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As Novidades da Blandy’s

Texto José Silva

A apresentação decorreu no novo hotel Porto Bay Liberdade, na baixa de Lisboa, que é propriedade da família Blandy e tem no restaurante a marca do chefe Benoît Synthon e foi feita pelo presidente da empresa, Chris Blandy e pelo director de enologia, Francisco Albuquerque.

Com a paixão e sabedoria que lhe é reconhecida, Francisco Albuquerque explicou cada um dos vinhos que foram apresentados.

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Os Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Disse que alguns dos vinhos agora apresentados e que ainda estão em barrica, têm já níveis de concentração perto do limite e por isso serão em breve engarrafados na sua totalidade.

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Os Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Começou-se pelo Malmsey 1999, de uma cor âmbar escura, cristalino. Muito elegante no nariz mas também muito intenso, com notas de casca de tangerina, alguns frutos secos, notas de madeira velha e torrefacção. Na boca é o contraste delicioso entre doçura e acidez intensa. Ainda notas de compota e marmelo, um vinho muito concentrado, vai ainda evoluir em barrica, está no ponto para colocar no mercado, estando já todo engarrafado. Curiosamente, sendo o mais doce, é o vinho Madeira mais apreciado, sobretudo no importante mercado inglês e por isso é aquele de que há menos quantidade em cave.

Seguiu-se o Bual 30 anos, que é um blend de vários vinhos, que variam entre os 11 e os 42 anos, dando uma média de 32 anos. De uma cor âmbar média, muito cristalino. No nariz apresenta-se algo floral, muito elegante, intenso e com alguma frescura. Na boca é muito concentrado, levemente seco, com grande acidez que lhe dá bastante frescura, notas de casca de tangerina, amêndoas, bastante complexo e com final longo e saboroso.

O Verdelho 1979 apresenta uma cor âmbar média-escura, muito cristalino. Nariz muito fresco, intenso, notas leves de frutos secos e compota. Na boca tem imensa frescura, alguma salinidade e uma acidez poderosa, a limpar constantemente as notas de figos, canela, cheio de complexidade. Um final imenso, com a acidez quase a afagar a língua…

O Terrantez 1977 é um reedição de um vinho já conhecido, e cuja casta é cada vez mais rara na ilha. Apresenta-se dum âmbar escuro, muito cristalino. Difícil de descrever, uma intensidade ligada a uma extrema elegância, exótico, complexo, fresco, notas de nozes e avelãs. Grande contraste entre o doce e a acidez. Acidez brutal, quase que queima a língua, muito intenso, seco, ligeiras notas de torrefacção, grande elegância e final que nunca mais acaba. Um vinho com carácter, para apreciadores.

Provou-se então o Cercial 1975, dum âmbar claro, muito cristalino. Soft, elegante, alguns frutos secos, algo exótico. Suavemente elegante na boca, sofisticado, quase que se mastiga, uma acidez intensa, equilibrada mas bem presente, envolvente, com um final longo e delicioso.

Fechou-se a prova com um fantástico Bual 1966. Cor âmbar escura, muito cristalino. Muito intenso no nariz, tostado, notas de torrefacção, especiarias, caril, amêndoas torradas. Austero na boca, muito intenso, dá-nos as notas de doçura mas a acidez limpa tudo, num contraste delicioso, complexo, ao mesmo tempo elegante mas robusto e com um final incrível. Um vinho para recordar…

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Atlantis Rosé 2015 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Atlantis Rosé 2015 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A partir destes engarrafamentos, todos os vinhos Madeira da Blandy’s vão poder contar com algumas garrafas magnum (1,5l), double magnum (3l) e três garrafas de 18 litros, para guardar.

Ao almoço, muito bem servido, mais três novidades: um vinho de mesa rosé, o Atlantis Rosé 2015 (em amostra de casco), feito a partir da casta Negra Mole, que se apresentou dum rosa salmão elegante, belos frutos vermelhos e alguma compota no nariz, seco, fresco e com óptima acidez.

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Ceviche – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Uma boa surpresa que acompanhou muito bem a ceviche. O jarret de borrego com puré de batata e legumes teve a companhia do Pombal do Vesúvio Tinto 2011.

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Codorniz Panada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Malmsey Harvest 2008 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se um petisco do chefe, a codorniz panada com molho asiático, algo adocicado, que foi acompanhado por outra novidade, o Malmsey Harvest 2008, um vinho moderno, mais acessível, mas com as mesmas características dum grande Madeira, sobretudo na acidez, nas notas secas, casca de tangerina e alguns frutos secos, belo vinho.

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Trouxa de maracujá – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Colheita Bual 2002 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Com a sobremesa, uma trouxa de maracujá muito fresca e saborosa, bebeu-se a última novidade, um Colheita Bual 2002, cheio de estrutura mas ao mesmo tempo elegante, algumas notas de torrefacção, especiarias suaves e alguma frescura. Na boca é intenso, tem frescura e ao mesmo tempo muita doçura mas uma acidez intensa, fantástica, deliciosa, envolvente, um belo vinho.

Depois da refeição deu-se um passeio pela Avenida da Liberdade, onde já cheirava a Natal.

Mais a sul a ilha da Madeira  espera uma visita…

Contactos
Tel: (+351) 291 740 110
E-mail: pubrel@madeirawinecompany.com
Website: www.blandys.com

Castas e Pratos

Texto José Silva

É uma casa de bem comer já com muitos créditos, que tem vindo sempre a evoluir, ano após ano, mantendo uma linha quer de serviço quer de ofertas culinárias, muito consistente, com rigor, segura.

Nasceu duma recuperação inteligente duma parte dum velho armazém dos caminhos de ferro, na Régua, que estava em risco de ser demolido.

Utilizando o enorme pé direito e a beleza do travejamento de madeira, acrescentou-se muito vidro que deixa entrar a luz natural e ver o Douro, mesmo ali ao lado. Do outro lado é o movimento dos comboios que ali param mesmo em frente.

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A entrada in www.facebook.com/castasepratos

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Mezzanine in www.facebook.com/castasepratos

Um mezzanine é a sala de refeições e na parte de baixo uma sala ampla, comprida, com uma mesa a quase todo o comprimento e enormes candeeiros de belo efeito.

As paredes estão totalmente cobertas com armários onde repousam as centenas de referências de marcas de vinhos que constituem uma das melhores cartas de vinhos do Douro.

Ali o vinho é tratado como merece, com todo o cuidado, e podemos beber um copo de vinho e ler uma revista ou o jornal, mas também podemos apreciar uma refeição em alternativa.

Um local de encontro, de tertúlia, com o vinho por companhia.

Lá fora, uma velha carruagem de carga foi adaptada e é uma deliciosa esplanada para o bom tempo, com a estação ali à vista.

Em cima, as mesas estão sempre muito bem postas, impecáveis, o serviço é claramente acima da média, com profissionais capazes e conhecedores a guiar-nos por uma culinária consistente e muito bem interpretada.

O Douro bem merece um restaurante como este. Na última visita fizemos uma refeição tranquila, de grande qualidade, acompanhada por vários vinhos servidos a copo, cuja escolha foi da responsabilidade do chefe de sala.

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Muxagat Xistos Altos Branco 2012 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Bacalhau – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para a mesa vieram pão regional, azeite e azeite com balsâmico.

Começou-se por um Vértice Branco 2010, que tinha sido decantado, excelente, evoluído, muito elegante, cremoso, grande vinho. Os anos de garrafa só lhe têm feito bem.

Veio então o ensopado de perdiz e boletos, cheio de cremosidade, bem ligado, a carne requintada da ave a ligar muito bem com os paladares intensos e secos dos boletos, excelente. E o vinho casou na perfeição.

Seguiu-se o bacalhau com crosta de amêndoa e brandade de camarão. No ponto, a barandade  muito bem ligada a dar-nos a suavidade do paladar do camarão, o bacalhau lascante e a curiosidade da crosta de amêndoas muito bem conseguida.

Bebeu-se o Muxagat Xistos Altos Branco 2012, muito mineral, elegante, intenso, seco, ligeiramente evoluído, com uma bela acidez, esteve mesmo muito bem.

Em contraste, ainda no bacalhau, provou-se um tinto Encosta do Bocho Reserva 2009 que foi óptima surpresa. Nariz cheio de fruta e notas de baunilha, ligeiro floral e muita complexidade. Belo volume, muito corpo, excelente acidez a contrastar com os taninos maduros bem casados com a madeira. Fruta preta intensa, um vinho poderoso mas equilibrado. Este ano de 2009 continua a dar-me belas surpresas.

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Encosta do Bocho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Sobremesa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para sobremesa foi proposto um vulcão de abóbora com gelado de queijo da Serra.

Uma explosão de sabores, a versão sofisticada da clássica ligação de queijo da Serra com doce de abóbora, aqui reinterpretada.

E que teve a companhia soberba do Porto Casa de Santa Eufémia Reserva Branco Velho com mais de 30 anos. Âmbar cristalino, nariz exuberante, frutos secos intensos, elegância, casca de tangerina, muito fresco. Belo volume, intenso, acidez vibrante, seco, nozes e avelãs, muita frescura, complexidade, guloso, um grande vinho do Porto.

Com o segundo cálice, brindou-se a este Castas e Pratos, ao vinho e ao Douro…

Contactos
Castas & Pratos
Peso da Régua | Portugal
Tel: (+351) 254 323 290
E-mail: info@castasepratos.com
Webmail: www.castasepratos.com

Em Viena de Áustria, a provar vinho do Porto

Texto José Silva

Há alguns anos atrás acompanhei um grupo de austríacos, alguns deles pertencentes a uma confraria, pelo Douro acima, de autocarro e de barco, visitando algumas quintas e provando belos vinhos do Porto. Perante a satisfação geral e a rendição à beleza do Douro, desde logo houve a garantia de que nos haveríamos de encontrar novamente. Agora foi o convite dessa confraria, a St. Urbanus Weinritter Ordenskollegium, para me deslocar a Viena de Áustria, levando vários tipos de vinho do Porto, e fazer uma prova comentada desses vinhos, durante o jantar do capítulo da confraria. Acertados pormenores, achei que seria interessante dar a provar todos os tipos de vinho do Porto, no sentido de transmitir a mensagem não só da qualidade deste vinho único, como também da variedade e versatilidade das várias classes. Obtido o acordo e a vontade de provarem algumas marcas, foram contactados os produtores, recolhidas as garrafas e expedidas com tempo para a Áustria, com a indicação de armazenagem em boas condições. Assim, viajaram para o centro da Europa os seguintes vinhos do Porto:

– Pink Croft
– Dry White Rozès
– Quinta do Vallado 10-year-old Tawny
– Ramos Pinto Quinta do Bom Retiro 20-year-old Tawny
– Quinta da Devesa 30-year-old Tawny
– Vasques de Carvalho 40-year-old Tawny
– Niepoort Colheita 1999 Tawny
– Dalva 40-year-old Dry White
– Poças Special Reserve Ruby
– Quinta do Noval LBV Unfiltered 2009
– Graham’s Quinta dos Malvedos Vintage 2001
– Quinta da Casa Amarela Vintage 2011

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Cidade lindíssima – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Cidade lindíssima – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Viena é uma cidade de grande beleza, com monumentos a lembrar o fausto de outrora e onde a cultura está por todo o lado, com a música de Wagner, Beethoven, Mhaler, Mozart e tantos outros a encher o ar.

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Wachau – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A prova – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Fiz ainda uma visita à região de Wachau, nessa altura ainda em vindimas, para provar alguns dos grandes vinhos brancos austríacos das castas Grunner-Weltliner e Rieseling e poder fazer alguma comparação com os bancos que temos por cá.

Chegado o dia da prova, rumamos às instalações que foram muito tempo ocupadas por um dos melhores restaurantes de Viena, que entretanto mudou de local, e as cedeu a uma escola de hotelaria.

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Grande qualidade – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Os estudantes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Instalações de grande qualidade e conforto, o repasto foi preparado pelos cozinheiros chefes da escola, sendo o serviço garantido pelos alunos, liderados pelo professor de sala.

Entretanto os vinhos brancos e o rosé estavam a refrescar, os tintos estavam armazenados em local cuja temperatura se revelou suficientemente baixa para os servir.

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Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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O decanter – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O meu amigo Dr. Manuel Alexandre, confrade  radicado há longos anos em Viena, onde foi durante bastante tempo delegado do ICEP, trouxe de casa um velho e lindíssimo decanter oficial do IVDP, o qual foi utilizado para decantar o Vintage 2001 da Grahm´s, que já apresentava bastantes sedimentos.

Dadas indicações simples aos alunos estagiários, foram suficientes para entenderem o que se pretendia, e os vinhos foram servidos adequadamente. A minha grande surpresa foi a ausência de copos de vinho do Porto, uma vez que estes profissionais não estavam familiarizados com este tipo de vinho.

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Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Flutes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A solução de recurso foi a utilização de pequenas flutes de espumante, que resolveram razoavelmente a situação e não prejudicaram a prova.

A prova começou com o Dry White e o Rosé, lado a lado, tendo o Rosé uma casca de limão, que lhe deu vida. Os outros vinhos do Porto foram provados durante a refeição, entre pratos, sendo explicadas as suas características, a importância das temperaturas de serviço e as várias possibilidades de harmonização para cada estilo.

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Os estudantes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Os vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E assim foram passando pela mesa os Tawnies, o Ruby, o LBV e os Vintage, sendo neste caso feita a comparação entre um Vintage recente (2011) e um Vintage já com 14 anos (2001), que ligaram mito bem com as várias sobremesas de chocolate e frutos vermelhos à disposição dos confrades.

Finalmente, para despedida, provaram-se os dois Portos de 40 anos (Branco e Tawny), com que se fez o brinde à confraria e ao vinho do Porto.

A outra surpresa da noite foi que o entronizado na cerimónia da confraria…fui eu próprio!!

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Bicicletas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Fica a experiência e a sugestão ao IVDP e aos produtores para a organização dum pequeno evento em Viena, num país com abertura a coisas novas, que conhece bem Portugal, mas onde ainda há muito trabalho a fazer em prol do vinho português e em especial do vinho do Porto.

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Auf Wiedersehen – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Auf Wiedersehen!

O Legado do Sr. Fernando Guedes

Texto José Silva

Fernando Guedes entrou para a Sogrape, fundada por seu pai Fernando Vanzeller Guedes, em 1952, foi subindo na empresa familiar e assumiu naturalmente a sua direcção, guindando a Sogrape ao topo das empresas produtoras de vinho em Portugal. Os seus três filhos, Salvador, Manuel e Fernando, entraram a seu tempo na empresa e foram recebendo as várias responsabilidades do pai. Então, há quinze anos atrás, com 70 anos de idade, Fernando Guedes, que é uma figura nacional, decidiu reformar-se e entregar a gestão da empresa aos três filhos, pois assim, como disse, “…ficaria em boas mãos, se calhar em melhores mãos!” E como filho de peixe sabe nadar, a Sogrape não parou mais de crescer.

Mas Fernando Guedes não abandonou a empresa, muito pelo contrário. Manteve-se activo, visitando a empresa todos os dias e continua a visitar as muitas vinhas da Sogrape, sobretudo no Douro, uma das suas grandes paixões. E foi numa das vinhas durienses que lhe surgiu a ideia de fazer um vinho único, diferente, que marcasse. Olhando para o portfolio da Sogrape, isso seria muito difícil. Fernando Guedes, um homem atento, astuto, perspicaz e muito sensível, foi insistindo com o Luís Sottomayor, director de enologia, para que fizesse um vinho a partir das uvas duma vinha centenária, que se desenvolve em patamares ainda mais velhos, cujas cepas retorcidas quase se confundem com a rudeza do xisto, na Quinta do Caêdo, ali em Ervedosa do Douro. Verdadeiramente apaixonado por esta vinha, Fernando Guedes, com o seu fino humor e boa disposição, foi insistindo com Luís Sottomayor, e finalmente, em 2007, conseguiu vencer a resistência do enólogo, que fez uma pequena quantidade de vinho a partir das (poucas) uvas da tal vinha centenária. O resultado foi surpreendente, premiando a teimosia de Fernando Guedes. Que propôs à família fazer um vinho de excepção, que seria o seu legado para as novas gerações. Seria como que uma mensagem, um conselho, uma indicação a dizer que é este o caminho, sempre em busca da excelência. E que melhor nome para este vinho do que simplesmente…Legado?! Assim, em 2008, era produzida a primeira edição deste néctar soberbo. Agora foi a vez de apresentar o mais recente Legado, da colheita de 2011 e que, mantendo uma enorme carga simbólica, teve lugar nas instalações do antigo Convento de Monchique, que foram as primeiras instalações da Sogrape no Porto.

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Num velho eléctrico do Porto – Foto Cedida por Sogrape Vinhos SA | Todos os Direitos Reservados

O trajecto para este espaço foi feito…num velho eléctrico do Porto, uma ideia deliciosa e desconcertante.

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Pedro Lemos and Fernando Van Zeller – Foto Cedida por Sogrape Vinhos SA | Todos os Direitos Reservados

Nas velhas instalações da Calçada de Monchique funciona hoje uma galeria de arte, local escolhido para a apresentação deste novo vinho, onde o chefe Pedro Lemos preparou uma fantástica refeição. Mas antes disso aconteceu uma prova vertical dos três Legado já editados – 2008, 2009 e 2010 – e o neófito de 2011, com a imagem de Fernando Van Zeller Guedes a pairar na sala.

Que permitiu verificar a evolução deste vinho fantástico, ao longo destas quatro colheitas em que a grande diferença está nos anos de colheita.

Na mesa de prova, lado a lado, avô e neta trocavam afectos, olhares carinhosos, numa relação cheia de cumplicidade. A prova começou com o Legado 2008, intenso mas elegante, com notas frescas de alguma mineralidade, de plantas silvestres, de fumo, ligeiramente balsâmico, com final imenso e delicioso…O Legado 2009 é um vinho diferente, intenso, levemente floral, com notas balsâmicas, alguma frescura e uma acidez deliciosa, taninos bem maduros e integrados, com um grande e longo final. O Legado 2010 tem nariz muito elegante, mineral, cheio de frescura, notas de esteva e alecrim, jovem e irrequieto, óptima acidez, taninos maduros muito elegantes, ainda a evoluir na garrafa mas que já se bebe muito bem.

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Legado 2011 – Foto Cedida por Sogrape Vinhos SA | Todos os Direitos Reservados

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Luis Sottomayor – Foto Cedida por Sogrape Vinhos SA | Todos os Direitos Reservados

Finalmente o Legado 2011, a grande novidade, de um ano excepcional, segundo o enólogo Luís Sottomayor o melhor de sempre. Ligeiramente vegetal, exótico, envolvente, notas de fumo, húmus, especiarias. Na boca tem frescura e uma acidez incrível, intenso, frutos vermelhos maduros, complexo mas cheio de finesse, um grande vinho que vai dar que falar.

Já na sala, ao sabor dum Mateus Rosé bem fresco, como é tradição da empresa, passaram arroz de marisco frito com camarão, batatas bravas, sapateira com guacamole e croquete de alheira.

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Santiago Ruiz Rías Bajas Branco 2014 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Salmonete – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na mesa, com a nova aquisição em Espanha, o branco Santiago Ruiz Rías Bajas Branco 2014, provou-se e aprovou-se um delicioso salmonete, choco e molho de assado.

A estrela da noite, o Legado 2011, acompanhou com galhardia o pombo, topinambur e cogumelos silvestres. Simples, elegante, requintado.

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O Pombo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Sobremesa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No final, a sobremesa composta por pão de especiarias, maçãs e caramelo, foi harmonizada com o Porto Sandeman Vintage 1968.

Foi neste ano que a Sogrape saiu das instalações de Monchique, onde já não cabia…Mais um simbolismo.

O chefe Pedro Lemos veio à sala explicar um pouco as excelentes harmonizações escolhidas e os copos levantaram-se várias vezes em honra da casa, da família, da excelência dos vinhos.

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O legado está entregue… – Foto Cedida por Sogrape Vinhos SA | Todos os Direitos Reservados

O legado está entregue…

Contactos
Sogrape Vinhos, S.A.
Rua 5 de Outubro, 4527
4430-852 Avintes
Portugal
Tel: +351 227-838 104
Fax: +351 227-835 769
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Website: sograpevinhos.com

Outono na Quinta da Casa Amarela

Texto José Silva

O pai Gil, a mãe Laura e o filho Gil – eles são a Casa Amarela e a Casa Amarela são eles!

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O pai Gil, a mãe Laura e o filho Gil – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Têm construído este projecto, uma vida dedicada ao Douro, à Quinta da Casa Amarela e aos seus vinhos. Vinhos feitos com paixão, uma grande paixão, que partilham com clientes e amigos, com simplicidade, sem salamaleques, mantendo sempre um nível de qualidade de que não abdicam.

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Quinta da Casa Amarela – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Quinta da Casa Amarela – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E fazem muito bem! Levam os seus vinhos por todo o país, mas também por alguns outros países. Um trabalho de persistência, de muitas horas ao volante ou dentro de aviões, muitas provas comentadas, mas muitos clientes satisfeitos. E as parcerias com colegas produtores de outras regiões: primeiro foi com o Paulo Laureano e os seus néctares alentejanos, depois o Paulo Rodrigues da Quinta do Regueiro e o Alvarinho de Melgaço, finalmente com Sir Cliff Richard e os seus vinhos algarvios. Tudo com a ajuda do enólogo Jean-Hugues Gros, o francês que também se apaixonou pelo Douro e por lá ficou, a fazer vinhos muito bons. Visitar esta quinta é sempre um prazer, somos recebidos como família, há já muitos anos.

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A nova sala de barricas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A beleza da casa coberta de vinha virgem – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A beleza da casa coberta de vinha virgem, agora a pintar-se daquelas tonalidades outonais, a nova sala de barricas, em que pedra e madeira fazem um casamento perfeito e a velha sala dos tonéis, onde a música clássica de fundo dá aquele toque de magia e recato.

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A velha sala dos tonéis – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Que os vinhos certamente agradecem.

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Aquela árvore enorme – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Cá fora, aquela árvore enorme já se confunde com as paredes da casa, imponente e autoritária.

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As vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Aguardam pelo merecido descanso de inverno – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Lá mais acima, as vinhas repousam, aguardando pelo merecido descanso de inverno. Mas estávamos ali para provar os vinhos, sabendo que a Laura Regueiro não deixaria de nos presentear com uma refeição caseira, como só ela sabe apresentar.

Já no conforto da sala de estar, começamos pelo branco Casa Amarela Reserva 2014, cheio de frescura e acidez muito equilibradas, notas de fruta de polpa branca muito elegantes, persistente e a ligar muito bem com umas tostinhas com queijo gratinado e uma deliciosa compota de pimento.

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Casa Amarela Reserva 2014 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Norte Sul 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se o Norte Sul 2013, também com frescura, exótico, jovial, muito agradável, simples mas com estrutura, uma boa surpresa. Agora já estávamos numas fatiazinhas de bola de carne, muito típica na região, fofinha a saborosa.

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Bola de carne – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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II Terroir XIV – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Terminamos os aperitivos com o outro branco de parceria, o II Terroir XIV, em que a mineralidade do Alvarinho casa muito bem com a elegância e frescura do branco do Douro. Intenso, muito elegante, com óptimo volume de boca, um vinho gastronómico.

Já sentados à mesa, deliciamo-nos com uma sopa de acelgas com crocante de cebola, muito apaladada e bem quente.

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Sopa de acelgas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Casa Amarela Reserva Tinto 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E já se abria o Casa Amarela Reserva Tinto 2013, que se apresentou pleno de aromas florais, com frutos vermelhos, intenso mas muito elegante, com notas de fumo, muito fresco, aveludado, com os taninos já bem casados e final saboroso.

Veio então para a mesa um soberbo joelho de porco assado no forno, muito bem temperado, a desfazer-se na boca, com batatas a murro e couves salteadas, mais uma rodelas de tomate bem maduro e cebola carnuda, bem temperados. Que bom!

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Joelho de porco assado no forno – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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PL-LR IX – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para os copos, o tinto PL-LR IX, uma ligação fantástica com tintos de duas regiões, tão distantes e tão próximas. Aromas complexos, aveludado, ligeiras notas de fumo e alguma fruta preta madura. Na boca tem óptimo volume, é carnudo, intenso, poderoso, com acidez muito equilibrada e final longo.

Ainda a saborear o prato de carne, apreciamos o tinto Casa Amarela Grande Reserva 2011, uma bonita homenagem ao avô Elísio. Dum ano incrível, é um vinho distinto, muito elegante, requintado, cheio de complexidade aromática, com muito boa acidez e uma boca cheia, com longo final. Ainda vai durar muito anos na garrafa…se lá chegar!

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Casa Amarela Grande Reserva red 2011 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Crumble de maçã – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Finalmente a sobremesa: primeiro o crumble de maçã que é obrigatório nesta casa, depois uma tira de queijo de meia cura na companhia de uvas brancas e tostinhas.

Primeiro abriu-se o Porto Tawny 10 Anos, com aromas de frutos secos intensos, notas de mel, de marmelo, excelente acidez e muita frescura.

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Quinta da Casa Amarela Porto Tawny 10 Anos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Quinta da Casa Amarela Porto Vintage 2011 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para o queijo foi a vez do primeiro Vintage comercializado pela casa, e logo o 2011!! Com fruta preta muito madura, notas de chocolate, levemente balsâmico, gordo, cheio, poderoso mas ao mesmo tempo elegante, um belo representante do que de melhor se faz nos vinhos do Porto modernos. Uma bela refeição, como sempre, entre gente boa, na companhia de vinhos com carácter.

E o Douro agradece…

Contactos
Quinta da Casa Amarela
Riobom
5100-421 Lamego
Tel: (+351) 254 666 200
Fax: (+351) 254 665 209
Mobile: (+351) 962 621 661
E-mail: quinta@quinta-casa-amarela.com
Website: www.quinta-casa-amarela.com

Os 25 anos do vinho Duas Quintas

Texto José Silva

Foram dois dias a comemorar uma data de grande importância para o Douro e para a Ramos Pinto: os 25 anos dos vinhos Duas Quintas. (João Pedro de Carvalho também escreveu um artigo sobre este tópico, leia aqui)

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O Bolo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A que se juntaram outras duas datas que também mereceram celebração: o fim das vindimas na Ramos Pinto e a jubilação de João Nicolau e Almeida, quer como director de enologia, quer como administrador delegado da empresa, depois de 40 anos de trabalho intenso e dedicado.

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Os vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Os vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Nas instalações da Ramos Pinto em Gaia, depois da chegada dos convidados nacionais e estrangeiros, teve lugar uma prova muito bem organizada de 23 brancos Duas Quintas, entre clássicos e reservas. Os vinhos apresentaram-se em grande forma, a revelar uma evolução extraordinária em garrafa. O mais antigo, de 1994, apresentava um amarelo intenso, muito limpo, com nariz suave e aveludado e  deliciosas notas de evolução. Grande complexidade, boa estrutura, com uma acidez incrível, fino e muito elegante, um belo vinho. O mais recente, de 2014, apresentou uma cor citrina muito clara e é uma explosão de aromas de fruta no nariz, ligeiramente floral, muito jovem. Fresco, acidez intensa, cheio de fruta madura, seco, exótico, a pedir comida. O 2014 Reserva também é amarelo citrino, muito elegante. Aromas intensos de fruta madura, ligeiras notas vegetais, com uma complexidade deliciosa. Intenso, grande equilíbrio entre a fruta e as notas vegetais, exótico, seco e com grande acidez, a prometer grande evolução. Um reserva moderno.

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Quadro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Quadro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois foi a visita divertida ao museu da Ramos Pinto, que ajuda a entender a filosofia do seu fundador, cujo espírito se mantém em toda a empresa até ao presente.

Seguiu-se um óptimo almoço, na companhia de alguns dos vinhos provados e lá fomos até ao Douro, em passeio tranquilo.

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Almoço – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A dançar – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Chegados à quinta do Bom Retiro, foi a surpresa da festa das vindimas, com direito a petiscos, o vinho a escorrer pelos copos e até um grupo de música a tocar num palco bem montado. A coisa prometia!

E veio outra surpresa, esta para João Nicolau de Almeida: um palanque com a representação da garrafa do Duas Quintas alusiva aos 25 anos e os cantares populares com versos dedicados à historia da empresa e ao homem, colega, companheiro e amigo que agora se vai retirar. O João fartou-se de agradecer, muito emocionado. Não faltaram os seus filhos e até os netos.

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Palanque – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Lagarada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Enquanto a festa continuava cá fora, apreciamos um óptimo jantar e de seguida acompanhamos a última lagarada, com os pisadores a trabalharem os mostos em dois lagares de granito, para vinho do Porto.

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A casa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No dia seguinte uma chuva ligeira fez-nos companhia, mas não retirou o ânimo de todos para uma prova épica de 23 tintos, entre clássicos e reservas.

Os vinhos estavam ali, decantados, e nós servíamo-nos à vontade, orientando a prova como entendêssemos, com tempo para apreciar.

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Os vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Os vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O mais antigo, de 1990, dum rubi claro, já não vai evoluir mais, mas ainda assim apresentou um nariz fantástico, elegante, sedoso, perfumado. Na boca está muito equilibrado, suave, taninos muito maduros, um senhor idoso mas com muita classe. O mais recente, de 2013, é granada muito escuro, carregado. Aromas florais, violetas, urze e notas de framboesa. Na boca é intenso, ainda austero, com notas florais, taninos poderosos e óptima acidez. Apesar disso já tem o perfil de elegância que lhes é característico. O mais velho dos reservas, de 1992, é um vinho extraordinário, duma cor rubi intensa, muito limpo. Nariz cheio de souplesse e elegância, com notas suaves de madeira e fumo. Na boca é muito fino, com taninos muito maduros, notas de tabaco, final sedoso muito longo. Grande vinho!

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Almoço – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Caldo Verde – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se um almoço volante, servido no alpendre da casa, com muitas vinhas ao fundo e a morfologia do Douro por companhia.

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Vinhos do Porto Ramos Pinto – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Parabéns – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Quem quis voltou aos brancos e no final bebeu-se vinho do Porto e cantaram-se os parabéns. Acabara de se virar uma página na longa história dos vinhos do Douro.

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No alpendre – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

De regresso a casa, passaram-me pela memória algumas das histórias divertidas do João Nicolau de Almeida, com o seu sorriso franco e contagiante.

Assim adormeci no autocarro…

Contactos
Av. Ramos Pinto, 380
4400-266 Vila Nova de Gaia
Portugal
Tel: (+351) 223 707 000
Fax: (+351) 223 775 099
E-mail: ramospinto@ramospinto.pt
Site: www.ramospinto.pt

Toca da Raposa, um refúgio no Douro…

Texto José Silva

Ao longo dos últimos anos têm surgido no Douro alguns espaços que se dedicam a servir boa comida, com qualidade e produtos genuínos e que se têm consolidado, sendo hoje procurados quer por portugueses quer mesmo por estrangeiros, muito graças também á divulgação através das redes sociais, cada vez mais um instrumento valorativo e de rápido acesso.

Em Ervedosa do Douro, uma pequena povoação na estrada que sobe desde o leito do rio Douro até S. João da Pesqueira, abriu há alguns anos um desses espaços a que deram o nome de “Toca da Raposa”. Mesmo à face da estrada, mas com amplo parqueamento logo à frente, recebe-nos um espaço muito confortável e acolhedor, bem decorado, sóbrio, de muito bom gosto.

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Toca da Raposa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Algumas mesas logo à entrada, depois um amplo balcão e mais algumas mesas a seguir, soalho em madeira, algumas paredes em madeira e outras em xisto, muitas prateleiras repletas de garrafas de vinho, que ali também é muito bem trabalhado.

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Toca da Raposa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Toca da Raposa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A mãe a dirigir a cozinha com mestria, as suas mãos a fazerem por vezes verdadeira magia, a filha a dirigir a sala com sabedoria e bom gosto, apresentando os pratos e fazendo propostas de acompanhamento com vinhos de grande qualidade, em que o Douro, naturalmente, está representado em esmagadora maioria. O resultado é sempre magnífico, proporcionando ao visitante refeições intensas, com variedade, bem apresentadas, desde as entradas até aos pratos principais mais elaborados, com temperos equilibrados, cozinhados no ponto, dando sempre realce á qualidade dos produtos utilizados. Depois, quando passamos à escolha do vinho ou vinhos, teremos sempre o acompanhamento da filha, que mostra que os vinhos que podemos apreciar nas prateleiras e na vasta carta, não estão ali por acaso nem ao acaso. Nota-se que é pessoa conhecedora, esclarecida, conhece os vinhos, as suas proveniências, as suas características e as harmonizações que se podem conseguir com os pratos variados da ementa. A isto não será alheio o facto de por ali passarem muitos dos produtores da região do Douro e em especial daquela zona. S. João da Pesqueira é o concelho da região onde há o maior número de produtores de vinhos do Douro. Na última visita, depois de sentados confortavelmente á mesa, trincamos umas amêndoas torradas que fizeram companhia a um Porto Branco 10 Anos da Andresen, à temperatura certa. Muito bom.

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Míscaros Grelhados – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Filetes de Polvo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Logo de seguida, um delicioso pão regional fez companhia a algumas entradas muito bem confeccionadas: míscaros grelhados com azeite muito saborosos e filetes de polvo fritos com polme fofinho.

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Peixinhos do rio – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Alheira – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

De seguida uns peixinhos do rio fritos de escabeche deliciosos, alheira tostada, muito saborosa, com aquele toque levemente azedo e pele crocante, com uns grelos salteados carnudos.

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Para fechar as entradas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E para fechar as entradas os sabores da azenha – pão regional torrado com azeite, presunto e queijo em azeite. Excelente! Até aqui tínhamos bebido o branco Gambozinos Reserva de 2013, que esteve sempre à altura, e então passamos para um tinto, o Beira Douro Colheita de 2012, ambos servidos a copo.

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Arroz de míscaros – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Cachaço de porco Bízaro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O tinto fez boa companhia a um arroz de míscaros preparado no ponto, cremoso e apaladado, com febrinhas de cachaço de porco bízaro grelhadas.

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Cabrito grelhado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas ainda veio o cabrito grelhado com batata refugada e couve salteada, comida de aldeia muito bem confeccionada.

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Sobremesa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Sobremesa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Já em esforço, mas com o Porto LBV da Noval 2008 no copo, atacamos a torta de amêndoa e o pudim de ovos, e um queijo da serra com marmelada e nozes que nos deixaram prostrados…mas muito satisfeitos.

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O Douro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois descemos para o Pinhão, ao encontro do rio Douro, sempre ele…

Vinhos portugueses apoiam obra social no Brasil

Texto José Silva

Cada vez mais os vinhos portugueses reforçam a sua presença no mercado brasileiro, não só pelo excelente trabalho que muitos produtores, de várias dimensões, têm feito, com o apoio fundamental da Viniportugal, mas também pelo trabalho por vezes apaixonado de muitos profissionais brasileiros, com destaque para os escanções.

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Adriane Wiest – Foto Cedida por Adriane Wiest | Todos os Direitos Reservados

Adriane Wiest é uma dessas profissionais, que se dedicou ao trabalho de vinhos, seja como escanção em restaurantes, seja a organizar eventos vínicos ou a dar formação. E que há muito se apaixonou pelos vinhos portugueses, de que tem um grande conhecimento, deslocando-se a Portugal sempre que pode, contactando produtores e participando em festivais e concursos, muitas vezes como júri. Adri fez a sua formação no Centro Europeu de Estudos em chef de cuisine e sommelier e criou a sua própria empresa, “Adri Wiest Wine Education Consulting”. Vive em Joinville, a maior cidade do estado de Santa Catarina, no sul do Brasil.

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Vinho Solidário – Degustação de Vinhos Portugueses com a sommelier Adriane Wiest – Foto Cedida por Adriane Wiest | Todos os Direitos Reservados

Recentemente organizou um evento solidário a que chamou: “Vinho Solidário – Degustação de Vinhos Portugueses”, a favor dos doentes renais da associação Pró-Rim.

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Vinho Solidário – Degustação de Vinhos Portugueses com a sommelier Adriane Wiest – Foto Cedida por Adriane Wiest | Todos os Direitos Reservados

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Rosé Vidigal – Foto Cedida por Adriane Wiest | Todos os Direitos Reservados

Numa sala com óptimas condições e com todos os apetrechos necessários, Adri conduziu cerca de 80 pessoas através dos aromas e sabores dos vinhos portugueses, num jantar muito agradável em que foi servida gastronomia típica de Santa Catarina e que fizeram óptimas harmonizações.

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Os vinhos – Foto Cedida por Adriane Wiest | Todos os Direitos Reservados

Os vinhos portugueses foram oferecidos pelos produtores e seus importadores no Brasil, com o apoio da Viniportugal, a cargo da Sónia Vieira e do Nuno Vale. Para ajudar no evento, Adri convidou o seu colega escanção Eduardo Silva, do restaurante Ostradamus, de Florianópolis, que também conhece bem os nossos vinhos. O lucro obtido com a venda das entradas para o evento foi integralmente oferecido para a compra de cestas básicas para os pacientes renais em situação de carência social, através da associação Pró-Rim.

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Vinho Solidário – Degustação de Vinhos Portugueses com a sommelier Adriane Wiest – Foto Cedida por Adriane Wiest | Todos os Direitos Reservados

Eram cerca de 70 os pacientes nesta situação. E para que os participantes no evento que estivessem interessados pudessem comprar os vinhos em prova, foi obtido o apoio da melhor garrafeira da cidade de Joinville, a Rubicon Wine & Emporium, que além de comprar os vinhos para serem vendidos no local do evento e na enoteca, também ofereceu o lucro de cada 2 garrafas vendidas, para a compra das cestas básicas para os pacientes renais. Mesmo nestas acçõs de solidariedade, Adri dá prioridade aos vinhos portugueses, que tão bem conhece.

Os vinhos apresentados foram os seguintes:

-Covela Avesso Edição Nacional; Casa de Mouraz Dão Branco; Quinta Nova Pomares Douro Branco; Ilógico, de António Saramago; Rosé, Vidigal Wines; Porta 6, Vidigal Wines; Quinta do Convento Syrah, Vidigal Wines; Moscatel Roxo de Setúbal, de José Maria da Fonseca;

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Adriane Wiest e os vinhos – Foto Cedida por Adriane Wiest | Todos os Direitos Reservados

Adri e o seu colega Eduardo conduziram a prova dos oito vinhos, explicando a sua origem, quem os produz, as suas características, como devem ser apreciados e a que temperaturas. E como ligavam bem com a rica cozinha Catarinense.

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O brinde – Foto Cedida por Adriane Wiest | Todos os Direitos Reservados

O evento teve enorme sucesso, os participantes brindaram efusivamente e compraram vinhos duma forma também solidária e pediram para a Adri organizar novo evento.

Parabéns à Adri Wiest e fazemos votos para que continue com este seu trabalho de qualidade e rigor.

Os vinhos portugueses agradecem e serão sempre solidários…

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O Gaveto, um restaurante e marisqueira de referência

Texto José Silva

Este “O Gaveto” começou por ser uma marisqueira, mais uma, em Matosinhos, quando Manuel Pinheiro a comprou, em 1984.

A partir daí continuou como marisqueira, mas passou a ser também um restaurante confortável, com boa comida tradicional portuguesa. Foi ganhando clientela, sempre com muito trabalho, fruto não só da simpatia e do profissionalismo que o proprietário sempre exigiu no serviço, mas também dos produtos de enorme qualidade utilizados nas variadíssimas confecções. E foi isso que foi transmitindo aos filhos que, apesar de terem feito os estudos que entenderam, desde cedo começaram a ajudar o pai no restaurante e na residencial que possui no Porto, hoje transformada num pequeno hotel de qualidade, agora gerido pela filha Cristina. No Gaveto, em Matosinhos, o filho mais velho, José Manuel, juntou-se ao pai mais cedo, até que, em 1995, foi a vez do outro filho, João Carlos, se lhes juntar.

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O Gaveto – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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O Gaveto – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Muito trabalho, dedicação, simplicidade e bom relacionamento quer com o pessoal, quer com a clientela, que foi sempre crescendo e em que uma parte significativa é hoje também amiga da casa e dos dois irmãos. O pai Manuel, já reformado, continua a passar por ali diariamente, dando uma ou outra opinião, mas sobretudo gozando o facto de poder ver o seu trabalho de muitos anos muito bem entregue aos seus filhos, com grande sucesso.

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Peixe fresco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Marisco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O marisco e o peixe fresco do dia são uma constante, com receituários extremamente simples, deixando brilhar a qualidade dos produtos.

Dois  viveiros enormes de marisco vivo, logo à entrada, são o garante da frescura do que vem do mar.

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Lagosta – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Marisco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A que se junta um enorme escaparate de algum marisco já cozido e dos vários tipos de peixe fresco, à vista de todos. O enorme aquário, normalmente ocupado pelas lagostas, vai albergar, a partir de Janeiro, as muitas lampreias, também elas vivas, que são uma das coroas da casa. Cozinhadas à bordalesa ou em arroz de lampreia, levam ali verdadeiras romarias de apreciadores que, até lá para o final de Abril, nunca saem defraudados. Nessa época, também o sável vai brilhar, cozinhado a preceito. E também o serviço de snack é bem sucedido, sejam os pequenos petiscos, a sopa de marisco saborosa, o churrasquinho no pão e, claro, a tradicional francesinha. Na companhia de cerveja a copo gelada muito bem tirada.

Mas ao longo dos últimos anos o serviço e a oferta de vinhos tem vindo a constituir uma verdadeira paixão, ao ponto de terem hoje uma carta de vinhos onde pontuam as grandes referências nacionais, e mesmo alguns vinhos estrangeiros de grande nível. Muitos produtores nacionais bem conhecidos passaram a ser clientes assíduos, alguns deles mesmo amigos pessoais dos dois irmãos, fazendo ali muitas provas e mesmo apresentações de novidades e algumas raridades. Que casam muito bem com muitos dos pratos que passaram a ser de escolha obrigatória para muitos deles.

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Selecção de vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Arroz de Tamboril – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para além das mariscadas que ligam bem com espumantes e vinhos brancos encorpados e frescos, a escolha vai-se refinando para o arroz de tamboril ou o soberbo arroz de lavagante, das melhores confecções que conheço. Ou mesmo um branco especial para acompanhar um linguado ou uma posta de garoupa grelhados na brasa.

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Arroz de lagosta – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Arroz de marisco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O arroz de marisco tem ali grande tradição, assim como umas carnudas e saborosas amêijoas à Bulhão Pato.

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Ameijoas à Bulhão Pato – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Bacalhau à Narcisa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Não faltam também as bacalhoadas, com o bacalhau à Narcisa a brilhar, posta alta frita no ponto, com cebolada farta e batata frita às rodelas.

Ou mesmo uma tradicional carne de porco à alentejana. Ao sábado, as tripas à moda do Porto têm seguidores dedicados.

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Carne de porco à alentejana – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Sopa de marisco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na última visita começamos pela sopa de marisco, saborosa e com toque precioso de picante.

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Peixe galo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Redoma branco 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois foi um simples filete de pescada fresca com salada russa deliciosa, para terminar com o peixe galo, em postas bem fritinhas, acompanhado por uma açorda gulosa com as ovas do peixe!

O Redoma Branco 2013 esteve sempre à altura…

Contactos
Restaurante O Gaveto
Rua Roberto Ivens, 826
4450-249 Matosinhos – Portugal
Tel: (+351) 229 378 796
Fax: (+351) 229 383 812
E-mail:geral@ogaveto.com
Website: www.ogaveto.com

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Restaurante Camelo, um clássico do Minho com comida regional a sério

Texto José Silva

Já lá vão mais de 25 anos desde que a família Camelo abriu esta casa de bem comer em Santa Marta de Portuzelo, ali a meia dúzia de quilómetros de Viana do castelo, na estrada N202. Desde então e até hoje a aposta foi sempre, sem qualquer dúvida, na cozinha regional, com base em muitos e bons produtos.

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Restaurante Camelo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

O restaurante Camelo foi crescendo, cedo começou a fazer serviços, e hoje tem vários espaços que podem ir até às 1000 pessoas. Nos meses de verão o movimento é estonteante!

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Restaurante Camelo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Restaurante Camelo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas nada disto tirou discernimento à família Camelo, com a velha sala muito confortável, alguma cantaria nas paredes, serviço personalizado, mesas muito bem postas para apreciarmos uma grande refeição. Sobretudo ao fim-de-semana é aconselhável fazer reserva de mesa, pois enche normalmente, durante todo o ano. O sr. Camelo, sempre dum lado para o outro, cumprimenta-nos com a pergunta marota: “Já cumprimentou algum camelo hoje?”

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O Bar – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

À entrada há uma pequena sala de espera, com sofás e o bar mesmo ao lado, se for necessário aguardar por mesa. Até porque para além de vários pratos emblemáticos da casa, há pratos em certas épocas que são muito procurados, vindo gente de muito longe para os apreciar. A época do sável e da lampreia é uma delas, que vai de Janeiro até Abril e as várias confecções de lampreia – à bordalesa, em arroz e assada no forno, entre outras – são extraordinárias, com lampreias ali do rio Lima de grande qualidade. O sável frito em postas fininhas, uma boa salada de alface e açorda com as suas ovas é incontornável. Ao segundo domingo de cada mês, é uma romaria para apreciar um portentoso cozido à portuguesa, que é difícil de descrever.

As entradas são muito variadas – bolinhos de bacalhau, pataniscas de bacalhau, chouriço, salpicão, orelheira, focinho e chouriça de cebola cozidos – e por vezes as curiosas “caralhas”, que são miúdos de novilho escalfados em vinho verde tinto de Perre, uma delícia.

As sopas são óptimas, desde a sopa de legumes da época, caldo verde, canja de galinha até às soberbas papas de sarrabulho, com muitos cominhos por cima!

A proximidade do mar traz algum marisco e peixe muito fresco – robalo, pescada, dourada, rodovalho, linguado – que é tratado com simplicidade na grelha, simplesmente cozido ou em algumas confecções, como a pescada à Camelo. O bacalhau está sempre presente com força, ou não estivéssemos no Minho. Para além das maneiras mais tradicionais, o bacalhau à Camelo é dos mais procurados, sempre de posta alta, demolhada no ponto e muito bem acompanhada. Mas são as carnes que se destacam na ementa deste restaurante tradicional, sejam de porco, de vaca ou de galináceos.

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Rojões à moda do Minho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Arroz de sarrabulho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Uns completos rojões à moda do Minho, que podem ser acompanhados pelo arroz de sarrabulho, a posta de carne barrosã saborosa e macia ou um imponente costeletão de novilho.

O cabritinho da Serra dArga assado no forno faz as delícias dos apreciadores e esse verdadeiro hino à cozinha portuguesa que é o galo com arroz de cabidela, que ali se chama “galo de pé descalço”, com o humor muito próprio dos minhotos. Aos galos criados na casa, juntam-se muitos bichos criados pelos lavradores das redondezas, da confiança pessoal da família Camelo.

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Arros de Cabidela – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Vinho verde tinto da casa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Carne rijinha, saborosa, envolvida pelo arroz carolino cozido no ponto, que acaba de “abrir” no tachinho de ferro que vem à mesa, e o toque precioso de vinagre de vinho a espevitar o conjunto. Grande confecção!

O vinho verde tinto da casa, em malguinha, foi a companhia certa. Acabou o banquete?! Nada disso, faltam as sobremesas, num desfilar que parece não ter fim. O leite creme, o pudim e o arroz doce confirmam a tradição, excelentes.

A despedida é sempre um até á próxima…

Contactos
Rua de Santa Marta 119
Estrada Nacional 202 – Santa Marta de Portuzelo
Viana do Castelo, 4900-252
Portugal
Tel: (+351) 258 839 090
Website: www.camelorestaurantes.com