Texto José Silva
As vindimas começaram em força no Douro, um pouco por todo o lado, com o tempo a ajudar. E foi em ambiente de vindimas que passamos um fim-de-semana com a Real Companhia Velha, confortavelmente hospedados no Palácio de Cidrô.
A usufruir toda aquela beleza arquitectónica, aqueles jardins belíssimos e o silêncio das noites frescas de céu limpo.
À chegada esperava-nos um jantar volante extremamente agradável, a fazer companhia aos primeiros vinhos desta casa com tanta tradição. Bacalhau desfiado, pataniscas, omeleta baixinha de legumes, arroz de legumes, bolo húmido da casa e fruta variada.
E provaram-se, para além do espumante de Chardonnay e Pinot Noir que está muitíssimo bom, os brancos tradicionais de Cidrô – Sauvignon-Blanc e Semillion – e os tintos Cabernet Sauvignon com Touriga Nacional e Pinot noir. Mas ainda havia a surpresa dum Quinta do Cidrô Cabernet-Sauvignon…de 1996, ainda cheio de vida. Fechou-se com vinho do Porto, pois claro, um Colheita de 1980, e que bem que escorregou.
No dia seguinte, depois dum pequeno almoço delicioso, foi um pulo até à Quinta das Carvalhas, com toda aquela beleza do Douro por companhia.
Ali esperava-nos uma vinha de Sousão, onde já trabalhava a roga de vindimadores, a que nos juntamos na tarefa dura de arrancar cachos de uvas.
À entrada já nos tinham equipado com balde, luvas e tesoura.
Acabadas as uvas, lá continuamos a subir, com uma paragem aqui e ali, onde o Pedro Silva Reis nos foi dando informações sobre a constante evolução da empresa.
A beleza do Douro era cada vez mais arrebatadora.
Chegados lá acima à Casa Redonda, com aquele espectáculo fantástico do Douro a 360º, as máquinas fotográficas não conseguiam parar de disparar, era a “ditadura” da paisagem! Como diria Miguel Torga: “É um excesso de natureza!”
Esperavam-nos alguns petiscos e uma poderosa feijoada à transmontana, uma das refeições mais típicas das vindimas.
E, claro, os vinhos das Carvalhas, com nova roupagem, brancos cheios de frescura e excelente acidez e tintos encorpados, jovens, com fruta bem madura, entre os quais um surpreendente Tinta Francisca, muito elegante, cheio, requintado. Os vinhos estão mesmo muito bons, modernos e bem apresentados. Juntou-se a nós o Álvaro, que nos deliciou com muitas histórias e informações da sua grande paixão, a viticultura. Mas era tempo de nos dirigirmos à Quinta da Granja, em Alijó, onde funciona a enorme adega, por esta altura em pleno trabalho de vindimas.
Ali escolhemos uvas no tabuleiro de escolha, ouvindo explicações do Jorge Moreira, o enólogo principal, que até nos deu algumas amostras de cuba a provar.
Finalmente, para os mais corajosos, pisaram-se uvas, de tinto e vinho do Porto, nos lagares de granito. Era a festa de celebração das vindimas. Ainda se petiscou uma bola de carne e uns copos de vinho antes de regressarmos a Cidrô, cansados mas satisfeitos.
Refrescados e aperaltados, juntamo-nos no salão do primeiro piso do palácio para partilhar uns petiscos e alguns vinhos, entre os quais o Evel XXI, que está muito bom, cheio de vida, a dar requinte à marca, e novamente o Sauvignon-Blanc de Cidrô, absolutamente delicioso. Ao comando, mais uma vez, o bom gosto e a simpatia do Pedro Silva Reis.
Sentados à mesa, apreciamos uma alheira tostadinha com ovo estrelado e grelos, seguindo-se um lombo assado no forno com batatinhas assadas.
Terminamos em beleza com um Vintage de 1997 que nos acariciou o espírito.
Em fundo, a alegria da música do Álvaro, ao vivo, embalava-nos e fazia-nos sorrir…
De manhã, depois do pequeno almoço – aqueles ovos mexidos com tomate estavam incríveis!! – era a despedida e o regresso a casa.
Ou melhor era o “Até à próxima”!
Contactos
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4430-022 Vila Nova de Gaia
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