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Quinta da Gândara

Texto João Pedro de Carvalho

Da Sociedade Agrícola de Mortágua, sai este branco produzido na Quinta da Gândara, fundada em 1756. Dos solos graníticos por entre as serras do Caramulo e Bussaco nascem as uvas que dão origem aos dois vinhos agora provados, um branco a partir da casta Encruzado e um tinto de Touriga Nacional. À falta de informação mais detalhada e apurada, apenas de registar que ficam inseridos no “plantel” do produtor Caves da Montanha (Bairrada). Vinhos inseridos num perfil que não vira costas à região, notamos, porém, que tudo se faz notar com um cunho mais modernista e à imagem dos nossos dias.

Não que isso seja mau sinal, apenas sinais de que a região tem de sabido evoluir e recolocar-se face às exigências do mercado e nos novos consumidores. Sinal disto são os vinhos de cunho mais moderno, mais prontos a beber e de taninos mais afinados onde o estágio e a vida em garrafa é muitas vezes deixada de lado. Somos por isso mesmo confrontados com o prazer imediato e ficamos a perder aquele potencial de guarda que tanta fama deu a regiões como é o caso do Dão. Resta saber se este é o caminho a seguir ou se foi apenas um atalho que se escolheu na procura do sucesso precoce. Ora num registo mais actual e moderno, mas como já foi dito, onde a região se faz notar no perfil, ambos ostentam a designação Reserva, a passagem por madeira foi em madeira nova de carvalho Francês e teve a duração de sete meses para o Branco e dez meses para o Tinto.

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Quinta da Gândara Touriga Nacional Reserva 2011 & Quinta da Gândara Reserva Encruzado 2013 – Foto de João Pedro de Carvalho | Todos os Direitos Reservados

Enquanto o Quinta da Gândara Reserva Encruzado 2013 se mostra de aroma rico, amplo com clara presença da madeira embrenhada na fruta madura com algum fruto seco a apontar numa nota de evolução precoce. No restante conjunto mostra-se fresco, médio porte, com fundo de recorte mineral a lembrar pederneira, baunilha, num perfil de peso médio com boa dose de frescura. Na boca conjuga a fruta madura com notas de tarte de limão, amplo e com secura final.

Já o Quinta da Gândara Reserva Touriga Nacional 2011 é o oposto do branco, um vinho cujos aromas remetem no imediato para o Dão. Num conjunto de boa frescura a mostrar uma Touriga Nacional fresca e madura, floral, casca de laranja com ligeira ponta de austeridade e exuberância. Tudo embalado num tom guloso com notas de cacau, especiarias, geleia de frutos do bosque, embrulhado em frescura com boca coesa, muita energia com austeridade de fundo, carnudo e cheio de sabor.

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