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Vintage Taylor’s no topo da bolsa de valores

Texto João Barbosa

O meu pai era artista plástico, pintor. Para ele, os investidores eram um híbrido de pessoas com síndrome de Diógenes e de agiotas. Contudo, esta sentença não aplicava a todos.

Ir com o meu pai a um museu tinha tanto de fascinante quanto de aborrecido. Cativante nas palavras, mostrava o que muitos não viam. Depois fixava-se unicamente na obra, para dela colher o máximo de informação e prazer, e tornava-se…

– Pai, ainda vai demorar muito? Não podemos passar à outra sala?

O meu pai tem obras em museus, galerias privadas e espólio de investidores. O que irritava o meu pai não era o dinheiro, mas a escuridão dos cofres e a especulação post mortem.

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Pablo Picasso in web.guggenheim.org

O meu amigo Manuel Jorge recontava que os descendentes de Pablo Picasso destruíram imensas obras depois de este andaluz falecer, para que se desse uma valorização. Chocava-o o cinismo, oportunismo, desrespeito pelo artista e, sobretudo, pelo homem.

Os investidores, dividia-os em dois grupos: os que mostravam publicamente as obras e os que se limitavam em pô-las em cofres. Eram, os segundos, que magoavam – é o termo.

Convenceu-me, em parte. Há uma certa velhacaria na compra e açambarcamento de produtos únicos, cujo valor ou interesse não respeitam, importando apenas a mais-valia. São os compradores de assinaturas.

Os maiores investidores são peritos e/ou têm especialistas que os aconselham. Ainda assim, sabe-se que há fraudes. Não contrafacções, é crime relativamente fácil de topar, mas falsificações, obras originais que convencem os olhos entusiasmados dos especialistas.

É assim com a arte como com o vinho. Não tenho qualquer complexo em relação ao negócio – tal como o meu pai – julgo que fui claro. O negócio existe, e ponto final.

Tenho um amigo que surfa no mundo dos vinhos. Não faz qualquer batota, apenas o que qualquer negociante quer: comprar cedo, para obter melhor preço, e vender quando há mais-valia.

Não é o único, o processo é simples e «só» exige capital inicial. Compra Bordéus e Borgonhas em primor e desfaz-se deles quando a cotação lhe dá ganhos. Guarda uma ou duas garrafas para si e com o restante ganho aplica na compra de futuras colheitas.

Este meu camarada é um «bom» investidor, usufrui do que compra e ganha dinheiro. A «malvadez» dos outros é uma a avaliação é subjectiva.

Sejam «bons» ou «maus», procuram bons negócios. É bom saber que há vinhos portugueses considerados como investimento seguro.

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Top 20 Performers in the Rest of the World Index in www.blog.liv-ex.com

índice Live-ex Fine Wine 1000, da revista The Drink Business, tem estado em baixa, mas os Taylor’s empurraram 3,2% o sub-índice Rest of the World 50. Os Bordéus valorizaram-se 1,1%.

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Taylor’s Vintage Port 1994 in www.taylor.pt

O vinho mais caro do Rest of the World 50 é um Taylor’s, tal como o terceiro, quarto, sétimo e 13º. Infelizmente, no top 20 não há mais vinhos portugueses. O Vinho do Porto Vintage de 1994 da Taylor’s lidera os ganhos, com uma progressão de 41,4%, entre Julho e Fevereiro. O 13º da lista, de 2007 e também da mesma casa, valorizou-se 10,3%.

Contactos
PO Box 1311
EC Santa Marinha
4401-501 Vila Nova de Gaia
Portugal
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Bicentenário do Porto Fonseca

Texto João Barbosa

Os vinhos podem dividir-se em bons e maus; os que têm estórias e os que não têm; e os que têm História e os que a não chegam. A este degrau chegam os bons. A longevidade dá a nascer estórias que contam história. A regularidade cria boa reputação e concede estatuto elevado. Os Portos da Fonseca reúnem «bondade», estórias, história, fiabilidade e reputação.

Os centenários são pretexto para brindes. A firma Fonseca hoje integrada no grupo The Fladgate Partnership, celebra o bicentenário. Logo num ano em que outro – substancialmente mais importante – se evoca.

No século XVI viveu um senhor, de seu nome Michel de Nostredame, que ficou célebre pelas profecias, aparentemente certeiras. Profetizou – leia-se e interprete-se como se quiser – o surgimento de três anticristos. O primeiro seria Napoleão Bonaparte e o segundo Adolf Hitler, cuja grafia apresenta semelhanças com o «Hister» anunciado pelo vidente.

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Vinhos do Porto Fonseca in the-yeatman-hotel.com

Tomo a liberdade de reescrever esta «verdade» acerca de anticristos: Josef Stalin, Fuminaro Konoe, Hideki Tojo, Mao Tse Tung, Pol Pot… e muitos ditadores de menor relevo. Napoleão só aos olhos da época pôde ser demónio. Segurou os lemas da Revolução Francesa e espalhou-os – muito enviesadamente – pela Europa.

Antes da «verdadeira» guerra napoleónica, desenrolou-se a Guerra das Laranjas, em 1801, em que Espanha roubou Olivença. Em 1806, Portugal recusou-se a subjugar-se à ordem de participar no bloqueio naval às ilhas britânicas. Por isso foi invadido por Espanha e França, tendo o Rei Dom João VI, a família, a Corte e os criados fugido para o Brasil.

Houve três invasões francesas, em 1807, 1809 e 1810. Designada por Guerra Peninsular, as entradas foram lideradas por Jean-Andoche Junot, Nicolas Jean de Dieu Soult e André Massena. Em 1811, as tropas anglo-lusas chutaram os invasores franceses e espanhóis.

Napoleão Bonaparte caiu diante das tropas britânicas, comandadas por Arthur Wellesley, e aliados, em 18 de Junho de 1815, na Batalha de Waterloo. Findo o conflito, os soldados regressaram; os patriotas da Leal Legião Lusitana e os traidores da Legião Lusitana, que serviram França. Muitos dos traidores foram poupados e alguns têm até nome de rua. Não entendo o meu país.

Os chineses escrevem crise com dois sinais gráficos conjugados: perigo e oportunidade. O risco é inerente aos negócios e em clima de guerra torna-se mais difícil. A Guerra Peninsular terminou a 10 de Abril de 1814, na Batalha de Toulouse. As notícias chegavam lentas, era quase impossível estar actualizado das movimentações dos exércitos. Ainda que tenha passado um ano, montar um negócio naquele contexto foi muito arriscado, até porque o cliente estava na Grã-Bretanha e no mar ainda havia navios inimigos.

Em 1815, João dos Santos Fonseca comprou, apoiado pela família Monteiro, 32 pipas de Vinho do Porto. Mais tarde chegou, em 1860, a família Guimarães – nome anglicizado para Guimaraens – e posteriormente a Yeatman, na segunda metade do século XX.

Uma firma ainda familiar. Duzentos anos depois, o que se pode dizer? Está tudo escrito nos dois primeiros parágrafos.

Contactos
Quinta do Panascal
5120-496 Valença do Douro
Tel: (+351) 254 732 321
E-mail:marketing@fonseca.pt
Website: www.fonseca.pt

Vinhos Vasques de Carvalho

Texto João Barbosa

Esquecendo a escala cósmica, um século é um sítio longínquo. Nesse tempo o mundo era a preto e branco… é o que se vê nas fotografias. Fora de brincadeira, atingir essa marca é para celebrar.

Não sendo absolutamente extraordinário, a verdade é que poucos humanos podem ou puderam dizer que chegaram ou ultrapassaram a barreira do século. Ainda há dias partiu o cineasta Manoel de Oliveira, aos 105 anos. Quem o conheceu diz que era uma pessoa de grande jovialidade – tal como estes vinhos.

Assim acontece com as empresas ou data de assentamento duma família num território. É na assinatura desse contrato que a história começa a contar. A companhia é jovem, criada em 2000, mas as raízes são seculares. A família Vasques de Carvalho estabeleceu-se em meados do século XIX no Vale do Rodo, onde hoje tem cinco hectares de vinha velha, plantada nos tradicionais em socalcos. Como a grande maioria dos agricultores do Douro, os Vasques de Carvalho vendiam o vinho às firmas de Gaia. Porém…

Porém, houve um ano em que José Vasques de Carvalho, bisavô do actual administrador, não abriu mão da colheita. O lavrador guardou tudo de 1880. É uma jóia, confirmando a visão desse lavrador oitocentista.

Ponto de ordem à mesa! O que já se pode conhecer? Além de Vinho do Porto, a Vasques de Carvalho apresenta uma gama de vinhos com denominação de origem Douro. Comum a todos eles, um perfil aromático muito elegante. Uma vez que as uvas brancas são compradas fora, penso que o desenho é arte do enólogo, Jaime Costa, de reconhecida competência. Todos eles muito frescos e elegantes.

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Oxum branco 2013 in vasquesdecarvalho.com

O Oxum Branco 2013 fez-se com uvas das castas viosinho, gouveio e rabigato. É bom vinho para tema de conversa entre enófilos apaixonados em debater os temas do nariz e da boca. Jaime Costa, que tem galões de general, refere «muito mineral, com notas frutadas de pêssego e citrinos maduros». Penso diferente e em concordância com o parceiro de prova: delicado sem ser frágil, com ramalhete de suave jasmim, flor de laranjeira e uma pitada de limão. A boca, infelizmente, fica aquém dos aromas. Cada qual escolha a sua, entre estas duas e outras hipóteses. Mas… belo vinho.

Ora, o branco foi onde mantive maior divergência quanto ao enólogo, que foi persistente nos Douro. Sinceramente, acho que escrever descritores é aborrecido e duvido que alguém vá comprar 0,75 litros de frutos vermelhos…

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Oxum tinto 2012 in vasquesdecarvalho.com

Oxum Tinto 2012 mantém o apetite. Elegante e prazenteiro, com o Douro dentro e uma elegância acima da média. Acima fica o X Bardos Tinto 2012, robusto como um cavaleiro e de bom trato, com notável fundura de boca.

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X Bardos branco 2012 in vasquesdecarvalho.com

Os Tawnies provados divergem entre si. Ah! A elegância aromática estende-se a estes vinhos. A divergência é que esperava bem mais do Tawny 10 anos. Penso que pode ser melhorado.

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Vasques de Carvalho 10 anos Tawny in vasquesdecarvalho.com

Dez anos não são 40, comparáveis em exercício intelectual. O Vasques de Carvalho 40 anos é um vinhaço. Um vinhaço! Um vinhaço! Um vinhaço!

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Vasques de Carvalho 40 anos Tawny in vasquesdecarvalho.com

Votos de sucesso, pois que produtores deste nível são sempre benvindos – recuso-me a escrever bem-vindos, por falta de lógica. Pois… já me esquecia… a firma porá à venda 750 garrafas do vinho de 1880. Uns milhares de litros do tesouro vão continuar sossegados nos tonéis. Um vinho com «tudo» dentro. Só vendo com nariz e boca.

Contactos
Vasques Carvalho
Av. Dr. Antão de Carvalho n. 43
5050-224 Peso da Régua
Douro, PORTUGAL
Telemóvel: (+351) 915 815 830
Tel: (+351) 254 324  263
Fax: (+351) 254 324 263
E-mail: vasquescarvalho43@gmail.com
Website: vasquesdecarvalho.com

Bruxas da Páscoa e Vinho do Porto

Texto Ilkka Sirén | Tradução Bruno Ferreira

Chegou a Páscoa. Nós, finlandeses, somos exímios em pegar num feriado religioso, retirar-lhe tudo o que seja religioso e transformá-lo numa grande festa para comer e beber. Claro que há aqueles que seguem a tradição, mas para a maior parte das pessoas é apenas um longo fim-de-semana com amigos e família à volta de uma mesa a passar um bom bocado. Claro que temos uma boa parte de tradições de Páscoa. Os coelhinhos da Páscoa, os ovos de galinha e de chocolate são abundantes. O ovo de chocolate mais famoso é o Mignon e tem estado presente desde os finais do século XIX. Consiste na casca de um ovo verdadeiro recheada com nougat de amêndoa-avelã. Os tradicionais ovos de chocolate ocos não são nada quando comparados a este. Todas as Páscoas há cerca de 2 milhões de ovos Mignon à espera de serem consumidos, um número considerável tendo em conta que são todos feitos à mão.

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Eu e o meu irmão mais velho vestidos de bruxas – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Falando de tradições estranhas da Páscoa, durante este período, os finlandeses também cultivam erva em casa. Calma, não é a ilegal mas sim a normal azevém verde, que é colocada numa pequena taça em cima da mesa para simbolizar o renascimento da vida depois do Inverno e a chegada da Primavera. Além disso há também a tradição de vestir as crianças de bruxas. Sim, é mesmo isso. Acredita-se que antigamente havia, durante a Páscoa, bruxas montadas nas suas vassouras que faziam todo o tipo de travessuras. Agora os miúdos vão de porta em porta vestidos de bruxas, abanando galhos de salgueiro aos estranhos para lhes desejar felicidades, e em troca podem receber alguns doces. Uma estranha mistura de tradições Ortodoxas e Pagãs. Antigamente eram feitas grandes fogueiras para espantar as bruxas, tradição essa que ainda hoje se mantém. Como pode ver na fotografia acima, em criança, costumava passar todas as Páscoas a parecer a avó do Harry Potter.

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Graham’s LBV 2008 – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Felizmente a minha carreira como Dumbledore não estava destinada. Em vez disso, posso beber este LBV mágico de 2008 da Graham’s e relaxar com a minha família. Na Finlândia o consumo de vinho sobe um pouco durante a Páscoa. Especialmente o vinho tinto que nas lojas de monopólio atinge mais 64% de vendas do que numa semana normal. O consumo de vinhos de sobremesa também sobe um bocado, o que me traz a este vinho do Porto. Um LBV aveludado é uma bebida excelente para Páscoa. Eu costumo servir Moscato d’Asti com sobremesas mais leves, como panna cotta. Mas com sobremesas de chocolate mais pesadas e com mämmi (uma estranha sobremesa finlandesa) prefiro um LBV firme. 2008 foi o ano da minha primeira visita a Portugal e trabalhei na vindima do Vale do Douro. Lembro-me de que o Verão não foi particularmente quente, para o que Portugal está habituado. Mas para mim, um pálido menino finlandês, parecia que estava a assar no forno e que estava a ficar maduro muito mais rápido do que as uvas. Quando a colheita começou houve algumas previsões meteorológicas sombrias e, mesmo com algumas chuvas, provavelmente muito necessárias, a qualidade do vintage saiu muito boa. Especialmente nalguns Single Quintas e, o nível do LBV é, na verdade, mais do que bom.

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Vinho do Porto e Gouda Velho – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Com este firme mas delicado LBV Graham’s 2008 optei por algo super clássico no que toca à harmonização. Vinho do Porto e um queijo Gouda velho a desfazer-se é, provavelmente, a minha harmonização favorita de sempre. Quando o queijo se desfaz em pequenos cristais salgados na boca e o ingerimos juntamente com este vinho do Porto rico, frutado e com muita profundidade…o resultado final é, provavelmente, a coisa mais próxima da perfeição. O Porto tem já alguns anos e, sendo um LBV, começa já a ganhar aquela suavidade atraente em torno das bordas, continuado a ser vibrante e delicioso. Vou saborear este vinho com um grande sorriso no meu rosto e manter o copo debaixo de olho para que as sedentas bruxas da Páscoa não o venham roubar.

Contactos
Graham’s Porto
Vila Nova de Gaia
Portugal
Tel: (+351) 223 776 484 / 485
Email: Lodge: grahams@grahamsportlodge.com
             Geral: grahams@grahams-port.com
Website: www.grahams-port.com

O terroir do Javali…

Texto João Pedro de Carvalho

O Douro tem sido nos dias de hoje uma das regiões mais mediáticas de Portugal. Actualmente são inúmeras as Quintas de inegável importância histórica no sector do Vinho do Porto, mas também existem muitas Quintas que têm vindo a ganhar notoriedade enquanto produtoras de vinhos tranquilos (vinho de mesa). Tentar descobrir um projecto mais recente que se destaque principalmente pela qualidade dos vinhos tranquilos, sem ter o peso da história a recair nos seus vinhedos, não será fácil mas também não será impossível.

Prova disso é a Sociedade Agrícola Quinta do Javali. Empresa familiar fundada em 2000 com o objectivo de produzir e comercializar (exporta 80% da produção) os seus próprios vinhos DOC Douro e Porto, situando-se na margem esquerda do Rio Douro em Nagoselo do Douro, São João da Pesqueira, no Cima Corgo. A Quinta do Javali viu 10 dos seus 20 hectares serem replantadados numa vinha com as castas da região Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Barroca e Touriga Nacional.

O proprietário e enólogo da quinta, José António Mendes é um apaixonado pelo seu trabalho. Nota-se no brilho dos olhos quando a conversa muda e passamos a falar dos seus vinhos. Enquanto vamos provando as novas colheitas vai explicando que procura fazer sempre todo o trabalho na vinha, evitando intervir na adega, as leveduras são autóctones, os vinhos são todos feitos em lagar com pisa a pé e aliam potência com uma frescura incrível. Não são vinhos fáceis, de agrado imediato, requerem paciência, mostram uma grande densidade, camadas de sabor e aromas, frescos, estruturados com taninos ainda presentes que em novos torna a decantação quase obrigatória.

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Quinta dos Lobatos 2013 | Quinta do Javali Reserva 2011 | Quinta do Javali Vinhas Velhas 2011 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Quinta dos Lobatos 2013 (DOC Douro)
Acabado de lançar no mercado, austero e novo, fruta rija e madura com alguma compota mas muito limpa, especiado, nota de esteva, carnudo, ganha envolvência com o tempo no copo. Boca cheia de vigor e frescura com a fruta a explodir de sabor, secura no fim, pimenta preta, fundo mineral e prolongado.

Quinta do Javali Reserva 2011 (DOC Douro)
Passa 18 meses em barrica. Mais envolvente que o Quinta dos Lobatos, barrica mais integrada apesar do poderio do cacau e tabaco, mostra fruta madura com compota, floral, especiaria doce. Boca com elegância permitida por taninos envoltos em estrutura dominada pela fruta maturada, fresco, conquistador e com menos austeridade a fazer-se sentir.

Quinta do Javali Touriga Nacional 2012 (DOC Douro)
Com uma quantidade muito limitada de 600 garrafas, o vinho é uma provocação aos sentidos. Fruta marcada pela frescura e qualidade, leve geleia, perfume de violetas e ervas aromáticas, tabaco e pimenta Mostra-se coeso, ambicioso, compacto e provocante. Com uma boca cheia de frescura e sabor, revela-se saboroso e preenche por completo o palato numa estrutura ampla em grande final.

Quinta do Javali Vinhas Velhas 2011 (DOC Douro)
Este vinho é um autêntico juggernaut. Chega de forma arrebatadora e domina por completo quem prova. Mostra toda a austeridade do Douro, estrutura firme e fresca, madeira que o ampara sem excessos (20 meses de estágio), fruta muito limpa e sumarenta com balsâmico, especiarias, notas de baunilha e chocolate preto. Enorme vigor e complexidade, disposta por camadas de aromas e sabores, tudo firme e sem abanar. Alimenta-se de tempo no copo ou no decanter, cresce, ganha novas formas mas sempre tenso, sempre novo. Na boca é fresco e amplo, fruta que se mastiga, saboroso, enérgico e grandioso com secura final à procura de pratos condimentados.

Quinta do Javali Special Cuvée 2012 (DOC Douro)
Nasceu de um desafio lançado ao produtor por um apaixonado pelo mundo do vinho e ao mesmo tempo responsável pela distribuição em Portugal. O vinho dá uma prova de luxo, mais macio e delicado que o Vinhas Velhas, conquista pela finesse, complexidade e ao mesmo tempo não perde aquele fulgor e energia característica dos vinhos desta casa. O que mais chama a atenção é o delicado e bonito perfume floral que mostra ao lado de groselhas e framboesas muito frescas e limpas, quase aromas em HD. A barrica arredonda os cantos com toque fumado e baunilha. Na boca mostra uma bonita frescura que domina todo o conjunto, grande harmonia com enorme presença no palato, final muito longo.

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Quinta do Javali Porto LBV 2007/2008/2009 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Quinta do Javali Tawny 20 Anos
De perfil delicado tem harmonia e boa dose de frescura. Nota-se que não tem a complexidade proveniente de um lote com vinhos tão velhos como outros 20Anos à venda no mercado. Bom fruto seco, laranja cristalizada, caramelo, figo, tudo envolto num conjunto bastante agradável, em final prolongado.

Quinta do Javali Porto LBV 2009
Da prova dos LBV 07, 08 e 09 foi este último que mais se destacou, apesar de todos eles estarem num nível de muito boa qualidade. Destacou-se o 2009 pela gulodice da fruta com a presença da mesma e a frescura num conjunto mais amplo e sumarento que os restantes. Na boca, sente-se mais presença da fruta compotada, chocolate e leve especiaria em final fresco e longo.

Contactos
Sociedade Agrícola Quinta do Javali
Apartado 71
5130-909 S. João da Pesqueira
Email: antoniomendes@quintadojavali.com
Site: www.quintadojavali.com