Posts Tagged : João Carvalho

Ao sabor da história: Frasqueira Soares Franco

Texto João Pedro de Carvalho

Nas aventuras e desventuras de um enófilo há momentos que marcam de certa forma o nosso percurso, a origem é quase sempre um ou vários vinhos inesquecíveis. Não haverá nada mais empolgante que literalmente dar de caras com uma preciosidade e desbravar caminho até descobrir a sua história. Foi isso que aconteceu com dois exemplares raríssimos pertencentes à Frasqueira de António Porto Soares Franco, cujos vinhos fazem parte do espólio familiar da família Soares Franco localizado no quartel general da José Maria da Fonseca mais propriamente na Adega dos Teares Velhos. Recuamos ao tempo de António Porto Soares Franco, que era na altura sócio da Companhia de Aguardentes da Madeira, as ligações à ilha abriram muitas portas e oportunidades de negócio, é aqui que entra o nome Abudarham. Consultando o livro “Madeira: The islands and their wines by Richard Mayson”, ficamos a saber que José Abudarham tinha dupla nacionalidade, Inglês e Francês, e que chegou à Madeira na primeira metade do séc. XIX. Ali se estabeleceu no negócio do vinho, com acesso ao que de melhor se produzia na altura, mas também do empréstimo de dinheiro, que mais tarde iria dar origem à Companhia de Seguros Aliança Madeirense. O seu negócio do vinho era centrado em vinho engarrafado, vendido essencialmente para França e Alemanha, após a sua morte em 1869 a firma passou a chamar-se Viúva Abudarham & Filhos acabando por na passada do tempo ser vendida à Madeira Wine Association que é hoje a Madeira Wine Company. Sabendo a origem e o seu comerciante, restava apenas reparar nos detalhes que a pequena fita colada à garrafa tinha, a tinta permanente que já mal se vislumbrara no rótulo surgia ténue e a indicar 1795. Após alguma pesquisa e cruzamento de dados chega-se à conclusão que o vinho em causa é um Terrantez 1795 do qual há vários de garrafas que foram a leilão. A rolha saiu à força das lâminas, intacta e com a marca José Maria da Fonseca, sinal de que as rolhas são mudadas de x em x anos, o que foi confirmado pelo próprio produtor.

Blend-All-About-Wine- At the flavour of history Frasqueira Soares Franco-Table

Adega dos Teares Velhos – Foto Cedida por José Maria da Fonseca | Todos os Direitos Reservados

A segunda garrafa conta uma história diferente e que nos remete para o Vinho do Porto, também ostenta o nome Frasqueira Soares Franco cujo rótulo apenas mostra R.M 187X. Dada a idade das duas garrafas o tempo encarregou-se de comer grande parte dos rótulos e com eles a sua preciosa informação, no Madeira salvou-se a data numa fita de papel e neste Vinho do Porto ainda lhe resta algo de contra rótulo. Confirma-se posteriormente que as iniciais remetem para Ramiro Magalhães, um antigo comerciante de Vinho do Porto que morava no Bombarral. Ramiro Magalhães foi homem importante na sua terra, grande negociante de vinhos que para o seu tempo teria sido dos primeiros a ter automóvel e motorista. No contra rótulo consegue-se vislumbrar que o número que falta ficando o ano completo deste Vintage de 1878, o último ano pré filoxera. Neste caso não haverá muito mais a dizer, a informação restante apenas nos remete para o ano em causa que foi considerado ano clássico de Vintage.

Blend-All-About-Wine- At the flavour of history Frasqueira Soares Franco-Glass

Um dos vinhos provados – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Frasqueira Soares Franco – Abudarham – Terrantez 1795: É impressionante a capacidade que este vinho tem em perfumar toda uma sala. Mal cai no copo ficamos hipnotizados pelas tonalidades que brilham no copo, um vinho com 221 anos a mostrar a razão pela qual mesmo depois de todos os vinhos servidos ao jantar, chega o Madeira e é o rei da festa. Neste caso o vinho é arrebatador e inesquecível, antes de tudo um ligeiro pico de volátil para depois ir conquistando com um tom morno e aconchegante de caramelo, baunilha, toffee, que nos preparam para o embate seguinte, uma enorme frescura. É essa mesma frescura que nos domina e deixa de mãos presas ao copo, um uau sai de imediato, é tipo aquelas montanhas russas que quando acaba queremos repetir. Aqui é igual, um vai e vem de sensações, aromas presos no tempo vão saltando do copo, fica a sensação de ligeira untuosidade carregado de frescura, no fundo algo que recorda o cheiro de cinzas de charuto. No palato é outra luta, uma conquista que nos prende com caramelo e açúcar queimado, arredonda ligeiramente num ponto que quase se trinca para depois disparar numa espiral louca de acidez com ligeiro amargo no final de boca. Inesquecível.

Blend-All-About-Wine- At the flavour of history Frasqueira Soares Franco-Vinho Madeira

Frasqueira Soares Franco – Abudarham – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine- At the flavour of history Frasqueira Soares Franco-Vinho do Porto

Frasqueira Soares Franco – Ramiro Magalhães – Vintage 1878 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Frasqueira Soares Franco – Ramiro Magalhães – Vintage 1878: Um Vintage com 138 anos de vida, sim disse vida porque apesar de a tonalidade lembrar um tawny velho é notável a frescura e a definição aromática. Muito preciso e delicado, enorme elegância com aromas a fazer lembrar tabaco doce, especiarias finas, casca de laranja cristalizada, fruta em passa com tâmaras, conjunto acolhedor e ligeiramente untuoso. No palato entra guloso, untuoso e com bom volume de boca, ligeiro vinagrinho, é quase como um berlinde doce e fresco que se vai desfazendo no palato até que apenas resta um fino e prolongado final de boca. Majestoso.

Quintas de Melgaço – QM Homenagem Reserva 2014

Texto João Pedro de Carvalho

Rumamos à belíssima região dos Vinhos Verdes onde a casta rainha é a Alvarinho.

Video by QM – Todos os Direitos Reservados

É no terroir de Monção e Melgaço que nascem os melhores exemplares de Alvarinho e muito recentemente pela mão das Quintas de Melgaço foi lançado um desses exemplares de se tirar o chapéu. Por ali tudo começou há cerca de 20 anos pelo amor à terra natal (Melgaço) de um minhoto de gema de seu nome, Amadeu Abílio Lopes, fundador da Quintas de Melgaço e que foi recentemente homenageado com o lançamento deste QM Homenagem Reserva 2014. A Quintas de Melgaço junta paixão e tradição, são mais de 500 produtores da região que fazem chegar as suas uvas à adega. Das melhores uvas de Alvarinho do ano 2014 nasceu este precioso e raro vinho, que teve direito a passagem por madeira, com produção final a rondar as mil unidades.

Blend-All-About-Wine-Quintas de Melgaço-Quinta

A Quinta – Foto Cedida por Quintas de Melgaço | Todos os Direitos Reservados

Correndo o risco de me repetir, há que chamar a atenção dos consumidores para a qualidade actual dos vinhos brancos criados nesta região de excelência. As provas no que diz respeito à qualidade e mesmo longevidade estão mais que dadas ano após ano. Um aviso que serve para os vinhos de todas as gamas, porque até nos vinhos ditos mais baratos as surpresas estão ao virar da esquina. A verdade é que a virtuosidade com que os brancos minhotos brilham à mesa é fantástica, mais ainda se tivermos em conta como acompanhamento de tudo o que é peixe ou marisco. Têm como que o toque de midas e há que salientar o facto de que a região não se ter deixado canibalizar por castas vindas de fora face às suas nativas Alvarinho, Loureiro, Trajadura, Avesso… pois souberam entender que é ali que elas brilham e nos sabem conquistar com toda a sua energia e perfume.

Blend-All-About-Wine-Quintas de Melgaço-QM Homenagem

QM Homenagem Reserva – Foto Cedida por Quintas de Melgaço | Todos os Direitos Reservados

Façamos pois a vontade a um vinho tão especial como este QM Homenagem Reserva 2014, que goza de uma fantástica energia e frescura. A casta faz-se mostrar com garbo e alguma ousadia, acutilante na acidez com uma boa austeridade mineral em pano de fundo. A madeira por onde passou confere aquele extra de complexidade, serena-lhe ligeiramente o espírito, de resto é daqueles brancos que precisa de tempo no copo mas essencialmente na garrafa para crescer ainda mais. Foi acompanhado por uma cataplana de cherne com amêijoas e mexilhões, de beber e chorar por mais.

100 Anos de Moscatel de Setúbal by José Maria da Fonseca

Texto João Pedro de Carvalho

É na Península de Setúbal que fica localizada uma das mais antigas denominações de origem controlada (D.O.C.) de Portugal – a região do Moscatel de Setúbal, cuja demarcação se iniciou em 1907 sendo confirmada e concluída em 1908. Geograficamente delimitada pelos concelhos de Setúbal, Palmela, Montijo e a freguesia do Castelo pertencente ao município de Sesimbra. O Moscatel de Setúbal é feito a partir da uva que lhe dá o nome, faz parte do quarteto fantástico de fortificados Portugueses ao qual se juntam o Vinho do Porto, Madeira e Carcavelos. Os seus encantos perdem-se no tempo, com o papel da empresa José Maria da Fonseca a ser fundamental uma vez que é produtor no activo desde 1834, tendo um património único no mundo de vinhos moscatéis. Apreciado por reis e pelo povo, este autêntico tesouro que segundo Léon Douarche é “ O Sol em garrafa”. Já no tempo do Rei Dinis I de Portugal (1261-1325) que o Moscatel de Setúbal tinha fama, sendo exportado em grande quantidade para Inglaterra ou para França onde Luís XIV não o dispensava nas festas que dava em Versailles.

Blend-All-About-Wine-100 Years Moscatel de Setubal-Casks

Barricas – Foto Cedida por José Maria da Fonseca | Todos os Direitos Reservados

Feitas as devidas apresentações, a casa José Maria da Fonseca decidiu lançar em edição limitada uma caixa contendo quatro vinhos datados que no total perfazem 100 anos de Moscatel. Uma verdadeira tentação para todos os enófilos que podem assim provar e comparar quatro vinhos de excelente qualidade e de tão rara produção. Os Moscatel de Setúbal são colocados no mercado a partir de 2 anos de idade, podendo ostentar na rotulagem o ano de colheita, ou as indicações «10 anos de idade», «20 anos de idade», «30 anos de idade» e «Mais de 40 anos de idade», desde que o vinho em causa, ou cada uma das parcelas do lote que o originou, tenha no mínimo a idade indicada. Existe ainda o designativo Superior que não sendo este caso, é apenas atribuído a vinhos com um mínimo de cinco anos de idade e que tenham obtido na câmara de provadores a classificação de qualidade destacada. Neste caso o que temos no copo são quatro exemplares: 10 Anos, 20 Anos, 30 Anos e Mais de 40 Anos de idade.

Blend-All-About-Wine-100 Years Moscatel de Setubal-Cask

Barrica – Foto Cedida por José Maria da Fonseca | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-100 Years Moscatel de Setubal-Tasting

Moscatel de 10, 20, 30 e 40 Anos – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Moscatel de Setúbal 10 Anos: Dotado de uma grande frescura, muita fruta com laranja cristalizada em destaque, ligeira compota, flores, figo seco com algum fruto seco (nozes) a começar a mostrar-se. Amplo e ao mesmo tempo muito bem equilibrado, envolvente com uma bonita complexidade. Grande equilíbrio entre as notas da juventude com aquilo que já mostra de um vinho com mais idade.

Moscatel de Setúbal 20 Anos: O salto na qualidade e também na paleta de aromas e sabores é notável. Todo o bouquet é dotado de uma belíssima intensidade que o faz perfumar a mesa e mesmo a sala, as notas de laranja aparecem mais evoluídas e a tender para a compota, com toque melado, ligeiro vinagrinho que espevita e aquela untuosidade do fruto seco, ao fundo parece estar aquele aroma dos cascos centenários. Na boca é uma delícia, intenso, amplo, conquista o palato pela acutilante frescura e imponente forma de estar, um vinho fantástico.

Moscatel de Setúbal 30 Anos: Um perfil de grande complexidade que se mostra profundo, ao mesmo tempo intenso e cativador. Torna-se complicado não deixar de ter o nariz enfiado no copo. Muitas notas de fruta citrina (laranja) confitada, caramelo, nozes, ligeiro vinagrinho, folha de tabaco, passa de figo. Boca arrebatadora mas novamente dotada de um notável equilíbrio de forças onde a acidez parece dançar com a doçura.

Moscatel de Setúbal 40 Anos: É o apogeu desta prova e um deleite para os sentidos. Um vinho de compêndio tal a maneira desempoeirada com que se mostra, se alguma vez ouvimos falar de o que seria um Moscatel de Setúbal com muita idade aqui está o exemplo disso mesmo. As boas vindas são dadas pelo toque de vinagrinho, o suficiente para espevitar o nariz, de seguida a untuosidade esperada com aromas de mel e figos secos, laranja cristalizada com fruta passa (figo, tâmaras) e muita frescura a envolver todo o conjunto. Na boca novamente a frescura, a madeira velha onde estagiou, especiarias, folha de tabaco, fruto seco e a geleia de compota, todo ele concentrado mas nada pastoso e dotado de uma enorme energia e harmonia de conjunto. Inesquecível.

Contactos
Quinta da Bassaqueira – Estrada Nacional 10
2925-542 Vila Nogueira de Azeitão. Setúbal, Portugal
Tel: (+351) 212 197 500
Email: info@jmf.pt
Website: www.jmf.pt

Port and the Douro – Richard Mayson

Texto João Pedro de Carvalho

Correndo o risco de me repetir volto a dizer que num país como Portugal, que conta com património único e do melhor que se faz no Mundo no que a vinhos fortificados diz respeito, custa-me a entender que não haja sequer uma edição actualizada escrita por algum dos especialistas nacionais sobre Vinho do Porto, Vinho da Madeira ou Moscatel de Setúbal. Mas neste caso é sobre o Vinho do Porto e sobre o Douro que incide a crónica, onde uma vez mais temos de agradecer a quem vem de fora e com largas décadas de experiência acumulada a escrever sobre vinhos Portugueses. O autor é Richard Mayson, bem conhecido por obras como Portugal’s Wine and Winemakers, The Wines and Vineyards of Portugal, que agora lança nova edição do seu best-seller Port and the Douro.

Blend-All-About-Wine-Port Wine and the Douro-1

Port and the Douro – Richard Mayson

Richard Mayson para além de produtor de vinho (Sonho Lusitano) em Portalegre é um profundo conhecedor dos vinhos de Portugal e um especialista no que a fortificados diz respeito, já aqui foi alvo de crónica o seu recente livro dedicado ao Vinho da Madeira. Pois desta vez decidiu lançar uma nova edição do Port and the Douro, uma obra que resulta do trabalho de largos anos a visitar produtores e a provar com eles lado a lado. O resultado está à vista de todos, uma vez mais num belíssimo livro que nos leva a conhecer o fantástico mundo do Vinho do Porto. Uma viagem completa onde nada parece falhar ou faltar, desde a história da região a como tudo começou, ao processo de vinificação e pelos tipos de Vinho do Porto, passeando pelas várias Quintas, vinhas, ou até pelas várias castas nativas da região. É preciosa a ajuda das várias ilustrações e mapas que nos ajudam a situar e perceber o que de forma cativante nos é dado a conhecer. A parte dedicada às vinhas como todo o livro é um exemplo dessa mesma facilidade com que Richard Mayson transmite o seu conhecimento, tal como todos os apontamentos e curiosidades que vão sendo objecto de destaque tal como a parte dedicada aos Homens que Moldaram o Douro.

O livro termina com uma vasta secção dedicada ao Vintage Port que é colocado à disposição de forma gratuita como um Guia de Vintage Port e que já aqui foi alvo de crónica. Embora se encontre agora em nova versão mais actualizada o que mostra ser uma grande mais-valia e ajuda para melhor entender o que caracteriza cada ano com chamadas de atenção para cada colheita, desde 2015 até 1844 o mais antigo provado pelo autor. Podemos encontrar ainda umas breves notas de como guardar, envelhecer e servir o Vinho do Porto, terminando com umas breves notas acerca dos principais produtores. Um livro à imagem do Vinho do Porto, delicioso.

Porto das 5 by Real Companhia Velha

Texto João Pedro de Carvalho

O Porto das 5 é um movimento criado pela Real Companhia Velha, que comemora este ano 260 anos da sua fundação e que pretende promover o consumo de Vinho do Porto junto do consumidor. O nome invoca o tão famoso “Chá das 5” levado para Inglaterra por Catarina de Bragança, filha de Dom João IV, casada com Carlos II de Inglaterra. Do dote do seu casamento constava uma caixa de chá, o mesmo chá que Catarina de Bragança já bebia em Vila Viçosa, terra onde nasceu, e que se tornaria no mais britânico de todos os hábitos, o famoso 5 o’clock tea. A explicação desta vontade surgiu na voz de Pedro Silva Reis, filho do actual presidente da Real Companhia Velha e responsável pelo marketing da empresa, que afirma que “Os portugueses estão cada vez mais a despertar para hábitos já bem enraizados noutros países, em que se reúnem depois do trabalho, em bares, wine bars, quiosques e esplanadas, para tomar um copo de vinho, a solo ou harmonizados com snacks ou finger foods”.

Blend-All-About-Wine-Five oclock Port-Real Companhia Velha-Movement

Porto das 5 by Real Companhia Velha – Foto Cedida por Real Companhia Velha | Todos os Direitos Reservados

O que se pretende com esta iniciativa é que o consumo de Vinho do Porto se torne um hábito à refeição ou até fora dela. A implementação deste “movimento” passa pela criação de cartas de vinhos do Porto com as respectivas sugestões de harmonização, que podem ser pairings de vinho do Porto com queijos, chocolates e, numa vertente não gastronómica, com charutos, entre outros. A oferta será adaptada aos locais onde vai estar disponível, sendo vasta a gama de vinhos do Porto com a assinatura da Real Companhia Velha. Para o demonstrar foram apresentados numa muito interessante harmonização de vários estilos de Vinhos do Porto com as mais variadas combinações e momentos.

Blend-All-About-Wine-Royal Oporto 10 Years Tawny-Real Companhia Velha-Movement

Royal Oporto Tawny 10 Years – Foto Cedida por Real Companhia Velha | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Royal Oporto LBV 2011-Real Companhia Velha-Movement

Royal Oporto L.B.V. 2011 – Foto Cedida por Real Companhia Velha | Todos os Direitos Reservados

Os dois primeiros vinhos a serem sugeridos mostram toda a sua polivalência e são uma excelente porta para o fantástico mundo do Vinho do Porto com preços mais acessíveis aos quais o consumidor sem fazer grande investimento pode chegar e desfrutar em pleno em sua casa. Neste mano a mano, o Royal Oporto Tawny 10 Anos mostra-se fresco e de perfil equilibrado e doce, sem grandes exaltações com muito aroma de fruta passa, resultou em cheio com a proposta apresentada. Já o Royal Oporto L.B.V. 2011 mostra a garra e energia do estilo Ruby, cheio e opulento, reveste totalmente o palato com sabores de frutos silvestres, muito morango, amora, framboesa, num fundo fresco e apimentado. Um vinho mais polivalente e que mostra energia suficiente para acompanhar um bom corte de novilho acabado de sair da grelha.

Blend-All-About-Wine-Vintage Port 1970-Real Companhia Velha-Movement

Real Companhia Velha Vintage 1970 – Foto Cedida por Real Companhia Velha | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Vintage Port 1967-Real Companhia Velha-Movement

Real Companhia Velha Vintage 1967 – Foto Cedida por Real Companhia Velha | Todos os Direitos Reservados

Os últimos vinhos a entrarem em cena foram três Vintages em idade adulta, arrebatadores e memoráveis. Das propostas que foram colocadas na mesa descartei a que remetia para os charutos. Todos os vinhos que aqui coloco foram acompanhados numa base de queijo, seja com Queijo da Serra da Estrela quer com Stilton. O primeiro foi o Real Companhia Velha Vintage 1970 com Pêra-rocha recheada com queijo da Serra, um Vintage a mostrar-se muito envolvente, conquistou no imediato com toques de caramelo, fruta fresca misturada com fruta passa, flores e ligeiro bálsamo. Belíssima presença na boca, muito boa frescura com presença a forrar o palato, cheio de sabor e muito boa persistência, com energia suficiente para ir ao embate com o Queijo da Serra em que a acidez corta a parte mais gorda do queijo enquanto a sensação de untuosidade combina lindamente com o tom mais gordo que nos resta. Para o segundo momento de Stilton com cracker de especiarias e Granny Smith desidratada foi servido o Real Companhia Velha Vintage 1967. Se o anterior Vintage já me tinha deixado rendido aos seus encantos, o que dizer deste que quanto a mim se mostra ainda melhor, um deleite para os sentidos. Enorme elegância e frescura, novamente o caramelo de leite, untuoso, conquistador no imediato. Riquíssima complexidade, tudo muito bonito e aprumado, sério, no palato é largo e persistente, muito saboroso e com enorme persistência. E mesmo com o poderio do Stilton o Vintage 1967 mostrou-se um verdadeiro colosso, ombreando lado a lado, numa combinação também clássica e que novamente mostra a vontade que estes vinhos têm em vir para a mesa dos consumidores fazer destes brilharetes. Termino com um vinho que estava destinado aos fumadores, optei por resgatar o Real Companhia Velha Vintage 1957 e tentar fazer a harmonização com as duas propostas que já tinham sido feitas, sendo que a forma incisiva e acutilante como se mostra, muito mais frescura e menos untuosidade que os dois anteriores fazem dele um vinho indicado para os charutos que do outro lado da sala já fumegavam. No entanto foi com o Silton que mais gostei, o que demonstra a versatilidade do Vinho do Porto nos seus mais distintos estilos e a capacidade de acompanhar desde a refeição a momentos mais festivos até a momentos de pura descontracção a solo. Encontramos às 5 para um Porto?

Contactos
Real Companhia Velha
Rua Azevedo Magalhães 314
4430-022 Vila Nova de Gaia
Tel: (+351) 223 775 100
Fax: (+351) 223 775 190
E-mail: rcvelha@realcompanhiavelha.pt
Wesbiste: www.realcompanhiavelha.pt

A Adega do Cartaxo e o renascer do Ribatejo

Texto João Pedro de Carvalho

Fundada em 1954, por um grupo de 22 associados, a Adega Cooperativa do Cartaxo tem raízes numa região com uma forte tradição vitivinícola onde existem referências históricas a esta actividade, anteriores ao seculo X. A Adega funcionou até 1974 nas instalações da antiga Junta Nacional do Vinho (actual IVV), desde então labora nas actuais instalações, sempre investindo no reforço dos seus recursos humanos e tecnológicos ao serviço de uma melhor produção vinícola. Na actualidade a Adega do Cartaxo possui 216 associados com uma área de vinha de 616 hectares dos quais 244 são DOC e 370 IGP, sendo sem sombra de dúvidas mais um dos bons exemplos em que uma Adega Cooperativa se soube remodelar e actualizar face às necessidades do mercado e as exigências do consumidor. A remodelação da imagem dos seus principais vinhos criando rótulos apelativos e distintos fazem parte dessa nova imagem, a qualidade dos vinhos com enologia a cargo do Engº Pedro Gil tem valido inúmeros reconhecimentos dentro e fora de portas.

Blend-All-About-Wine-Adega Cooperativa do Cartaxo-Ribatejo Reborn-Winery

Adega do Cartaxo – Foto Cedida por Adega Cooperativa do Cartaxo | Todos os Direitos Reservados

Num portfólio recheado de inúmeras referências, decidi focar a atenção naqueles que para mim são as estrelas da companhia, cabendo ao Bridão Private Collection 2013 ser o primeiro de um conjunto de três vinhos escolhidos. Neste vinho o lote é a meias entre a Touriga Nacional e Alicante Bouschet, com estágio de 10 meses em barricas de carvalho Português. Um vinho maduro, concentrado e opulento, carregado de fruta madura com toque de especiarias. Boa a frescura que o rodeia, macio e guloso, e com uma boa complexidade e a facilidade com que cativa, diga-se que é daqueles vinhos que facilmente agrada sem ter muito que pensar, porque quem bebe vinhos não tem de perder tempo a pensar, bebe porque sabe bem e este vinho sabe bem, sabe muito bem.

Blend-All-About-Wine-Adega Cooperativa do Cartaxo-Ribatejo Reborn-Wines

The three wines – Photo by João Pedro de Carvalho | All Rights Reserved

Dando o salto até ao Bridão Reserva branco 2014 onde despontam as castas Fernão Pires e Arinto, com fermentação e estágio em barrica de carvalho Francês durante 3 meses. O resultado é um branco que alia o peso da fruta com uma boa frescura e sensação de aconchego conferida pela madeira. O conjunto de aromas é convidativo de tal forma que literalmente sugere uma tarte de limão merengada tanto em aroma como no sabor onde a acidez se mostra vincada mas com o espectável arredondamento/cremosidade conferida pela passagem na madeira. Bom a acompanhar peixes no forno ou grelhados com molho de manteiga e limão. Para terminar o Bridão Reserva tinto 2013 que junta Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Tinta Roriz e Syrah, com estágio de 6 meses em barricas de carvalho Francês. Tudo muito bem embrulhado com notas vegetais bem frescas, frutos do bosque em tons negros muito maduros, a madeira envolve o conjunto e nota mais para o bom trabalho realizado com as barricas. Boa complexidade num perfil sério de que se é fácil de gostar, apelativo apesar da ligeira austeridade que aparenta ter, algum tabaco, pimenta, ligeiro balsâmico a mostrar-se em pano de fundo. São três vinhos bastante apelativos com preço abaixo dos 10€ que facilmente conquistam o consumidor à mesa, haja pois boa comida por perto.

Contactos
Adega Cooperativa do Cartaxo
EN 365-2 2070-220
Cartaxo, Portugal
Tel: (+351) 243 770 987
Fax: (+351) 243 770 107
E-mail: geral@adegacartaxo.pt
Website: www.adegacartaxo.pt

Adega de Vidigueira, a Inspiração e a Bonança

Texto João Pedro de Carvalho

Era uma vez, lá muito longe, uma região de vinhos chamada Alentejo onde a seu tempo foram convocadas algumas “fadas madrinhas “que tiveram o condão de criar cada uma delas uma Adega Cooperativa. Surgiram assim as Cooperativas de Borba, Portalegre, Redondo, Reguengos de Monsaraz, Granja/Amareleja e Vidigueira. Durante décadas estas Adegas foram o expoente máximo das sub-regiões onde ficaram inseridas, os vinhos diferenciavam-se entre si e mostravam com brio as características dessas regiões e das castas que então eram quase exclusivas de umas e de outras. Depois vieram os tempos sombrios, a magia que envolvia as Adegas Cooperativas foi-se perdendo muito por causa da paragem do tempo que literalmente engoliu a grande maioria. A juntar a tudo isso, uma nova vaga de produtores sedentos pelo reconhecimento deu origem a uma vaga de novos rótulos a surgirem nas prateleiras a uma velocidade estonteante. Com tanta oferta o consumidor ficou confuso e sem saber bem para onde se virar, se por um lado tinha ali à mão os vinhos que sempre se acostumou a ter à mesa, por outro lado tinha também muitos “brinquedos” novos que lhe chamavam a atenção. Foi a necessária aposta na expansão e renovação do portfólio das Adegas Cooperativas, com a introdução de novos produtos mas essencialmente com a reformulação de toda a imagem, que se veio dar uma lufada de ar fresco que fez renascer algumas delas.

A Adega de Vidigueira é um destes casos com “final” feliz, onde a posta na renovação se fez e cujos frutos se começam agora a colher, lembro que foi considerada recentemente a “Cooperativa do Ano 2015” pela Revista de Vinhos. Numa viagem que aproxima a Adega e a sua vila, Vidigueira, a conquistas de outros tempos, à ligação com Vasco da Gama − o Conde da Vidigueira, pretende-se cumprir a promessa de descoberta e afirmação de uma região tão profundamente marcada pela cultura do vinho. O portfólio foi assim dividido em sete actos (O Prenúncio | A Partida | A Saudade | A Inspiração | A Decisão …) que os interligam numa viagem pela região, cultura e história, sempre numa descoberta.

Blend-All-About-Wine-Adega de Vidigueira-Alicante Bouschet

Vidigueira Alicante Bouschet 2014 – Photo by João Pedro de Carvalho | All Rights Reserved

Blend-All-About-Wine-Adega de Vidigueira-Reserva

Vidigueira Reserva 2014 – Photo by João Pedro de Carvalho | All Rights Reserved

No Acto IV A Inspiração surge este Vidigueira Alicante Bouschet 2014 a mostrar todo o temperamento da casta, austeridade a fazer-se sentir com muita fruta madura juntamente com compota, cacau, a precisar de algum tempo no copo porque tudo vem inicialmente muito enrolado num manto bem fresco. Um vinho que tem tanto de intenso como de guloso, jovem e pronto para durar em garrafa, numa prova de boca cheia de energia que o remete para acompanhar pratos de bom tempero. No Acto VI A Bonança surge o Vidigueira Reserva 2014, um 100% Syrah com estágio de 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Um belo vinho com tudo para agradar e conquistar no imediato, cheio e carnudo, muito sumarento e guloso com a fruta a explodir de sabor na boca, toque morno e sedoso num vinho de bela estrutura e firmeza. A frescura embala o conjunto sem deixar a fruta cair em tentações menos próprias, suculento, complexo e perigosamente atractivo, um Syrah opulento e lascivo. Abrir em ocasião onde a bonança mereça ser festejada.

Contactos
Bairro Indústrial
7960-305 Vidigueira
Tel: (+351) 284 437 240
Fax. (+351) 284 437 249
Email: geral@adegavidigueira.pt
Website: www.adegavidigueira.com.pt

Coração d’Ouro, da televisão para a mesa

Texto João Pedro de Carvalho

A novela de nome Coração d’Ouro emitida em horário nobre na SIC passou do ecrã para a mesa, mais propriamente para o copo. São dois vinhos, branco e tinto, com Denominação de Origem Controlada (DOC) Douro que resultam de uma aposta conjunta da SIC e da Real Companhia Velha. Uma proposta que permite aproximar um pouco mais o espectador/ consumidor ao pano de fundo da novela em causa, relembro que o cenário é a Quinta das Carvalhas, pertencente à Real Companhia Velha.

São dois vinhos onde o papel principal é dado à fruta, num conjunto com aromas a surgirem bem frescos e convidativos, num conjunto onde tudo se mostra muito limpo e apetecível. O Coração d’Ouro branco 2014 é um blend das castas Viosinho, Gouveio, Moscatel, Arinto, Fernão Pires, Rabigato e Verdelho, a mostrar muita fruta com citrinos e pêra madura com ligeira calda. De perfil jovial onde comanda a frescura com aroma floral, é um branco bastante apelativo e que é fácil de se gostar. Por tudo aquilo que mostra torna-se polivalente à mesa, podendo acompanhar desde uma boa conversa com uma variedade alargada de entradas, mariscos ou saladas. Se optar por peixe que seja de carne mais delicada e sem muita gordura, de preferência grelhado com uma pincelada de molho de manteiga/salsa/limão.

Blend-All-About-Wine-Coração d'Ouro-White

Coração d’Ouro branco 2014 – Foto de Cedida por Real Companhia Velha | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Coração d'Ouro-Red

Coração d’Ouro tinto 2014 – Foto de Cedida por Real Companhia Velha | Todos os Direitos Reservados

No que ao tinto diz respeito, surgem as castas típicas da região: Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Roriz e Tinta Barroca. O vinho é um misto de frutos silvestres bem ácidos com muitas bagas, morangos bem maduros e cheirosos, portanto tudo coisinhas boas de se cheirar e gostar. No segundo plano o sempre presente toque vegetal, como que a servir de linha que cose todo o conjunto que cheira e sabe a Douro. Muito equilibrado e cheio de energia, mostrando-se capaz de acompanhar pratos de bom tempero mas será a meu ver com a grelha a funcionar que irá brilhar mais alto. Escolha-se um corte de novilho adequado à grelha, marinado previamente para que a carne ganhe aquele caramelizado que irá combinar lindamente com este vinho.

Contactos
Real Companhia Velha
Rua Azevedo Magalhães 314
4430-022 Vila Nova de Gaia
Tel: (+351) 223 775 100
Fax: (+351) 223 775 190
E-mail: rcvelha@realcompanhiavelha.pt
Website: www.realcompanhiavelha.pt

Soalheiro, a excelência de 2015

Texto João Pedro de Carvalho

Desta vez vou falar da marca de Alvarinho que mais tenho em casa e que vai para longos anos tem um canto reservado no escuro da minha garrafeira. Muitos podem pensar, mas guardar os Alvarinho na garrafeira? Sim é verdade, guardo estes e outros porque a capacidade de guarda está mais que comprovada ano após ano, colheita após colheita. Para quem olha de soslaio ou fica na dúvida, então que tenha a sorte de provar um destes belos exemplares dos anos 90 ou para não recuar muito no tempo que se beba um “simples” 2007 e se for em Magnum ainda melhor.

Blend-All-About-Wine-Soalheiro-2015

Soalheiro – Foto Cedida por Quinta de Soalheiro | Todos os Direitos Reservados

A evolução ou direi mesmo, a perfeição tem vindo a aumentar a olhos vistos e os vinhos a cada década que passa têm sabido espelhar isso mesmo. Hoje mais do que nunca a limpeza aromática aliada a uma energia própria dos vinhos da região (Vinhos Verdes) faz com que os Soalheiro, entre outros, ganhem outra dimensão na hora de irem à mesa. O génio da lâmpada neste caso da adega, chama-se António Luís Cerdeira e é quem tem tido a capacidade de deliciar com os seus vinhos uma legião de fans na qual eu me incluo.

Depois das recentes novidades que aqui já tive oportunidade de relatar, estará para breve o lançamento do Soalheiro Granit, chegam agora os novos 2015 de uma colheita considerada de excelência pelo próprio produtor. Neste caso são os mais jovens do alinhamento, começando pelo Soalheiro ALLO 2015 que resulta de um lote 50/50 de Alvarinho e Loureiro. Desta junção nasce um branco cheio de aromas que invocam fruta e flores frescas, vibrante, muito perfumado e ao mesmo tempo leve e divertido, num vinho que mal damos conta e a garrafa já acabou. É daqueles brancos que apetece ter à mesa num final de tarde em pleno Verão a acompanhar uns canapés ou mariscos de concha ao natural.

Blend-All-About-Wine-Soalheiro-2015-Wines

Soalheiro ALLO 2015 & Soalheiro Alvarinho 2015 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

O segundo vinho é o incontornável Soalheiro Alvarinho 2015, que quanto a mim se mostra muito melhor nesta colheita que por exemplo na anterior, noto aqui mais frescura com a fruta menos exposta e com a mesma a surgir menos madura e mais airosa. Quanto ao resto é o perfil Soalheiro a funcionar onde os descritores da casta aparecem num conjunto que conquista no imediato pelos aromas limpos e bem definidos, boa intensidade de conjunto a mostrar-se tenso, muito fresco e com austeridade mineral em pano de fundo. A fruta (maracujá, líchia, citrinos) funde-se com notas florais, uma muito ligeira e fina colherada de mel a fazer toda a ligação e que se equilibra muito bem com a acidez do vinho. Beba-se desde já com uns camarões tigre grelhados ou então que se guarde por dois anos para se ter uma agradável surpresa.

Contactos
Quinta de Soalheiro
4960-010 Alvaredo, Melgaço
Tel: (+351) 251 416 769
Fax: (+351) 251 416 771
Email: quinta@soalheiro.com
Website: www.soalheiro.com

Alambre Moscatel Roxo 2010, I’m sexy and I know it

Texto João Pedro de Carvalho

A casta Moscatel Roxo de Setúbal é uma uva rara que chegou a correr riscos de extinção no século passado. A diferença para a sua homónima branca, a Moscatel de Setúbal, começa na sua tonalidade roxa mas também nas refinadas diferenças a nível de aroma e paladar que originam vinhos exclusivos e de fino recorte. E é quando falamos na sua salvação que entra em cena o nome do mais antigo produtor de Moscatel de Setúbal, a José Maria da Fonseca.

Foi pelas mãos de Fernando Soares Franco, quinta geração da família, que se salvou o último hectare de Moscatel Roxo da região, na altura localizado na Quinta de Camarate. Hoje em dia a casta espalha-se por cerca de 40 hectares em toda a região sendo 10 hectares pertencentes ao produtor José Maria da Fonseca. A casta hoje em dia mostra a sua versatilidade nas mãos da experiente equipa de enologia, podendo o consumidor variar entre os vinhos generosos até ao rosé e terminar num espumante.

Blend-All-About-Wine-Moscatel Roxo-Packaging

Alambre Moscatel Roxo 2010 in jmf.pt

Blend-All-About-Wine-Moscatel Roxo-Alambre 2010

Alambre Moscatel Roxo 2010 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

A última novidade a ser lançada foi este Alambre Moscatel Roxo 2010, um Moscatel Roxo de entrada de gama a permitir o acesso a um público mais alargado uma vez que os generosos feitos a partir desta casa são por regra mais caros que os restantes. Assim resolveu-se apresentar um Moscatel Roxo mais jovem e moderno, fresco, directo e sem toda a complexidade e mesmo densidade que por exemplo um Roxo 20 Anos nos apresenta. É um vinho com a qualidade que o produtor em causa já nos acostumou, mas que se bebe de forma descontraída em fim de tarde no terraço com os amigos. E esta abordagem mais directa faz falta porque nem tudo na vida tem de ser encarado de fato e gravata, em tom formal porque o vinho que nos deitam no copo assim o exige. Por aqui e neste caso com o Alambre Moscatel Roxo 2010 vive-se um clima festivo, num conjunto que da maneira como se mostra convida a isso mesmo, fresco, apelativo, conjuga o trio doçura/acidez/concentração de tal forma que se torna um sucesso imediato à mesa.

Contactos
Quinta da Bassaqueira – Estrada Nacional 10,
2925-542 Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, Portugal
Tel: (+351) 212 197 500
Email: info@jmf.pt
Website: www.jmf.pt