Posts By : José Silva

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Com instalações modernas, o Santa Luzia mantém a cozinha tradicional…

Texto José Silva

É um restaurante de Viseu com grande tradição, que sempre nos habituou a servir pratos do receituário tradicional quer regional, quer português. Há um par de anos o proprietário resolveu fazer um novo restaurante, muito perto do original (que agora passou a ser uma garrafeira). Cada vez com mais clientela, muita da qual também ali faz serviços, entre aniversários, baptizados e mesmo casamentos, era um passo necessário e assim se avançou para este novo Santa Luzia. Amplo parque de estacionamento, instalações muito modernas e funcionais e a sala para serviços separada do restante espaço.

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Decoração Sóbria – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Decoração sóbria, em tons preto, cinza e castanho, com o soalho em cerâmica branca.

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Mesas muito bem postas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mesas muito bem postas, cuidadas, e serviço impecável, muito profissional, atencioso e atento, que inclui um óptimo serviço de vinhos. E uma garrafeira muito bem fornecida, em que, naturalmente, predominam os vinhos do Dão, mas com muitas ofertas de várias outras regiões do país.

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Um balcão de belo efeito – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Cabeças de alhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Em visita recente, para além de apreciarmos a qualidade do novo espaço, mal entramos na sala deparamo-nos com um balcão “ocupado” por produtos agrícolas tradicionais, de belo efeito: um descomunal pé de couve, cabeças de alhos e cebolas enormes, um pé de alface viçosa e uma montanha de tomate coração de boi!!

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Pé de alface viçosa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Tomate Coração de Boi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Já sentados à mesa veio pão regional muito bom e um prato com generosas rodelas do tal tomate coração de boi, bem polvilhado com sal grosso.

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Pão Regional – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Fatias do tomate Coração de Boi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Estava dado o mote para uma refeição muito boa.

 

Logo de seguida foi a vez do presunto, do salpicão e do queijo curado, umas petingas fritinhas e umas postas de sável de escabeche.

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Enchidos passados pelas brasas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Quase sem nos deixar respirar, vieram os enchidos passados pelas brasas: chouriça, farinheira e morcela da Beira. Enquanto nos debatíamos com estes petiscos, lá dentro, no calor dos fogões, preparava-se um galo de cabidela tradicional, que aguardávamos com ansiedade.

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Pedra Cancela branco Reserva 2013 Dão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nos copos, já corria o branco Pedra Cancela, feito com Malvasia Fina e Encruzado, cheio de frescura, com bela estrutura, acidez equilibrada e óptimo volume de boca, que acompanhou muito bem os petiscos de entrada.

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Galo de Cabidela com arroz – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E chegou o grande momento, apresentou-se à mesa um galo de cabidela com arroz, o tacho directamente para a mesa, como manda a tradição. Destapado o tacho, invadiu a mesa um aroma delicioso, perfumado pelo toque de vinagre no ponto. Iniciaram-se então as hostilidades. A carne do galo rijinha e saborosa, daquela que é preciso mastigar, muito bem cozinhada, o arroz carolino mesmo no ponto, muito bem temperado, o molho espesso e com o vinagre acertado, tudo bem quente, delicioso.

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Tivemos que repetir – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Pedra Cancela tinto Reserva 2012 Dão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E lá tivemos que repetir, pratada cheia, não resistimos. Entretanto já tínhamos passado para o tinto Pedra Cancela Reserva de 2012, um vinho cheio, retinto, com muito boa acidez e alguma frescura, volumoso, a fazer muito boa companhia ao galo de cabidela.

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A refeição acabou com… – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Fechou-se um repasto muito bom com umas cerejas carnudas e doces, que é tempo delas. A zona histórica de Viseu esperava-nos para um passeio retemperante…

Contactos
Estr. Nacional 2
3515-331 Viseu
Tel: (+351) 232 459 325
Email: geral@restaurante-santaluzia.pt
Website: www.restaurante-santaluzia.pt

Os Novos Vintage da Família Symington

Texto José Silva

Foi o renovado espaço da Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, mesmo em cima dos rochedos e do mar, que a família Symington escolheu para apresentar os seus dois mais recentes vinhos do Porto.

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Casa de Chá da Boa Nova – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Os rochedos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Em frente à famosa construção, projectada pelo arq. Siza Vieira, lá continua a lápide com a quadra de António Nobre, que por ali gostava de ir em busca de inspiração.

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O espaço está fantástico – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O espaço está fantástico, com aquela luminosidade que vem do mar, o restaurante agora a cargo duma equipa liderada pelo chefe Rui Paula, que não só executou um óptimo serviço de vinhos, sem falhas, como depois nos serviu uma deliciosa refeição, acompanhada por vinhos deste produtor do Douro: os Altanos brancos estão cheios de frescura, elegantes, com óptima acidez, brancos modernos. Os tintos do Vesúvio estão em grande nível, cheios de estrutura, possantes mas com muita elegância, vinhos muito gastronómicos.

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Apresentação Cuidada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Os primos Charles e Ruper Symington fizeram uma apresentação muito cuidada dos vinhos que íamos provar, pois, para além dos dois vinhos novos, fizemos uma curta mas deliciosa viagem por alguns vinhos do Porto soberbos. Charles Symington ainda fez uma curiosa e interessantíssima apresentação sobre a utilização das novas tecnologias de estudo e controle das vinhas através de técnicas em que se domina completamente a morfologia e composição das terras, da sua humidade, acidez e muitos outros parâmetros. O objectivo? Melhorar sempre a prestação das vinhas, obter cada vez melhores uvas. Os resultados estão á vista.

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Grahams Colheita 1972 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Começamos então por dois Tawnies extarordinários: primeiro foi o Graham’s Colheita 1972 – dum âmbar escuro, laivos dourados e acastanhados, apresentou-se com toque seco no nariz, notas de flor de laranjeira, nozes, avelãs, tabaco, pleno de fragrâncias. Na boca tem complexidade, frutos secos, caramelo, acidez incrível, ainda notas secas, levemente fumado, sempre a evoluir no copo com um final a perder de vista…Já um vinho do Porto clássico.

Seguiu-se o Dow’s Colheita 1974 – dum âmbar médio, límpido, está muito elegante, com notas de laranja, algo citrino, muito delicado, fragrância de amêndoas, com especiarias, um verdadeiro perfume. Grande elegância na boca, acidez poderosa, persistente, casca de laranja, ainda muito fresco, nozes e amêndoas, algum fumo, tabaco, final muito longo para um vinho extraordinário.

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Dow’s Vintage 1975 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Era então a vez dos Vintage, começando pelo Dow’s Vintage 1975, com a curiosidade de ter sido servido a partir duma garrafa modelo Tappit Hen, de 2,1 litros, que a família ainda usa com alguma regularidade. O vinho já está a clarear, dum tom rubi pálido. Extremamente elegante no nariz, ainda com alguma fruta, compota, notas ligeiras de especiarias. Bela acidez, muito envolvente, alguns frutos secos, cereja, muito elegante mas persistente, final muito longo num vintage para evoluir ainda durante muito tempo.

Seguiu-se o Warre’s Vintage 1977 – aspecto atraente, um rubi claro, médio. Nariz austero mas elegante, fumado, ainda fresco, notas de compota, plantas silvestres. Na boca apresentou-se profundo, com uma acidez fantástica, muito complexo, notas de fruta passada, ainda cheio de frescura, final longo e saboroso.

Finalmente apresentou-se um delicioso Graham´s Vintage 1977, um ano em que este produtor fez grandes vinhos do Porto. Ao contrário dos seus primos, apresenta ainda cor incrível, vermelho escuro, quase opaco. Nariz fantástico, profundo, austero mas cheio de elegância, muita fruta preta, chocolate, muito bom. Muito volumoso, acidez muito equilibrada mas potente, deliciosamente complexo, alguns frutos secos e um final fantástico, cheio, envolvente, um grande vinho.

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A provar – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A provar – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois duma ligeira pausa, para respirar fundo e ouvir ligeiras explicações dos dois primos sobre os novos vintage, veio o Dow’s Quinta da Senhora da Ribeira Vintage 2013. Opaco, quase preto, brilhante. No nariz apresentou-se com notas de chocolate preto, frutos pretos muito maduros, amoras, ameixas, uvas passas mas também bastante floral. Poderoso na boca, notas doces, chocolate, figos muito maduros, tabaco, acidez vibrante, muito envolvente, uma bela interpretação dum vintage moderno, excelente.

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Quinta do Vesúvio Vintage 2013 e Dow’s Vintage 2013 Quinta da Senhora da Ribeira © Blend All About Wine, Lda

Finalmente a tradição do Quinta do Vesúvio Vintage 2013. Muito escuro, quase preto, sedoso. Nariz cheio de fruta, muita elegância, floral, fumo, tabaco, cacau e especiarias. Incrível na boca, acidez fantástica, poderosa, frutos pretos bem maduros, ligeiramente especiado, quase picante. Toma conta da boca e nunca mais acaba…A interpretação, perto a perfeição, dum local, dum terreno, dumas vinhas, da Quinta de Vesúvio! E da tradição da pisa a pé em lagares de granito. O regresso às memórias dos primórdios do Douro. Um grande vinho do Porto!

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Cavala Fumada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Já à mesa do restaurante, depois dum copo de champanhe ao ar livre, começamos por uma entrada de cavala fumada com pimentos, falso tomate com requeijão e merengue de azeitona e azeite, servido numa simpática lata de conserva.

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Enguia Fumada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se o prato de peixe, enguia fumada com beterraba e tutano.

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Carré de Cordeiro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na carne foi o carré de cordeiro com tupinambur em especiarias e funcho.

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Selecção de Queijos Nacionais – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Tiramisu – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Uma seleção de queijos nacionais antecedeu a sobremesa, um desconcertante “take me that” (tiramisu).

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O mar – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto já tínhamos regressado ao vinho do Porto…O mar, esse, continuava a bater nas rochas…

Contactos
Symington Family Estates
Travessa Barão de Forrester 86
Apartado 26
4431-901 Vila Nova de Gaia
Portugal
Tel:  +351 223 776 300
Fax: +351 223 776 301
Email: symington@symington.com
Website: www.symington.com

O Douro Superior e o seu Festival Anual de Vinhos

Texto José Silva

O Douro Superior é uma região ainda maioritariamente inóspita, montanhosa, com o rio Douro a proporcionar paisagens verdadeiramente arrebatadoras, duma beleza quase sufocante, de cortar a respiração.

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Douro – Foto Cedida Por Revista de Vinhos | Todos os Direitos Reservados

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“…por vezes um excesso de natureza!” – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Como dizia Miguel Torga, “…por vezes um excesso de natureza!”

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Os solos são pobres – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Os solos são pobres, onde o xisto é predominante e um clima de extremos, com verões muito quentes, com as temperaturas a ultrapassarem muitas vezes os 45º celsius e muitos meses dum inverno muito frio, mas com muito pouca pluviosidade, a possibilidade de regar as vinhas veio trazer o complemento necessário para ali se fazerem vinhos de excepção.

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Vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Oliveira – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nos últimos anos a plantação de novas vinhas disparou completamente, com a vinha a conquistar terreno a uma paisagem onde as oliveiras e as amendoeiras eram predominantes. Aqui e ali ainda se continuam a ver os tradicionais pombais em forma de ferradura, tão característicos. E é daquela sub-região que têm saído alguns dos melhores vinhos portugueses dos tempos modernos. Isto tudo não foi certamente alheio à organização, há quatro anos atrás, do primeiro Festival de Vinhos do Douro Superior, este ano na sua quarta edição.

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Festival de Vinhos do Douro Superior Quarta Edição – Foto Cedida Por Revista de Vinhos | Todos os Direitos Reservados

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E tem estado muito bem a Revista de Vinhos – Foto Cedida Por Revista de Vinhos | Todos os Direitos Reservados

E tem estado muito bem a Revista de Vinhos que, com a sua enorme experiência, soube interpretar aquilo que se pretende dum festival deste tipo, mas que tem lugar na longínqua Vila Nova de Foz Côa, e tem sabido ali chamar apreciadores de vinhos um pouco de todo o país, para além de gente de toda a região, que ali têm oportunidade de provar as novidades e os grandes clássicos, muitos deles já premiados um pouco por todo o mundo.

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A Revista de Vinhos tem sabido também organizar um programa aliciador para a comunicação social – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Tem sabido também organizar um programa aliciador para a comunicação social e para muitos profissionais do comércio de vinhos, a que se juntam muitos blogers da área, com visitas guiadas que incluem almoços e jantares em algumas das mais bonitas quintas da zona. Estes profissionais sentam-se à mesa para provar os vinhos a concurso, numa prova cega impecavelmente organizada, de onde vão saír os prémios para os vinhos que mais se destacam, na opinião dum painel independente e heterogéneo.

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O Festival – Foto Cedida Por Revista de Vinhos | Todos os Direitos Reservados

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O Festival – Foto Cedida Por Revista de Vinhos | Todos os Direitos Reservados

Depois é passear pela feira a provar vinhos e alguns produtos regionais – pão, queijos, enchidos, compotas, frutos secos, azeite, etc. – ou assistir a alguns colóquios bem interessantes conduzidos por alguns dos jornalistas da Revista de Vinhos.

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Caminho de Ferro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Hoje, embora o caminho de ferro continue a ser uma boa opção, os acessos a Foz Côa são muito diferentes, melhores e mais rápidos, o que também facilita dar um salto até lá, para passar um dia interessante, regressando pela noitinha, ou mesmo passar dois ou três dias e aproveitar para conhecer melhor uma região com tantos atractivos, sobretudo a nível paisagístico, onde a ecologia é algo natural que está por todo o lado.

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Uma Região com Tantos Atractivos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Sobretudo a Nível Paisagístico – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Neste caso há que ter alguma atenção aos alojamentos, onde não há grande oferta e que durante o festival estão por vezes completamente cheios.

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Gastronomia Local – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Terrincho tem destaque natural – Foto Cedida Por Revista de Vinhos | Todos os Direitos Reservados

Apreciar a gastronomia local é outro dos atractivos e que passa pelos peixes do rio fritos ou de escabeche, azeitonas, enchidos e queijos, de que o Terrincho tem destaque natural, e a carne de vaca, com alguma predominância da raça Mirandesa, sejam umas costeletas, um rodião ou a tradicional posta Mirandesa, preparadas de maneira simples: brasa de lenha, sal grosso, cozinhada no ponto. No prato junta-se o molho à base de azeite, alho, salsa e vinagre de vinho…e come-se de olhos fechados.

 

O grupo de jornalistas e blogers aproveita sempre para conviver e trocar experiências, num ambiente de franca camaradagem que é também proporcionado pela organização.

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Ambiente de Franca Camaradagem – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No regresso aos vários pontos de origem, já pensamos no ano que vem, para mais uma visita ao Douro Superior, as suas paisagens, a sua comida e os seus vinhos. E às pessoas que fazem tudo isso.

Até para o ano!

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Um Projecto Vencedor no Alentejo Profundo

Texto José Silva

É uma unidade rural exemplar em pleno Alentejo profundo, a sul de Beja, pertencente a um grupo alemão.

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Unidade Hoteleira Caracteristicamente Alentejana – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Aqui em Albernoa a filosofia consiste em aliar uma unidade hoteleira caracteristicamente alentejana a um meio rural onde os cuidados ambientais estão na primeira linha.

Herdade dos Grous The Beautiful Lake

A Lagoa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A começar pela lagoa, de grande beleza, com óptimas condições para a prática da ornitologia. É uma unidade com produções diversas, onde o vinho tem um lugar de destaque, com vários vinhos constantemente premiados um pouco por todo o mundo, produzidos a partir de uvas de grande qualidade nos cerca de 70 hectares de vinha, entre brancos e tintos.

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70 Hectares de Vinha – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas que tem várias outras produções agrícolas: ervas aromáticas, legumes e fruta têm uma produção constante, em regime biológico, que é maioritariamente utilizada nas duas unidades hoteleiras – Alentejo e Algarve.

Herdade dos Grous Cattle

Gado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Também a produção de gado aqui tem uma grande importância, entre gado bovino, caprino e suíno, cujas carnes têm também uma enorme utilização nos restaurantes do grupo.

Herdade dos Grous Jumping Horses

Cavalos de Salto – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Os cavalos de salto são outra das actividades da herdade, onde pontuam alguns cavalos de luxo, com grandes resultados um pouco por todo o mundo. Para além dum azeite de grande qualidade, ali se produzem compotas, mel e biscoitos diversos.

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A Adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A Adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No edifício central funciona a adega, construída de raiz, com todas as condições técnicas modernas para produzir vinhos de qualidade. E isso tem sido conseguido duma forma continuada, graças também ao responsável de toda uma equipa de trabalho (e não só nos vinhos), Luís Duarte, um dos mais premiados enólogos portugueses. Ele que tem uma enorme experiência a fazer vinhos em todo o Alentejo e que aqui é também administrador da unidade. O rigor é uma das palavras de ordem, onde cada uma das pessoas da equipa tem o seu lugar e as suas responsabilidades. E Luís Duarte conseguiu formar uma equipa claramente vencedora. Os resultados falam por si.

Os vinhos da Herdade dos Grous estão todos debaixo desta marca, mantendo uma imagem sóbria a que os consumidores se habituaram, variando apenas as cores dos rótulos e, claro, os anos de colheita. Nesta visita provaram-se seis vinhos soberbos, a acompanhar uma refeição deliciosa.

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Herdade dos Grous branco 2014 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O Branco de 2014 esteve cheio de frescura, muito jovem, com bela acidez, alguma fruta no nariz, o vinho a desaparecer rapidamente dos copos.

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Herdade dos Grous branco 2013 Reserva – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O Branco Reserva de 2013 revelou enorme elegância, notas suaves de madeira, ainda alguma frescura, muita suavidade, mesmo aveludado, para beber ligeiramente menos fresco, belo vinho.

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Herdade dos Grous tinto 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O primeiro tinto, o Herdade dos Grous de 2013, esteve seguro, com bastante fruta madura, muito boa acidez na boca, limpo, redondo, um tinto moderno.

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Herdade dos Grous 2013 Moon Harvested – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se o Moon Harvested também de 2013, com bons aromas de fruta bastante madura, fragrâncias complexas de especiarias e madeira muito suaves, belo volume na boca, consistente e cheio de elegância, com final muito longo.

Herdade dos Grous 23 Barricas de 2013

Herdade dos Grous 23 Barricas de 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O 23 Barricas de 2013, feito com Touriga Nacional e Syrah, é um tinto cheio de estrutura, com raça e nariz complexo mas fascinante, ligeiramente floral. Na boca tem volume, óptima acidez, muita fruta preta, levemente austero, profundo e com enorme final.

Herdade dos Grous 2012 Colheita Tardia

Herdade dos Grous 2012 Colheita Tardia – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E foi no final da refeição que veio para os copos o Colheita Tardia de 2012, aqui preparado a partir da casta Petit Manseng, cujas uvas foram inoculadas com “Botritis Cinerea”, para criar as características necessárias à elaboração um vinho muito especial. Onde a doçura elevada é compensada com uma acidez fantástica, tendo pelo meio aromas complexos de especiarias, notas de mel, compota, gengibre, mas tudo muito equilibrado, servido bem fresco. Delicioso!

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A Refeição Começou com.. – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Herdade dos Grous Cured Chease Paiola Paio From The Neck

Queijo Curado, Paiolo e Paio do Cachaço – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A refeição, no restaurante da herdade, começou com pão regional, azeitonas, dois patés, manteiga normal e manteiga com ervas aromáticas, atum com feijão frade, bacalhau com grão, queijo curado, paiolo e paio do cachaço e, claro, o azeite da herdade para molhar o pão.

Herdade dos Grous The Meats

As Carnes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Herdade dos Grous The Meats

As Carnes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois duns ovos mexidos com espargos bravos vieram as carnes da herdade: borrego, porco preto e vaca alentejana, grelhados só com sal, na companhia de batatas a murro e legumes salteados, tudo de produção local.

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Misto de Doces Alentejanos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O misto de doces alentejanos arrumou de vez com todos os presentes!

Lá fora, continuava a tranquilidade da planície alentejana…

Contactos
Herdade dos Grous
Albernôa 7800-601
Beja, Portugal
Tel: (+351) 284 960 000
Fax: (+351) 284 960 072
Email: herdadedosgrous@herdadedosgrous.pt
Website: www.herdadedosgrous.com

Porto Cruz, uma empresa em constante expansão…

Texto José Silva

Embora pertencente a uma grande firma francesa de produção e distribuição de bebidas, é uma empresa portuguesa de sucesso, que alicerça a sua força na produção de vinho do Porto, e que tem um lugar de destaque em Portugal, sendo um dos maiores produtores de vinho do Porto, mas sobretudo no estrangeiro, para onde exporta a maioria da sua produção.

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Porto Cruz – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Faz parte também do seu portfolio a casa C. da Silva, produtora dos vinhos Dalva, uma referência no sector.

Há um par de anos tomou a maioria do capital da Henriques and Henriques e a totalidade do capital da Justino’s, ambos produtores de vinho da Madeira. Recentemente comprou a Quinta de Ventozelo, uma das maiores extensões de vinha do Douro.

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Adega de Alijó – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Mais moderna e revolucionária tecnologia para produção de vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto já tinha inaugurado a nova adega em Alijó, detentora da mais moderna e revolucionária tecnologia para produção de vinhos.

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Adega com capacidade de armazenagem de 22 milhões de litros de vinho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É uma adega com capacidade de armazenagem de 22 milhões de litros de vinho, com 40 cubas de 360.000L cada e outras de 180.000L cada, entre muitas outras de menor dimensão. Dois enormes filtros alimentam todo o complexo, assim como sistemas de azoto e ar comprimido. E um inovador sistema de limpeza e desinfecção automático que opera para a limpeza de todas as cubas.

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Sistema de bombagem do vinho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O sistema de bombagem do vinho é também automático e tudo é liderado por um sofisticado sistema de domótica.

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Lagares de aço inox – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A parafernália de equipamentos impressiona o visitante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Com lagares de aço inox que alimentam as cubas onde os vinhos vão fermentar e estagiar, passando depois para barricas ou directamente para as garrafas, toda a parafernália de equipamentos impressiona o visitante, quer pela quantidade, quer pela qualidade, quer pela preservação e higiene, imaculadas.

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Nesta adega estão centralizados todos os trabalhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nesta adega estão centralizados todos os trabalhos e ali passam a ser feitos todos os vinhos da empresa, sendo armazenados e dali expedidos.

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Armazenados em cubas de inox gigantes © Blend All About Wine, Lda

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Maior parque de balseiros da região © Blend All About Wine, Lda

Muitos deles vão para Vila Nova de Gaia, onde vão estar armazenados em cubas de inox gigantes ou em estágio, no maior parque de balseiros da região, de enorme dimensão.

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As velhas cubas de cimento – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ali a grandeza não é menor, com as velhas instalações sempre em evolução, adaptadas às modernas necessidades, e onde ainda são usadas as velhas cubas de cimento, num aproveitamento inteligente de todo o espaço disponível.

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Sistema sofisticado © Blend All About Wine, Lda

Ali opera também um sofisticado sistema de enchimento, rotulagem e embalamento, que corresponde às necessidades das enormes quantidades de vinho que saem diariamente, rumo a todo o mundo. A eficácia parece ser a palavra de ordem, anunciando-se para breve obras na parte administrativa e no laboratório.

Com a equipa de enologia a cargo do Eng. José Manuel Soares, que tem uma longa experiência na viticultura e enologia duriense, todo o projecto e estratégia são da responsabilidade do Eng. Jorge Dias, que tem sabido desenhar um perfil novo para os vinhos da Porto Cruz e para toda a imagem da empresa, o que está à vista um pouco por todo o lado.

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O imponente edifício Porto Cruz – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Toda essa imagem está concentrada, mais abaixo, na marginal de Gaia, na imponência do edifício Porto Cruz, já uma referência na zona. Duma construção antiga fez-se um espaço onde, como os próprios dizem “o vinho tem que ser vivido!” Decoração arrojada, muito moderna, investiu-se na imagem digital, com soluções muito inovadoras para dar a conhecer o vinho, sobretudo o vinho do Porto, também através do audiovisual. A tudo isto associou-se muito bem a cultura, que utiliza este espaço duma forma permanente ou temporária, tudo em prol do vinho do Porto e da sua história.

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Restaurante Moderno – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No piso de cima funciona um moderno restaurante, com consultoria do chefe Miguel Castro Silva, mas onde o chefe José Guedes faz maravilhas, com uma cozinha consistente e apelativa.

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A vista – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A vista – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No terraço funciona um bar onde se tem uma visão de 360º sobre Gaia e o Porto, ali em frente, e que funciona até tarde nos meses de bom tempo. Na noite de S. João, estamos em primeira plateia.

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Porto Dalva Golden Branco 1971 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No final duma visita muito completa, brindou-se com um Porto Dalva Golden White 1971.

O rio Douro, esse, passava ali à frente, pachorrento…

Contactos
Espaço Porto Cruz
Largo Miguel Bombarda, N.º23
4400 – 222 Vila Nova de Gaia
Tel: (+351) 220 92 53 40 / 220 92 54 01
Fax: 220 924 299
Website: www.myportocruz.com | www.porto-cruz.com

Na Região Bairradina, Um Produtor Com Grande Tradição

Texto José Silva

Lembro-me de, há muitos anos atrás, nos cafés, ser muito popular pedir: “Uma bica (café) e uma São Domingos!”

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Aguardente Bagaceira Caves São Domingos © Blend All About Wine, Lda

E esta São Domingos era a bagaceira das Caves São Domingos, muito popular como bebida branca de qualidade. Os tempos foram passando, o consumo de bebidas brancas diminuiu substancialmente devido à legislação que entretanto apareceu, mas as Caves São Domingos lá continuam e, entre muitos outros produtos, também produzem esta e outras bebidas com imensa qualidade.

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As Caves São Domingos Lá Continuam © Blend All About Wine, Lda

As caves mantêm as suas instalações em Anadia, mas têm vindo a crescer e a produzir não só maior quantidade de vinhos e destilados, mas também uma maior variedade de produtos.

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As Suas Prestigiadas Aguardentes © Blend All About Wine, Lda

Embora o principal e o mais conhecido seja o espumante, as suas prestigiadas aguardentes têm também mantido a tradicional clientela e têm mesmo alargado o leque de tipo de consumidores, cada vez mais em busca do que é genuíno. Também os vinhos de mesa, das regiões da Bairrada e do Dão têm vindo a ocupar um lugar de destaque no portfolio da empresa.

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Adega Moderna © Blend All About Wine, Lda

Tudo isto fez com que sentissem a necessidade de modernização, e por isso a empresa tem hoje uma adega moderna, com toda a tecnologia disponível, sobretudo a rede de frio, que permite elaborar vinhos modernos e apelativos. Mas também manter a produção de espumantes que têm vindo a ser distinguidos pela crítica nacional e internacional e pelo público consumidor.

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Mais de Dois Milhões de Garrafas de Espumante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nas suas caves estão a estagiar mais de dois milhões de garrafas de espumante, das várias categorias, que vão saindo para o mercado conforme as solicitações.

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Tradicionais “Pupitres” © Blend All About Wine, Lda

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Método Mais Moderno Das Giro Paletes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ainda se encontram a estagiar nas tradicionais “pupitres”, onde as garrafas são rodadas diariamente, à mão, que coexistem com o método mais moderno das giro paletes, a permitir produzir maior quantidade de espumante, com a mesma qualidade.

Os espumantes, graças a uma grande preocupação com a divulgação e a participação em inúmeras feiras quer nacionais quer estrangeiras e a organização de provas um pouco por todo o país, são hoje cada vez mais consumidos também para acompanhar a nossa riquíssima gastronomia, que vai muito para lá do leitão assado, que continua, e muito bem, a ser um companheiro natural.

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Demi-johns © Blend All About Wine, Lda

Mas também ali se mantêm os demi-johns de licor e as barricas onde envelhecem as várias aguardentes produzidas nas caves, hoje já referenciadas em muitos mercados como das melhores que se produzem em Portugal. Os vinhos São Domingos são produzidos a partir de uvas originárias de vinhas próprias mas também de vinhas de viticultores bairradinos e do Dão, a quem a empresa dá apoio técnico, garantindo assim matéria prima de primeira qualidade.

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The Old Wall Clock – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na sala principal, o velho relógio de parede lembrava que era tempo de provar alguns vinhos. E assim fizemos, provando o Caves São Domingos Branco 2014, que tem aromas florais e algum citrino, que lhe emprestam as castas Maria Gomes e Bical. Na boca é aveludado, ligeiramente cítrico, apaladado, muito agradável. Seguiu-se o Volúpia Branco também de 2014, este com as castas Sauvignon Blanc, Chardonnay e Maria Gomes, um vinho moderno cheio de frescura, muito mineral, com óptimo volume na boca, acidez muito equilibrada, cheio de elegância. – Para uma visão mais detalhada destes vinhos brancos confira o antigo anterior do João Pedro de Carvalho aqui.

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Velha Reserva Bruto 2008 © Blend All About Wine, Lda

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Cuvée Brute 2011 © Blend All About Wine, Lda

Depois, os espumantes. Primeiro o Velha Reserva Bruto 2008, feito com Pinot Noir e Chardonnay, com notas florais muito frescas no nariz, palha, brioche e algum tostado. Bolha muito fina e elegante, fresco na boca, com notas de frutos secos. Seguiu-se o Cuvée Bruto 2011, com Baga e Sauvignon Blanc, a dar-lhe alguma compelxidade no nariz, frutado, com notas secas, bolha finíssima, muita frescura na boca, tostado ligeiro, notas de amêndoa muito suaves, um espumante muito elegante.

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Lopo de Freitas Brute 2010 © Blend All About Wine, Lda

Finalmente provou-se o Lopo de Freitas Bruto 2010, que já é um clássico desta casa. Cerceal e Chardonnay fazem um belo casamento, com bolha muito fina, aromas levemente frutados, algo exótico. Na boca tem uma excelente acidez, é cheio, cremoso, com notas leves de frutos secos e um final longo muito agradável.

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Leitão Assado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Algumas Sugestões Cítricas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na refeição de leitão assado esteve o Blanc de Blancs Bruto de 2011, muito fresco, mineral e com sugestões cítricas, óptima acidez, a dar boa luta ao leitão.

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Blanc de Blancs Brute 2011 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No final, “um café e uma São Domingos”, pois claro…

Contactos
Caves do Solar de São Domingos, S.A.
Ferreiros – Anadia
Apartado 16
3781-909 Anadia – Portugal
Tel: (+351) 231 519 680
Fax: (+351) 231 511 269
Email: info@cavesaodomingos.com
Website: www.cavesaodomingos.com

AS – Cork, O Fabrico Moderno de Rolhas

Texto José Silva

Portugal é o maior produtor de rolhas do mundo, sendo também um dos maiores produtores de cortiça.

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Portugal é um dos maiores produtores de cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A relação das rolhas com o vinho é óbvia e, apesar do ataque constante de outros tipos de cápsulas, a rolha tem-se mantido como a cápsula de referência, havendo mesmo um retorno de muitos produtores pelo mundo fora à utilização das rolhas. Também muito graças à evolução enorme da qualidade da matéria prima, a cortiça.

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Cortiça, a matéria prima – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Tecnologia de ponta - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Tecnologia de ponta – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Há algumas unidades de produção em Portugal que têm investido em tecnologia de ponta, o que se traduz em muito melhor qualidade das rolhas e uma grande redução dos custos de produção, ajudando também à rentabilidade das empresas.

AS-Cork (Américo Sousa & Filhos, Lda) - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

AS-Cork (Américo Sousa & Filhos, Lda) – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É o que acontece com a empresa AS – CORK (Américo Sousa & Filhos, Lda), sediada em Santa Maria de Lamas, que tem vindo a evoluir constantemente, com uma política de investimentos muito bem programada, seguindo um pouco as exigências do mercado. De tal maneira que investiram também no mercado marroquino, onde têm uma unidade de produção com bastante sucesso.

É uma família da região, desde há muito ligada à cortiça, em que dois dos irmãos se dedicam a tempo inteiro às suas três fábricas, localizadas muito perto umas das outras.

A matéria prima é depois escolhida, cortada e armazenada - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A matéria prima é depois escolhida, cortada e armazenada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na primeira recebem a matéria prima, que vai ser escolhida, cortada e armazenada, procedendo-se desde logo a uma escolha rigorosa da cortiça, separando aquela que possa não estar em condições.

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A cortiça é desinfectada em vários processos de estufagem – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

De seguida a cortiça é desinfectada em vários processos de estufagem em máquinas adequadas.

Depois de seca é encaminhada para uma primeira fase de fabrico de rolhas, que há-de continuar na segunda unidade fabril.

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Primeira fase de fabrico de rolhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Aparas de Cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto, num processo de controlo de qualidade constante, as aparas de cortiça e a cortiça com defeito, que não servem para rolhas, mas podem servir para outros fins, são retiradas e vendidas para fábricas que produzem outro tipo de artigos de cortiça – decorativos, isolamentos, granulado, etc. Ali, nada se desperdiça.

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Processo de controlo de qualidade constante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Discos de Cortiça - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Discos de Cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na segunda unidade fabril o controlo de qualidade continua, recorrendo a modernos equipamentos, que permitem também alguma inovação, seja no processo de fabrico, seja nos produtos finais, como é o caso dos discos de cortiça – de que são especialistas – que vão ser utilizados para fabrico das rolhas de espumante e champanhe, e que escoam na sua totalidade, sendo vendidos a outras unidades, uma vez que aqui não se fabrica, por enquanto, esse tipo de rolha.

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Unidade altamente automatizada, onde a limpeza é uma prioridade – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Máquinas cada vez mais sofisticadas - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Máquinas cada vez mais sofisticadas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Numa unidade altamente automatizada, a limpeza das instalações assume uma importância primordial, para que não haja possibilidade de contaminação.

Máquinas cada vez mais sofisticadas, com o recurso a câmaras e mesmo aos raios laser, que fazem leituras a duas e a três dimensões, conseguem um alto rendimento e muita eficiência.

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Laboratório extremamente bem equipado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Uma equipa especializada testa cada tipo de produto final – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No laboratório, extremamente bem equipado (que inclui um cromatógrafo), uma equipa especializada vai fazendo os testes adequados a cada tipo de produto final, com padrões muito exigentes, em que não pode haver lugar ao engano, e que é uma das bandeiras da empresa.

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A terceira unidade fabril – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A terceira unidade fabril compra todo o produto das outras duas, que depois vai vender aos inúmeros clientes, a esmagadora maioria estrangeiros.

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Acabamento das rolhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É aqui que se vai proceder ao acabamento das rolhas, seguindo os pedidos dos clientes, quer nacionais quer estrangeiros.

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Outro laboratório continua o processo de controle – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Outro laboratório continua o processo de controle, cumprindo todos os parâmetros de higiene e segurança estabelecidos, de acordo com a legislação internacional.

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Finalmente as rolhas acabadas e os discos de cortiça são expedidos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Finalmente as rolhas acabadas e os discos de cortiça são expedidos, também aqui recorrendo a embalagens que mantêm o produto final em segurança, até chegar ao seu destino. Uns meses ou mesmo uns anos mais tarde vamos certamente encontrar muitas destas rolhas, quando abrirmos garrafas de vinho, das mais variadas origens, mesmo se for um dos grandes champanhes franceses. Um produto genuinamente português, ao nível do melhor que se faz no mundo…

Arrepiado Velho, a paixão dum casal do norte, no Alentejo…

Texto José Silva

Fica perto de Sousel esta propriedade que um dia um casal, que veio do norte, resolveu comprar.

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A Casa Principal – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois foi a reconstrução de alguns edifícios, sobretudo a casa principal, dando-lhe o conforto necessário para ali até poderem viver. Vinhas plantadas e foi um saltinho até à produção de vinho, com a ajuda preciosa do enólogo e amigo António Maçanita e a mestria na viticultura do já saudoso David Booth.

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A Adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Embora haja vontade de construir uma nova adega, a que existe tem todas as condições e a moderna tecnologia, onde as uvas são trabalhadas e os vinhos preparados e onde vão repousar até à ocasião do engarrafamento.

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Rótulos Muito Fora do Vulgar – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto o António, filho do casal, e a sua mulher Marta, foram-se dedicando à comercialização dos vinhos, tendo a Marta, que trabalha em design, criado os rótulos, muito fora do vulgar, mesmo únicos e que distinguem as garrafas do Arrepiado Velho de quaisquer outros.

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Marta Neto e António Antunes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E de tal maneira se envolveram no projecto, que tomaram a decisão de ir viver para o Alentejo e dedicarem-se a tempo inteiro à produção e comercialização destes vinhos de qualidade, mantendo a Marta uma ligação á actividade de design. Mesmo apesar de terem dois filhos pequenos, mas que ali têm uma grande qualidade de vida a que se adaptaram lindamente.

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Lagoa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A herdade tem vindo a evoluir, com uma lagoa que serve para reter a água de que as vinhas necessitam, mas que também é utilizada para lazer e dar um passeio nas simpáticas gaivotas. Os mais de 30 hectares de vinhas estão particularmente bem tratadas, muito cuidadas e o olival produz algum azeite de qualidade. Em breve querem plantar mais alguma vinha, a juntar às castas já existentes: Antão Vaz, Verdelho, Chardonnay, Viognier e Rieseling nas brancas e Touriga Nacional, Syrah, Cabernet Sauvignon and Petit Verdot,nas tintas.

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O Enoturismo é uma Realidade – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Com alguns quartos disponíveis e uma bela piscina, o enoturismo já é possível no Arrepiado Velho, embora ainda queiram fazer melhor. Nos pequenos almoços e nas refeições encomendadas, são utilizados muitos dos produtos que ali se produzem e outros adquiridos na região, numa oferta das tradições alentejanas.

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As Vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Num passeio pela herdade as vinhas estão por todo o lado, entrecortadas aqui e ali pelas oliveiras e algumas azinheiras.

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Laranjeiras – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Os Cães – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Há também laranjeiras tradicionais e, sempre a acompanhar os visitantes, os cães que vão brincando por ali.

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Lareira – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No jantar que apreciamos, com a lareira a crepitar, que à noite ainda faz frio, tivemos mesa farta.

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Pão Regional – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Azeitonas e Azeite – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O pão regional, delicioso, a fazer companhia às azeitonas e para molhar no azeitinho.

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Tábua de Enchidos e Queijinho Fatiado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E uma tábua de enchidos e queijinhos fatiados a que não se resistiu. Entretanto já rolava pelos copos o branco Antão Vaz 2014, que surpreendeu pela frescura, aroma com alguns frutos tropicais sem ser exuberante, bom corpo e acidez muito equilibrada.

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Os Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Logo seguido do Arrepiado Branco 2014,  fresco no nariz, com algum ananás, algo mineral, boa acidez, bastante equilibrado.

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Tomate Recheado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se um tomate recheado muito saboroso e guloso, e passou-se a um surpreendente Branco Rieseling, com notas muito frescas de citrinos, ananás, toranja, manga. Na boca é muito elegante e persistente, mantendo a frescura, um vinho muito giro.

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Deliciosos Cogumelos Salteados – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E foi a vez do Arrepiado Velho Rosé, feito a partir de Touriga Nacional e Syrah, com algum floral no nariz, muito fresco, boca intensa e cheia, notas de frutos vermelhos maduros com muita elegância, que fez boa companhia a uns deliciosos cogumelos salteados, carnudos, bem temperados. O primeiro tinto foi o Brett Edition 2011, com aromas evoluídos, tabaco, couro e algumas especiarias, volumoso na boca, redondo, elegante, persistente, um vinho diferente.

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Borrego Assado com Arroz Malandrinho de Grelos e Chouriço- Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Que fez companhia a um borrego assado com arroz malandrinho de grelos e chouriço, óptimo. Terminamos com um soberbo Tinto Arrepiado Velho Collection 2011, cheio de classe e de frutos pretos , notas de tabaco, levemente balsâmico no nariz, volumoso na boca, notas de fumo, chocolate, frutos pretos maduros e final muito longo. E já não houve lugar para a sobremesa.

Naquele sossego, o sono foi profundo e longo…

Contactos
Herdade do Arrepiado Velho
Tel: (+351) 256 392 675
Fax: (+351) 256 392 676
E-mail: amantunes@arrepiadovelho.com | mneto@arrepiadovelho.com
Website: www.arrepiadovelho.com

Ruy Leão e a sua casa Shiko

Texto José Silva

É um novo espaço de comida japonesa no Porto, na zona da Batalha, outra das que não pára de “mexer”, com a abertura de novos hotéis e casas de petiscos, bastante concorridas. E a beleza imponente do Teatro Nacional S. João, também ele cheio de actividade cultural.

Pois ali mais à frente, já a caminho do tabuleiro superior de ponte de D. Luís e do funicular dos Guindais, na rua do Sol, abriu recentemente este espaço onde o chefe Ruy Leão prepara e serve a sua comida japonesa, a que deu o nome de “Shiko”.

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Shiko – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Além do Sushi e do Sashimi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Comida japonesa porque vai muito para além do sushi e do sashimi, apresentando também alguns pratos confeccionados muito interessantes.

Ruy Leão, brasileiro nascido no Recife em 1981, duma família de músicos, já há uns bons pares de anos que veio para Portugal para um restaurante de Guimarães, onde começou a apresentar a sua arte e bom gosto neste tipo de comida, hoje tão em voga por cá. Ainda jovem, no Brasil, dedicou-se primeiro ao desenho e à pintura. Mas como já então adorava sushi, foi tirar um curso e começou depois a fazer cursos em casa para os amigos.

Como o resultado era invariavelmente positivo foi incentivado a fazer disso profissão. Foi então com naturalidade que começou a trabalhar em restaurantes até que contactou o chefe Carlos Faustino que o incentivou a tirar um curso de sushi. Começava a aventura, dedicando-se por completo a esta paixão, de que também fez profissão. Já em Portugal, de Guimarães passou para Matosinhos, com o chefe Pedro Nunes, no restaurante 44, assumindo o comando da zona de sushi do restaurante, onde alcançou grande sucesso.

A viver há algum tempo na rua do Sol, no Porto, com a sua mulher, esta portuguesa, encontraram, umas centenas de metros à frente, na mesma rua, um espaço devoluto.

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Ruy Leão e a sua Mulher – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E foi então que decidiram dar o salto e terem o seu próprio espaço.

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Decoração Muito Simples mas Muito Apelativa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A Mesa do Chefe – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mão à obra, decoração muito simples mas muito apelativa, espaço pequeno mas muito acolhedor, sobre o comprido, mesas para duas pessoas à esquerda, mesas maiores à direita e, ao fundo, a mesa do chefe, para quatro pessoas, onde o Ruy serve menus especiais, de sua criação, sem intervenção do cliente.

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O Balcão à Esquerda – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

À esquerda, o balcão por detrás do qual o Ruy e o seu auxiliar preparam o que há-de vir para as mesas. Nas mesas, é a Alexandra Leão que manda, sempre dum lado para o outro, a espalhar simpatia.

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Peixe no Escaparte – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Peixe no Escaparte – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O balcão inclui um escaparate onde brilha o peixe, quase todo do nosso mar, sempre muito fresco, exposto depois de ter sido muito bem amanhado, e com algumas qualidades menos vulgares: cantaril, bodião, solha, salmonete, carapau, cavala. Ali à mostra, sem truques. E é um prazer apreciar os dois a prepararem as peças bem apresentadas, sejam duas a duas, sejam em composições mais variadas.

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Sushi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Nigiri and Gunkan – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Sejam as peças de sushi, urumaki, niguiri e gunkan, mas também o sashimi de vários tipos de peixe da nossa costa, muito bem fatiado.

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Sashimi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Tempura – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A utilização de vários temperos é uma constante, bem como as marinadas, as sementes variadas e mesmo as tempuras, que são reminiscências dos nossos panados.

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De Camarão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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De Caranguejo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E que podem ser de camarão, de caranguejo ou de peito de frango.

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Pequenas Canoas para Duas Peças – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Ou em Pratos de Diversos Tamanhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para a mesa vêm recipientes muito variados, desde as pequenas canoas para duas peças, até aos mais variados pratos de tamanhos diversos, de louça ou vidro português, que podem vir mesmo em maior quantidade em cima de enorme tábua, de belo efeito.

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Azhar 2012 branco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Duma carta de vinhos que prima pela diferença, na última visita provaram-se dois vinhos: o verde branco Azahar de 2012, de Santo Tirso, muito fresco, com bela acidez, notas secas muito agradáveis, óptima companhia para este tipo de comida.

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Mafarrico 2012 tinto – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas também um tinto do Douro – e porque não?! – o Mafarrico, também de 2012, cheio de elegância, delicado embora com bom volume, a deixar boa nota e a fazer boa companhia a muitas das peças que fomos provando.

Antes de saír, marcamos logo nova visita a este “Shiko” tripeiro…

Contactos
SHIKO – Tasca Japonesa
Rua Sol, 238
Porto
Tel: (+351) 223 239 671
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Esporão, Um Clássico do Alentejo

Texto José Silva

É uma das maiores propriedades do Alentejo, com os seus 1.800 hectares de terreno, 450 dos quais ocupados por vinhas em plena produção e outros 80 com olival a produzir um óptimo azeite.

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O restaurante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Wine Shop – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Se a isto juntarmos uma adega muito bem projectada e inserida na paisagem rural, um restaurante a servir comida excelente, uma loja com grande variedade de ofertas e uma mancha de água que ajudou a moldar a paisagem, pare além de abastecer água a todo o   complexo, então temos um dos poucos locais de enoturismo no Alentejo onde passar apenas um dia pode saber a pouco.

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Vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas é a produção vinícola que mais chama a tenção, não só pela paisagem arrebatadora dos vinhedos a perder de vista, numa continuidade fora do vulgar, mas também pela qualidade e cuidado que põem em tudo o que ali fazem. E, claro, os vinhos, de vários patamares, mas onde a qualidade é uma constante e uma quase obcessão. Numa equipa liderada por um enólogo veterano que, embora oriundo da longínqua Austrália, já é bem português e que recentemente até se naturalizou em terras lusas. David Baverstock não esconde a sua paixão pelo que faz e que faz tão bem, mas é muito bem secundado por uma equipa de viticultura e enologia liderada por Luís Patrão. Os resultados, esses estão à vista, em cada nova colheita.

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Casta Corropio – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Casta Molinha Macia – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na viticultura tem natural destaque o campo ampelográfico que mantêm, com 188 castas portuguesas mas também de vários sítios do mundo, onde se tenta preservar muito do que é nosso e analisar a sua evolução e potencial. Castas com nomes estranhos como Tinta Pomar, Molinha Macia, Malvasia Cândida, Corropio, Uva Salsa, Tinta do Bragão, Arinto do Interior, Larião, Amor-não-me-deixes, Carrasquenho e muitas outras, ali estão a dar o seu melhor. Mas é nas castas mais tradicionais portuguesas (Alicante Bouschet, Aragonês, Touriga Nacional,Verdelho, Antão Vaz, Arinto, Roupeiro, Gouveio) e algumas estrangeiras (Syrah, Petit Verdot, Semillon) que vão buscar as bases para os seus vinhos mais emblemáticos.

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Adega Moderna – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Novas Soluções Técnicas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Algumas destas uvas são depois trabalhadas numa adega moderna recentemente actualizada, com novas soluções técnicas também.

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Barricas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E depois vão descansar naquela cave de barricas enorme, incrível.

Na recente visita provaram-se alguns deles e confirmou-se novamente o seu potencial.

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Duas Castas branco 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O branco Duas Castas 2013, a partir do Gouveio e do Antão Vaz, apresentou-se muito límpido, com aromas vegetais ligeiros, muito cítrico, delicado. Na boca tem bastante frescura, é intenso e persistente, notas frutadas e alguma mineralidade, um vinho cheio de juventude.

O Private Selection Branco também de 2013 é um vinho completamente diferente. Um vinho moderno e sedutor, fermentado em madeira, o que se nota logo no nariz, algo exótico, cheio de elegancia, alguma fruta branca e notas de fumo, levemente tostado. Na boca é gordo, cheio, notas amanteigadas, algum chocolate muito suave, um vinho cheio de harmonia.

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Reserva 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ainda nos brancos passamos ao Reserva 2013, um vinho clássico, também fermentado em madeira, apresenta-se muito límpido, com alguma intensidade de fruta, entre citrinos e frutos brancos e notas muito ligeiras de fumo. Na boca é cheio, volumoso, fruta branca muito madura, acidez equilibrada e alguma frescura a combinar com a mineralidade persistente.

O Private Selection Tinto de 2011 revela todo o potencial dum ano extraordinário. Aromas complexos de especiarias, alguns frutos vermelhos, notas de chocolate e tabaco muito suaves. Na boca é austero, cheio, com notas de cacau e café, intenso, boa acidez e final longo e saboroso.

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Quatro Castas tinto 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Passamos ao Quatro Castas Tinto de 2013, com algum floral no nariz, associado a frutos vermelhos e notas apimentadas bem divertidas. Na boca é volumoso, com óptima acidez, alguma complexidade, muito elegante com final médio bem interessante.

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Reserva tinto 2012 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Finalizamos com um clássico, o Reserva Tinto de 2012. Um vinho com um nariz exuberante, com presença de frutos silvestres, algum fumo, apimentado, elegante.

Na boca é ao mesmo tempo elegante e austero, cheio de corpo, ligeiramente tostado, frutos pretos, boa acidez a dar-lhe equilíbrio e provávelmente grande longevidade. Belo vinho.

Já na saída da herdade, a paragem obrigatória na Torre do Esporão, mandada construir entre 1457 e 1490 por Álvaro Mendes de Vasconcelos. Foi recuperada em 2003 e hoje alberga um museu arqueológico onde estão peças valiosas recolhidas no Esporão e nos Perdigões.

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Arco do Esporão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Ermida de Nossa Senhora dos Remédios – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ao lado da torre está o Arco do Esporão e a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios, que também fazem parte da história desta propriedade, cuja origem se perde no tempo…

Contactos
Herdade do Esporão Enoturism
Herdade do Esporão
Apartado 31
7200-999
Reguengos de Monsaraz
Tel: (+351) 266 509280
Fax: (+351) 266 519753
E-mail:reservations@esporao.com
Website: esporao.com