image O novo Chryseia 2013… Ferreira 10 anos Porto Branco

Três frescos Fiuza, cada qual com sua cor

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Texto João Barbosa

Sou tradicionalista, mas não um talibã do passado. Há alterações que vêm por bem, e muitas resultam – o que, mesmo desgostando-me, me fazem engolir a prosápia. Esta coisa das tradições tem uma fragilidade: houve um dia em que se inventou e por muito tempo não foi essa herança.

Sentença sábia e desarmante coube ao meu enorme amigo Sérgio Carneiro: «As tradições são para serem quebradas». Acrescento: há obrigações para serem transgredidas – essa é outra «cumbersa».

A mudança das designações Estremadura e Ribatejo para Lisboa e Tejo são felizes e por várias razões que não vou enumerar, para não me desviar. Centro-me no Ribatejo, região que sofreu de má fama, devido à falta de qualidade de muitos dos seus vinhos.

A designação do maior rio da Península Ibérica facilita a leitura por parte dos estrangeiros e lava o antigo termo. Há talvez duas décadas que existem produtores de vinho de qualidade na região (ou reconhecidos), mas o número tem vindo a crescer. Dizer e escrever Tejo confere justiça a esses vitivinicultores.

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Fiuza Logo – Foto Cedida por Fiuza & Bright | Todos os Direitos Reservados

Uma casa antiga – sujeito deste texto – é a Fiuza & Bright, que possui cinco propriedades na região. São 25 referências, anichadas em sete famílias: Oceanus (branco, rosé e tinto), Campo dos Frades (branco, rosé e tinto); Native (branco, rosé e tinto); Três Castas (branco, tinto e espumante branco); Monocastas (e bivarietais – alvarinho, chardonnay, chardonnay e arinto, sauvignon blanc, cabernet sauvignon, merlot, merlot e touriga nacional, touriga nacional e rosé de cabernet sauvignon e touriga nacional); Premium (branco e tinto); e Ikon (branco e tinto).

Não bebi muitas vezes os Ikon, mas fiquei com boa impressão dos píncaros da Fiuza & Bright. Sou assíduo consumidor dos vinhos Fiuza em restaurantes, pois garantem qualidade, há variedade e preços «amigos», factor importante porque os comerciantes de restauração carregam nos preços. Esta opção acontece com outros vinhos da região, como os da Quinta da Lagoalva de Cima, que será tema um dia destes.

Quem me conhece, nem que seja pela escrita, sabe que me recuso a indicar vinhos com boa relação de qualidade e preço – depende da bolsa, da importância dada, do conhecimento enófilo e do momento – porém aqui arrisco. Contudo, como sei que existe uma barreira psicológica nos cinco euros, não posso deixar de referir que se trata de vinhos acima desse patamar, em preço de venda ao público.

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Fiuza Sauvignon Blanc – Foto Cedida por Fiuza & Bright | Todos os Direitos Reservados

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Fiuza Touriga Nacional – Foto Cedida por Fiuza & Bright | Todos os Direitos Reservados

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Fiuza Cabernet Sauvignon and Touriga Nacional Rosé – Foto Cedida por Fiuza & Bright | Todos os Direitos Reservados

Em apreciação estiveram três vinhos: Fiuza Sauvignon Blanc 2014, Fiuza Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional Rosé 2014 e Fiuza Touriga Nacional 2013. Três vinhos «modernos» – comparando com os tradicionais e de perfil fácil de agradar em toda a parte – com as castas bem expressas e muito fáceis de prazer.

O Fiuza Sauvignon Blanc 2014 tem a virtude do maracujá, toranja e alguma pêra rocha não muito madura. É refrescante e tem um tempo final com nota. Só acontece – mais uma vez demonstro o meu mau feitio – não sou apreciador de vinhos tropicais, especialmente de maracujá. É uma questão pessoal, não é defeito do vinho; até antes pelo contrário, mostra a variedade de uva.

Fiuza Touriga Nacional 2013 exibe a plasticidade da casta, que vai das violetas do Dão; às cerejas, amoras, framboesas, morango e suas geleias e compotas no Douro; aos morangos, salada de frutos do bosque e suas geleias e compotas no Alentejo; à «escuridão» das ameixas quase em passa, um toque de figo, «salada» de frutos do bosque neste vinho, que foi amenizado com estágio de seis meses em barricas de carvalhos americano e francês, conferindo um toque de noz-moscada, baunilha e uma finura distante de caramelo (aguentar no copo).

O favorito, o «engraçado» Fiuza Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional 2014. Duas grandes castas que não bulham, mas dançam. Fresco, com verdura de trincar, a evocação de pimento da casta francesa, violetas – é o que dá apanharem as uvas propositadamente para os rosados e ainda com o benefício de baixo teor alcoólico – amoras e morangos.

Contactos
Fiuza & Bright, Lda.
Travessa do Vareta, nº11
2080 – 184 ALMEIRIM
Portugal
Tel: (+351) 243 597 491
Fax: (+351) 243 579 247
Email: info@fiuzabright.pt
Website: www.fiuzabright.pt

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