Quinta do Rol – no coração de Lourignac Restaurante Nortada

De Guardar Redes a Guardar Jampal: Os Vinhos de André Manz

Texto Sarah Ahmed | Translation Teresa Calisto

É difícil pensar numa pior lesão para um guarda-redes profissional do que uma mão partida. Tendo isto acontecido apenas um ano após André Manz ter começado a jogar num clube Português, poderíamos pensar que ele regressaria à sua terra natal, o Brasil. Mas mesmo nos seus vinte anos, Manz não fez o óbvio.

Em vez disso, o guarda-redes que apresentou a Portugal a aeróbica coreografada, tornou-se num empreendedor de topo do fitness. E agora, no seu mais recente empreendimento homónimo, Manz Wine, ele reapresentou ao Mundo, a quase extinta casta Portuguesa Jampal.

As aventuras de Manz no vinho começaram em 2004, quando ele e a sua família se mudaram para a sonolenta aldeia de Cheleiros, na região de vinho de Lisboa. Com os seus lugares neolíticos, ponte Romana e monumentos medievais, Manz foi atraído pela história de Cheleiros. Não sendo homem de fazer as coisas pela metade, com a ajuda de um jornalista, Manz descobriu que Cheleiros já tinha sido famosa pelos seus vinhos.

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A Vinha Rochosa de Manz com Vista Sobre Cheleiros – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Conta-me que as encostas íngremes e rochosas, de argila e calcário, que rodeiam a aldeia, já estiveram cobertas de vinhas. Há um século atrás, havia nada mais nada menos que 43 adegas na aldeia. O próprio Manz recuperou um hectare de vinha mas, não sabendo nada sobre fazer vinho, inicialmente apenas fez vinho para a sua família e amigos. Mas quando, com a ajuda do Portugal’s Institute of Vines & Wines, ele identificou que o seu terreno com 20 anos incluía a esquecida casta local Jampal, o astuto empresário depressa se apercebeu do potencial de venda desta variedade única.

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A Adega de Tamanho de Bolso de Manz – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Em 2008, a Manz Wine foi fundada e em 2012 ele já tinha transformado a antiga escola da aldeia numa adega pequena, mas perfeitamente formada e tinha também plantado novas vinhas Jampal, com enxertos das vinhas originais. Ele possui agora cerca de nove hectares de vinha em Cheleiros e está ansioso por colocar a aldeia no mapa. Não apenas com Jampal, mas também com projectos de enoturismo. Estes incluem o Lagar Antigo Manz Wine (uma adega antiga convertida em museu com porta de cave) e, no próximo ano, um livro sobre Cheleiros e a sua história vinícola.

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Lagar Antigo no Museu Manz e a Porta da Cave – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Jampal continua a ser o único vinho branco do seu portfólio e, para mim, é a estrela do espectáculo. Aqui fica a minha escolha da gama (que também inclui vinhos tintos do Douro e da Península de Setúbal, feitos a partir de fruta comprada). Os vinhos são feitos por Ricardo Noronha e Rita Marques (na foto a seguir, com o Rosé)

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Manz Cheleiros Dona Fátima Jampal 2013 – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Manz Cheleiros Dona Fátima Jampal 2013 (VR Lisboa)
Um nariz tenso e muito focado e palato de grande limpidez, revelam aromas e sabores minerais, florais, cítricos e de carambola crocante. O carvalho fumado poderia depreciar a sua limpidez, mas na realidade complementa habilmente a mineralidade deste vinho. Uma característica que também é reforçada pelo seu final salgado, longo e persistente. Verdadeiramente único. Um vinho excitante. 13%

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Manz Rosé 2013 – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Manz Rosé 2013 (VR Lisboa)
Feito 100% de uvas Castelão, que são dedicadas à produção do rosé, este é um vinho bem conseguido, um rosé frutado mas seco, com fruta cremosa e madura de bagas vermelhas, e uma acidez mineral, muito atraente, bem integrada, fresca e persistente. 12.5%

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Manz Cheleiros Penedo do Lexim 2013 – Foto de Sarah Ahmed | Todos os Direitos Reservados

Manz Cheleiros Penedo do Lexim 2013 (VR Lisboa)
Este blend 50/50 Touriga Nacional e Aragonês, de tom e palato brilhante, é um excelente exemplo de um tinto relaxado mas refinado, sem carvalho. Eu adoraria que mais produtores de Lisboa adoptassem este caminho amigo do ambiente e focassem mais na fruta e na frescura. A acidez fresca e mineral parece ser um marco de Cheleiros que vale a pena estimar. Quanto à fruta, a floralidade e o toque de chocolate e fruta de sobremesa de verão da Touriga, juntamente com a estrutura calcária e refinada dos taninos do Aragonês e leve especiaria, fazem um agradável equilíbrio. 14%

Contactos
ManzWine
Lagar Antigo | Largo da Praça, n.º 8 – A | 2640-160 Cheleiros | Portugal
Tel: (+ 351) 21 927 94 68
Telemóvel: (+ 351) 93 426 97 21
Fax: (+ 351) 21 426 97 19
Email: info@manzwine.com
Site: www.manzwine.com

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