Posts Tagged : Vinhos

Quinta do Vallado

Texto Bruno Mendes

É uma das Quintas mais antigas e famosas do Vale do Douro. Foi propriedade de Dona Antónia Adelaide Ferreira, construída em 1716, e permanece até aos dias de hoje na família. Estamos a falar da Quinta do Vallado, próxima do Peso da Régua, nas margens do Rio Corgo.

Em 1993, numa altura em que a direcção já estava a cargo de Guilherme Álvares Ribeiro e da sua mulher Maria Antónia Ferreira, a empresa decidiu ampliar a sua área de actividade fazendo assim produção, engarrafamento e comercialização com a sua própria marca. Até então e durante 200 anos, a Quinta do Vallado tinha como principal actividade a produção de vinhos do Porto que eram depois comercializados sobe o nome Casa Ferreira, também pertencente à família.

Hoje em dia a Quinta do Vallado conta com 70 hectares de vinha plantada, 20 dos quais com vinhas com mais de 80 anos e, os restantes 50 com vinhas de idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos. As castas aqui plantadas mais predominantes são a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Barroca, Tinta Amarela e Sousão nas tintas e a Viosinho, Rabigato, Moscatel, Verdelho (Gouveio) e Arinto nas brancas.

Concluídas em 2009 as novas adega e cave contam com a mais avançada tecnologia e uma arquitectura de qualidade, tornando a Quinta num espaço fantástico e num dos lugares a visitar no vale do Douro (Baixo Corgo).

Mais recentemente, a Quinta do Vallado abriu as portas de uma outra propriedade, situada no Douro Superior (Foz Côa). A Quinta do Orgal (Casa do Rio) com magnificas instalações e vistas sobre o rio – veja aqui do que falamos.

Para uma visão mais detalhada confira o vídeo abaixo e o artigo da Sarah Ahmed sobre esta Quinta aqui.

Grão Vasco Prova Mestra 2013

Texto João Barbosa

A região vitivinícola do Dão foi, durante muitos anos, um referencial de qualidade e onde nasceram marcas que garantiam qualidade, quando o país bebia sobretudo vinhos indiferenciados, a granel nas tabernas, do que vinha da aldeia quando o migrante interno lá ia matar saudades do berço.

O Dão não fugia à regra, mas puxando um bocadinho pela memória ocorrem-me alguns: Aliança, Caves Velhas, Constantino, Dão Pipas, Grão Vasco, Porta de Cavaleiros, São Domingos, Terras Altas, UDACA…

Em Nelas situa-se o Centro de Estudos Vitivinícolas do Dão, na Quinta da Cale. A designação, só por si pode parecer vazia de significado, mas é uma casa importante, instituída em 1946. Trata-se dum organismo dependente do Ministério da Agricultura, criado durante a ditadura do Estado Novo que muito promoveu o consumo de vinho. Ficou célebre a frase publicitária: Beber vinho é dar o pão a um milhão de portugueses.

O ditador António Oliveira Salazar, como homem de origens rurais, visitava a sua aldeia de Vimieiro, no Concelho de Santa Comba Dão. Gostava do vinho da sua terra e há imagens em que o serve a camponeses – apesar de tudo, penso que nisso era genuíno e não pose para as fotografias de propaganda.

O país era pobre – foi-o de facto até ao final da ditadura, em 1974 – e o vinho era uma fácil e acessível fonte de calorias. A agricultura tinha um peso enorme nas contas públicas e, dentro dela, o trigo e o vinho.

Quanto à pobreza, por vezes relativizada ou menorizada, cito que, em 1979, na Fonte da Telha – terra partilhada por Almada e Sesimbra, na Área Metropolitana de Lisboa – muitas crianças eram alimentadas a sopas-de-cavalo-cansado… vinho e pão. Não é mito, está documentado, incluindo em filme. Muito antes, possivelmente até talvez após o final da Segunda Guerra Mundial, era enorme o número de crianças descalças. E até adultos.

Assim se pode enquadrar a importância que o sector tinha no Dão neste departamento público. Quem teve oportunidade de provar e/ou beber vinho do Centro de Estudo de Nelas comprovou a excelência destes néctares, com uma notável capacidade de envelhecimento, tanto tintos como brancos.

Andando para a frente, a região do Dão decaiu muito nas preferências dos consumidores. O ressurgimento tem sido progressivo e, durante anos, motorizado pela Dão Sul (Global Wines). Hoje, ninguém nega a qualidade dos vinhos desta demarcação e têm surgido novos vitivinicultores.

A marca Grão Vasco é icónica e a Sogrape tem vindo a promove-la. Julgo que com bom resultado. Recentemente foi apresentado o Grão Vasco Prova Mestra 2013, um tinto feito com uvas da Quinta dos Carvalhais (mais de 50%), com 105 hectares, dos quais 50 são de vinha, sendo a parte restante comprada.

Grão Vasco Prova Mestra 2013 é um lote touriga nacional (36%), tinta roriz (31%) e alfrocheiro (33%). A fruta foi prensada em cubas de inox, onde ocorreu a fermentação alcoólica. Fez a fermentação maloláctica em barricas de carvalho francês, tendo estagiado durante 12 meses. Antes de sair para venda, estagiou três meses em garrafa. Foi aprovado como «Reserva», mas essa indicação não faz parte da marca, embora venha a indicação num selo à parte.

Blend-All-About-Wine-Grão Vasco Prova Mestra 2013

Grão Vasco Prova Mestra 2013 – Foto Cedida por Sogrape SA | All Rights Reserved

É um vinho fácil, onde as violetas – típicas da touriga nacional neste que é o seu berço – e as amoras e framboesas se «juntam». Menos óbvias, notas de mentol e de caruma de pinheiro. Na boca é suave, com taninos domesticados e com final não muito longo.

Já que escrevo acerca do Dão, não posso esquecer dois factos importantes. Um, mais conhecido do público, é o Queijo da Serra – o mais afamado cincho português. A outra referência é a obra do pintor Grão Vasco.

Portugal, pela sua situação periférica, as artes chegaram com atraso. Quando a Europa construía catedrais góticas, por cá ainda se erguiam igrejas em românico ou num género híbrido. Contudo, o caso de Vasco Fernandes, conhecido por Grão Vasco e que muitas vezes assinava como Velasco, é diferente.

Nasceu provavelmente em 1475, talvez em Viseu, e faleceu em 1542. Foi discípulo de Francisco Henriques, pintor flamengo, oriundo de Bruges. O facto de, à época, se traduzirem os nomes, ficou o registo dado nesse tempo.

A pintura de Vasco Fernandes pode ser considerada ainda como gótica, mas num período muito tardio, em que os avanços técnicos e «o gosto» do Renascentismo já se mostram.

Blend-All-About-Wine-Grão Vasco

Retábulo de São Pedro in wikipédia

Quem se passeie pelo Dão não perca uma visita ao Museu Nacional Grão Vasco, em Viseu, onde está um magnífico retábulo de São Pedro, originalmente colocado na Sé. Em Coimbra existe uma obra acerca do Pentecostes, no Mosteiro de Santa Cruz – onde está também o túmulo do primeiro Rei de Portugal, Dom Afonso Henriques. Em Lisboa, há que ver no Museu Nacional de Arte Antiga.

Blend-All-About-Wine-Grão Vasco Prova Mestra 2013-Pentecostes

Obra acerca do Pentacostes, no Mosteiro de Santa Cruz in wikipédia

Quanto ao vinho, causa primária do texto, é uma aposta segura para quem aprecia o Dão. Não é estratosférico, mas também não é meramente mediano. A mediania cansa-me, mas este deu-me um prazer superior a esse patamar.

Quinta Vale D. Maria VVV Valleys e muita história

Texto João Barbosa

Ler nomes não portugueses em rótulos de Vinho do Porto é tão banal quanto um português chamar-se Silva ou Santos. Os van Zeller vivem há tantos anos em Portugal que o apelido se tornou tão português quanto o meu.

Contrariamente à maioria das famílias «estrangeiras», os van Zeller não eram comerciantes, mas nobres. O registo mais antigo dos Zeller data de 1215, na Guéldria (Países Baixos). O primeiro de que há registo em Portugal é João van Zeller, cônsul da Prússia em Lisboa e que se casou no Porto, em 1687.

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-Quinta

Quinta Vale D. Maria – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

Em 1780 foi fundada a Van Zeller’s & Co para negociar Vinho do Porto, sendo vendida no século XIX. A história dá muitas voltas e as marcas foram oferecidas, em 2006, a Cristiano van Zeller, o chefe.

O factor mais importante, a quinta pertencia à família de Joana van Zeller, tendo um seu trisavô feito registo em 1868, mas a posse é mais antiga – ligada à muito antiga nobreza rural, com vínculos que chegam a ser anteriores à independência de Portugal (século XII). O «modelo» português de uso de apelidos é tão rebuscado, que teria de escrever 20 parágrafos para explicar.

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-Joana

Joana van Zeller – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-Francisca

Francisca van Zeller – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

Isto vem a propósito porque vinho sem história é uma coisa e com história é outra, muitas gerações de nobres e plebeus que construíram identidades únicas. Como dizem os vinhateiros Rothschild, no negócio do vinho, o mais difícil são os primeiros 150 anos.

São 12 referências, escolho cinco. Os CV (topo-de-gama), os VVV (novidade) e a Francisca. Situada em Sarzedinho, a propriedade chegou aos actuais proprietárias com apenas 19 hectares, dos quais dez com vinha, com 41 castas. Hoje são 45 hectares com Vitis vinífera, virados de Oeste a Este, passando por Sudoeste, Sul e Sueste. A enologia está a cargo de Cristiano van Zeller, Joana Pinhão e Sandra Tavares da Silva.

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-Cristiano

Cristiano van Zeller – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-Joana Pinhão

Joana Pinhão – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

O CV Branco 2014 fez-se com umas duma só parcela, vinha velha situada a 600 metros de altitude, composta principalmente por rabigato, códega, donzelinho branco, gouveio, samarrinho e viosinho. É uma interessante junção de citrinos, algum anis, farmácia e terra, sendo volumoso e longo na boca.

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-CV white 2

CV branco 2014 – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-CV red 2

CV tinto 2014 – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-Vinha da Francisca 2

Quinta Vale D. Maria Vinha da Francisca tinto 2013 – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

O CV Tinto 2013 é um lote de 25 castas, onde se destacam donzelinho tinto, rufete, sousão, tinta amarela, tinta francisca, tinta roriz, touriga franca e touriga nacional, de vinhas com mais de 80 anos. É muito complexo de aromas e paladares; desde flores, a frutos do bosque, menta, especiarias, fumo de lenha de azinheira, terra… um paladar repleto de subtilezas, fresco, com «carne», volumoso, denso, elegante – até contraditório nos perfumes e sabores. Majestoso.

Quinta Vale D. Maria Vinha da Francisca Tinto 2013 é o vinho da herdeira, saído da parcela plantada quando fez 18 anos, em 2004. São 4,5 hectares com tinta francisca, sousão, touriga franca, rufete e touriga nacional. Elegante como uma princesa – qualificação já atribuída à «morgada».

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-VVV white

Vale D. Maria VVV branco 2014 – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Quinta Vale D. Maria-VVV red

Vale D. Maria VVV tinto 2013 – Foto Cedida por Quinta Vale D. Maria | Todos os Direitos Reservados

Os triplo V: Vale do Rio Torto, Vale do Rio Pinhão e Vale do Rio Douro. Os três V, do numeral romano cinco, ilustram as 15 gerações de vinhateiros. O V que sempre identificou os melhores vinhos da família.

O Vale D. Maria VVV Valleys Branco 2014, castas não reveladas, é fresco e guloso, da fruta e da baunilha, na avaliação olfactiva. Longo e fundo na boca.

O Vale D. Maria VVV Valleys Tinto 2013, castas não reveladas, tem a gulodice da fruta vermelha e notas terrosas. É muito «fino», elegante e fundo.

V de vitórias!

Quinta do Gradil, fomos conhecer os novos vinhos e o novo restaurante

Texto João Pedro de Carvalho

Faz relativamente pouco tempo visitei a Quinta do Gradil, no sopé da Serra de Montejunto. Segundo informação retirada do site do produtor, é considerada uma das mais antigas, senão a mais antiga, herdade do concelho do Cadaval, com uma forte tradição vitivinícola que se prolonga desde há séculos. Adquirida, nos finais dos anos 90, pelos netos de António Gomes Vieira, precursor da tradição de vinhos na família desde 1945. Os novos proprietários iniciaram, em 2000, o processo de reconversão de toda a área de vinha primando por castas de maior qualidade. Nos 120 hectares de vinha encontram-se plantadas variadíssimas castas brancas e tintas. Sauvignon Blanc, Arinto, Viosinho, Viognier, Chardonnay, Petit Manseng, Cabernet Sauvignon, Tinta Roriz, Touriga Nacional, Tannat, Petit Verdot, Syrah, são alguns exemplos. Esta rica paisagem de vinha é responsabilidade do Engº. Bento Rogado sendo todas estas uvas vinificadas na adega, coordenada pelo Eng.º Pedro Martins, sob a batuta atenta dos enólogos Vera Moreira e António Ventura.

Blend-All-About-Wine-Quinta do Gradil-Restaurant

O restaurante in quintadogradil.pt

O palacete e capela, em fase muito avançada de degradação aquando da aquisição da Quinta pelos novos proprietários, foram limpos e contam agora com um projecto ambicioso de recuperação. A adega sofreu melhoramentos, estando projectada uma reformulação profunda nos próximos 2 anos, e as cocheiras recuperadas deram lugar a uma sala de tertúlias. Foi no renovado restaurante da Quinta, a cozinha está a cargo do Chefe Daniel Sequeira, que fomos recebidos e onde tivemos oportunidade de provar e harmonizar algumas das novidades com pratos da nova carta. Um momento de boa disposição onde os vinhos mostraram um à vontade muito grande com a mesa e neste caso com as propostas do Chefe.

Blend-All-About-Wine-Quinta do Gradil-Alheira

Mini Alheira de Caça em cama de grelos – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

O primeiro vinho a ser servido,  o Quinta do Gradil Sauvigon Blanc e Arinto 2014 mostrou-se jovem e com boa frescura, boa ligação entre as castas a juntar o lado mais exótico e vegetal da Sauvignon com os citrinos e a frescura da Arinto. Uma boa combinação que resulta num vinho directo e bastante agradável à mesa com entradas de bom tempero como foi o caso da fotografia acima colocada.

Blend-All-About-Wine-Quinta do Gradil-Quinta do Gradil Sauvigon Blanc e Arinto 2014

Quinta do Gradil Sauvigon Blanc e Arinto 2014 in quintadogradil.pt

Blend-All-About-Wine-Quinta do Gradil-Quinta do Gradil Chardonnay 2014

Quinta do Gradil Chardonnay 2014 in quintadogradil.pt

Quinta do Gradil Chardonnay 2014 mostra um perfil mais anafado que o anterior com o vinho a mostrar ter mais algumas gorduras que lhe conferem untuosidade e peso. A fruta surge em formato de polpa branca com pêra e melão, tudo envolto em boa frescura, com o suave aconchego da barrica num conjunto bem equilibrado.

Enquanto os varietais mostram o melhor de cada ano, os Reserva são os mais especiais da casa e apenas são criados quando a qualidade alcançada é de patamar superior. Assim sendo saiu este Quinta do Gradil Reserva branco 2013, um lote de Arinto e Chardonnay com passagem por madeira. Um vinho que se mostra bastante mais sério, coeso com boa complexidade, frescura e ligeira untuosidade a envolver toda a fruta, ligeira carga vegetal com ervas de cheiro. Boa amplitude na prova de boca num vinho com boa presença, saboroso e fresco.

No plano dos tintos, foi apenas um o vinho provado e mostrou-se muito bem o Quinta do Gradil Syrah 2013. Guloso e com uma fruta que o torna muito apetecível, o ligeiro toque químico que desponta apenas de início no copo pouco ou nada incomoda, depois é um bazar de coisas boas a passarem à frente do nariz, desde os chocolates, especiarias, fruta com ligeira compota, boa frescura num vinho com harmonia mas que ainda mostra sinais que vai perdurar no tempo.

Blend-All-About-Wine-Quinta do Gradil-Quinta do Gradil Reserva branco 2013

Quinta do Gradil Reserva branco 2013 in quintadogradil.pt

Blend-All-About-Wine-Quinta do Gradil-Quinta do Gradil Syrah 2013

Quinta do Gradil Syrah 2013 in quintadogradil.pt

Blend-All-About-Wine-Quinta do Gradil-Quinta do Gradil Sparkling Wine Chardonnay e Arinto 2013

Quinta do Gradil Sparkling Wine Chardonnay e Arinto 2013 in quintadogradil.pt

Por último e em jeito de despedida foi provado o Quinta do Gradil Espumante Chardonnay e Arinto 2013, um vinho que agradou pela frescura e elegância da fruta. De bolha fina mostra um bom entendimento entre as duas castas, acidez presente num conjunto com ligeira untuosidade. Bastante agradável e festivo, pronto para umas entradas servidas no terraço.

Contacts
Estrada Nacional 115 Vilar
2550 – 073 Vilar | Cadaval
Portugal
Tel: (+351) 262 770 000
Fax: (+351) 262 777 007
Mobile: (+351) 917 791 974
E-mail: info@quintadogradil.pt
Website: www.quintadogradil.pt

Quinta da Murta – Um lugar para descobrir

Texto Bruno Mendes

A 25 km a nordeste de Lisboa podemos encontrar a Quinta da Murta. É um local remoto e protegido com uma grande diversidade de flora e fauna localizado em Bucelas, por entre colinas calcárias na bacia Lusitânica.

Os seus vinhos são feitos de uma forma natural e maturados na presença de borras finas com “batonnage” e é engarrafado nas instalações da Quinta da Murta.

Aqui podemos encontrar um salão de eventos, uma adega moderna, uma sala de degustação e uma casa rústica com piscina, complementada com o seu incrível deck exterior que proporciona uma fantástica vista do vale e das suas colinas calcárias, e que pode receber até 300 convidados tornando-a um local perfeito para qualquer tipo de eventos, seja ele grande ou pequeno.

A Quinta da Murta é um lugar de grande beleza à sua espera! Confira tudo isso e muito mais no vídeo abaixo.

Vinhos Foz Torto – tortos como os rios e as vides

Texto João Barbosa

Linhas direitas ou linhas tortas? Arquitectura modernista ou barroca? No que respeita a vinho, gosto deles tortos, porque complexos. Acontece nos vinhos Foz Torto, de Abílio Tavares da Silva, cuja enologia é de Sandra Tavares da Silva (não são familiares).

Blend-All-About-Wine-Foz Torto-Abílio Tavares da Silva and Sandra Tavares da Silva

Abílio Tavares da Silva e Sandra Tavares da Silva – Foto Cedida por Foz Torto | Todos os Direitos Reservados

Abílio Tavares da Silva, em 2004, deixou as suas empresas de informática, sediadas em Lisboa, e instalou-se no Douro. No ano seguinte comprou a Quinta de Foz Torto, junto à aldeia de Pinhão (sub-região de Cima Corgo), com 14 hectares. O Rio Torto é um pequeno curso fluvial, que nasce em Trancoso e desagua a pouco mais de 47,5 quilómetros, na margem esquerda do Douro.

Blend-All-About-Wine-Foz Torto-Quinta-2

Quinta de Foz Torto – Foto Cedida por Foz Torto | Todos os Direitos Reservados

É na foz dessa serpente de água onde está a quinta, que desde 2012 se mostra aos enófilos. Naturalmente, o ponto-de-fuga da perspectiva está próximo, mas os sinais são positivos: a vontade de Abílio Tavares da Silva revela o objectivo de alcançar um patamar de grande qualidade, a boa localização da propriedade e a competência de Sandra Tavares da Silva.

Bem, nasceram direitos, os Foz Torto. As mais recentes novidades reveladas são Foz Torto Tinto 2013, Foz Torto Vinhas Velhas Tinto 2013 e Foz Torto Vinhas Velhas Branco 2014. Há um traço identitário e as obrigatórias diferenças, reflexos da vontade e da natureza.

As uvas para o vinho branco vêm doutra propriedade, a montante no Douro, situada em Porrais (Murça), nos limites da delimitação da região. São provenientes de vinhas, com castas misturadas, onde se destacam a códega de larinho e a rabigato.

As uvas brancas foram esmagadas em prensa pneumática. A fermentação realizou-se, durante quatro semanas, em barricas de carvalho francês, onde estagiou por seis meses. É fino, elegante, sedutor, com falsa doçura. Tem força, mas não brutalidade.

Blend-All-About-Wine-Foz Torto-Foz Torto Vinhas Velhas white 2014

Foz Torto Vinhas Velhas branco 2014 – Foto Cedida por Foz Torto | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Foz Torto-Foz Torto Tinto 2013

Foz Torto tinto 2013 – Foto Cedida por Foz Torto | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Foz Torto-Foz Torto Vinhas Velhas Tinto 2013

Foz Torto Vinhas Velhas tinto 2013 – Foto Cedida por Foz Torto | Todos os Direitos Reservados

O Foz Torto Tinto 2013 resulta dum lote de touriga nacional (40%), touriga franca (30%), tinta francisca (10%), tinta roriz (5%), alicante bouschet (5%), sousão (5%) e tinta barroca (5%). A fermentação fez-se em cuba durante oito dias. Depois, o vinho esteve 16 meses em barricas de carvalho, de segundo e terceiros anos, onde fez a fermentação maloláctica e o estágio. É um vinho que enche a boca, com gulodice que não sacia nem enjoa, onde sobressaem aromas e sabores frutados temperados pela madeira.

O Foz Torto Tinto Vinhas Velhas Tinto 2013 está no grupo dos melhores do Douro, onde o termo «vinhas velhas» significa umas boas décadas e o número de castas é de difícil contagem. Aqui, estão mais de 30 variedades. A fermentação demorou oito dias em cuba. O vinho fez a fermentação malolactica e estagiou em barricas de carvalho novo (30%) e antigo (70%).

Blend-All-About-Wine-Foz Torto-Quinta

Quinta de Foz Torto – Foto Cedida por Foz Torto | Todos os Direitos Reservados

A ficha técnica não diz, mas afirmo-o… reina a touriga franca e não a nacional. É a grande casta tinta do Douro, quiçá portuguesa, que só (ou quase) está bem quando acompanhada por outras. Este tinto tem a terra de xisto e o xisto, a secura da esteva e o perfume da cinza de madeira de azinheira. É volumoso na boca, longo e fundo, persistente. Para agora e para depois de amanhã. É o Douro dentro dum frasco.

Esmero e Mimo, os vinhos de Rui Xavier Soares

Texto João Pedro de Carvalho

A produção de vinhos na família de Rui José Xavier Soares, coordenador da Viticultura da Real Companhia Velha onde trabalha desde 1997, remonta ao tempo do seu avô Fernando que foi responsável pela maior parte das vinhas que hoje dão origem aos vinhos criados por Rui Soares. Durante largos anos a quinta apenas produziu para vinho do Porto e para consumo próprio, foi em 2002 que se decidiu iniciar uma nova etapa, a de comercializar vinhos de mesa. A base de todo o processo são as vinhas velhas da família, situadas em Valdigem (Lamego), de onde são produzidos vinhos brancos e tintos com as marcas Esmero e Mimo.

Blend-All-About-Wine-Esmero-and-Mimo-Vines

Vinhas Esmero in facebook.com/Esmero-143943452320952/?fref=ts

Separating the tasting in two moments:

Separando a prova em dois momentos, o dos brancos onde os dois exemplares nascem a partir de vinhas com 30 anos de idade localizadas em terreno de transição de xisto para granito. Os dois brancos apenas passam por inox, ficando o contacto com a madeira reservada para os tintos. Segundo a definição, Mimo é algo delicado, feito com graça, beleza e perfeição. No Mimo branco 2014 predomina o Moscatel Galego, Fernão Pires e Síria, um branco fresco, diferente e divertido com aromas limpos e muito cativantes onde despontam as flores, citrinos maduros, vegetal fresco num conjunto de corpo médio, boa frescura a combinar com a presença da fruta e ligeira secura no fim.

Do cuidado extremo no trabalho, do primor, apuro e requinte, dessa mesma acção de esmerar surge o Esmero branco 2014 onde predomina o Viosinho e Gouveio. Um branco sério, com vigor e onde as notas bem definidas de fruta de polpa branca com algum citrino se misturam com as ligeiras notas de madeira e austeridade mineral de fundo. Acidez muito presente a dominar todo o conjunto com fruta fresca, tisanas, médio corpo com nervo e uma bela estrutura que o suporta.

Blend-All-About-Wine-Esmero-and-Mimo-mimo-white-2014

Mimo branco 2014 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Esmero-and-Mimo-red-2013

Esmero tinto 2013 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

No segundo momento da prova, os dois tintos, ambos com estágio de 18 meses em barrica, são separados e diferenciados não só pela diferença de idade das vinhas mas também pela altura a que estão. Enquanto o Mimo tinto 2012 é elaborado a partir de uma vinha com 30 anos situada a meia encosta, mostrando fruta (bagas, frutos do bosque) muito limpa, fresca e bem saborosa, pimenta, cacau e nota de madeira muito ligeira que aconchega o conjunto.

Blend-All-About-Wine-Esmero-and-Mimo-Reds

Tintos Esmero in facebook.com/Esmero-143943452320952/?fref=ts

Na boca muita frescura e vivacidade de uma fruta muito limpa e de qualidade, puro com presença média com tudo muito equilibrado e saboroso, um tinto que é fácil de se gostar. Por outro lado o topo de gama, o mais sério e aquele que é produzido a partir de uma vinha com mais de 80 anos, mistura de castas a baixa altitude. O Esmero tinto 2013 é dominado pela complexidade, frescura e qualidade de todo o conjunto, cheio de frutos silvestres, cereja, todos muito maduros e cheios de acidez, amplo, com muito caracter, pimenta preta, aconchego da barrica em fundo. Boca a mostrar um perfil encorpado, vigor, persistência, harmonia com a fruta e a barrica em plena harmonia num belíssimo vinho do Douro com anos de vida pela frente.

Vinho novo ou vinho velho? Venha Deus ou o Diabo e escolham

Texto João Barbosa

Oiço com grande regularidade o elogio ao vinho com idade. Laudes que compreendo, pois sou dos que o apreciam com anos de vida. No entanto, o que me faz escrever é o ar pedante com que muitos enófilos assumem, dividindo o mundo em duas castas. Reconheço que muitos apreciadores têm agrado com néctares novos e antigos.

A verdade é que os vinhos antigos têm para mostrar o que os novos não conseguem… até porque os outros são bebidos novos. Não é uma injustiça, é a vida. Um dia disseram-me: «os vinhos são como as pessoas, uns evoluem e outros continuam estúpidos».

Um aforismo anedótico que tem o seu «quê» de acertado. Olhando para gente das artes cénicas – porque é mais fácil citar – podemos reparar como Lauren Bacall ou Sean Connery «melhoraram» com a idade.

A beleza arrebatadora desta actriz evoluiu para um charme e uma aura de Rainha. O caso de Sean Connery é mais óbvio. Achava-o um bocado canastrão, sem ser nem bonito nem feio, e hoje é um lorde.

Que podemos dizer de James Dean ou de Mia Zapata? Nunca saberemos, embora existam programas de computador que fazem antevisões. Não quero estar só a elogiar a idade mais avançada, apenas a enumerar situações.

Blend-All-About-Wine-Young or old wine-Wine

Vinho in wall.alphacoders.com

Há uma outra situação que é a do homicídio vínico. Abrem-se garrafas de vinho que poderia ganhar com os anos. Se o enófilo conseguir guardar algumas, não existe problema. Mas… mas, e se amanhã não estiver vivo? Ou o síndrome da criança no Natal. Ou a velocidade dos dias e a espécie de ejaculação precoce.

Falando com apreciadores não militantes, reparo que a maioria, a enorme maioria, afirma que gosta de beber o vinho enquanto é novo. Porquê? A maior facilidade é, provavelmente, a principal razão.

Outro motivo será o do gosto por educar. Mas quem me dá o direito de afirmar que alguém não tem o gosto educado? Gostos são gostos, discutem-se, mas têm de se respeitar. Conheço gente, com anos de prazer enófilo, que prefere incondicionalmente o vinho jovem.

George Bernard Shaw sentenciou: «A juventude é uma coisa maravilhosa, que pena ser desperdiçada pelos jovens».

Pelo que escrevi, nota-se que não irei até onde chega a deliciosa arrogância deste grande escritor. Gosto de vinho com idade e com juventude… mas…

Há sempre um mas! O vinho que não é jovem, mas criança –  aproveitando o chamado Verão de São Martinho, em Novembro. Há muitos adágios populares que elogiam os vinhos na infância:

– No São Martinho vai-se à adega e prova-se o vinho.

– Pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que salte aos olhos.

– No dia de São Martinho, lume, castanhas e vinho.

Blend-All-About-Wine-Young or old wine-Stored wine

Vinho guardado in standardmarket.com

Estas certezas podem explicar-se pela antiga dificuldade, de antigamente, em guardar o vinho por muitos meses. Em novo estava «óptimo» e em Março ou em Abril, sabe-se lá. Essa realidade pode ter sido transmitida pelo ADN dos portugueses… sei lá!

Além de apreciar a juventude e a antiguidade, mais do que uma garantia acerca do que é correcto ou está errado, prefiro outro aforismo popular:

– Não se vai de smoking para a praia.

Ninguém me tira o «Anjo Azul», dirigido por Josef von Sternberg em 1930, com Marlene Dietrich. Nem as gargalhadas que dei com as «Manobras na Casa Branca», de 1997 e hoje é comédia, de Barry Levinson, com Robert De Niro e Dustin Hoffman.

Quinta das Bágeiras, o minimalismo enológico

Texto João Pedro de Carvalho

Rumamos à Bairrada, mais propriamente a Fogueira (freguesia de Sangalhos, concelho de Anadia) onde fica situada a Quinta das Bágeiras e onde nos espera o produtor Mário Sérgio Nuno, nome incontornável da Bairrada e dos vinhos de mesa de Portugal. Os rótulos e garrafas que têm como símbolo a fogueira que é também nome da terra, no entanto este símbolo marca o início de Mário Sérgio como jovem agricultor e produtor de vinho. Fruto da oferta de um amigo seu conhecido, também produtor, a marca Fogueira que não podia ser marca de vinho por ser nome de terra, acabou por surgir como símbolo dos vinhos da Quinta das Bágeiras.

Blend-All-About-Wine-Quinta das Bágeiras-Logo

Quinta das Bágeiras Logo in facebook.com/quintadasbageirasvinhos

Um trabalho de três gerações, que apenas com Mário Sérgio Alves Nuno começou a produzir e engarrafar com marca própria, antes era tudo vendido a granel. Tudo começou com a produção da colheita de 1987 que tinha praticamente sido toda vendida para as Caves São João e Mário Sérgio pediu ao seu pai para ficar com um tonel para fazer o seu próprio vinho. Uma opção que viria a dar frutos com um terceiro prémio no concurso de vinhos do IVV, com o primeiro branco a ser lançado em 1989. A enologia fica a cargo do enólogo e amigo Rui Moura Alves que está desde a primeira hora ao lado de Mário Sérgio, sendo parte responsável pelo sucesso e estatuto de produtor de referência alcançado na década de 90.

Blend-All-About-Wine-Quinta das Bágeiras-Mário Sérgio

Mário Sérgio Nuno – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Quinta das Bágeiras-Avô Fausto-2

Avô Fausto – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Os brancos das Bágeiras estendem-se pelos espumantes, colheita, Garrafeira, Pai Abel e Avô Fausto. Mário Sérgio prefere para os seus brancos solos planos e argilo-calcários situados em cota baixa, onde despontam a Bical e Maria Gomes. Com a casta Baga realiza três vindimas, a primeira para aguardente, a segunda para espumantes e a terceira para os tintos. Recuperou e manteve as parcelas que eram dos seus pais e dos seus avós, dos 12 hectares iniciais hoje conta já com 28 hectares. Com mais de 25 anos a produzir vinhos que mostram a face mais tradicional da Bairrada, minimalismo enológico, decantação em lagares abertos e estágio em antigos tonéis, sem colagens nem filtrações, com uma identidade e rusticidade muito própria que lhe conferem toda a autenticidade que os caracteriza.

Blend-All-About-Wine-Quinta das Bágeiras-barrels

Antigos tonéis – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

E é de visita às instalações em que se dá conta que por ali a modernidade teima em ficar à porta e o saber passa de geração em geração, não fosse esta uma empresa familiar. Um saber que tem vindo a ser colocado em prática com os seus vinhos desde o início e homenageado por Mário Sérgio na forma de novos lançamentos que visam o seu Pai Abel e o seu Avô Fausto. O destaque desta vez vai para os dois últimos e também os mais recentes, o Pai Abel acaba por ser a homenagem ao seu progenitor, que apesar dos seus 80 anos continua a trabalhar as vinhas e a transmitir todo o seu conhecimento às gerações mais novas.

Este Pai Abel branco 2013 é um branco que sai de uma vinha com 20 anos de idade com as castas Maria Gomes e Bical. O que interessa é a qualidade final do produto, por isso pouca produção, com a primeira passagem pela vinha a levar as uvas para os espumantes e a segunda passagem finalmente para o branco. Fermenta em barrica usada de pequena capacidade, o uso de tonel fica apenas para o Garrafeira, aqui o que nos surge no copo é um branco tenso e muito preciso, complexo de aromas firmes a mostrar a sua juventude e rasto mineral de fundo. Ao mesmo tempo a madeira a dar bom volume, fruta madura com tisanas, boca ampla com muita frescura, profundo e cheio de nervo com grande persistência num vinho que vai durar largos anos em garrafa.

Blend-All-About-Wine-Quinta das Bágeiras-Pai Abel

Pai Abel branco 2013 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Quinta das Bágeiras-Avô Fausto

Avô Fausto branco 2014 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

.O segundo vinho surge em homenagem ao seu avô, Fausto Nuno, que foi quem lhe despertou o gosto pelos vinhos e também o responsável pela vocação vitivinícola da família. O Avô Fausto branco 2014 é um branco proveniente de vinhas velhas e vinhas com cerca de 15 anos, num perfil que seria ao gosto de Fausto Nuno, elegante, fresco e macio. Neste caso apenas Maria Gomes com estágio em barrica, aromático, muito preciso, fresco e delicado, ao mesmo tempo a mostrar-se tenso e cheio de nervo, perfume de rosas, muito citrino acompanhada de notas resinosas e ligeiríssima untuosidade. Uma abordagem diferente mas com a chancela da Quinta das Bágeiras.

Contactos
Fogueira
3780-523 Sangalhos, Aveiro
Portugal
Tel: (+351) 234 742 102
Telemóvel: (+351) 964 190 336
E-mail: quintadasbageiras@mail.telepac.pt
Website: www.quintadasbageiras.pt

Vinhos José de Sousa, prestígio e história

Texto Bruno Mendes

Foi com o sonho de produzir vinho no Alentejo numa propriedade carregada de prestígio e história que a José Maria da Fonseca adquiriu, em 1986, a Casa Agrícola José de Sousa Rosado Fernandes, situada em pleno coração do Alentejo, Reguengos de Monsaraz. Uma casa que, no que toca à produção de vinho, já conheceu a viragem de três séculos, permitindo assim à José Maria da Fonseca produzir vinho utilizando técnicas tradicionais de vinificação.

Para informação mais detalhada em relação aos vinhos José de Sousa pode ler o artigo previamente escrito pelo João Pedro de Carvalho aqui

Se procura saber mais sobre os outros vinhos da José Maria da Fonseca também poderá consultar o artigo estrito pelo João Barbosa aqui.

Na velha adega podemos encontrar as ânforas de barro, onde os vinhos passam parte da fermentação, uma técnica antiga de vinificação herdada dos romanos. A adega moderna está equipada com tecnologia de ponta, onde uma equipa exigente e talentosa dá vida a vinhos de personalidade vibrante, sofisticação e nobreza.

Os vinhos José de Sousa procuram combinar modernidade com o rigor da tradição, reflectindo assim o calor do sol e a luz do Alentejo.

Tudo isto mais pormenorizadamente no vídeo abaixo: