Posts Categorized : ENOTURISMO

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Esporão, Um Clássico do Alentejo

Texto José Silva

É uma das maiores propriedades do Alentejo, com os seus 1.800 hectares de terreno, 450 dos quais ocupados por vinhas em plena produção e outros 80 com olival a produzir um óptimo azeite.

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O restaurante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Wine Shop – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Se a isto juntarmos uma adega muito bem projectada e inserida na paisagem rural, um restaurante a servir comida excelente, uma loja com grande variedade de ofertas e uma mancha de água que ajudou a moldar a paisagem, pare além de abastecer água a todo o   complexo, então temos um dos poucos locais de enoturismo no Alentejo onde passar apenas um dia pode saber a pouco.

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Vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas é a produção vinícola que mais chama a tenção, não só pela paisagem arrebatadora dos vinhedos a perder de vista, numa continuidade fora do vulgar, mas também pela qualidade e cuidado que põem em tudo o que ali fazem. E, claro, os vinhos, de vários patamares, mas onde a qualidade é uma constante e uma quase obcessão. Numa equipa liderada por um enólogo veterano que, embora oriundo da longínqua Austrália, já é bem português e que recentemente até se naturalizou em terras lusas. David Baverstock não esconde a sua paixão pelo que faz e que faz tão bem, mas é muito bem secundado por uma equipa de viticultura e enologia liderada por Luís Patrão. Os resultados, esses estão à vista, em cada nova colheita.

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Casta Corropio – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Casta Molinha Macia – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na viticultura tem natural destaque o campo ampelográfico que mantêm, com 188 castas portuguesas mas também de vários sítios do mundo, onde se tenta preservar muito do que é nosso e analisar a sua evolução e potencial. Castas com nomes estranhos como Tinta Pomar, Molinha Macia, Malvasia Cândida, Corropio, Uva Salsa, Tinta do Bragão, Arinto do Interior, Larião, Amor-não-me-deixes, Carrasquenho e muitas outras, ali estão a dar o seu melhor. Mas é nas castas mais tradicionais portuguesas (Alicante Bouschet, Aragonês, Touriga Nacional,Verdelho, Antão Vaz, Arinto, Roupeiro, Gouveio) e algumas estrangeiras (Syrah, Petit Verdot, Semillon) que vão buscar as bases para os seus vinhos mais emblemáticos.

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Adega Moderna – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Novas Soluções Técnicas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Algumas destas uvas são depois trabalhadas numa adega moderna recentemente actualizada, com novas soluções técnicas também.

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Barricas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E depois vão descansar naquela cave de barricas enorme, incrível.

Na recente visita provaram-se alguns deles e confirmou-se novamente o seu potencial.

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Duas Castas branco 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O branco Duas Castas 2013, a partir do Gouveio e do Antão Vaz, apresentou-se muito límpido, com aromas vegetais ligeiros, muito cítrico, delicado. Na boca tem bastante frescura, é intenso e persistente, notas frutadas e alguma mineralidade, um vinho cheio de juventude.

O Private Selection Branco também de 2013 é um vinho completamente diferente. Um vinho moderno e sedutor, fermentado em madeira, o que se nota logo no nariz, algo exótico, cheio de elegancia, alguma fruta branca e notas de fumo, levemente tostado. Na boca é gordo, cheio, notas amanteigadas, algum chocolate muito suave, um vinho cheio de harmonia.

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Reserva 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ainda nos brancos passamos ao Reserva 2013, um vinho clássico, também fermentado em madeira, apresenta-se muito límpido, com alguma intensidade de fruta, entre citrinos e frutos brancos e notas muito ligeiras de fumo. Na boca é cheio, volumoso, fruta branca muito madura, acidez equilibrada e alguma frescura a combinar com a mineralidade persistente.

O Private Selection Tinto de 2011 revela todo o potencial dum ano extraordinário. Aromas complexos de especiarias, alguns frutos vermelhos, notas de chocolate e tabaco muito suaves. Na boca é austero, cheio, com notas de cacau e café, intenso, boa acidez e final longo e saboroso.

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Quatro Castas tinto 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Passamos ao Quatro Castas Tinto de 2013, com algum floral no nariz, associado a frutos vermelhos e notas apimentadas bem divertidas. Na boca é volumoso, com óptima acidez, alguma complexidade, muito elegante com final médio bem interessante.

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Reserva tinto 2012 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Finalizamos com um clássico, o Reserva Tinto de 2012. Um vinho com um nariz exuberante, com presença de frutos silvestres, algum fumo, apimentado, elegante.

Na boca é ao mesmo tempo elegante e austero, cheio de corpo, ligeiramente tostado, frutos pretos, boa acidez a dar-lhe equilíbrio e provávelmente grande longevidade. Belo vinho.

Já na saída da herdade, a paragem obrigatória na Torre do Esporão, mandada construir entre 1457 e 1490 por Álvaro Mendes de Vasconcelos. Foi recuperada em 2003 e hoje alberga um museu arqueológico onde estão peças valiosas recolhidas no Esporão e nos Perdigões.

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Arco do Esporão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Ermida de Nossa Senhora dos Remédios – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ao lado da torre está o Arco do Esporão e a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios, que também fazem parte da história desta propriedade, cuja origem se perde no tempo…

Contactos
Herdade do Esporão Enoturism
Herdade do Esporão
Apartado 31
7200-999
Reguengos de Monsaraz
Tel: (+351) 266 509280
Fax: (+351) 266 519753
E-mail:reservations@esporao.com
Website: esporao.com

L´And Vineyards, um hotel dedicado ao culto do vinho…

Texto José Silva

Está situado muito perto de Montemor-o-Novo, em pleno Alentejo, este hotel que é muito mais que isso. Banhado pela paisagem alentejana característica, beneficiando daquela quietude, daquele sossego, é uma unidade hoteleira muito moderna e que desenvolve, há cerca de três anos, um novo conceito, em que a produção de vinho faz parte integrante de todo o complexo.

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L’And Vineyards Resort – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No edifício central estão os serviços que o L’And oferece: restaurante, salas de estar e um spa que inclui uma piscina, havendo ainda uma simpática piscina exterior. E, por baixo deste edifício está, imagine-se, a adega. Mas uma adega de pequenas dimensões, com cubas de aço inox muito pequenas, uma versão liliputiana das adegas alentejanas, sendo o responsável pela produção dos vinhos o engº. Paulo Laureano, um enólogo com enorme experiência, que aceitou este desafio.

Cá fora, em frente ao edifício, estão as vinhas, mas também há vinhas mesmo ao lado da piscina, entre esta e as primeiras suites do hotel. São construções apenas de dois pisos, como aliás são todas as outras, numa integração ambiental que também foi desde o começo uma das grandes preocupações dos proprietários. Um lago artificial serve apenas para reter a água necessária para regar os imensos relvados e, a seu tempo, as vinhas.

Embora os automóveis possam aparcar junto aos apartamentos, o pessoal do hotel desloca-se em veículos eléctricos por todo o complexo. Não há ali os tradicionais quartos de hotel, mas sim suites de pelo menos dois quartos, com salas de estar enormes, cheias de luz e muito bem equipadas, com mini-bar, máquina de café Nexpresso, televisão com todos os canais possíveis, vídeo e suporte para Ipod e Iphone, ar condicionado e um pátio interior absolutamente privado.

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Vinhas L’And Vineyards – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Não faltam uns confortáveis chapéus de palha, que se podem revelar muito úteis, diria mesmo fundamentais, para enfrentar o vigor do sol alentejano. Cá fora, em cada suite, há uma lareira que pode ser acesa para se estar cá fora, à noite. Há também algumas vivendas que foram vendidas a privados, mas que fazem parte de todo o complexo, beneficiando mesmo de alguns dos seus serviços. É um local para descansar e fazer belas caminhadas a pé, mas que não deixa de estar bem perto de Montemor-o-Novo, com todas as necessidades mesmo à mão. No spa, bem como em todas as suites, usam-se os produtos de beleza da Caudalie, preparados à base de uvas e de vinho, sendo propostas no spa várias aplicações, massagens e tratamentos de vinoterapia, de belo efeito.

Mas como o corpo também tem que ser bem tratado interiormente, há um excelente restaurante, onde todos os dias é servido um completíssimo pequeno almoço. Embora esteja encerrado à segunda e terça-feiras, o restaurante tem um serviço impecável, com amesendação de grande qualidade e profissionais que não descuram o mais pequeno pormenor, e que inclui o serviço dum escanção, a propor-nos viagens apelativas pelo nosso mundo vínico. E que servem de suporte a uma ementa preparada diariamente pela equipa de profissionais dirigida pelo chefe Miguel Laffan que, com a sua experiência e bom gosto, lhe valeu em 2013 a atribuição duma estrela do prestigiado guia Michelin, aliás inteiramente merecida.

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Restaurante L’And Vineyards – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É a busca de paladares e texturas suaves e requintadas em que a utilização exaustiva de produtos genuinamente portugueses é uma constante, com resultados brilhantes, que ali têm levado imensos visitantes, com uma percentagem enorme de portugueses, que cada vez mais dão valor aos nossos produtos, aos nossos vinhos e aos nossos profissionais.

O menu degustação que se provou é uma boa solução, para apreciar entradas, peixe, carne e sobremesa, a que se podem juntar vários vinhos servidos a copo.

Começamos por petiscar umas amêndoas caramelizadas com caril, até que veio uma deliciosa sopa de peixe da costa vicentina, lagostim assado e croquete cremoso de ostra, seguido de tataki de atum em mil folhas, compota de cebola roxa e chutney de manga com salada de rábano, coentros, bergamota e wasabe. Também um delicioso salmonete em caldo de caldeirada com salada crocante.

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Tataki de Atum em Mil Folhas – Foto de José Silva | Todos os direitos Reservados

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Salmonete em Caldo – Foto de José Silva | Todos os direitos Reservados

Veio depois a carne com o lombinho de porco de raça alentejana assado lentamente, gratin de couve-flor texturizado com salteado de espargos, ervilha e morcela regional, uma festa para o paladar.

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Duo de cenoura, terra de pistacho com espuma de açafrão e gengibre e gelado de mel – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nas sobremesas provou-se o tiramisu de pistacho com chocolate branco e cerejas confitadas, gelado de café e crocante de chocolate tainori, para terminarmos com um duo de cenoura sobre terra de pistacho com espuma de açafrão e gengibre e gelado de mel.

Os vinhos propostos foram espumante bruto da Herdade do Esporão, muito elegante, suave mas com bolha persistente e cordão cremoso, o branco duas castas do mesmo produtor, com Roupeiro e Arinto, de 2012, fresco, muito elegante, com óptima acidez e alguma evolução, excelente vinho.

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L´And Vineyards Reserva 2010 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Grandjó de 2008 Late Harvest – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Depois veio o tinto L’And Vineyards Reserva 2010, cheio de estrutura, redondo, de aromas muito elegantes, aveludado mas com a força dos frutos vermelhos e taninos bem casados, um vinho a reter.

Para as sobremesas o escanção propôs um vinho do Porto Rozès White Reserva e um Grandjó de 2008 Late Harvest, e propôs muito bem.

Servidos na temperatura correcta em copos adequados, foram o epílogo de excelência para uma refeição magnífica neste L’And Vineyards.

Contactos
L’And Vineyards
Estrada Nacional 4
Herdade das Valadas
Apartado 122
7050-031 Montemor-o-Novo
Évora
Tel: (+351) 266 242 400
Fax: (+351) 266 242 401
E-mail: reservas@l-and.com or info@l-and.com
Site: l-andvineyards.com

Morgadio da Calçada – (N)a História do Vinho

Texto Patrícia Leite 

A aldeia de Provezende, inserida no coração do Alto Douro Vinhateiro, património mundial da UNESCO, está por natureza ligada à história do Vinho. Situa-se no concelho de Sabrosa, terra de famílias nobres que prosperaram em poder e influência no século XVIII com a produção e comércio de vinho. Aí terá nascido a ideia da criação da Região Demarcada do Douro, concretizada pelo Marquês de Pombal em 1756.
Para além de ter desempenhado um papel de destaque na criação da cultura e da paisagem do Douro Vinhateiro, Provezende beneficia de uma densidade patrimonial invulgar, incluindo vários solares e um Pelourinho de 1578. É nesta Aldeia Vinhateira que encontramos uma das 13 casas senhoriais do século XVII, a Casa da Calçada, que foi classificada em 2009 como Imóvel de Interesse Público e que alberga o projecto enoturístico Morgadio da Calçada desde Janeiro de 2013.

Fonte:www.morgadiodacalcada.com

O edifício solarengo e a capela são completados pelas dependências agrícolas, formando um pátio com portal, conjunto este que constitui um dos exemplares da tipologia “casa nobre em espaço rural” e é um dos espaços emblemáticos da região duriense. A Casa da Calçada viu também reconhecida a sua importância histórica e das personalidades com ela relacionadas na construção da cultura e paisagem do Douro Vinhateiro. É nesta “viagem ao passado” que encontramos uma das características distintivas do projecto Morgadio da Calçada.

Pela sua excelência, a Rede de Capitais de Grandes Vinhedos (uma aliança de dez regiões vinícolas internacionalmente reconhecidas) atribuiu a esta unidade enoturística o prémio Best of Wine Tourism 2014 na categoria Arquitectura e Paisagem, sendo um dos 5 projectos considerados do melhor se faz no enoturismo em Portugal.

O alojamento do Morgadio da Calçada consiste em 8 quartos situados nas antigas cavalariças e armazéns agrícolas, os quais foram recuperados de forma contemporânea com materiais e objectos portugueses da melhor qualidade, oferendo todo o conforto e privacidade com o charme das antigas construções rurais.

Fonte:www.morgadiodacalcada.com

A antiga cozinha dos trabalhadores da quinta foi transformada numa acolhedora sala de estar, onde podemos passar os serões de inverno à lareira e receber a brisa fresca dos pátios no verão. Da sala vemos e acedemos à paisagem maravilhosa das vinhas de onde provêem os vinhos “Morgadio da Calçada”.

Na actual cozinha tudo foi pensado para a partilha com os clientes do prazer e tradição gastronómicos da família na confecção das antigas receitas das cozinheiras da Casa da Calçada, com ingredientes da horta da quinta e da região.

Fonte:www.morgadiodacalcada.com

Lá fora, o espaço é tranquilo e prazenteiro, protegido por grandes árvores e com recantos que convidam ao relaxamento. E a piscina também marca a diferença: foi construída dentro das ruínas de um dos antigos armazéns da quinta, ficando-nos na memória pela sua originalidade.

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Fonte:www.morgadiodacalcada.com

Mas o nome “Morgadio da Calçada” é também a identidade de um conjunto de vinhos, sempre presentes no serviço aos clientes desde que chegam à unidade.

Fonte:www.morgadiodacalcada.com

Os vinhos são produzidos por Dirk Niepoort, fruto da parceria entre a Casa da Calçada e a empresa Niepoort (Vinhos), SA. Para além dos vinhos tranquilos Douro com rótulos do Arquitecto Siza Vieira, a marca “Morgadio da Calçada” tem também 6 vinhos do Porto (Dry White, Tawny, Colheita 1998, Rubi, LBV e Vintage 2007), cujos rótulos são da autoria do Arquitecto Michel Toussaint.

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Fonte:www.morgadiodacalcada.com

A estadia no Morgadio da Calçada permite ainda usufruir da vivência da Aldeia Vinhateira de Provezende, com mercearia, padaria com forno antigo feito em pedra (onde o pão ainda é confeccionado à mão), monumentos e paisagens de suster a respiração. Na unidade enoturística, é também obrigatório visitar as vinhas, os armazéns e a casa senhorial, com grandes salões palacianos, ficando a conhecer as histórias da família e do local que se interligam com a história do Douro.

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Fonte:www.morgadiodacalcada.com

Afinal, o Morgadio da Calçada reflecte o gosto particular dos seus sócios-gerentes, Jerónimo Cunha e Pimentel e Manuel Villas-Boas, de partilhar momentos, espaços e histórias para que perdurem na memória.

Contacts:
Manuel Villas-Boas
mvb@morgadiodacalcada.com
Tlm +351 915 347 555
Tlm +351 937 745 886
Largo da Calçada/ Provesende
5060-251 Sabrosa, Douro – Portugal
Tel +351 254 732 218 | www.morgadiodacalcada.com

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Casas do Côro – (En)Canto de Marialva

Texto Patrícia Leite

No mapa vitivinícola português, a freguesia de Marialva divide-se entre a região do Douro e a da Beira Interior. E é no coração desta belíssima Aldeia Histórica de Portugal, de grande importância estratégica nos alvores da nacionalidade, que encontramos as Casas do Côro, uma unidade de casas de campo, hotel vínico e eco-friendly Spa.

Na chegada às Casas do Côro de imediato percebemos como esta unidade enoturística respira história, tranquilidade e respeito pela natureza, num conceito único que resulta de uma enorme paixão pela terra e por bem-receber dos proprietários Cármen e Paulo Romão.

Source:www.casasdocoro.pt

Tudo começou há 14 anos, com a simples ideia de recuperação da primeira das casas – a Casa do Côro – que passou depois a funcionar como casa principal deste projecto turístico de excelência. Esta casa é como um pequeno hotel, a única que não se aluga na totalidade, e tem quatro quartos de casal, um quarto individual e uma suite júnior. Lá encontramos também uma magnífica sala de jantar acompanhada de uma acolhedora sala de estar.

Source:www.casasdocoro.pt

À casa principal juntaram-se mais oito casas em total respeito pela traça beirã, que manda erguer paredes em granito, xisto e madeira de castanheiro e pinho.

É possível ainda usufruir do magnífico espaço exterior em volta de cada uma das casas, bem como dos jardins e da piscina, para passear, relaxar ou até mesmo para jantar ao luar nas noites quentes de Verão.

Em plena harmonia com a Natureza, podemos ainda encontrar a suite eco-sustentável dos Bogalhais: um espaço de design rodeado de carrascos e sobreiros, com uma vista arrebatadora sobre Marialva.

Source:www.casasdocoro.pt

Actualmente as Casas do Côro têm 24 quartos, mas com os investimentos já realizados e agora em fase final, o alojamento da unidade será em Julho de 2014 no total de 31 quartos distribuídos por 6 tipologias diferenciadas, contando também com um eco-friendly Spa.

Nesta unidade de enoturismo experiencia-se ainda, claro está, a tradição da gastronomia e do vinho, num ambiente acolhedor e requintado. Na verdade, a oferta de uma gastronomia de excelência é também uma aposta das Casas do Côro, da responsabilidade de Cármen Romão. E muito do que é servido nas refeições é produzido na unidade, sendo tudo o mais comprado nas redondezas: pão cozido em forno de lenha, compotas, mel, sumos naturais de frutas da época provenientes da horta biológica, queijo curado, requeijão, chouriço e lombo, ovos caseiros, bolos, entre outros.

Source:www.casasdocoro.pt

Em 2008, as Casas do Côro entraram no negócio do vinho pela mão do amigo Dirk Niepoort. Primeiro começaram a comprar uvas às pessoas da aldeia de Marialva, mas depois decidiram começar a ter também uvas próprias e plantaram vinha. Os vinhos “Casas do Côro” provêm das duas regiões vitivinícolas que “dividem” Marialva: do Douro (Rosado, Branco Reserva e Tinto Grande Reserva) e da Beira Interior (Branco, Tinto e Tinto Reserva). Dirk Niepoort assina os vinhos Douro Rosado e Branco Reserva e Rui Reboredo Madeira os vinhos Beira Interior Branco, Tinto e Tinto Reserva e os vinhos Douro Tinto Grande Reserva.

Mas, para além de encontrarem na Loja do Côro uma oferta de vinhos seleccionada por Paulo Romão, os entusiastas do vinho têm ainda a oportunidade de viver experiências vínicas com os vários programas oferecidos pela unidade enoturística: “Casas do Côro & Gourmet & Wine Experience, “Casas do Côro & Oporto Ramos Pinto Experience”, “Casas do Côro & Wine & Train Tour Experience” e “Casas do Côro & Douro Boat & Ervamoira Museum”.

Source:www.casasdocoro.pt

Nestes programas, com duração de 3 dias, é possível usufruir de provas de vinho, de visita às quintas e adegas vitivinícolas, de momentos de degustação gastronómica e de caminhada nocturna e visita ao Património Histórico, Religioso, Arquitectónico e Natural de Marialva.

Segundo Paulo Romão e a sua mulher Cármen, muito mais do que um hotel, as Casas do Côro são sinónimo de “amor, família, cultura, história, património e terra”. Para mim, são um verdadeiro (en)Canto de Marialva!

Contactos

Marialvamed – Turismo Histórico e Lazer, Lda
Largo do Côro
6430-081 Marialva
Portugal
 Telefone (+351) 917 552 020
Fax (+351) 279 850 021
info@casasdocoro.pt ou reservas@casasdocoro.pt
www.casasdocoro.pt

Morgadio da Calçada, de Provesende para o mundo

Texto João Pedro de Carvalho

Na pacatez da pitoresca Vila de Provesende reina um ambiente acolhedor e pleno de tradição. Pela manhã o ar fresco e puro é tomado pelo cheiro a pão cozido que percorre as ruelas e guia-nos a uma visita obrigatória à padaria.

Um dos mais antigos solares daquela vila é a Casa da Calçada, um imponente solar duriense cuja fundação remonta ao séc XVI pertença do Morgado da Calçada, mandado construir no final do século XVII pelo desembargador Jerónimo da Cunha Pimentel, mantendo-se na família até aos dias de hoje.

É Manuel Villas-Boas quem nos abre o portão que dá passagem para um conjunto de antigos edifícios agrícolas, alvos recentes de uma profunda e cuidada reabilitação, que deram origem a uma bonita unidade de enoturismo. No total são oito quartos e piscina, onde o bom gosto se alia à tradição com um ligeiro e necessário toque de modernidade. Se aliarmos tudo isto à arte de bem receber de Manuel Villas-Boas, apenas faltará abordar os belíssimos vinhos que ali são produzidos.

Casa da Calçada – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Na verdade, o vinho sempre fez parte da história daquela casa e a visita à antiga adega apenas o confirma com a presença de imponentes e históricos tonéis de madeira. Os cerca de 4,5 hectares de vinhas moram lado a lado com a casa e reconversão das mesmas teve início no ano de 1980, terminando por volta dos anos 90. A vinha divide-se em três parcelas: a mais velha com mais de 100 anos, uma só de castas brancas de cerca de 2,5 hectares com idade a rondar os 20 anos e outra de castas tintas com idade aproximada de 30 anos. Foi nessa altura que se criou a parceria Casa da Calçada – Niepoort com o surgimento da marca Morgadio da Calçada, sendo todo o processo de vinificação tratado na Quinta de Nápoles (Niepoort). Também aqui os detalhes não foram deixados ao acaso e no desenho dos rótulos surge a assinatura do Arq. Siza Vieira para os vinhos tranquilos e do Arq. Michel Toussaint para os vinhos do Porto. Dirk Niepoort é um confesso admirador das vinhas de Provesende, criando ali vinhos de grande frescura e elegância, para o que muito contribuem os 600 metros de altitude e as grandes amplitudes térmicas. Em prova, nenhum dos vinhos se revelou marcado pela madeira e todos mostraram uma enorme apetência gastronómica.

Morgadio da Calçada Branco 2012, Douro – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Morgadio da Calçada Branco 2012, Douro

Fruto de um grande ano, reina aqui a limpeza e frescura da fruta madura (citrinos, ameixa branca, pera) de grande qualidade. Apenas 60% do lote passou por madeira num conjunto muito novo e cheio de energia, dominado em fundo por austeridade mineral. Prova de boca elegante, fruta presente com harmonia, alguma tosta da madeira com frescura a envolver todo o conjunto.

Morgadio da Calçada Branco Reserva 2010, Douro

Um vinho que cresce com tempo no copo, beneficia se for decantado, a mostrar um requintado bouquet com fruta presente (citrinos, ameixa branca), complexo, elegante e convidativo. Da passagem a 100% por madeira, ganhou algum peso num perfil mais estruturado e profundo, complexo e sério que o irmão mais novo. Na boca, muito boa presença com leve cremosidade, fruta cheia de sabor, num final especiado, mineral e persistente.

Morgadio da Calçada Tinto 2004, Douro – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Morgadio da Calçada Tinto 2011, Douro

Estagiou em barricas usadas, madeira discreta ampara um conjunto dominado pela frescura de fruta vermelha/negra (bagas, framboesa,) gulosa com leve doçura, toque de fumo, cacau. Todo ele elegante, com boa estrutura, palato cheio de frescura e fruta, envolvente a terminar com ligeira secura.

Morgadio da Calçada Tinto 2004, Douro

Foi o primeiro tinto Morgadio da Calçada, simplesmente delicioso, cativa no imediato. A fruta limpa, madura e muito bem definida mostra-se banhada numa capa de leve doçura, envolto em frescura e complexidade, especiarias, esteva, cacau, profundo e conversador. Boca cheia de sabor e frescura, macio no palato, muito requinte, leve traço vegetal e especiaria em final longo e persistente. Muito bom.

Morgadio da Calçada Tinto Reserva 2007, Douro

Da selecção das melhores uvas das vinhas mais velhas nasce o Reserva, sério e complexo, sente-se uma ligeira austeridade tão característica dos tintos do Douro, a pedir tempo de copo. Fruta expressiva (cereja, amoras) com notas de esteva, especiaria, nota de licor, mineral, elegante e macio no palato. Saboroso com rica textura, frescura e profundidade, num tinto de gabarito e classe.

Contactos
Largo da Calçada | Provesende
5060-251 Sabrosa (Portugal)
Tel: (+351) 254 732 218
Telemóvel: (+ 351) 915 347 555
E-mail: mvb@morgadiodacalcada.com
Website: www.morgadiodacalcada.com