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Quinta da Leda Vintage 1990, o primeiro Quinta da Leda

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Texto João Pedro de Carvalho

Em 1979 a antiga Casa Ferreirinha ou A. A. Ferreira prosseguindo a tradição da família Ferreira adquiriu um terreno inculto denominado Quinta da Leda na freguesia de Almendra. Foram plantados cerca de 25 ha de vinha com o objectivo de testar as qualidades dos vinhos produzidos na sub-região do Douro Superior. O encepamento consistia em Tinta Roriz 34% Touriga Francesa 33% Tinta Barroca 23% Touriga Nacional 8% e Tinto Cão 2%. Ao décimo ano surgiu o primeiro vinho ali produzido e também o primeiro Vintage obtido no Douro Superior pela Casa Ferreirinha, Quinta da Leda Vintage 1990, tendo direito a uma segunda edição apenas em 1999. Hoje em dia a Quinta da Leda conta com 75 hectares e nela se colhem as melhores uvas da empresa, destinadas a vinhos como Barca Velha e o próprio Quinta da Leda cujo primeiro tinto surge como varietal de Touriga Nacional em 1995.

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Quinta da Leda vista panorâmica – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

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Quinta da Leda Port Vintage 1990 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Confesso uma e outra vez que não sou grande apreciador de Porto Vintage, nem eu mesmo chego a entender por vezes esta minha rejeição ou incapacidade de ficar em êxtase com o estilo Ruby. Tenho assumidamente uma clara preferência pelos Tawny, sempre fui apreciador de vinhos onde a oxidação é palavra de ordem e os vinhos têm de mostrar argumentos para saberem resistir com galhardia à passagem do tempo. É por isso bem possível que não me consiga recordar de muitos Vintages que me tenham marcado de forma categórica. Mas recentemente tive oportunidade de beber este Quinta da Leda, um Vintage com 25 anos de vida e que a meu ver está naquele ponto óptimo de consumo, nem mais para um lado nem para o outro. No instante do primeiro contacto, do primeiro sorvo, dei por mim a pensar em como teria sido este vinho na sua fase mais jovem, não terá sido certamente um portento de força e taninos rugosos a implorarem por cave e pelo contrário deverá ter sido sempre um vinho que em novo teria alguma ponta de austeridade necessária para desenvolver embora desde cedo mostrasse elegância e equilíbrio entre a opulência da fruta bem madura e sumarenta com a frescura. Uma fórmula que podemos aplicar aos vinhos Quinta da Leda desde que foram saindo para o mercado.

E enquanto beberico o que resta da garrafa em acto de pura gulodice acompanhei com uma mousse de chocolate com azeite e pimenta vermelha. Ligação fantástica que catapultou o vinho para outro patamar a nível sensorial, tendo acidez suficiente para limpar o palato a fruta vermelha bem fresca alia-se em plena harmonia com o chocolate 70% cacau. Muita qualidade a mostra-se bem complexo e rico em detalhe, com frutos do bosque a surgirem já macerados, tabaco, especiarias, chocolate negro, ligeiro terroso no fundo. Na boca replica tudo o aqui descrito, enorme frescura logo de inicio que acompanha toda a passagem pelo palato com um apontamento apimentado e seco no final. Certamente ainda vai durar mais alguns anos em garrafa mas para mim foi um Vintage que me deu muito prazer a beber.

Contactos
Sogrape Vinhos, S.A.
Rua 5 de Outubro, 4527
4430-852 Avintes
Portugal
Tel: (+351) 227-838 104
Fax: (+351) 227-835 769
E-Mail: info@sograpevinhos.com
Website: www.sograpevinhos.com

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