Texto Ilkka Sirén | Tradução Bruno Ferreira
Este ano, eu e a minha família decidimos passar as férias de Verão em Portugal. Normalmente é um período que prefiro passar na Finlândia, mas o tempo varia muito e tanto podemos ter sorte como azar. Então fizemos as malas e apanhamos o literalmente o primeiro voo a sair do Aeroporto de Helsínquia, que por acaso é único voo directo para Portugal.
O nosso voo de Lisboa para o Porto foi cancelado, como de costume, e de repente tínhamos 6 horas para matar. Quanto a vocês não sei, mas eu nunca na vida iria passar 6 horas no aeroporto sozinho quanto mais com um miúdo de 3 anos. Em vez disso apanhamos um táxi e fomos até ao Oceanário de Lisboa. Pesquisei no Google Maps, vi que não era muito longe do aeroporto e pensei que seria algo que o meu filho iria gostar. BINGO! Chegamos de manhã, mesmo quando estava a abrir, evitando filas de espera. O meu filho estava tão entusiasmado quanto eu. Em Helsínquia não temos um oceanário em condições, por isso foi uma bela experiência.
Quando finalmente chegamos ao Porto fizemos uma visita rápida à adega da Ramos Pinto. Nunca tinha visitado a adega deles em Vila Nova de Gaia, e como tal estava na minha lista. São uma casa com uma história interessante, especialmente no que toca a marca/marketing. Além disso os vinhos deles também são espectaculares.
E depois comida. E logo um prato must try no Porto, “Amêijoas à Bulhão Pato”. Fantásticas amêijoas em molho de alho e azeite. Apetece passar o dia a molhar o pão naquele molho. Junte um copo de Vinho Verde na mão e asseguro-lhe meu amigo, será uma pessoa feliz.
Uma das razões que pelas quais optamos por visitar Portugal em pleno Verão foi o São João no Porto. O festival do São João, particularmente na cidade do Porto, é conhecido em todo o mundo. Nunca o experienciei pessoalmente, mas digamos que tem a sua reputação. Pessoas a grelhar sardinhas em todas as esquinas, cerveja literalmetne a correr pelas ruas e todo o tipo de festas e concertos a acontecerem ao mesmo tempo. Tal como depois expliquei a um amigo finlandês, é como se combinássemos a véspera de passagem de ano, o 1º de Maio e a Finlândia tivesse ganho a medalha de ouro de hóquei no gelo. Sim, é louco. Mas, obviamente, igualmente divertido.
Depois de um dia de excesso de sardinhas, fomos jantar ao restaurante Vinum no Graham’s lodge. Em parte pela comida mas claramente também pela vista. O restaurante tem um vista perfeita sobre a ponte Dom Luís I. Comemos sardinhas, claro, mas aquele bife… Uma costeleta espectacularmente cozinhada. Delicioso! Depois de nos termos empanturrado com boa comida era quase meia noite. Era assim que todos os jantares deviam acabar, com fogo de artifício sobre a ponte Dom Luís I. Depois voltamos para a Ribeira e fomos literalmente martelados. A tradição no S. João é as pessoas terem martelos barulhentos, de plástico, e martelarem na cabeça das outras pessoas que passam. E claro, as flores de alho. O raio das flores de alho. Enquanto nos dirigíamos para a ponte, para atravessarmos para o Porto, reparamos que a ponte estava fechada. Esperamos à volta de 45min. no meio da multidão, excesso de cerveja e uma manada de “marteladores”, ao mesmo tempo que os nossos narizes eram confrontados com flores de alho. E deixem-me dizer que foram uns longos 45min. Foi um pouco assustador quando a polícia finalmente começou a deixar passar as pessoas. A ponte estava a abanar devido à quantidade de pessoas em cima da ponte. Por momentos pensei que a ponte fosse cair mas, felizmente, não.
No dia seguinte alugamos um carro e fomos em diecção ao Vinho Verde para algum descanso e recuperação na Quinta de Covela. Dias solarengos a ensinar o meu filho a nadar, passear nas vinhas e a desfrutar de um saboroso Avesso. Perfeito!
Já que a minha família lá estava quis mostrar-lhes o Douro. Viajar pelas estradas estreitas foi um pouco assustador para a minha mãe, mas valeu bem a pena. Quem já tenha experienciado a beleza do Douro não se importa de passar um par de horas no carro a agarrar-se ao banco. Paramos para almoçar na Quinta de Nápoles da Nieeport e provamos alguns vinhos.
O meu filho gosta especialmente de visitar as salas dos barris. Está realmente interessado nos grandes barris de vinho e chama-lhes gigantes. Deixamos o Douro em direcção ao Porto com um grande sorriso na cara. Estava muito feliz por a minha família ter gostado tanto de Portugal quanto eu gosto. Como poderiam não gostar? Boa comida, bons vinhos, pessoas afáveis e bom tempo. É tudo o que nós finlandeses precisamos.
Era o último dia da nossa viagem e tivemos que devolver o carro alugado. Mas não antes de fazermos uma paragem em Matosinhos para comermos uns deliciosos percebes. O último sabor de Portugal; o fresco mar salgado e o vinho mantinham-se na minha boca quando o nosso avião levantou. Que grande viagem!
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