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Porto Cruz, uma empresa em constante expansão…

Texto José Silva

Embora pertencente a uma grande firma francesa de produção e distribuição de bebidas, é uma empresa portuguesa de sucesso, que alicerça a sua força na produção de vinho do Porto, e que tem um lugar de destaque em Portugal, sendo um dos maiores produtores de vinho do Porto, mas sobretudo no estrangeiro, para onde exporta a maioria da sua produção.

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Porto Cruz – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Faz parte também do seu portfolio a casa C. da Silva, produtora dos vinhos Dalva, uma referência no sector.

Há um par de anos tomou a maioria do capital da Henriques and Henriques e a totalidade do capital da Justino’s, ambos produtores de vinho da Madeira. Recentemente comprou a Quinta de Ventozelo, uma das maiores extensões de vinha do Douro.

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Adega de Alijó – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Mais moderna e revolucionária tecnologia para produção de vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto já tinha inaugurado a nova adega em Alijó, detentora da mais moderna e revolucionária tecnologia para produção de vinhos.

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Adega com capacidade de armazenagem de 22 milhões de litros de vinho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É uma adega com capacidade de armazenagem de 22 milhões de litros de vinho, com 40 cubas de 360.000L cada e outras de 180.000L cada, entre muitas outras de menor dimensão. Dois enormes filtros alimentam todo o complexo, assim como sistemas de azoto e ar comprimido. E um inovador sistema de limpeza e desinfecção automático que opera para a limpeza de todas as cubas.

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Sistema de bombagem do vinho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O sistema de bombagem do vinho é também automático e tudo é liderado por um sofisticado sistema de domótica.

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Lagares de aço inox – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A parafernália de equipamentos impressiona o visitante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Com lagares de aço inox que alimentam as cubas onde os vinhos vão fermentar e estagiar, passando depois para barricas ou directamente para as garrafas, toda a parafernália de equipamentos impressiona o visitante, quer pela quantidade, quer pela qualidade, quer pela preservação e higiene, imaculadas.

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Nesta adega estão centralizados todos os trabalhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nesta adega estão centralizados todos os trabalhos e ali passam a ser feitos todos os vinhos da empresa, sendo armazenados e dali expedidos.

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Armazenados em cubas de inox gigantes © Blend All About Wine, Lda

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Maior parque de balseiros da região © Blend All About Wine, Lda

Muitos deles vão para Vila Nova de Gaia, onde vão estar armazenados em cubas de inox gigantes ou em estágio, no maior parque de balseiros da região, de enorme dimensão.

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As velhas cubas de cimento – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ali a grandeza não é menor, com as velhas instalações sempre em evolução, adaptadas às modernas necessidades, e onde ainda são usadas as velhas cubas de cimento, num aproveitamento inteligente de todo o espaço disponível.

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Sistema sofisticado © Blend All About Wine, Lda

Ali opera também um sofisticado sistema de enchimento, rotulagem e embalamento, que corresponde às necessidades das enormes quantidades de vinho que saem diariamente, rumo a todo o mundo. A eficácia parece ser a palavra de ordem, anunciando-se para breve obras na parte administrativa e no laboratório.

Com a equipa de enologia a cargo do Eng. José Manuel Soares, que tem uma longa experiência na viticultura e enologia duriense, todo o projecto e estratégia são da responsabilidade do Eng. Jorge Dias, que tem sabido desenhar um perfil novo para os vinhos da Porto Cruz e para toda a imagem da empresa, o que está à vista um pouco por todo o lado.

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O imponente edifício Porto Cruz – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Toda essa imagem está concentrada, mais abaixo, na marginal de Gaia, na imponência do edifício Porto Cruz, já uma referência na zona. Duma construção antiga fez-se um espaço onde, como os próprios dizem “o vinho tem que ser vivido!” Decoração arrojada, muito moderna, investiu-se na imagem digital, com soluções muito inovadoras para dar a conhecer o vinho, sobretudo o vinho do Porto, também através do audiovisual. A tudo isto associou-se muito bem a cultura, que utiliza este espaço duma forma permanente ou temporária, tudo em prol do vinho do Porto e da sua história.

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Restaurante Moderno – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No piso de cima funciona um moderno restaurante, com consultoria do chefe Miguel Castro Silva, mas onde o chefe José Guedes faz maravilhas, com uma cozinha consistente e apelativa.

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A vista – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A vista – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No terraço funciona um bar onde se tem uma visão de 360º sobre Gaia e o Porto, ali em frente, e que funciona até tarde nos meses de bom tempo. Na noite de S. João, estamos em primeira plateia.

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Porto Dalva Golden Branco 1971 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No final duma visita muito completa, brindou-se com um Porto Dalva Golden White 1971.

O rio Douro, esse, passava ali à frente, pachorrento…

Contactos
Espaço Porto Cruz
Largo Miguel Bombarda, N.º23
4400 – 222 Vila Nova de Gaia
Tel: (+351) 220 92 53 40 / 220 92 54 01
Fax: 220 924 299
Website: www.myportocruz.com | www.porto-cruz.com

Na Região Bairradina, Um Produtor Com Grande Tradição

Texto José Silva

Lembro-me de, há muitos anos atrás, nos cafés, ser muito popular pedir: “Uma bica (café) e uma São Domingos!”

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Aguardente Bagaceira Caves São Domingos © Blend All About Wine, Lda

E esta São Domingos era a bagaceira das Caves São Domingos, muito popular como bebida branca de qualidade. Os tempos foram passando, o consumo de bebidas brancas diminuiu substancialmente devido à legislação que entretanto apareceu, mas as Caves São Domingos lá continuam e, entre muitos outros produtos, também produzem esta e outras bebidas com imensa qualidade.

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As Caves São Domingos Lá Continuam © Blend All About Wine, Lda

As caves mantêm as suas instalações em Anadia, mas têm vindo a crescer e a produzir não só maior quantidade de vinhos e destilados, mas também uma maior variedade de produtos.

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As Suas Prestigiadas Aguardentes © Blend All About Wine, Lda

Embora o principal e o mais conhecido seja o espumante, as suas prestigiadas aguardentes têm também mantido a tradicional clientela e têm mesmo alargado o leque de tipo de consumidores, cada vez mais em busca do que é genuíno. Também os vinhos de mesa, das regiões da Bairrada e do Dão têm vindo a ocupar um lugar de destaque no portfolio da empresa.

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Adega Moderna © Blend All About Wine, Lda

Tudo isto fez com que sentissem a necessidade de modernização, e por isso a empresa tem hoje uma adega moderna, com toda a tecnologia disponível, sobretudo a rede de frio, que permite elaborar vinhos modernos e apelativos. Mas também manter a produção de espumantes que têm vindo a ser distinguidos pela crítica nacional e internacional e pelo público consumidor.

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Mais de Dois Milhões de Garrafas de Espumante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nas suas caves estão a estagiar mais de dois milhões de garrafas de espumante, das várias categorias, que vão saindo para o mercado conforme as solicitações.

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Tradicionais “Pupitres” © Blend All About Wine, Lda

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Método Mais Moderno Das Giro Paletes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ainda se encontram a estagiar nas tradicionais “pupitres”, onde as garrafas são rodadas diariamente, à mão, que coexistem com o método mais moderno das giro paletes, a permitir produzir maior quantidade de espumante, com a mesma qualidade.

Os espumantes, graças a uma grande preocupação com a divulgação e a participação em inúmeras feiras quer nacionais quer estrangeiras e a organização de provas um pouco por todo o país, são hoje cada vez mais consumidos também para acompanhar a nossa riquíssima gastronomia, que vai muito para lá do leitão assado, que continua, e muito bem, a ser um companheiro natural.

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Demi-johns © Blend All About Wine, Lda

Mas também ali se mantêm os demi-johns de licor e as barricas onde envelhecem as várias aguardentes produzidas nas caves, hoje já referenciadas em muitos mercados como das melhores que se produzem em Portugal. Os vinhos São Domingos são produzidos a partir de uvas originárias de vinhas próprias mas também de vinhas de viticultores bairradinos e do Dão, a quem a empresa dá apoio técnico, garantindo assim matéria prima de primeira qualidade.

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The Old Wall Clock – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na sala principal, o velho relógio de parede lembrava que era tempo de provar alguns vinhos. E assim fizemos, provando o Caves São Domingos Branco 2014, que tem aromas florais e algum citrino, que lhe emprestam as castas Maria Gomes e Bical. Na boca é aveludado, ligeiramente cítrico, apaladado, muito agradável. Seguiu-se o Volúpia Branco também de 2014, este com as castas Sauvignon Blanc, Chardonnay e Maria Gomes, um vinho moderno cheio de frescura, muito mineral, com óptimo volume na boca, acidez muito equilibrada, cheio de elegância. – Para uma visão mais detalhada destes vinhos brancos confira o antigo anterior do João Pedro de Carvalho aqui.

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Velha Reserva Bruto 2008 © Blend All About Wine, Lda

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Cuvée Brute 2011 © Blend All About Wine, Lda

Depois, os espumantes. Primeiro o Velha Reserva Bruto 2008, feito com Pinot Noir e Chardonnay, com notas florais muito frescas no nariz, palha, brioche e algum tostado. Bolha muito fina e elegante, fresco na boca, com notas de frutos secos. Seguiu-se o Cuvée Bruto 2011, com Baga e Sauvignon Blanc, a dar-lhe alguma compelxidade no nariz, frutado, com notas secas, bolha finíssima, muita frescura na boca, tostado ligeiro, notas de amêndoa muito suaves, um espumante muito elegante.

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Lopo de Freitas Brute 2010 © Blend All About Wine, Lda

Finalmente provou-se o Lopo de Freitas Bruto 2010, que já é um clássico desta casa. Cerceal e Chardonnay fazem um belo casamento, com bolha muito fina, aromas levemente frutados, algo exótico. Na boca tem uma excelente acidez, é cheio, cremoso, com notas leves de frutos secos e um final longo muito agradável.

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Leitão Assado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Algumas Sugestões Cítricas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na refeição de leitão assado esteve o Blanc de Blancs Bruto de 2011, muito fresco, mineral e com sugestões cítricas, óptima acidez, a dar boa luta ao leitão.

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Blanc de Blancs Brute 2011 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No final, “um café e uma São Domingos”, pois claro…

Contactos
Caves do Solar de São Domingos, S.A.
Ferreiros – Anadia
Apartado 16
3781-909 Anadia – Portugal
Tel: (+351) 231 519 680
Fax: (+351) 231 511 269
Email: info@cavesaodomingos.com
Website: www.cavesaodomingos.com

AS – Cork, O Fabrico Moderno de Rolhas

Texto José Silva

Portugal é o maior produtor de rolhas do mundo, sendo também um dos maiores produtores de cortiça.

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Portugal é um dos maiores produtores de cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A relação das rolhas com o vinho é óbvia e, apesar do ataque constante de outros tipos de cápsulas, a rolha tem-se mantido como a cápsula de referência, havendo mesmo um retorno de muitos produtores pelo mundo fora à utilização das rolhas. Também muito graças à evolução enorme da qualidade da matéria prima, a cortiça.

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Cortiça, a matéria prima – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Tecnologia de ponta - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Tecnologia de ponta – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Há algumas unidades de produção em Portugal que têm investido em tecnologia de ponta, o que se traduz em muito melhor qualidade das rolhas e uma grande redução dos custos de produção, ajudando também à rentabilidade das empresas.

AS-Cork (Américo Sousa & Filhos, Lda) - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

AS-Cork (Américo Sousa & Filhos, Lda) – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É o que acontece com a empresa AS – CORK (Américo Sousa & Filhos, Lda), sediada em Santa Maria de Lamas, que tem vindo a evoluir constantemente, com uma política de investimentos muito bem programada, seguindo um pouco as exigências do mercado. De tal maneira que investiram também no mercado marroquino, onde têm uma unidade de produção com bastante sucesso.

É uma família da região, desde há muito ligada à cortiça, em que dois dos irmãos se dedicam a tempo inteiro às suas três fábricas, localizadas muito perto umas das outras.

A matéria prima é depois escolhida, cortada e armazenada - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A matéria prima é depois escolhida, cortada e armazenada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na primeira recebem a matéria prima, que vai ser escolhida, cortada e armazenada, procedendo-se desde logo a uma escolha rigorosa da cortiça, separando aquela que possa não estar em condições.

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A cortiça é desinfectada em vários processos de estufagem – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

De seguida a cortiça é desinfectada em vários processos de estufagem em máquinas adequadas.

Depois de seca é encaminhada para uma primeira fase de fabrico de rolhas, que há-de continuar na segunda unidade fabril.

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Primeira fase de fabrico de rolhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Aparas de Cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto, num processo de controlo de qualidade constante, as aparas de cortiça e a cortiça com defeito, que não servem para rolhas, mas podem servir para outros fins, são retiradas e vendidas para fábricas que produzem outro tipo de artigos de cortiça – decorativos, isolamentos, granulado, etc. Ali, nada se desperdiça.

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Processo de controlo de qualidade constante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Discos de Cortiça - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Discos de Cortiça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na segunda unidade fabril o controlo de qualidade continua, recorrendo a modernos equipamentos, que permitem também alguma inovação, seja no processo de fabrico, seja nos produtos finais, como é o caso dos discos de cortiça – de que são especialistas – que vão ser utilizados para fabrico das rolhas de espumante e champanhe, e que escoam na sua totalidade, sendo vendidos a outras unidades, uma vez que aqui não se fabrica, por enquanto, esse tipo de rolha.

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Unidade altamente automatizada, onde a limpeza é uma prioridade – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Máquinas cada vez mais sofisticadas - Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Máquinas cada vez mais sofisticadas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Numa unidade altamente automatizada, a limpeza das instalações assume uma importância primordial, para que não haja possibilidade de contaminação.

Máquinas cada vez mais sofisticadas, com o recurso a câmaras e mesmo aos raios laser, que fazem leituras a duas e a três dimensões, conseguem um alto rendimento e muita eficiência.

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Laboratório extremamente bem equipado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Uma equipa especializada testa cada tipo de produto final – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No laboratório, extremamente bem equipado (que inclui um cromatógrafo), uma equipa especializada vai fazendo os testes adequados a cada tipo de produto final, com padrões muito exigentes, em que não pode haver lugar ao engano, e que é uma das bandeiras da empresa.

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A terceira unidade fabril – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A terceira unidade fabril compra todo o produto das outras duas, que depois vai vender aos inúmeros clientes, a esmagadora maioria estrangeiros.

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Acabamento das rolhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

É aqui que se vai proceder ao acabamento das rolhas, seguindo os pedidos dos clientes, quer nacionais quer estrangeiros.

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Outro laboratório continua o processo de controle – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Outro laboratório continua o processo de controle, cumprindo todos os parâmetros de higiene e segurança estabelecidos, de acordo com a legislação internacional.

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Finalmente as rolhas acabadas e os discos de cortiça são expedidos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Finalmente as rolhas acabadas e os discos de cortiça são expedidos, também aqui recorrendo a embalagens que mantêm o produto final em segurança, até chegar ao seu destino. Uns meses ou mesmo uns anos mais tarde vamos certamente encontrar muitas destas rolhas, quando abrirmos garrafas de vinho, das mais variadas origens, mesmo se for um dos grandes champanhes franceses. Um produto genuinamente português, ao nível do melhor que se faz no mundo…

Arrepiado Velho, a paixão dum casal do norte, no Alentejo…

Texto José Silva

Fica perto de Sousel esta propriedade que um dia um casal, que veio do norte, resolveu comprar.

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A Casa Principal – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois foi a reconstrução de alguns edifícios, sobretudo a casa principal, dando-lhe o conforto necessário para ali até poderem viver. Vinhas plantadas e foi um saltinho até à produção de vinho, com a ajuda preciosa do enólogo e amigo António Maçanita e a mestria na viticultura do já saudoso David Booth.

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A Adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Embora haja vontade de construir uma nova adega, a que existe tem todas as condições e a moderna tecnologia, onde as uvas são trabalhadas e os vinhos preparados e onde vão repousar até à ocasião do engarrafamento.

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Rótulos Muito Fora do Vulgar – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Entretanto o António, filho do casal, e a sua mulher Marta, foram-se dedicando à comercialização dos vinhos, tendo a Marta, que trabalha em design, criado os rótulos, muito fora do vulgar, mesmo únicos e que distinguem as garrafas do Arrepiado Velho de quaisquer outros.

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Marta Neto e António Antunes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E de tal maneira se envolveram no projecto, que tomaram a decisão de ir viver para o Alentejo e dedicarem-se a tempo inteiro à produção e comercialização destes vinhos de qualidade, mantendo a Marta uma ligação á actividade de design. Mesmo apesar de terem dois filhos pequenos, mas que ali têm uma grande qualidade de vida a que se adaptaram lindamente.

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Lagoa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A herdade tem vindo a evoluir, com uma lagoa que serve para reter a água de que as vinhas necessitam, mas que também é utilizada para lazer e dar um passeio nas simpáticas gaivotas. Os mais de 30 hectares de vinhas estão particularmente bem tratadas, muito cuidadas e o olival produz algum azeite de qualidade. Em breve querem plantar mais alguma vinha, a juntar às castas já existentes: Antão Vaz, Verdelho, Chardonnay, Viognier e Rieseling nas brancas e Touriga Nacional, Syrah, Cabernet Sauvignon and Petit Verdot,nas tintas.

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O Enoturismo é uma Realidade – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Com alguns quartos disponíveis e uma bela piscina, o enoturismo já é possível no Arrepiado Velho, embora ainda queiram fazer melhor. Nos pequenos almoços e nas refeições encomendadas, são utilizados muitos dos produtos que ali se produzem e outros adquiridos na região, numa oferta das tradições alentejanas.

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As Vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Num passeio pela herdade as vinhas estão por todo o lado, entrecortadas aqui e ali pelas oliveiras e algumas azinheiras.

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Laranjeiras – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Os Cães – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Há também laranjeiras tradicionais e, sempre a acompanhar os visitantes, os cães que vão brincando por ali.

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Lareira – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No jantar que apreciamos, com a lareira a crepitar, que à noite ainda faz frio, tivemos mesa farta.

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Pão Regional – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Azeitonas e Azeite – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O pão regional, delicioso, a fazer companhia às azeitonas e para molhar no azeitinho.

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Tábua de Enchidos e Queijinho Fatiado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E uma tábua de enchidos e queijinhos fatiados a que não se resistiu. Entretanto já rolava pelos copos o branco Antão Vaz 2014, que surpreendeu pela frescura, aroma com alguns frutos tropicais sem ser exuberante, bom corpo e acidez muito equilibrada.

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Os Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Logo seguido do Arrepiado Branco 2014,  fresco no nariz, com algum ananás, algo mineral, boa acidez, bastante equilibrado.

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Tomate Recheado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se um tomate recheado muito saboroso e guloso, e passou-se a um surpreendente Branco Rieseling, com notas muito frescas de citrinos, ananás, toranja, manga. Na boca é muito elegante e persistente, mantendo a frescura, um vinho muito giro.

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Deliciosos Cogumelos Salteados – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E foi a vez do Arrepiado Velho Rosé, feito a partir de Touriga Nacional e Syrah, com algum floral no nariz, muito fresco, boca intensa e cheia, notas de frutos vermelhos maduros com muita elegância, que fez boa companhia a uns deliciosos cogumelos salteados, carnudos, bem temperados. O primeiro tinto foi o Brett Edition 2011, com aromas evoluídos, tabaco, couro e algumas especiarias, volumoso na boca, redondo, elegante, persistente, um vinho diferente.

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Borrego Assado com Arroz Malandrinho de Grelos e Chouriço- Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Que fez companhia a um borrego assado com arroz malandrinho de grelos e chouriço, óptimo. Terminamos com um soberbo Tinto Arrepiado Velho Collection 2011, cheio de classe e de frutos pretos , notas de tabaco, levemente balsâmico no nariz, volumoso na boca, notas de fumo, chocolate, frutos pretos maduros e final muito longo. E já não houve lugar para a sobremesa.

Naquele sossego, o sono foi profundo e longo…

Contactos
Herdade do Arrepiado Velho
Tel: (+351) 256 392 675
Fax: (+351) 256 392 676
E-mail: amantunes@arrepiadovelho.com | mneto@arrepiadovelho.com
Website: www.arrepiadovelho.com

Ruy Leão e a sua casa Shiko

Texto José Silva

É um novo espaço de comida japonesa no Porto, na zona da Batalha, outra das que não pára de “mexer”, com a abertura de novos hotéis e casas de petiscos, bastante concorridas. E a beleza imponente do Teatro Nacional S. João, também ele cheio de actividade cultural.

Pois ali mais à frente, já a caminho do tabuleiro superior de ponte de D. Luís e do funicular dos Guindais, na rua do Sol, abriu recentemente este espaço onde o chefe Ruy Leão prepara e serve a sua comida japonesa, a que deu o nome de “Shiko”.

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Shiko – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Além do Sushi e do Sashimi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Comida japonesa porque vai muito para além do sushi e do sashimi, apresentando também alguns pratos confeccionados muito interessantes.

Ruy Leão, brasileiro nascido no Recife em 1981, duma família de músicos, já há uns bons pares de anos que veio para Portugal para um restaurante de Guimarães, onde começou a apresentar a sua arte e bom gosto neste tipo de comida, hoje tão em voga por cá. Ainda jovem, no Brasil, dedicou-se primeiro ao desenho e à pintura. Mas como já então adorava sushi, foi tirar um curso e começou depois a fazer cursos em casa para os amigos.

Como o resultado era invariavelmente positivo foi incentivado a fazer disso profissão. Foi então com naturalidade que começou a trabalhar em restaurantes até que contactou o chefe Carlos Faustino que o incentivou a tirar um curso de sushi. Começava a aventura, dedicando-se por completo a esta paixão, de que também fez profissão. Já em Portugal, de Guimarães passou para Matosinhos, com o chefe Pedro Nunes, no restaurante 44, assumindo o comando da zona de sushi do restaurante, onde alcançou grande sucesso.

A viver há algum tempo na rua do Sol, no Porto, com a sua mulher, esta portuguesa, encontraram, umas centenas de metros à frente, na mesma rua, um espaço devoluto.

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Ruy Leão e a sua Mulher – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E foi então que decidiram dar o salto e terem o seu próprio espaço.

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Decoração Muito Simples mas Muito Apelativa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A Mesa do Chefe – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mão à obra, decoração muito simples mas muito apelativa, espaço pequeno mas muito acolhedor, sobre o comprido, mesas para duas pessoas à esquerda, mesas maiores à direita e, ao fundo, a mesa do chefe, para quatro pessoas, onde o Ruy serve menus especiais, de sua criação, sem intervenção do cliente.

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O Balcão à Esquerda – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

À esquerda, o balcão por detrás do qual o Ruy e o seu auxiliar preparam o que há-de vir para as mesas. Nas mesas, é a Alexandra Leão que manda, sempre dum lado para o outro, a espalhar simpatia.

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Peixe no Escaparte – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Peixe no Escaparte – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O balcão inclui um escaparate onde brilha o peixe, quase todo do nosso mar, sempre muito fresco, exposto depois de ter sido muito bem amanhado, e com algumas qualidades menos vulgares: cantaril, bodião, solha, salmonete, carapau, cavala. Ali à mostra, sem truques. E é um prazer apreciar os dois a prepararem as peças bem apresentadas, sejam duas a duas, sejam em composições mais variadas.

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Sushi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Nigiri and Gunkan – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Sejam as peças de sushi, urumaki, niguiri e gunkan, mas também o sashimi de vários tipos de peixe da nossa costa, muito bem fatiado.

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Sashimi – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Tempura – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A utilização de vários temperos é uma constante, bem como as marinadas, as sementes variadas e mesmo as tempuras, que são reminiscências dos nossos panados.

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De Camarão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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De Caranguejo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E que podem ser de camarão, de caranguejo ou de peito de frango.

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Pequenas Canoas para Duas Peças – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Ou em Pratos de Diversos Tamanhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para a mesa vêm recipientes muito variados, desde as pequenas canoas para duas peças, até aos mais variados pratos de tamanhos diversos, de louça ou vidro português, que podem vir mesmo em maior quantidade em cima de enorme tábua, de belo efeito.

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Azhar 2012 branco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Duma carta de vinhos que prima pela diferença, na última visita provaram-se dois vinhos: o verde branco Azahar de 2012, de Santo Tirso, muito fresco, com bela acidez, notas secas muito agradáveis, óptima companhia para este tipo de comida.

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Mafarrico 2012 tinto – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas também um tinto do Douro – e porque não?! – o Mafarrico, também de 2012, cheio de elegância, delicado embora com bom volume, a deixar boa nota e a fazer boa companhia a muitas das peças que fomos provando.

Antes de saír, marcamos logo nova visita a este “Shiko” tripeiro…

Contactos
SHIKO – Tasca Japonesa
Rua Sol, 238
Porto
Tel: (+351) 223 239 671
Facebook: facebook.com/SHIKOtascajaponesa

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Esporão, Um Clássico do Alentejo

Texto José Silva

É uma das maiores propriedades do Alentejo, com os seus 1.800 hectares de terreno, 450 dos quais ocupados por vinhas em plena produção e outros 80 com olival a produzir um óptimo azeite.

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O restaurante – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Wine Shop – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Se a isto juntarmos uma adega muito bem projectada e inserida na paisagem rural, um restaurante a servir comida excelente, uma loja com grande variedade de ofertas e uma mancha de água que ajudou a moldar a paisagem, pare além de abastecer água a todo o   complexo, então temos um dos poucos locais de enoturismo no Alentejo onde passar apenas um dia pode saber a pouco.

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Vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas é a produção vinícola que mais chama a tenção, não só pela paisagem arrebatadora dos vinhedos a perder de vista, numa continuidade fora do vulgar, mas também pela qualidade e cuidado que põem em tudo o que ali fazem. E, claro, os vinhos, de vários patamares, mas onde a qualidade é uma constante e uma quase obcessão. Numa equipa liderada por um enólogo veterano que, embora oriundo da longínqua Austrália, já é bem português e que recentemente até se naturalizou em terras lusas. David Baverstock não esconde a sua paixão pelo que faz e que faz tão bem, mas é muito bem secundado por uma equipa de viticultura e enologia liderada por Luís Patrão. Os resultados, esses estão à vista, em cada nova colheita.

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Casta Corropio – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Casta Molinha Macia – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na viticultura tem natural destaque o campo ampelográfico que mantêm, com 188 castas portuguesas mas também de vários sítios do mundo, onde se tenta preservar muito do que é nosso e analisar a sua evolução e potencial. Castas com nomes estranhos como Tinta Pomar, Molinha Macia, Malvasia Cândida, Corropio, Uva Salsa, Tinta do Bragão, Arinto do Interior, Larião, Amor-não-me-deixes, Carrasquenho e muitas outras, ali estão a dar o seu melhor. Mas é nas castas mais tradicionais portuguesas (Alicante Bouschet, Aragonês, Touriga Nacional,Verdelho, Antão Vaz, Arinto, Roupeiro, Gouveio) e algumas estrangeiras (Syrah, Petit Verdot, Semillon) que vão buscar as bases para os seus vinhos mais emblemáticos.

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Adega Moderna – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Novas Soluções Técnicas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Algumas destas uvas são depois trabalhadas numa adega moderna recentemente actualizada, com novas soluções técnicas também.

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Barricas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E depois vão descansar naquela cave de barricas enorme, incrível.

Na recente visita provaram-se alguns deles e confirmou-se novamente o seu potencial.

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Duas Castas branco 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O branco Duas Castas 2013, a partir do Gouveio e do Antão Vaz, apresentou-se muito límpido, com aromas vegetais ligeiros, muito cítrico, delicado. Na boca tem bastante frescura, é intenso e persistente, notas frutadas e alguma mineralidade, um vinho cheio de juventude.

O Private Selection Branco também de 2013 é um vinho completamente diferente. Um vinho moderno e sedutor, fermentado em madeira, o que se nota logo no nariz, algo exótico, cheio de elegancia, alguma fruta branca e notas de fumo, levemente tostado. Na boca é gordo, cheio, notas amanteigadas, algum chocolate muito suave, um vinho cheio de harmonia.

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Reserva 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ainda nos brancos passamos ao Reserva 2013, um vinho clássico, também fermentado em madeira, apresenta-se muito límpido, com alguma intensidade de fruta, entre citrinos e frutos brancos e notas muito ligeiras de fumo. Na boca é cheio, volumoso, fruta branca muito madura, acidez equilibrada e alguma frescura a combinar com a mineralidade persistente.

O Private Selection Tinto de 2011 revela todo o potencial dum ano extraordinário. Aromas complexos de especiarias, alguns frutos vermelhos, notas de chocolate e tabaco muito suaves. Na boca é austero, cheio, com notas de cacau e café, intenso, boa acidez e final longo e saboroso.

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Quatro Castas tinto 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Passamos ao Quatro Castas Tinto de 2013, com algum floral no nariz, associado a frutos vermelhos e notas apimentadas bem divertidas. Na boca é volumoso, com óptima acidez, alguma complexidade, muito elegante com final médio bem interessante.

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Reserva tinto 2012 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Finalizamos com um clássico, o Reserva Tinto de 2012. Um vinho com um nariz exuberante, com presença de frutos silvestres, algum fumo, apimentado, elegante.

Na boca é ao mesmo tempo elegante e austero, cheio de corpo, ligeiramente tostado, frutos pretos, boa acidez a dar-lhe equilíbrio e provávelmente grande longevidade. Belo vinho.

Já na saída da herdade, a paragem obrigatória na Torre do Esporão, mandada construir entre 1457 e 1490 por Álvaro Mendes de Vasconcelos. Foi recuperada em 2003 e hoje alberga um museu arqueológico onde estão peças valiosas recolhidas no Esporão e nos Perdigões.

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Arco do Esporão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Ermida de Nossa Senhora dos Remédios – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ao lado da torre está o Arco do Esporão e a Ermida de Nossa Senhora dos Remédios, que também fazem parte da história desta propriedade, cuja origem se perde no tempo…

Contactos
Herdade do Esporão Enoturism
Herdade do Esporão
Apartado 31
7200-999
Reguengos de Monsaraz
Tel: (+351) 266 509280
Fax: (+351) 266 519753
E-mail:reservations@esporao.com
Website: esporao.com

O Antigo Carteiro, em Lordelo do Ouro, na invicta cidade…

Texto José Silva

Hélder Sousa é de Santo Tirso, mas veio estudar teatro para o Porto e formou-se como produtor de teatro, trabalhando nessa área durante algum tempo.

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Hélder Sousa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Até que, de repente, como também gostava de beber e comer, decidiu mudar de vida. Num acesso de ingenuidade resolveu avançar com um restaurante e tomou conta do Carteiro, que já existia.

E rebaptizou-o como o Antigo Carteiro. Foi até viver para o mesmo largo onde se situa o restaurante, que era um antigo posto dos correios. No largo conhece as pessoas e os vários locais, frequenta o café e as pessoas conhecem-no e respeitam o seu trabalho. O restaurante era de comida tradicional, familiar, e situa-se na rua Senhor da boa Morte, acima do Largo do Ouro, mesmo em frente ao rio Douro, com a aldeia da Afurada do outro lado, já em Gaia.

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Letreiro Original que Indica um Posto de Correios. – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No rés-do-chão funciona a cozinha e no primeiro piso há uma interessante e apelativa esplanada, onde se mantém o letreiro que indica um posto de correios.

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Há duas Salas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Lá dentro há duas salas, uma para a frente, com várias janelas e bordejada por espelho ao comprido, de belo efeito. A de trás mais pequena, mas ambas muito confortáveis, bem decoradas, em tons claros, muito airosas.

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As mesas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

As mesas são bem-postas, muito completas e o serviço é familiar, personalizado, muito simpático, com o Hélder sempre presente, servindo, explicando como são preparados os pratos, que ingredientes levam, quais os produtos de que são feitos, nota-se bem a sua paixão, o bom gosto por este projecto de vida que abraçou com carinho, mas também com perseverança. O Hélder desenvolveu o seu próprio conceito e passou a oferecer um restaurante de toalha branca, com mais conforto e a servir a comida que ele gosta. Os vinhos fazem parte deste projecto, tentando servir vinhos diferentes e menos conhecidos, que façam boas harmonizações com a sua cozinha. Entende que a cozinha deve usar produtos muito bons, para que os resultados sejam os desejados. E tenta recuperar algumas coisas que caíram no esquecimento ou que são muito pouco usadas, como a língua afiambrada e os escabeches, de que é grande fã. Da sua ementa fazem também parte o bacalhau e o polvo, a língua de vaca e a perna de cordeiro, a bochecha de vitela, o joelho de porco e o arroz de enchidos, enfim, como ele próprio costuma dizer, uma comida dos pés à cabeça.

Recentemente juntou alguns amigos e dois produtores de vinho que, na tranquilidade duma tarde de domingo, embarcaram numa viagem saborosa e envolvente.

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Tostas com Tomate e outras com Salmão Curado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E começamos por umas tostas com tomate e umas outras com salmão curado, muito bem apresentadas e muito saborosas.

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Cavala Marinada com Tomate Seco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se uma deliciosa cavala marinada com tomate seco, um peixe que dá cozinhados fantásticos, esta cheia de requinte e muito bem temperada. O crocante do tomate seco fazia o complemento muito bem.

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Petingas de Escabeche – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

As petingas de escabeche tradicionais comiam-se na totalidade, cabeça e tudo!

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Língua Afiambrada com Pimenta rosa e Rúcula – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A língua afiambrada com pimenta rosa e rúcula esteve também cheia de elegância, muito apaladada.

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Risotto – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se um risotto feito com arroz carolino, cogumelos shitake frescos, cogumelos porcinos secos e espargos verdes, um belo conjunto.

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Perdiz de Escabeche – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A perdiz de escabeche é uma tradição, aqui servida fria com tostinhas, deliciosa.

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Bochechas de Vitela – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois vieram as bochechas de vitela que foram marinadas durante várias horas, com puré de abóbora e grelos salteados, de grande nível.

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Sobremesa em Recipiente Triplo- Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Fechou-se uma refeição muito completa com a sobremesa, servida num simpático recipiente triplo, também constituída por três sabores diferentes: mousse de chocolate, crumble de maçã com vinho do Porto e um suculento doce de ovos com amêndoa queimada e pimenta rosa. Este repasto completo foi acompanhado por dois vinhos brancos muito diferentes mas excelentes:

o Solar dos Lobos já de 2014, jovem, irreverente, cheio de frescura, com uma óptima acidez, consistente, a ligar muito bem com os escabeches.

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Solar dos Lobos 2014 branco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Casal de Santa Maria 2010 branco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E um Casal de Santa Maria da colheita de 2010, com toque precioso de madeira, aromas complexos deliciosos, de espargos e algum tropical suave, bela estrutura e uma acidez cheia de elegância, a aguentar muito bem pratos como a língua afiambrada, o risotto de cogumelos e espargos e a bochecha de vitela.

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Vieira de Sousa Tawny – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para a sobremesa a escolha recaiu sobre um tawny da casa Vieira de Sousa, muito elegante, aromas de frutos secos intensos, redondo e profundo, com óptima acidez, crocante, levemente tostado, a proporcionar um grande final, já a tarde ia longa…

Contactos
O Antigo Carteiro
Rua Senhor da Boa Morte, 55
4150-686 Porto
Mobile: (+351) 937 317 523
E-mail: oantigocarteiro@gmail.com
Facebook: www.facebook.com/oantigocarteiro

Quinta da Pacheca – A Essência do Enoturismo

Texto José Silva

É uma quinta cheia de história, que faz parte da história do vinho, pertencente à família Serpa Pimentel durante 4 gerações.

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The Quinta – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Os vinhos da quinta evoluíram imenso em meados do século passado, graças ao trabalho intenso do sr. eng. Eduardo Serpa Pimentel, avô da actual geração, com quem tive o prazer de provar várias vezes. Era um homem conhecedor, de mente aberta e fazia várias experiências nas vinhas durienses, de que recolhia ensinamentos que partilhava com quem o quisesse ouvir. Lembro alguns brancos que fez com castas como Rieseling e Gewurstraminer, coisas diferentes num Douro então ainda muito conservador. Os vinhos, esses, continuaram a fazer-se e chegaram à actualidade de boa saúde e recomendam-se. Estão mais modernos, mais acessíveis, diria mesmo mais apetecíveis e voltaram em força à prateleiras comerciais e à restauração, com imagem renovada, mais moderna, mas mantendo a classe dum nome bem conhecido. Graças também a novos investimentos que têm vindo a ser feito pelos novos proprietários – Maria do Céu Gonçalves e Paulo Pereira – empresários portugueses radicados em França, que compraram a maioria do capital da empresa e que agora a gerem juntamente com a família Serpa Pimentel.

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Tourism industry, the restaurant and hotel – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Na vertente turística o restaurante e o hotel são já uma referência no Baixo Corgo e mesmo em todo o Douro, tal a qualidade da oferta.

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Interior – Photo by José Silva | All Rights Reserved

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Interior – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Uma unidade muito bem integrada na velha arquitectura da quinta, com 15 quartos onde a beleza e o conforto são uma constante, com um serviço cuidado, impecável, também por isso mantendo uma taxa de ocupação elevada ao longo de todo o ano.

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The restaurant – Photo by José Silva | All Rights Reserved

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The restaurant – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Numa sala de grande beleza, cheia de luz, funciona o restaurante onde, para além de deliciosos pequenos almoços, são servidas refeições com muita qualidade, preparadas com produtos portugueses e mesmo regionais, quando possível, em confecções simples e saborosas.

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Alheira and Asparagus Pasty – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Na última visita apreciamos de entrada um folhado de alheira e espargos sobre cama de repolgas salteadas em azeite da Pacheca muito saboroso.

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Piece of Veel – Photo by José Silva | All Rights Reserved

A que se seguiu um naco de novilho com cogumelo portobelo e risotto de salpicão de Vinhais, carne muito tenra e saborosa, cogumelo a saber a terra, carnudo e um risotto bem conseguido, com um produto muito português, o salpicão.

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Sweet made of Cheese and Coffee – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Para sobremesa uma delícia de café e queijo, com macarron de pistáchio, na companhia de panacota de frutos vermelhos, muito bem apresentado.

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The Wines – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Estes paladares foram acompanhados pelo Pacheca Branco Colheita já de 2014, cheio de frescura e muito elegante, uma acidez intensa num lote de castas muito equilibrado, um belo vinho. Depois foi o tinto, também colheita mas de 2012, com boa fruta no nariz, equilibrado, bom volume de boca e óptima estrutura, a pedir comida. Para a sobremesa foi o Porto Vintage de 2012, ainda cheio de fruta no nariz, muito vivo, fresco, notas intensas de frutos pretos bem maduros, chocolate e tabaco, com uma bela complexidade, a augurar grande futuro.

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New Tawny – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Acabamos a noite com um Tawny novo, muito agradável, com aromas de frutos secos, boa estrutura, sedoso, intenso e com óptima acidez. Claro que ambos os Portos estavam refrescados…

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Winery – Photo by José Silva | All Rights Reserved

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Photo by José Silva | All Rights Reserved

De manhã foi um passeio pela adega com as suas grossas paredes de granito, mas sobretudo pela quinta e tudo o que está à volta, com o Douro logo ali adiante.

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The vineyards still bare – Photo by José Silva | All Rights Reserved

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One of a kind Beauty – Photo by José Silva | All Rights Reserved

As vinhas, ainda nuas, à espera das temperaturas primaveris para abrolhar, têm uma beleza muito própria que não me canso de apreciar, estendem-se à beira do rio, e vão pela encosta acima.

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Many Houses – Photo by José Silva | All Rights Reserved

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Many Houses – Photo by José Silva | All Rights Reserved

As várias casas da quinta, que respiram antiguidade, continuam a receber-nos com dignidade.

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Terraces and Paths – Photo by José Silva | All Rights Reserved

Os largos e as alamedas da quinta sugerem passeios retemperantes para apreciar toda aquela beleza, num vale que se estende até ao rio Douro.
Os vinhos, esses, repousam na adega até serem consumidos…

Contacts
Quinta da Pacheca
Cambres – 5110-424 Lamego
Portugal
Tel: (+351) 254 331 229
Fax: (+351) 254 318 380
Website: www.quintadapacheca.com

Uma Tarde em Camarate com Domingos Soares Franco

Texto José Silva

Domingos Soares Franco dispensa apresentações no mundo do vinho. Pertence à família proprietária da empresa José Maria da Fonseca , onde é também o responsável da enologia, mas é acima de tudo um apaixonado do vinho e um pesquisador, sempre insatisfeito, sempre a tentar fazer melhor e a tentar fazer coisas diferentes.

O seu trabalho é certamente uma das grandes razões do sucesso dum dos maiores produtores de vinho portugueses. Mas é também uma pessoa divertida que gosta de se relacionar com muita gente, e de apreciar as coisas boas da vida. Todos os anos, em Junho, Domingo Soares Franco convida um pequeno grupo de jornalistas que também são seus amigos para um almoço absolutamente informal na sua casa de Camarate, onde a primeira regra é que cada um leve uma garrafa de vinho, às quais Domingos Soares Franco junta meia dúzia de garrafas da casa.

A segunda regra é que não há regras: provam-se os vinhos (que entretanto foram colocados em várias champanheiras com gelo para estarem à temperatura adequada), trocam-se opiniões, fazem-se comparações, recordam-se outras provas, outros vinhos, outros estilos. Com todos os convidados já presentes, a que se juntaram a mulher e o filho de Domingos Soares Franco e o seu sobrinho António, sentamo-nos à mesa, para uma refeição simples mas completa.

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Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Antes já se tinham petiscado uns frutos secos, umas tostas, pão e um queijo de Azeitão, curado, seco, que a mulher de Domingos Soares Franco não queria que ele colocasse na mesa, tal era o mau aspecto!

Mas Domingos, conhecedor quer do produto quer do gosto dos seus convidados, nem hesitou em colocá-lo na mesa. E o queijo lá desapareceu num ápice! Já se tinham provado os espumantes Terras do Demo Malvasia Fina e Terras do Demo Touriga Nacional, o alvarinho Nostalgia de 2013 e o II Terroirs do mesmo ano, e um branco do Dão da Quinta dos Carvalhais, que estiveram muito bem, cheios de vivacidade e frescura, a desaparecerem rapidamente.

E veio a primeira surpresa de Domingos Soares Franco, uma comparação entre dois brancos da casa, com alguns anos de garrafa, que é assim que o enólogo os quer: o Pasmados Branco 2009 que está cheio de estrutura e complexidade, com uma bela acidez e a madeira muito bem integrada, que foi comparado com o seu “avô” Pasmados de…1963, uma coisa muito séria, evoluído, sedoso, seco, brilhante! A dar muito boas indicações para a possibilidade de envelhecimento destes vinhos.

Ainda passaram pela mesa o Casal Santa Maria Pinot Noir 2011, o Mapa 2010, o Casa da Pasarela O Enólogo 2010 e o Painel 2001, todos em muito boas condições, a dar-nos muito prazer a beber.

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Batuta 05 | Pasmados – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Voltando à mesa de almoço, foram servidos uns camarões grandes com maionese, alface e espargos, muito saborosos. E continuamos a nossa prova de vinhos, agora na companhia de óptima comida. Até havia um Ribeira del Duero 2003, um Mythos 2005 e um Batuta 2005, ainda em muito bom nível, com aquele toque dos tintos já com alguns anos e ainda a subir.

Aos camarões seguiu-se um prato com grande tradição na casa, uma sopa suculenta de ervilhas com chouriço e ovo escalfado, que fomos repetindo enquanto aguentamos, sempre na companhia daqueles vinhos fantásticos. Embora todos eles já tivessem sido provados nesta altura da refeição, voltaram aos copos os Romeira 1987, Bairrada Vinus Vitae 1987 e Quinta das Cerejeiras 1995, cheios de saúde, equilibrados, elegantes.

E veio então a segunda surpresa de Domingos Soares Franco, um tinto Colares de 1969, um clássico, aquela elegância no nariz, sedoso na boca, a dar prazer até à última gota. E uma relíquia dos vinhos portugueses, o José de Sousa Rosado Fernandes de 1940, um vinho absolutamente extraordinário, de que Domingos Soares Franco teve a ousadia de abrir duas garrafinhas! Difícil de descrever, absolutamente fantástico! Já não o provava há alguns anos, meu Deus, como continua exuberante, perfeito!!!

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Trilogia – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Chegada a ocasião das sobremesas, que foram colocadas no balcão – e das quais fazia parte obrigatória a verdadeira torta de Azeitão – vieram os licorosos, que em Azeitão são os moscatéis e também um vintage de 2000 da Ramos Pinto.

Passaram pelos copos o Alambre 20 anos (veja aqui um artigo Blend sobre este vinho), sempre seguro, muito agradável, e um delicioso Bastardinho 30 anos, cheio de elegância, uma acidez incrível, fresco, sedoso mas com uma bela estrutura, um grande vinho. E cantaram-se os parabéns, pois o filho de Domingos fazia anos.

Mas Domingos Soares Franco preparava a última surpresa da tarde: uma garrafa de Trilogia, um vinho exotérico, incrível, soberbo. Um vinho de contemplação! Depois disto, ficamos arrumados, a vociferar impropérios a Domingos e a lembrarmo-nos do patinho feio dos desenhos animados quando dizia: “It’s an injustice, it is!!!”

O sorriso aberto e franco de Domingos Soares Franco acompanhou-nos até casa, com satisfação.

Até para o ano Domingos, em Camarate…

Contactos
José Maria da Fonseca, S.A.
Quinta da Bassaqueira, Estrada Nacional 10
2925-542, Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, Portugal
Tel: 351 212 197 500
info@jmf.pt
www.jmf.pt

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Na ilha do Faial, Açores, surge um novo restaurante…

Texto José Silva

O arquipélago dos Açores tem vindo a ser reconhecido em todo o mundo como um destino fantástico, quer por causa das suas paisagens, quer pela defesa ambiental e ecológica. São nove ilhas no meio do oceano Atlântico norte, onde o verde predomina, com um mar protegido onde abundam espécies de peixe fora do vulgar.

É uma das maiores reservas de atum do mundo, a par de outras espécies, como o cherne e o goraz. Mas também ali abundam dois mamíferos que proporcionam espectáculos deliciosos e divertidos: os golfinhos e as baleias.

É mesmo o único local no mundo onde se podem ver todas as espécies de baleias conhecidas. Mais recentemente, entre as ilhas do Pico e de S. Jorge, a moda é mergulhar com os tubarões, que também são abundantes.

As vinhas tradicionais da ilha do Pico são património da humanidade.

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Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E há óptimos produtos em todas as ilhas, sobretudo peixe, algum marisco, uma excelente carne de vaca e muita variedade de queijos, além de frutos deliciosos, sendo o ananás de S. Miguel o mais famoso.

Os Açores são o único local na Europa onde se planta chá, na ilha de S. Miguel. A restauração das ilhas tem vindo a evoluir muito, beneficiando da qualidade destes produtos, sobretudo do peixe e da sua enorme variedade, e os vinhos tranquilos começam a ser presença constante nos restaurantes das ilhas.

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Sr. Genuíno – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A ilha do Faial, bem conhecida por ter tido o último vulcão em actividade, em 1957, o vulcão dos Capelinhos, e o célebre Café Peter´s, tem também um cidadão que deu duas vezes a volta ao mundo no seu barco “Hemingway”, sozinho. É o sr. Genuíno, homem do mar e do peixe, dizem que um dos melhores conhecedores de peixe nos Açores, que trouxe dessas epopeias milhares de recordações e que acabou por casar no Brasil.

Agora mais calmo, resolveu abrir o seu próprio restaurante, na sua ilha natal, o Faial. Escolheu um local fantástico, a pequena baía da praia de Porto Pim. Um arquitecto amigo desenhou o projecto e surgiu, de raiz, um local onde se pretende divulgar o marisco e peixe dos Açores, através de algumas receitas tradicionais, mas também com alguma inovação, descobrir novas ligações, fazer novas propostas.

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Restaurante Genuíno – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

São duas salas, uma em baixo e outra no primeiro piso, decoradas com simplicidade, em tons muito claros, mesas bem postas, ambiente descontraído com janelas enormes a deixar ver uma paisagem muito bonita, da praia de Porto Pim. A tranquilidade está por todo o lado. Neste “Genuíno” só se  serve peixe fresco e algum marisco, numa ementa apelativa e moderna.

Pão saboroso, queijo, requeijão e pimenta da terra para começar. Há duas sopas possíveis, Hemingway e creme de legumes. Como entradas um saboroso camarão à Genuíno, salada de atum fresco, salada de polvo muito bem temperada e palitos de peixe-espada à Cabo Horn.

Pegando em peixes das ilhas propõem-se nomes de locais que o sr. Genuíno visitou nas suas viagens, alguns deles mesmo incluindo preparação e temperos dessa regiões longínquas: filetes de peixe-espada com arroz do mesmo, atum no forno à Rapa Nui, escabeche quente de peixe à Polinésia, genuinamente arroz de peixe, arroz de polvo da costa (ao jantar).

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Ilha do Faial – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na grelha do Pico passam cherne do Guernica, peixe-espada com banana da ilha, atum timorense, goraz a meio canal e pargo à Vanuatu.

Há menu infantil e menu vegetariano e também fazem take away. Para terminar, sobremesa do “Genuíno”, pudim de chá da Gorreana, salada de fruta, pudim de inhame, ananás e prato de queijo. Os vinhos açoreanos, sobretudo do Pico e de S. Miguel estão bem presentes, assim como o Lajido e o Ksar, ambos do Pico e muito especiais.

O restaurante está sempre aberto, podendo comer-se a qualquer hora do dia, todos os dias.

Ali em frente, aquele mar fantástico contínua tranquilo…

 

Contactos
Restaurant Genuíno
Areinha Velha, 9 Horta
9900-067 Ilha do Faial, Açores
Tel: (+351) 292 701 542
Email: genuino@genuinomadruga.com