Texto Ilkka Sirén | Tradução Bruno Ferreira
Foi um ano e tanto. Era suposto ter sido razoavelmente relaxado mas provou ser um dos mais agitados. Fui a Portugal sete vezes durante este último ano. Pode não parecer muito, mas viajar de Helsínquia até Portugal é praticamente a viagem mais longa que se pode fazer dentro da Europa Continental. Ainda assim tenho sempre prazer em lá ir e o meu entusiasmo em relação a Portugal e aos seus vinhos cresce a cada visita.
Aqui estão alguns dos meus momentos favoritos passados em Portugal neste último ano:
Lindo, Vinho Verde. A Primavera na região vitivinícola do Vinho Verde is spectacular. Like the name suggests it’s really really green. People are burning leaves and branches on their yards creating this unique scent that fills the air. Belly full of delicious alheira sausage and a glass full of Alvarinho. Doesn’t get much better than that.
Grandes Madeiras. A degustação de vinhos Madeira realizada por Rui Falcão no evento Essência do Vinho no Porto, foi nada menos que fantástica. O alinhamento contou com Barbeito Sercial 1898, Blandy’s Verdelho 1887, d’Oliveira Verdelho 1850, Justino’s Boal 1934 e Henriques & Henriques Malvasia Solera 1900. Simplesmente, wow! É disto que os sonhos são feitos.
Grande J.! Conhecer João Nicolau de Almeida da Ramos Pinto foi como aquilo que sempre imaginei que as pessoas sentem ao conhecem o Jay-Z. Não gritei nem lhe pedi para assinar o meu decote, mas não andei muito longe disso. É um enólogo visionário e um pioneiro no vale do Douro. Beber com ele foi definitivamente um momento vínico a recordar.
Camaleão. Na passagem pela degustação da Young Winemakers of Portugal, em Lisboa, deparei-me com o Camaleão. O rótulo do Camaleão é impresso com uma espécie de tinta térmica que reage à temperatura. Verde – demasiado quente, azul – pronto a servir. Uma ideia brilhante e que me faz perguntar porque nunca vi isto noutro lugar antes. O vinho também era bom.
Tomates arrebatadores. “Corações de boi”, estas relíquias que comi na adega da Vale da Capucha…meu Deus. Provavelmente os melhores tomates do mundo. Pareciam bifes, só que saudáveis. Regue-os com um pouco de azeite, uma pitada de sal e prepare-se para experiência incrível.
O batmobile vínico. Estava de visita às vinhas da região vitivinícola de Colares, perto de Lisboa, quando vi este homem. Era tempo de vindima e este encantador senhor estava a transportar caixas carregadas de uvas para a adega. Este senhor conduzia um veículo da velha guarda e quando ligou o motor quase parecia uma cena saída de uma banda desenhada do Donald Duck. Deixou-me até conduzir por um bocado.
Vamos comer. O jantar na Cervejaria Ramiro em Lisboa, com Eduarda e Luís da Vadio e com o redactor Jamie Goode foi fantástico. Algumas das coisas que tento comer sempre que estou em Portugal são camarões, perceves, e claro, muita cerveja. Para terminar, o tradicional prego e estamos arrumados. Delicioso.
O Barão. Outra grande pessoa que conheci neste ano que passou foi Bodo von Bruemmer. Este jovem de 103 anos começou a produzir vinho quando já tinha mais de 95 anos. O quê?! Se isso não é suficiente para te fazer acreditar que nunca é tarde demais, nada fará.
Quinta do Noval. Juntamente com as suas vinhas Nacional, a Quinta do Noval é uma das propriedades mais icónicas não só em Portugal mas no mundo. Conhecer esta quinta há muito que está na minha lista de coisas-a-fazer e finalmente consegui. Agora desejo lá voltar para apreciar alguns Portos épicos.
Pérola do Atlântico. Estive de visita à ilha da Madeira algumas vezes este ano e não me sai da cabeça quão bonita é. É pura e simplesmente majestosa. Adorei o tempo que lá passei e estou ansioso por lá voltar. Digno de peregrinação vínica e, quando lá estiverem, aproveitem também para beber uns copos de Poncha.
Votos de um delicioso 2015 a todos os leitores!
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