na boca, com bom volume, acidez bem presente mas equilibrada, alguma fruta madura, redondo e intenso, com belo final.

Passamos então aos tintos com o regional Lisboa 2007. Duma cor rubi intensa, muito limpo, apresentou-se com aromas intensos de frutos vermelhos, alguma frescura, notas de fumo. Na boca é um vinho simples, com notas de frutos vermelhos, bem estruturado, a curiosidade de ser feito a partir das castas Tinta Roriz, Tinta Barroca, Pinot Noir e Caladoc, esta última menos vulgar, notas de chocolate e algum fumo e final longo e saboroso.

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Regional Lisboa 2007 | Premium 2007 © Blend All About Wine, Lda

Continuando nos tintos provamos o Premium 2007, resultado da conjugação das castas Pinot Noir, Tinta Roriz e Caladoc, a dar uma cor rubi intensa, muito limpo. No nariz a intensidade dos aromas dos frutos pretos, algum fumo e um toque interessante de eucalipto. Na boca mantém as notas de fruta preta bem madura, acidez bem presente, taninos domados, muito elegantes, alguma frescura, redondo e persistente, com final longo e seguro.

Depois foi a vez do tinto só de Pinot Noir do ano de 2007. A mesma cor rubi intensa, muito limpo, nariz com aromas intensos de frutos vermelhos, notas ligeiras de fumo, elegante, fino. Na boca é austero, elegante, alguma fruta vermelha, taninos suaves e redondos, óptima acidez e alguma frescura a dar um final médio e intenso.

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Syrah 2008 | red Pinot Noir 2007 © Blend All About Wine, Lda

Ainda de uma só casta fez-se o Syrah de 2008, também de cor rubi intensa, muito limpo. Aqui os aromas muito diferentes, notas de fruta vermelha, chocolate preto, especiarias intensas e algum fumado. Na boca é intenso, autoritário, taninos possantes mas domados, notas de fruta preta, bela acidez, toque de chocolate preto, final longo e persistente num vinho com raça.

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Reserva 2007 © Blend All About Wine, Lda

Finalmente provamos o Reserva 2007, feito a partir das castas Touriga Nacional e Syrah. Mantém-se a cor rubi, muito limpo. Um nariz extraordinário, fino, muito complexo, notas de frutos pretos muito maduros e algum fumado. Na boca é intenso, os frutos pretos bem presentes, algum chocolate preto, acidez equilibrada e taninos já domados a dar-lhe alguma austeridade, um vinho com bastante complexidade mas muito elegante, com grande final.

Lá ao longe ainda podemos ver o mar…

Contactos
Rua Convento
2580-442 Vila Verde dos Francos
Tel: (+351) 210 330 780
Email: geral@quintadoconvento.pt
Site: www.quintadoconvento.pt

Quinta de S. Sebastião

Texto José Silva

A região de Arruda dos Vinhos sempre foi conhecida pela sua produção vinícola, com os vinhedos espalhados pela orografia ligeiramente montanhosa, vizinha de outras pequenas regiões também com muitas vinhas como Sobral de Monte Agraço e Bucelas.

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Orografia Ligeiramente Montanhosa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nos últimos anos a produção evoluiu no sentido duma maior qualidade e foram aparecendo novos produtores, e alguns dos que apenas produziam uvas e as vendiam, passaram a produzir os seus próprios vinhos.

Mas outros sempre produziram vinhos de qualidade e mais não fizeram do que modernizar as vinhas e adquirir novos equipamentos que permitem um maior controle quer da produção das uvas quer depois, na adega, o controle da evolução dos vinhos quer em cubas e barricas, quer em garrafa. É o que acontece na Quinta de S. Sebastião, mesmo em Arruda, hoje um produtor moderno, com vinhos muito interessantes, entre brancos e tintos.

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Picadeiro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Armazém – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mantendo também a tradição familiar, uma casa antiga muito bonita, um picadeiro onde se treina os cavalos da casa, utilizados para passeios pela região e uma sala onde se preservam algumas colecções e de vinhos antigos, um pouco da história vitícola da casa, para raras viagens a outros tempos, outros costumes.

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Vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Quinta S. Sebastião – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais atrás, os vinhedos que sobem encosta acima, hoje com a companhia quixotesca dos também modernos moinhos de produção de energia, que moldam a paisagem e identificam a modernidade.

E foi neste ambiente descontraído que nos sentamos numa simpática sala de provas, para apreciar os vinhos modernos desta casa, tranquilamente.

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Quinta de S. Sebastião Branco 2013 © Blend All About Wine, Lda.

Começamos pelo Quinta de S. Sebastião Branco 2013. Apresentou uma cor amarela pálida cristalina e um nariz elegante e misterioso, fresco, ligeiramente seco. Na boca é intenso, tem bom volume, apresentando notas minerais muito frescas, muito boa acidez, um vinho equilibrado com belo final.

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Quinta de S. Sebastião Branco Cercial 2012 © Blend All About Wine, Lda.

Seguiu-se o Quinta de S. Sebastião branco cercial de 2012, com uma cor amarela média, cristalino. No nariz é seco e fresco, com notas ligeiras de mel, intenso, algo exótico. Na boca é ainda bastante fresco, com acidez intensa a dar-lhe equilíbrio, notas de fruta branca e algum citrino. Madeira muito bem integrada, a dar-lhe elegância e um final longo, num vinho branco gastronómico.

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Quinta de S. Sebastião Colheita 2012 © Blend All About Wine, Lda.

Passamos então aos tintos com o Quinta de S. Sebastião colheita 2012, que apresentou uma cor vermelha granada, muito escuro e fechado, muito suave e elegante no nariz, com boas notas de frutos vermelhos, algum fumo e especiarias. Na boca tem muito boa acidez, bem presente, é seco, profundo, com apontamentos de frutos pretos muito elegantes, ligeiras notas de chocolate preto e um final médio mas persistente.

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Quinta de S. Sebastião Reserva 2012 © Blend All About Wine, Lda.

Seguiu-se então o Quinta de S. Sebastião Reserva 2012, com uma cor granada escura, opaco, intenso. Austero e elegantemente sóbrio no nariz, com apontamentos de chocolate e frutos pretos. Na boca apresenta uma excelente acidez, tem volume, tem frescura, tem profundidade, tem uma permanente descoberta de paladares, com taninos poderosos mas ao mesmo tempo muito elegantes, altivos, um final muito longo num belo vinho.

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Quinta de S. Sebastião Touriga Nacional 2012 © Blend All About Wine, Lda.

Finalmente apresentou-se em prova o Quinta de S. Sebastião Touriga Nacional 2012, um monovarietal muito interessante, a provar que esta casta eclética te, m grande poder de adaptação a outros terrenos e climas, dando muito boa conta de si. Duma cor vermelha violácea, intenso, opaco, tem belo floral no nariz, fino e elegante, com algumas notas de chocolate e um ligeiro apimentado.

Na boca apresenta-se redondo, tem óptimo volume e grande acidez, com os taninos bem presentes, ainda por domar, notas de frutos pretos bem maduros, até mesmo algum chocolate e chá preto, um vinho irrequieto que terminou com grande final.

Uma boa surpresa a consistência destes vinhos, num produtor que promete manter esta qualidade, tendo potencial para ir ainda mais além.
Em Arruda dos Vinhos…

Contactos
Quinta de São Sebastião
Rua de S. Sebastião, nº 9
2630-180 Arruda dos Vinhos
Tel: (+351) 263 978 549
Telemóvel: (+3351)914 222 465
Email: geral@quintassebastiao.com
Site: www.quintassebastiao.com

Restaurante de Castro Flores

Texto José Silva

A cidade de Lisboa continua a evoluir e a chamar cada vez mais turistas de cada vez mais países, e está classificada como um dos destinos mais interessantes do mundo.

Com imensos motivos de interesse para uma visita, desde a beleza arquitectónica, à área cultural e à riqueza do património histórico, Lisboa tem vida muito própria e, sendo uma cidade muito moderna, mantém as tradições que a tornaram famosa, sobretudo o ar castiço dos seus bairros antigos, onde ainda se comem petiscos e se canta o fado.

E uma das grandes tradições de qualidade em Lisboa são os seus restaurantes, muitos deles a servir boa comida há décadas, e muitos outros mais modernos, que foram aparecendo e se foram desenvolvendo, um pouco por toda a cidade. Mas é no centro de Lisboa que têm aparecido ao longo dos últimos anos muitos restaurantes de qualidade, alguns deles a cargo de chefes bem conhecidos, que ali podem dar largas aos seus conhecimentos e à sua arte.

Um desses chefes, que deixou a sua cidade natal, o Porto, para rumar a Lisboa, onde tem desenvolvido vários projectos, é Miguel Castro e Silva, bem conhecido e respeitado, um criador e pesquisador com muito trabalho feito.

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Restaurante de Castro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Recentemente abriu mais um espaço, bem no centro de Lisboa, na beleza da Praça das Flores, a que chamou “De Castro Flores”. Na visita que fizemos fomos recebidos num espaço muito bonito, moderno, bem decorado em tons claros, muito cozy, um restaurante familiar.

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Espaço Interior – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Cá fora, mesmo à noite, a espaçosa esplanada é muito procurada, ali está-se muito bem. A sala é ampla, com vários pequenos recantos, ao meio um simpático balcão, algumas mesas com bancos corridos encostados à parede, mas muito confortáveis. As mesas são bem postas, num misto de simplicidade e requinte, com bons apetrechos e serviço de copos muito bom.

O serviço está a cargo de gente bastante jovem muito bem dirigida, mas duma enorme eficiência, com simpatia e muita atenção, que nos guiam pela refeição com segurança, um exemplo de profissionalismo a ser seguido.

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Ervilhas com Enchidos e Ovo Escalfado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A ementa, como já é habitual no trabalho do chefe Miguel Castro e Silva, tem uma enorme componente de petiscos, alguns dos quais vão alterando, mas muitos deles com grande tradição no seu trabalho, como é o caso das ervilhas com enchidos e ovo escalfado, pasteis de massa tenra, morcela da Beira com maçã e cebola ou as deliciosas amêijoas com feijão manteiga.

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Bacalhau Fumado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Peixinhos da Horta – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

Na refeição que fizemos deliciamo-nos com bacalhau fumado com vinagreta de tomate seco e amêndoa, seguido pelos também tradicionais peixinhos da horta com maionese e limão.

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Ovos Rotos com Trompetas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Cachaço de Bacalhau – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois vieram ovos rotos com trompetas, cremosos e muito apaladados, umas curiosas iscas do cachaço de bacalhau, fofinhas e saborosas e umas deliciosas ervilhas com enchidos e ovo escalfado, servidas no tachinho, bem quentes.

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Pernil de Borrego com Ensopado de Grão e Cogumelos do Campo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para prato principal, pois também ali há belos pratos, muito completos, saboreamos um soberbo pernil de borrego com ensopado de grão e cogumelos do campo, um prato para corajosos, equilibrado, carne macia e saborosa, os cogumelos a fazer a ligação perfeita.

Já ninguém conseguiu ir à sobremesa, mas ainda se bebeu mais um copo de alguns vinhos que levamos e de um dos vinhos do Miguel Castro e Silva, o lote branco Ribeiro Santo, do Dão.

A noite em Lisboa só então começava…

Contactos
Restaurante De Castro
Praça das Flores
Rua Marcos Portugal, 1
1200-265 Lisboa
Tel: (+351) 215  903 077
Email: geral@decastroelias.com
Site:  decastro.pt

Restaurante Sea Me

Texto José Silva

O centro da cidade de Lisboa fervilha de vida e os restaurantes e bares não param de abrir ou reabrir, depois de recuperações ou de mudarem de mãos, dando resposta a uma clientela variada e heterogénea, onde o peso dos estrangeiros é cada vez maior.

Portugal está na moda e Lisboa, a capital, lidera a procura de gente que vem de todo o mundo, durante todo o ano, apreciar o que temos de bom e que, felizmente, ainda é muito. E uma das nossas grandes riquezas é a cozinha, com um vasto receituário de norte a sul e uma diversidade fantástica para um país tão pequeno. Temos produtos de grande qualidade, hoje reconhecidos internacionalmente e cada vez mais procurados.

Um desses produtos é o peixe da nossa costa, servido um pouco por todo o país, em restaurantes de várias categorias. E um desses restaurantes, mesmo no centro de Lisboa, serve peixe fresquíssimo, sempre da lota de Peniche, a par de vários tipos de marisco.

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Todo o Tipo de Marisco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É na rua do Loreto, muito perto do Largo de Camões, e era uma das muitas sapatarias que por ali abundavam e que foi inteligentemente transformada num restaurante onde quase só se serve peixe fresco e marisco: o restaurante “Sea Me, Peixaria Moderna”.

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Peixe Fresco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ali há imaginação, bom gosto, produtos de primeira qualidade, confecção moderna a realçar a frescura das matérias-primas e há boa disposição e humor à mistura. Mas comecemos por descrever o espaço, que é sobre o comprido, com uma pequena montra à entrada, por onde vão passando vários produtos, que podem ser uma marca de cerveja ou de vinho ou umas apetecíveis ostras frescas, a convidarem para ser comidas de imediato.

Logo a seguir, do lado esquerdo, um amplo balcão, onde também se pode comer uma refeição mais rápida ou estar por ali a petiscar e bebericar, sem tempo, pela noite dentro. Um pequeno degrau separa este espaço da sala principal, um pouco mais larga, decorada com simplicidade, tendo ao fundo um enorme balcão em ele, que mostra, por detrás, a enorme cozinha, com tudo à vista, tendo mesmo ao fundo, debruçado sobre a sala, um enorme escaparate com marisco e peixe fresco, devidamente identificados, e que podemos escolher, se assim o entendermos.

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Peixe Fresco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Marisco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E com tanto peixe fresquíssimo todos os dias, ali também se pode comer um sushi óptimo.

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Sushi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas teremos sempre a ajuda de quem sabe e que nos pode guiar para que possamos ter uma excelente refeição. As mesas de madeira são postas dum forma muito simples e o serviço está a cargo de pessoal jovem e competente, simpático e atento e que nos vai explicando devidamente cada prato que vai chegando à mesa. O serviço de vinho é impecável, quer nos copos, quer na temperatura e o restaurante está sempre cheio, quer ao almoço, quer ao jantar.

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O Restaurante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nesta visita veio pão e uma variedade de petiscos saborosos e alguns menos vulgares.

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Sushi de Sardinha com Pimento Assado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Vieiras Coroadas com Tártaro de Manga – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Vieiras coradas com tártaro de manga e flor de sal, muito saborosas, no ponto, algumas peças de sushi preparado com aquele peixe fresquíssimo, como a de sardinha com pimento assado.

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Salada de Bacalhau com Grão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Chocos Fritos em Tempura Preta – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Salada de bacalhau com grão, choco frito em tempura preta e folha de shisô, uma desconcertante salada japonesa de robalo e algas, molho de citrinos e abacate.

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Salada de Robalo e Algas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Finalmente uma travessa de peixes mistos grelhados, com lulas enormes e robalo, também com lulas à Bulhão Pato, tudo na companhia de batatas cozidas com pele e legumes variados cozidos, e uma porção generosa de azeite para regar tudo.

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Peixes Mistos Grelhados – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Terminamos com leite creme queimado da maneira tradicional.

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Creme Queimado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Beberam-se alguns vinhos que o grupo levou, entre brancos e tintos que tinham sido colocados nas temperaturas correctas, para nosso prazer…
No centro de Lisboa, o peixe fresco à nossa mesa.

Contactos
Sea Me Restaurant
Rua do Loreto 21
1200-049 Lisboa
Tel.: (+351) 213 461 564/565
Fax: (+351) 213 461 566
E-mail: geral@peixariamoderna.com
Site: www.peixariamoderna.com

Restaurante Nortada

Texto José Silva

As vinhas tradicionais de Colares resistem no seu chão de areia, com os caules retorcidos rente ao solo, para se protegerem do vento forte que sopra normalmente vindo do mar, ali bem perto, e que há-de trazer às suas uvas e aos vinhos que delas hão-de nascer alguma salinidade que esse vento transporta na sua humidade.

Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Para as proteger ainda mais, os viticultores montaram as paliçadas de canas que tornaram estes vinhedos tão típicos.
Essa nortada que varre a costa de Colares durante quase todo o ano deu nome a um restaurante que se situa precisamente em cima duma das praias mais emblemáticas da região, a Praia Grande, que dista apenas poucas centenas de metros de algumas destas vinhas.

É uma praia ampla, com algumas falésias e um areal extenso castigado por aquele mar batido, forte, de ondas por vezes perfeitas, que fazem as delícias dos muitos praticantes de desportos radicais de mar. E é também daquele mar que vem o peixe e marisco que é servido no restaurante “Nortada”, da praia Grande.

Cá em cima na falésia, tem uma localização perfeita, com uma vista soberba para a praia e aquele mar imenso.

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Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A sala é dividida em vários recantos e tem enormes janelas envidraçadas que deixam entrar a luz e apreciar aquela paisagem. No meio, um escaparate exibe peixes e marisco frescos que podemos escolher para a nossa refeição.

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Esplanada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E tem uma esplanada virada a sul, protegida do vento dominante, muito procurada, onde se está muito bem.

As mesas são muito bem postas, com bom gosto e o serviço é profissional, atento e atencioso, bem dirigido.

Ali o marisco e o peixe são reis, vindo à mesa em preparações diversas, desde as mais simples, em que o peixe é simplesmente grelhado, só com sal e o marisco é cozido, dando toda a sua riqueza, a pratos mais elaborados, como crepes de lavagante, empada de robalo, risotto de camarão, spaghetti com amêijoas ou arroz de cherne com camarão.

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Manteiga, Queijo e Azeitoans – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na refeição que apreciamos veio para a mesa pão saboroso, dois tipos de manteiga, azeitonas e queijinho fatiado.

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Robalo à Sete Mares – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E veio o robalo à Sete Mares, em que o robalo de mar, fresquíssimo, é preparado em molho de camarão e manteiga, com camarão grande e uns legumes salteados saborosos, num conjunto bem conseguido, na companhia de arroz de alho e coentros muito bom.

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Arroz de Alho e Coentros – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A refeição ficou completa com um delicioso bolo de bolacha e café.

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Bolo de Bolacha e Café – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Beberam-se alguns vinhos que levamos, onde havia até um ramisco de Colares.
Não fosse termos que continuar o trabalho, certamente ficaríamos por ali durante a tarde, na companhia daquela paisagem fantástica…

Contactos
Restaurante Nortada
Avenida Alfredo Coelho 8 – Praia Grande
Sintra
2705-329 COLARES
Tel: (+351) 21 929 15 16
Email: geral@restauranteNortada.com
Site: www.restaurantenortada.com

Douro Wine Fest e Tasca da Quinta

Texto José Silva

Foi um fim-de-semana de verão muito chuvoso, entre os dias 18 e 21 de Setembro, aliás como todo este verão de 2014 e as vindimas já tinham começado, lentamente, com muito cuidado.

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O Primeiro “Douro Wine Fest” – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Aconteceu então o primeiro “Douro Wine Fest”, numa organização da empresa Offe, apoiada pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal e a Câmara municipal da Régua e do Museu do Douro.

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Apoiado pelo Turismo do Porto e Norte – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Uma instalação de grande qualidade foi cuidadosamente montada na marginal da cidade da Régua, mesmo junto à marina, num cenário que não podia ser mais bonito, dominado pelo rio Douro.

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Douro Wine Fest – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Douro Wine Fest – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Apesar do tempo, os produtores aderiram em massa e esgotaram os espaços disponíveis e o público apareceu em força evitando os aguaceiros que caíam de vez em quando.

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Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

Sábado não choveu e a temperatura era mesmo de verão e foram milhares de visitantes a invadir o recinto.

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Douro Wine Fest – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Onde, para além dos produtores de vinho, havia várias lojas de produtos gastronómicos da região e dois restaurantes da Régua a servir petisco diversos.

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Sala de Prova – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Prova de Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Numa sala própria decorreram muitas provas de vinhos e de alguns produtos e por ali passaram produtores e enólogos do Douro, a mostrar e partilhar as suas experiências e os seus vinhos. E houve muita música e alguns espectáculos que foram até de madrugada. No final o balanço foi bastante positivo e muito melhor teria sido se não fosse a chuva, o que deu boas indicações para o próximo ano, com mais um Douro Wine Fest.

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Douro Wine Fest – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas a Régua está a mexer, o que se verificou pele quantidade de visitantes do evento, e têm aparecido novos espaços, entre wine bars e restaurantes.

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“Tasca da Quinta”, uma Tasca à moda antiga – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Um dos mais recentes é uma tasca à maneira antiga, resultante da recuperação dum espaço rústico muito bonito, cuja traça se manteve. Como se mantiveram o xisto e a madeira que já existiam, tendo-se recuperado o espaço com a modernidade necessária para poder servir bons petisco num ambiente confortável. Os proprietários chamaram-lhe “Tasca da Quinta”, que também têm uma pequena produção vinícola, do outro lado do rio.

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“Tasca da Quinta” – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A sala é ampla, com soalho de xisto, cores vivas, grossas traves de madeira no tecto, um enorme balcão, que deixa ver a cozinha moderna por detrás.

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Staff “Tasca da Quinta” – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Onde duas mulheres apaixonadas pelo que fazem, tratam produtos muito bons de maneira tradicional, para nosso consolo. Serve-se pão regional e broa de milho para acompanhar óptimo presunto, sardinhas de escabeche e codorniz de escabeche, e algumas tapas tendo como base o pão e a broa: tapa de bacalhau com pimento vermelho e tapa de moira deliciosas. Também muitíssimo boas as costelinhas de porco em vinha d´alho e as açordas, de que se destaca a açorda de cogumelos, soberba.

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Costelinhas de Porco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Açorda de Cogumelos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

Entre outras possibilidades fecha-se a refeição com uma saborosa e cremosa tarte de maçã.

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Tarte de Maça Cremosa – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Há várias mesas ocupadas por estrangeiros que se deliciam com os petiscos bem portugueses…e com o vinho do Douro. Bebe-se mais um copo e continua-se a conversa sobre o Douro e o seu desenvolvimento. E deseja-se uma vindima com o mínimo de estragos possível, apesar da chuva que não se vai embora…

Contactos
Rua de Santa Luzia, 175
4250-417 Porto
Tel: (+351) 228 329 017
Fax: (+351) 228 329 017
Telemóvel: (+351) 964 137 029
Email: pwf@offe.pt
Site: www.portowinefest.com

Quinta do Monte Xisto 2012

Texto José Silva

Com o bom gosto e o humor que se lhe reconhece, a família Nicolau de Almeida lançou a colheita de 2012 do seu vinho Quinta do Monte Xisto num local inusitado, a estação de caminho de ferro de S. Bento, na cidade do Porto.

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Caixas Quinta Monte Xisto 2012 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Sala Estação de São Bento – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma das muitas salas do primeiro piso do velho edifício, foi decorada com algumas mobílias da própria família, um singelo arranjo com xisto e plantas silvestres vindos de Foz Côa e algumas caixas de madeira que embalam o vinho, como elementos identificativos da origem desta sua criação.

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João Nicolau de Almeida – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

With the presence of all of the family elements but young João Nicolau, it was the father’s duty to do the honor of the house and present this new vintage of a wine that is prepared with the opinion of the whole family. As he said: “This wine is a blend of the Nicolau de Almeida family, it is discussed among all and we all learn with each other”.

We moved on to the wine tasting, which showed itself in a very good shape, though still very young, and promising to follow in the footsteps of its almost sold out older brother, from the 2011 vintage, . Vineyards in schist soils, with a sometimes merciless climate, that rudeness of extremes, and a different viticulture from other places in Douro, producing healthy grapes, well matured, chosen with rigor. The wine aged in 600 liters oak barrels, mostly used ones.

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Quinta do Monte Xisto 2012 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Apresentou-se com uma cor vermelha rubi intensa, com bastante corpo, muito fino no nariz, sedoso, com boa presença de frutos vermelhos deliciosos, alguma frescura e um floral intenso e inebriante. Na boca apresentou-se cheio de elegância, com acidez bem balanceada, fresco, jovem, taninos poderosos bem domados, os frutos vermelhos muito aveludados, óptimo volume de boca, com notas ligeiras de especiarias e um delicioso final muito longo.
Nas palavras de João Nicolau de Almeida: “É elegante, fino, potente, sedoso, tem volume, apetece beber mais!”

Um vinho que vai certamente passar a ser um dos clássicos do Douro, com personalidade muito própria e um perfil que revela o estilo de fazer vinhos desta família. Como dizia Mateus Nicolau de Almeida: “A Quinta do Monte Xisto é uma criação nossa, da família, está lá o nosso adn, é um projecto de vida”.

Seguidamente, a convite da família Nicolau de Almeida, foi servido um almoço no restaurante DOP, do chefe Rui Paula, que foi inicialmente acompanhado por dois vinhos do Mateus Nicolau de Almeida, os Muxagat Rosé de 2013 e Branco de 2012, finalizado pelo vinho que estava a ser apresentado, o Monte Xisto 2012.

O Muxagat Rosé 2013, feito a partir de uvas das castas tinta barroca e tinto cão, colhidas na região da Meda, apresentou uma côr salmão fantástica. Algo floral e fresco no nariz, extremamente elegante, na boca é austero, seco, com óptimo volume e final longo, muito gastronómico.

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Mini Pastel de Chaves – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Acompanhou salmão fumado com nata azeda, queijo Brie com compota de três pimentos e um delicioso mini pastel de Chaves.

O Muxagat branco 2012 apresentou uma côr amarela clara cristalina, o nariz com notas adocicadas, muita fruta branca madura, fresco, elegante e delicado.

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Carpaccio de Polvo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na boca esteve possante, autoritário mas com muita frescura, uma acidez incrível, grande estrutura e elegância, muita elegância, e acompanhou um carpaccio de polvo com verduras e telha de queijo mozzarela.

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Cachaço de Porco Bísaro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O prato de carne, um cachaço de porco bízaro com puré de aipo e espargos verdes, foi companhia pefeita para o  novo Quinta do Monte Xisto 2012, e duma deliciosa trilogia de chocolate, a rematar uma óptima refeição.

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Família Nicolau de Almeida – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Despedimo-nos desta família Nicolau de Almeida, pelo menos até para o ano, para mais um vinho com o seu adn.

Contactos
Caminho do Curral Teles Vila Nova de Foz Côa
5150-636 Vila Nova de Foz Côa

ODE

Texto José Silva

Um conceito diferente, uma experiência gastronómica fantástica, o prazer de estar à mesa com tempo. O jovem proprietário do ODE tem um verdadeiro culto pelos vinhos portugueses, que ali são servidos com rigor, com bons copos e às temperaturas adequadas, e dos produtos tradicionais e de origem, com que são confeccionados os muitos petiscos e pratos desta casa de bem comer. Um oásis num deserto que demora a desaparecer.

Este ODE foi a recuperação inteligente e com bom gosto dum espaço antigo em plena zona histórica da cidade do Porto, bem perto do Cais dos Bacalhoeiros e da Ribeira.

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Cristóvão Sousa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Numa construção típica em granito, tem logo à entrada uma bonita mesa de xisto que alberga meia dúzia de pessoas, com o balcão da cozinha aberta mesmo em frente. A parede lateral tem um castiço escaparate com legumes e fruta frescos e, logo ao lado, os modernos armários de temperatura controlada onde repousam os vinhos em condições excelentes. Ao fundo, dois degraus acima, uma primeira sala, quase um privado, com o tradicional granito da cidade nas paredes e grossas traves de madeira nos tectos. Decoração magnífica, requintada, “cozy”, lindíssima. À direita, uma escada de madeira leva-nos ao primeiro piso, à sala principal, com meia dúzia de mesas e o mesmo estilo, mas com vista para o largo e uma nesga de rio. Serviço impecável, gente jovem bem dirigida pelo proprietário, a transmitir a paixão e o bom gosto.

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Polvo “à Lagareiro” – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Sentados à mesa de xisto da entrada, que partilhamos com dois dos muitos estrangeiros que enchiam por completo o restaurante, veio para a mesa pão regional de Bragança e dois pequenos recipientes com azeite, um de Trás-os-Montes e outro alentejano. Logo de seguida foi servida manteiga dos Açores, muito boa, salpicão de porco bízaro de Melgaço e um queijinho de Azeitão, qual deles o melhor!! Estava lançada a viagem por uma cozinha simples, com vários sabores e aromas, com excelentes produtos, bem temperada. A sopinha de legumes frescos foi reconfortante, soube muito bem. Uma deliciosa alheira de Vinhais grelhada, veio já cortada em pequenos bocados, cada um com um pedaço de manga em cima, paladares a contrastar, de belo efeito. Depois foi a vez dum escabeche de espadarte que estava no ponto, envolvido por cebola e pimento, vinagre na quantidade certa, bem bom. Não faltou o tradicional polvo à lagareiro em toda a sua pujança, tenro e muito apaladado, acompanhado de batata com pele e legumes cozidos e regado, mais uma vez, de óptimo azeite.

Por fim a carne, desta vez uns nacos de novilho grelhados, na companhia de molho de caril goês e arroz basmati com raspa de lima, num conjunto de contrastes delicioso.

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Muros de Melgaço – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Graça Reserva – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Embora nos tentassem com um vulcão de chocolate com Ártico de tangerina ou um pudim da avó Dulce, já não aguentamos e ficamos por um prato de fruta bem conseguido. O proprietário é incansável no acompanhamento que vai dando aos clientes, transmitindo duma forma encantadora a sua paixão pelo que faz, mas também o rigor na apresentação do que vem à mesa, a atenção no servir dos vinhos, o controlo das suas temperaturas, o cuidado nas harmonizações que se aconselham.

Os vinhos estiveram muito bem representados, começando-se pelo Muros de Melgaço de 2013, um Alvarinho seguro, cheio de vida, fresco, muito aromático e com acidez equilibrada. O branco do Douro Graça Reserva 2009, é feito de uvas de vinhas antigas, cheio de mineralidade, complexo, fresco e com belíssima acidez, em grande forma.

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Pardusco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Quinta dos Frades – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Depois foi o Pardusco 2012, um tinto diferente, moderno, quase um palhete, muito fresco e suave no nariz, envolvente na boca, cheio de fruta e acidez muito equilibrada, requintado. O Quinta dos Frades Vinhas Velhas 2009 esteve em grande nível, cheio de elegância, redondo, aveludado mas seguro, ligeiramente especiado, com notas de fumo, grande vinho. Em contraste, mas em grande forma, esteve o Grou 2008, um alentejano que continua a evoluir muito bem em garrafa, com óptima estrutura, bom volume de boca, taninos sóbrios, frescura e acidez em belo equilíbrio, delicioso.

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Grou – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Olho no Pé – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O colheita tardia Olho No Pé de 2011 está mesmo bom, doce mas com excelente acidez, notas de fruta madura,  uma mescla deliciosa, bebeu-se várias vezes…

Terminamos à conversa com o proprietário com um Porto Tawny Ode, cheio de tradição, elegante, autoritário, que fechou uma longa mas excelente refeição, uma autêntica ode à culinária de qualidade.

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ODE (Reserve Tawny) – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Contactos
ODE Porto Wine House
Largo do Terreiro 7
4050-301 Porto
Telemóvel: 913 200 010
E-mail: info@odewinehouse.com
Facebook: odeportowinehouse

Vinhos da Quinta do Fojo

Texto José Silva

Num ambiente rural, em pleno vale do rio Pinhão, com vinhas por todo o lado, fez-se uma prova vertical dos vinhos da Quinta do Fojo. O acesso à quinta é difícil e o troço final fez-se a pé, apreciando melhor a beleza da propriedade e da casa rural. A casa foi construída para os proprietários acompanharem as vindimas, muito bem inserida na paisagem, com pormenores muito interessantes, que têm sido mantidos e preservados.

O arvoredo envolvente faz a ligação natural com as vinhas que circundam a casa, com um enorme terreiro de permeio, para usufruir refeições de verão, como foi o caso, ou para apreciar um copo de vinho ao final da tarde na contemplação do pôr do sol duriense.

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Quinta do Fojo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois do ligeiro passeio, tomamos assento à mesa para a primeira prova vertical dos vinhos da Quinta do Fojo. E desfilaram pelos nossos copos as colheitas até agora existentes:

Vinha do Fojo 1996
Num ano de grande produção, apareceram vinhos muito interessantes, como este. Granada claro muito limpo, nariz elegante e requintado, cheio de perfume, bela acidez, ainda alguns frutos vermelhos, seco, refinado.

Fojo 1996
embora do mesmo ano tem uma atitude diferente, cor granada com laivos acastanhados, mais fechado, embora elegante e perfumado. Cheio, com bela estrutura, volumoso, óptimos taninos, muita fruta vermelha madura, longo, muito bom.

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Vinhos Provados – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Fojo 1998
num ano diferente, um vinho diferente. Granada claro, elegante, nariz fantástico, requintado, mesmo perfumado e com algumas especiarias, fascinante. Envolvente e com acidez vibrante, taninos saborosos e belos frutos vermelhos, ligeiramente seco. Final imenso…

Fojo 1999
num ano difícil, um vinho muito interessante. Granada com laivos acastanhados, nariz elegante embora algo fechado, mas cheio de requinte, com notas ligeiramente mentoladas. Acidez equilibrada, ligeiramente seco, taninos persistentes, complexo, carnudo, com final longo.

Fojo 2000
em ano de muito bons vinhos, é vermelho granada intenso, nariz ainda fechado, profundo, requintado, muito elegante. Redondo mas seco, taninos poderosos a dar-lhe estrutura, frutos vermelhos ainda cheios de frescura, excelente acidez, um vinho cheio de juventude, para durar mais uns anos.

Fojo 2001
o primeiro ano do milenium revela belos vinhos como este. Granada médio, elegante, nariz intenso, cheio, com muita fruta vermelha. Elegante e com bela estrutura na boca, taninos seguros, acidez fantástica, ainda muitos frutos vermelhos, carnudo, com grande final.

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Casa da Quinta do Fojo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O almoço que entretanto foi servido, teve a companhia de todos os seis vinhos em prova, o que permitiu fazer várias combinações e perceber a prestação de cada um, agora com companhia. Os vinhos são muito gastronómicos, estão cheios de saúde, ainda vão evoluir por muitos anos. Seguros, com perfil evidente, as diferenças apenas influenciadas pelos diferentes anos, e preparados com as uvas das vinhas velhas do Fojo, são belos investimentos como vinhos de guarda, e, felizmente, ainda estão disponíveis todas as colheitas.

O Douro em toda a sua plenitude.

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Margarida Serôdio Borges – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Rita Marques – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desde o início do projecto destes vinhos da Quinta do Fojo, o acompanhamento foi liderado pelo enólogo e amigo da casa, David Baverstock. Apenas na colheita de 2001 já não acompanhou a elaboração do vinho.

Houve entretanto uma paragem na produção destes vinhos, por opção dos proprietários, mas adivinha-se o regresso para breve, agora com a colaboração da jovem enóloga Rita Marques, uma confessa fã dos vinhos do Fojo. Juntamente com a proprietária, Margarida Serôdio Borges. É uma nova dupla de mulheres a dar cartas na produção de vinhos do Douro de excelência.

As vinhas velhas lá vão continuar a dar uvas fantásticas para os vinhos do Fojo…