Texto João Pedro de Carvalho
Em pleno Agosto o momento é de pura descontracção, na realidade nesta altura e tal como na comida não gosto de complicar muito, procuro vinhos polivalentes e que toda a gente vai gostar. E com a chegada do Verão é tempo de fazer uma pequena selecção. Certo é que entre praia ou campo o destino quase sempre leva ao encontro das grelhas com marisco, peixe ou carne. Altura em que as comidas mais frescas e leves têm por direito lugar reservado à mesa e da mesma forma os vinhos também se querem frescos e com pouca ou nenhuma passagem por madeira.
De norte a sul de Portugal tive oportunidade de escolher alguns dos brancos que ao longo do ano mostraram a capacidade de me proporcionar momentos marcantes de boa disposição e amizade ao lado de familiares e amigos. Alguns desses exemplos são oriundos da região dos Vinhos Verdes onde se encontram os melhores exemplares de Alvarinho e Loureiro, marcas como Soalheiro ou Quinta do Ameal são sinónimo de satisfação garantida e certamente que mesmo que me esqueça de alguma garrafa há a garantia de se aguentarem por largos anos. As ligações que estes vinhos proporcionam com as mais diversas saladas ou pratos de cariz mais oriental justificam em pleno a sua escolha.
Um pouco mais abaixo por terras da Bairrada sem esquecer os brancos ali produzidos a minha aposta recaiu nos espumantes, com exemplares da Adega de Cantanhede e Caves São Domingos. Estes como outros espumantes são quase sempre os pontos de partida da refeição, os espumantes dão o ar festivo a uma refeição, animam os copos e a ligação com as mais diversas entradas é quase sempre muito bem conseguida.
Continuando perto do mar e já na região de Lisboa, procurei vinhos de grande frescura e com corpo suficientemente capaz de acompanhar desde os mariscos servidos ao natural até às cataplanas ou mesmo os mais variados pratos de arroz. Vinhos com menos aromas de cariz tropical, neste caso mais tensos com aquele pendor mineral e uma acidez que revigore ao mesmo tempo que limpa o palato. O leque de escolhas é amplo e diversificado, desde a versatilidade da casta Arinto que varia entre os Chocapalha, Vale da Capucha ou até Bucelas com os Quinta da Murta. Ampliando o leque para a Malvazia de Colares com o Arenae da Adega de Colares ou o Malvazia do Casal de Santa Maria. Para finalizar o passeio por Lisboa fui buscar o Vale da Mata branco, um vinho que ano após ano consegue uma muito boa prestação à mesa ao lado de pratos com mais tempero como um peixe no forno.
Termino as minhas escolhas com alguns rosados de grande nível e que são inegavelmente do melhor que se cria em Portugal. Vinhos como o Dona Maria Rosé (Alentejo) ou o Covela Rosé (Vinhos Verdes), escolhidos para acompanhar o que vai saindo da grelha, servidos frescos são companheiros à altura dos mais atrevidos cortes de carne ou de peixes mais gordos. Como é óbvio as escolhas poderiam ter sido outras, mas este ano quer na praia ou na piscina estes foram os vinhos que escolhi para ter no copo.
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