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Encontros com o Vinho e Sabores da Bairrada

Em mais uma excelente organização da Revista de Vinhos, tiveram recentemente lugar os quartos Encontros com o Vinho e Sabores da Bairrada. Foram utilizadas as belíssimas instalações do Velódromo de Sangalhos e do Museu do Vinho da Bairrada, em Anadia. Foram três dias intensos, entre provas nos stands dos vários produtores bairradinos ali presentes, visitas a algumas quintas e provas comentadas muito interessantes. No primeiro dia foi a visita ás caves de Sidónio de Sousa, um clássico bairradino. Depois duma rápida visita á adega, já a rebentar pelas costuras e a aguardar a inauguração dum novo pavilhão, foi servido um almoço pelo restaurante Magnum, com um polvo excelente como prato principal, acompanhado por alguns dos belíssimos espumantes e tintos da casa. O tinto Baga 1991 continua num nível superior, sedoso, elegante, estruturado, um belo vinho. Da parte de tarde na prova comentada de vinhos, já no Velódromo, João Paulo Martins presenteou-nos com 12 vinhos de sua escolha, com a particularidade de provarmos quatro brancos completamente diferentes, a provar a potencialidade da região para fazer vinhos tão diversos e sedutores.

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Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Á noite, no Velódromo, o jantar foi servido pela Nova Casa dos Leitões. Depois de alguns petiscos e entradas, os leitõezinhos, saídos do forno, perfilaram-se para serem trinchados a preceito.

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Leitões – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

No segundo dia foi a visita ás Caves Messias, na sua Quinta do Valdoeiro. Ali pudemos ver uma grande extensão de vinha e uma parcela de Baga carregada de cachos e cuja vindima estava programada para…12 de Outubro, muito para lá do equinócio. Sinais dos tempos! Um almoço divertido e variado, com carnes grelhadas em rodízio, teve a companhia de vários vinhos da casa, com algumas novidades já no mercado, com destaque para o Valdoeiro Reserva Branco 2010 e o espumante Messias Grande Reserva Baga Bairrada 2012 com um perfil duma extrema elegância.

Á tarde foi a vez duma prova comentada pelo Luis Lopes, no Museu do Vinho da Bairrada, com uma viagem fantástica por mais de 20 vinhos tintos, em que foram confrontadas as colheitas de 1991, 2001 e 2011. Viagem inebriante, variada, saborosa e muito esclarecedora do que são, como estão e que potencialidade têm estes tintos fantásticos. O Luis Lopes no seu melhor. No fim, brindamos com espumante, claro! Á noite o jantar foi servido pelo restaurante Sal Poente, num delicioso passeio por várias receitas de bacalhau. Sempre na companhia de vinhos da Bairrada.

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Prova de vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A última visita foi á Quinta de Baixo, na Cordinhã, agora dum homem do Douro mas apaixonado pela Bairrada e um dos fundadores dos Baga Friends: Dirk Niepoort.

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Quinta de Baixo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Uma velha paixão tornada realidade, com uma excelente equipa de viticultura e enologia, liderada pelo Sérgio, um bairradino de alma e coração. Ali as castas autóctones são acarinhadas e levadas a produzir belos vinhos, embora com um estilo e vários perfis bem diferentes. A visita á adega foi esclarecedora do tipo de trabalho ali efectuado, sempre com enorme paixão, e a grande surpresa foram os vinhos que se provaram directamente das barricas, que estão a estagiar em toneis antigos, alguns com mais de 60 anos de idade, com capacidades a rondar os 1.000 litros, que o Dirk foi comprar á Austria e á Alemanha, e que albergaram durante anos vinhos brancos de algumas das regiões vinícolas daqueles países. Com a particularidade de nunca serem lavados nem queimados, ou seja, de não terem trabalho de tanoaria, o que lhes confere uma “patine”fantástica que vai ajudar a evolução dos seus irmãos bairradinos. O que se provou era excelente, grandes vinhos com o toque do Dirk.

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Dirk Niepoort – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

 

Seguiu-se um almoço em que nos deliciamos com vários petiscos e uma caldeirada de lulas confeccionada pelo próprio Dirk, com alguma ajuda. Com os aperitivos provou-se um espumante que ainda tinha a carica do estágio e foi aberto á la volée ali mesmo á nossa frente, um VV Bical  e Maria Gomes, um bruto natural!! Para além de vários vinhos da Quinta de Baixo, com destaque para o Lagar de Baixo Baga e o Poeirinho Baga, o Dirk não resistiu a abrir um vinho mais velho da quinta e um vinho Barolo italiano. Para a sobremesa, um vinho do Porto, pois claro.

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Vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E tinha chegado ao fim, mais esta jornada fantástica numa das regiões com mais futuro da vitivinicultura portuguesa…

Texto José Silva

Quinta dos Frades, um Douro Requintado

A Quinta dos Frades é uma propriedade de uma beleza incrível, plantada na margem esquerda do rio Douro, na Folgosa.

Pertença duma família aristocrática com grande tradição, ligada a vários sectores de negócios, a actual geração decidiu fazer uma homenagem ao seu fundador, com o lançamento dum vinho a que deram o seu nome: Delfim Ferreira.

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Quinta dos Frades – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Foi um homem notável, que investiu em fábricas têxteis e na produção de energia eléctrica, tendo fundado em 1953 a Hidro Eléctrica do Douro, era um homem com visão que criou e deixou um imenso património. Vivia na Casa de Serralves, no Porto, que fazia parte desse património e foi ele que mandou construir o hotel Infante Sagres, também no Porto. Os seus descendentes continuaram a investir em várias áreas de negócio, sendo a dos sabonetes de luxo bem conhecida em todo o mundo, com a marca Ach. Brito.

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A vinha – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E têm investido também na Quinta dos Frades, que tem vindo a ser remodelada, mas mantendo todo um património arquitectónico fantástico, que a família usa sempre que pode, e que é também utilizado para receber visitas, entre amigos e profissionais.

Muitas das vinhas da quinta ainda são trabalhadas com as “mulas”, em locais onde nem o tractor entra.

Também o extenso olival está muito bem tratado, produzindo azeite excelente para consumo próprio.

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Olival – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Em recente visita, os jornalistas foram recebidos pelo administrador Aquiles de Brito que, juntamente com o enólogo Anselmo Mendes, fizeram uma visita guiada à quinta e alguns dos seus edifícios, á adega e ás vinhas.

O passeio pedestre terminou na Casa de Chá da Quinta dos Frades, mais um dos belos edifícios da quinta, com uma vista sumptuosa, um local de repouso e meditação.

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Casa de chá – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Foram provados alguns vinhos e foi apresentado o novo vinho de homenagem a Delfim Ferreira. E foi servido um delicioso almoço que fez boa companhia aos vinhos durienses: salada de bacalhau, salada de gambas e codorniz de escabeche foram acompanhados pelo Vinha dos Santos Branco 2015, a feijoada de coelho bravo foi acompanhada pelo Quinta dos Frades Grande Reserva 2013 e as carrilhadas de porco bísaro estufadas em vinho da Quinta dos Frades com açorda de penca do Douro foi acompanhada pela novidade, o Homenagem ao Comendador Delfim Ferreira 2011.

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Anselmo Mendes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Antes disso tinha decorrido a prova de vários vinhos da quinta:

O Quinta dos Frades Vinhas Velhas 2013 apresentou muita elegância, concentração, leve toque floral com fruta vermelha bem madura. No ataque de boca nota-se grande frescura, uma acidez fantástica, taninos secos, bela estrutura e um final médio mas muito saboroso.

O Quinta dos Frades Vinhas Velhas 2011 apresentou-se algo fechado, sedoso e muito elegante. Fresco, seco, apelativo. Volumoso e com grande estrutura, frescura e acidez de mãos dadas, frutos vermelhos bem presentes. Elegante mas poderoso com grande final para um belo vinho.

O Quinta dos Frades Vinhas Velhas 2009 mostra ainda muita fruta no nariz, é sedoso, algo fechado mas muito fresco. Grande acidez, estrutura poderosa, gordo, intenso, taninos ainda bem presentes mas domados. Um vinho austero, com leves notas vegetais, com alguma elegância. Um Douro próximo do tradicional com óptimo final.

E veio o Quinta dos Frades Vinhas Velhas 2008, mais escuro, denotando alguma evolução no nariz, aveludado, sedoso, alguma fruta bem madura e especiarias. Grande volume de boca, muito elegante, seco, muito fresco com acidez muito equilibrada, complexo e com um final fantástico. Um belo vinho que ainda vai evoluir!!

Terminou-se a prova com o vinho mais recente, o Comendador Delfim Ferreira Grande Reserva 2011. Que teve origem nas mesmas vinhas, numa zona com menos Touriga Nacional e Tinta Roriz, e que estagiou em barricas de primeira qualidade. Apresenta-se escuro mas muito elegante, aveludado, floral, bela fruta, muito fino. Intenso, com óptima estrutura, frutos vermelhos intensos, excelente acidez, frescura, taninos bem domados, secos, levemente apimentado, complexo e sedutor. Um grande final num vinho cheio de afectos, um vinho de comemoração.

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Os vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na despedida da Quinta dos Frades, já temos vontade de lá voltar…

Texto José Silva

Os vinhos diferentes da Muxagat

Texto José Silva

Mesmo no limite da região demarcada do Douro, na Meda, em pleno Douro Superior, a Muxagat é um produtor bem conhecido na região.

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A adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Uma pequena adega, já com alguns anos, que tem vindo a ser ligeiramente adaptada aos tempos modernos, mas onde a produção de vinho ainda é feita acima de tudo por métodos tradicionais, aproveitando mesmo algumas técnicas antigas que dão muito boa conta de si.

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Xisto

Das vinhas da Muxagata, e algumas outras da região, vêm as uvas, brancas e tintas, daqueles terrenos xistosos, por vezes impiedosos, de clima extremo e grandes amplitudes térmicas, que a vinha agradece.

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Uvas apanhadas à mão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Tracção Animal – Foto Cedida por Muxagat | Todos os Direitos Reservados

E que ainda são apanhadas à mão e transportadas com o auxílio da preciosa tracção animal. Outras chegam à adega em caixas de plástico pequenas, que são colocadas num contentor frigorífico, para estabilizar a temperatura, antes de serem prensadas.

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Prensas Verticais – Foto Cedida por Muxagat | Todos os Direitos Reservados

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Pisa a pé – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois são prensadas nas velhas prensas verticais, a proporcionar grande qualidade, ou então nos lagares de granito, com o recurso inigualável do pezinho humano, pois claro. Sempre a tradição nesta adega que acaba por ter ainda grande funcionalidade. Depois dos mostos retirados, os vinhos obtidos vão para cubas de aço inox ou para barricas de madeira de carvalho, onde hão-de estagiar o tempo necessário até serem engarrafados.

São também utilizados balseiros de madeira e os ovos de betão, técnica moderna que ainda ali está a ser testada, mas com bons resultados. Na última visita provaram-se alguns vinhos, que confirmaram aquilo que deles se esperava e conhecia.

O Rosé 2014 apresentou uma cor rosada apelativa, com aromas de morango e framboesa intensos e um ataque de boca suave e elegante, mas com bastante estrutura, algo exótico, muito agradável com final cheio de elegância.

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Muxagat Rosé 2014 – Foto Cedida por Muxagat | Todos os Direitos Reservados

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Muxagat branco 2013 – Foto Cedida por Muxagat | Todos os Direitos Reservados

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Os Xistos Altos – Foto Cedida por Muxagat | Todos os Direitos Reservados

Depois foi o Branco 2013, com notas de frutos de polpa branca, pêra, pêssego e ameixa, levemente floral e muito mineral. Na boca tem acidez intensa, muito volume, notas citrinas e minerais com final longo e seguro.

Os Xistos Altos 2012 é um branco muito especial, tem fruta branca, algum floral, alguma mineralidade com toque fumado. Na boca apresenta-se ainda mineral, quase salgado, complexo, muito elegante e com excelente acidez. Grande final.

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Cisne tinto 2011 – Foto Cedida por Muxagat | Todos os Direitos Reservados

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Tinta Barroca 2014 – Foto Cedida por Muxagat | Todos os Direitos Reservados

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Muxagat tinto 2102 – Foto Cedida por Muxagat | Todos os Direitos Reservados

Cisne Tinto 2011 é um vinho concentrado, com notas florais e de frutos pretos, sobretudo amoras. Na boca é bastante elegante, com alguma fruta madura, taninos redondos, muito fino, com final longo.

Veio então o Tinta Barroca 2014, feito com uvas de vinhas de altitude, 100% Tinta Barroca, apresenta aromas de framboesa, ginja, muito fresco no nariz. Na boca é aveludado, envolvente, pequenos toques de especiarias, belo volume e final muito longo.

Terminou-se com o Tinto 2102, dum vermelho escuro, opaco, apresenta-se fresco, com aromas de frutos vermelhos e algum balsâmico, levemente floral, muito complexo. Na boca realce para os frutos vermelhos maduros, notas leves de cacau, óptima acidez e taninos seguros e bem domados, a dar-lhe um final longo e saboroso. Belos vinhos, que agradecem algum tempo de garrafa e que agora têm a responsabilidade enológica de Luís Seabra, bom conhecedor do Douro, de que se espera a continuação dum trabalho de referência, com boas surpresas…

Quinta de Santa Cristina

Texto José Silva

António Pinto é um empresário de sucesso, na área da electricidade e electrodomésticos, mas que se apaixonou pela produção vinícola com origem numa propriedade familiar, em Celorico de Basto.

Apoiado pela mulher e pela filha, começou a fazer vinhos a partir de 2004. Sempre com a colaboração do enólogo Jorge Sousa Pinto, com grande experiência em toda a região dos vinhos verdes. A empresa vitivinícola chama-se Garantia das Quintas e a sua marca principal é Quinta de Santa Cristina. Tendo iniciado a comercialização de vinhos apenas com um branco e um tinto, rapidamente apareceram mais variedades, quer pela vontade de produtor e enólogo, quer pela solicitação do mercado. E não tardou a aparecer mesmo um espumante, hoje já uma referência na região. Em 2013 avançaram com a construção duma adega nova, mesmo ao lado da residência que ali possuem e praticamente no meio das vinhas, com o monte da Senhora da Graça à ilharga.

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A nova adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mais bonito não podia ser! Em recente visita à nova adega, verificou-se a sua enorme funcionalidade, a par duma estética cuidada, onde falta apenas uma sala de provas, que não vai tardar.

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A nova adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A nova adega – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para além das tecnologias mais modernas, incluindo o frio, construiu-se também um lagar de granito onde alguns dos vinhos são ainda pisados a pé, mantendo a tradição, e muito bem.

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O lagar de granito – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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As vinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

As uvas vêm dos cerca de 40 hectares de vinhas, a maior parte das quais ali à volta, mas em várias altitudes, que produzem várias castas da região, como Alvarinho, Arinto, Avesso, Azal, Trajadura e uma curiosa e única Batoca, de que este é o único produtor. Mas já lá vamos.

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“Sabores da Quinta” – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois de terminada a visita à moderna adega e de vislumbrar o imenso vinhedo ali à volta, o produtor convidou os visitantes a segui-lo até um restaurante da região, muito perto, o “Sabores da Quinta”. E foi ali que produtor, a filha, o enólogo e o viticultor nos guiaram por uma viagem através dos vinhos principais, fazendo interessantíssimas ligações com a comida, numa prova bastante didática. Afinal o vinho deve acompanhar a comida!

Começou-se com o vinho base de 2015, composto por Arinto, Azal, Loureiro e Trajadura, simples, muito fresco, um vinho fácil de beber, bem fresco.

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Quinta de Santa Cristina branco 2015 – Foto Cedida por Quinta de Santa Cristina | Todso os Direitos Reservados

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Quinta de Santa Cristina Alvarinho-Trajadura 2015 – Foto Cedida por Quinta de Santa Cristina | Todso os Direitos Reservados

Depois veio o Alvarinho Trajadura 2015, uma conjugação de duas castas que já estão habituadas uma à outra, um vinho cheio de fruta mas sem exagero, fresco e com acidez muito equilibrada, bastante gastronómico e que atacou muito bem os petiscos que começavam a vir à mesa.

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Pataniscas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Feijoada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Presunto, alheira, salada de feijão frade, pataniscas de bacalhau, feijoada e fígado de cebolada ligaram também muito bem com o interessante Alvarinho Loureiro, a dar o melhor das duas castas, fresco, algo floral e tropical, óptima acidez, uma ligação surpreendente.

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Quinta de Santa Cristina Loureiro-Alvarinho – Foto Cedida por Quinta de Santa Cristina | Todso os Direitos Reservados

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Bacalhau Assado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E veio o Alvarinho, um dos clássicos deste produtor, um vinho cheio de elegância, fino, levemente frutado e com notas tropicais, volumoso e com final longo.

Mais um a ligar bem com os petiscos, mas também com o bacalhau assado no forno com batatinha assada e muito azeite, que, entretanto, chegara à mesa.

Mas a grande surpresa da tarde foi um vinho branco feito com uma casta rara, originária desta sub-região de Basto, a Batoca. E de que este produtor é o único detentor, sendo este o primeiro engarrafamento, da colheita de 2015. Cheio de elegância, frutado no nariz e com alguma intensidade, muito equilibrado e fresco. Bela surpresa.

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Carne assada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Quinta de Santa Cristina Batoca – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Já estávamos a apreciar a carne assada no forno com castanhas e arroz de forno, quando foi servido o Santa Cristina Reserva Branco 2014, feito com algumas das castas da quinta, de que se escolheram as melhores, com ligeiro estágio em madeira.

Embora tenha algum tropical, apresenta também frutos secos, tem óptima estrutura, muito elegante na boca, sedoso, com grande final.

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Santa Cristina branco Reserva 2014 – Foto Cedida por Quinta de Santa Cristina | Todso os Direitos Reservados

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Quinta de Santa Cristina Bruto branco 2013 – Foto Cedida por Quinta de Santa Cristina | Todso os Direitos Reservados

Ainda antes das sobremesas provou-se um dos espumantes da quinta, o Bruto Branco 2013, feito apenas com Arinto. Com bolha muito fina, apresentou-se muito cítrico, cheio de frescura, alguma tosta na boca, elegante e sedutor. Um belo final.

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Monte Senhora da Graça – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Lá fora, o monte da Senhora da Graça continuava altivo…

Quinta do Vale Meão

Texto José Silva

Visitar a Quinta do Vale Meão é sempre um enorme prazer, é mesmo uma aventura deliciosa. Uma das quintas que pertenceu a D. Antónia Adelaide Ferreira, uma das mais conhecidas, é há já muitos anos pertença dum seu trineto, Vito Olazabal, um homem do Douro, profundo conhecedor da região, um apaixonado por estas terras, estas vinhas e estes vinhos. Casado com Luísa Nicolau de Almeida, filha de Fernando Nicolau de Almeida, ligada ao Douro também visceralmente. Os filhos ali vivem e trabalham, o Xito nas vinhas e na enologia, a Luísa na difícil tarefa de divulgar e vender aqueles néctares de excelência. O Douro corre-lhes nas veias, são uma família com “patine”…Em recente visita, aquando dos Encontros do Douro Superior, fomos recebidos, como sempre, com simplicidade e simpatia, com a qualidade e o bom gosto que se lhes reconhece.

Numa nova área junto à piscina, pais e filha (o filho encontrava-se no estrangeiro) foram inexcedíveis, como habitualmente.

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A piscina – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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O relvado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ali à nossa frente, a paisagem falava por si e é muito difícil de descrever: a seguir à piscina o relvado (onde os miúdos jogam umas futeboladas), depois os vinhedos que vão até ao rio e mais ao fundo a morfologia deste Douro superior, brilhante, cheia de luminosidade, única.

Depois das boas vindas, o Vito comentou os vinhos que íamos provar, acompanhados de vários petiscos que se espalhavam já pela mesa, à nossa disposição. O Meandro branco, bem fresco, já corria pelos copos e a conversa amena alternou com a soberba da paisagem que dali se desfruta. Este branco está óptimo, com nariz algo exótico, apelativo, cheio de frescura e elegância, secundado pelo ataque de boca que alia frescura à acidez, com fruta branca madura e notas cítricas a deixar adivinhar ligeira mineralidade. Apetece sempre mais um copo…

Já em franco convívio, fomos convidados a subir para o imenso terreiro que ladeia a casa, com enormes árvores que providenciam a sombra apaziguadora da inclemência do sol. Ali, junto ao gradeamento sobranceiro à piscina, foram montadas as mesas, muito bem aparelhadas, para o repasto.

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Tiras de casca de laranja crocantes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Caldo Verde – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Pãozinho regional, umas curiosas tiras de casca de laranja crocantes e lá veio um tradicional caldo verde a rescender, delicioso. Foram então servidos o Meandro tinto 2013 e a grande novidade, o Monte Meão 2013, feito a partir de uvas da Vinha da Cantina, da casta…Baga! Isso mesmo, Baga no Douro Superior!!

E que bem que está o vinho, cheio de estrutura, intenso, com garra, muito equilibrado e com óptima acidez, uma bela surpresa.

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Monte Meão 2013 – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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O bacalhau – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Como prato principal saboreou-se o bacalhau assado na brasa, lascado, com batata e ovo cozidos e azeitonas, polvilhado de salsa, cozinhado no ponto. A acompanhar, uma salada de tomate, outra de verduras e uma salada de porretas, como por ali se chamam, feita com os talos verdes do alho francês, muito saborosos. Então já se bebia também o Quinta do Vale Meão 2013, uma bomba deliciosa, cheio de estrutura, volumoso, muito frutado, intenso, um vinho extraordinário, um dos grandes tintos do Douro Superior. A conversa continuava muito interessante com o humor e a boa disposição dos anfitriões, com tantas e tantas outras histórias para contar, se pudéssemos por ali ficar até o sol se pôr.

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Tábua de quiejos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Bolo de chila e amêndoas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mas era chegado o final do repasto, com uma simpática tábua de queijos e um delicioso bolo de chila e amêndoas. Muitos continuaram nos tintos, outros atacaram o vinho do Porto Vintage de Vale Meão, do ano de 2001! Oh! La! La!

Uma deliciosa interpretação do que é um grande Vintage, um perfume, uma essência, cheio de corpo, acidez vibrante a equilibrar o conjunto, não apetece mais nada, para uma última espreitadela àquela paisagem que nunca cansa… Na hora da despedida, uma última olhadela para trás, onde o enorme portão da quinta exibe com galhardia, no ferro forjado: Quinta do Vale do Meão – Antónia Adelaide Ferreira – 1894.

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Os vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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O portão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Uma família com patine…

Contactos
Quinta do Vale Meão
5150-501 Vila Nova de Foz Côa
Portugal
Tel: (+351) 279 762 156
Fax: (+351) 279 762 207
Email: geral@quintadovalemeao.pt
Website: www.quintadovalemeao.pt

Prova vertical de Bafarela

Texto José Silva

A Casa Brites Aguiar está localizada muito perto duma das aldeias vinhateiras do Douro, Trevões, com as suas vinhas espalhadas pelas encostas do Rio Torto, beneficiando dum terroir fantástico, que é partilhado por olival, cerejal, nogueiral e souto, numa evolvente rural bem típica desta região duriense. Propriedade de uma família desde sempre ligada à terra, a partir de 2002 deixou de entregar as uvas à Adega Cooperativa, passando a trabalhá-las em adega própria. E assim as uvas produzidas nos 45 hectares de vinha, das castas Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinta Roriz, Tinta Amarela, Tinta Barroca e Tinta Francisca, passaram a produzir os vinhos desta casa, com marcas próprias, o “Brites Aguiar “e o “Bafarela”.

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António Domingos – Foto Cedida por Brites Aguiar | Todos os Direitos Reservados

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O Douro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Sendo uma empresa familiar, é o irmão António Domingos (Tomi para os mais chegados) que abandona a ideia de ir para medicina e, há mais de 30 anos, se dedica por inteiro à terra e segue as pisadas do seu avô materno. Entre 1986 e 2004 reconverteu totalmente as vinhas para que pudessem ser tratadas mecanicamente. Fez a primeira vindima em 2003 e a partir de 2004 passou a trabalhar com a 2PR de António Rosas e Pedro Sequeira, o que se revelou acertado, pois têm tido bastante sucesso. Então, em 2004, aparece o primeiro Brites Aguiar e o primeiro vinho com 17%. Mas só a partir de 2008 é que surge o Grande Reserva Bafarela, com uma base de Touriga Franca e Touriga Nacional e uma ajuda de Tinta Roriz. Para o seu estágio são usadas barricas de 500 litros, de que se fazem três utilizações. Recentemente decidiram fazer uma prova vertical dos Grande Reserva Bafarela, que nunca tinha sido feita. E foi no ambiente do Douro que esta prova foi efectuada, com a presença do Tomi e mulher, e dos enólogos António Rosas e Pedro Sequeira.

O local escolhido, o D.O.C., não podia ser mais adequado, literalmente em cima do rio, com aquela paisagem arrebatadora, que enche os olhos, que nunca cansa. Os vinhos abertos atempadamente e à temperatura recomendada, apresentaram todos uma cor vermelha carregada, intensa mas elegante.

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O perfil dos vinhos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E têm um perfil comum, são elegantes mas consistentes com deliciosas notas químicas que lhes dão alguma rusticidade.

Iniciou-se a prova com o Grande Reserva Bafarela 2008, que apresenta 14,5% de álcool. Nariz com notas ligeiras de evolução, algumas especiarias e laivos de fruta vermelha. Na boca apresenta uma boa acidez, é elegante e tem estrutura simples mas consistente. Nota-se a idade, mas bebe-se muito bem.

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Grande Reserva Bafarela 2008 – Foto Cedida por Brites Aguiar | Todos os Direitos Reservados

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Grande Reserva Bafarela 2009 – Foto Cedida por Brites Aguiar | Todos os Direitos Reservados

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Grande Reserva Bafarela 2010 – Foto Cedida por Brites Aguiar | Todos os Direitos Reservados

O Grande Reserva Bafarela 2009, também com 14,5%, é aveludado, cheio de elegância, com notas de plantas silvestres, esteva, muito fresco. Na boca tem volume, é fresco e tem óptima acidez, muito persistente. Apresenta notas de especiarias, os taninos bem presentes, secos e uma óptima complexidade. Um vinho sério.

Seguiu-se o Grande Reserva Bafarela 2010, ainda com 14,5%, muito suave, fino, boa fruta madura, muito elegante. Na boca é fresco, intenso, os taninos bem ligados, bela acidez, frutos vermelhos bem presentes, complexo e muito longo, já se bebe muito bem.

O Grande Reserva Bafarela 2011, com 15% de álcool, é muito suave, elegante, tem muita fruta e alguma frescura. Na boca apresenta o mesmo perfil, uma óptima acidez, fruta bastante madura, frescura, algumas especiarias e final muito longo. Não parece do ano que é.

Veio então o Grande Reserva Bafarela 2012, com 14% de ácool, um belo perfil aromático, algum floral, muito fresco. Notas suaves de especiarias, volumoso, boa presença de fruta madura, taninos intensos e belo final. Um ano que continua a surpreender, com belos vinhos como este.

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Grande Reserva Bafarela 2011 – Foto Cedida por Brites Aguiar | Todos os Direitos Reservados

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Grande Reserva Bafarela 2012 – Foto Cedida por Brites Aguiar | Todos os Direitos Reservados

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Grande Reserva Bafarela 2013 – Foto Cedida por Brites Aguiar | Todos os Direitos Reservados

Terminou-se com o Grande Reserva Bafarela 2013, o mais recente, com 14,5% de álcool. Muito elegante, sedoso, fruta bem madura, intenso, fragrâncias de plantas do monte. Na boca apresenta-se bem frutado, fresco, acidez bem ligada com os taninos, óptima estrutura, um vinho ainda jovem, a evoluir, só lhe vai fazer bem mais algum tempo de garrafa.

Seguiu-se o almoço, naquele ambiente tão acolhedor.

Depois dum aperitivo do chefe começou-se pelo excelente ravioli de sapateira com aipo e cogumelos, um prato muito fresco que foi muito bem acompanhado pelo novíssimo Bafarela Rosé 2015, cheio de frescura, seco, muito bom. É pena haver poucas garrafas!

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Ravioli – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Porco Bísaro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois deliciamo-nos com as bochechas de porco bísaro com cevadinha francesa, cremoso, bem ligado, mesmo muito bom. A harmonização foi com o Bafarela Colheita 2014, jovem mas intenso, deu boa réplica à carne de porco.

Passamos então para o cordeiro de leite com tupinambo e jus de trufa, requintado, aromático, a carne muito tenra e saborosa, na companhia do Bafarela Grande Reserva 2013, que já tínhamos provado e que esteve à altura do prato.

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Cordeiro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Sobremesa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Com este mesmo vinho fomos para a sobremesa, de queijos e frutos vermelhos.

Que bem que se esteve no Douro, com a família Bafarela…

Covela e Quinta da Boavista – Novos vinhos

Texto José Silva

A compra da Quinta da Boavista, em 2013, foi o segundo grande investimento de Marcelo Lima e Tony Smith no mundo dos vinhos em Portugal. Agora foi tempo de apresentar os seus primeiros vinhos do Douro.

Aconteceu no “Yeatman” e foi uma prova comentada pelos responsáveis da viticultura e da enologia da empresa: o Gonçalo Lopes, o Rui Cunha e o consultor francês Jean Claude Berrouet, com mais de 50 anos de experiência a produzir grandes vinhos no mundo, acompanhado pelo seu filho Jeff Berrouet. Esta junção entre portugueses e franceses revelou-se muito acertada, pois há como que uma complementaridade de opiniões e de experiências. A Quinta da Boavista tem uma história notável ligada ao vinho do Porto e foi local de refúgio do Barão de Forrester, que ali viveu algum tempo.

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Patamares Quinta da Boavista – Foto Cedida por Lima Smith, Lda | Todos os Direitos Reservados

Com patamares muito altos, as vinhas são muito velhas e de acesso muito difícil, sendo ainda trabalhadas com recurso a machos e mulas, como se faz há centenas de anos. Um “terroir” incrível, que dá a tipicidade que tanto apreciamos nos tintos durienses, associado ás castas mais tradicionais da região: touriga nacional, touriga franca, tinta roriz, sousão, tinto cão, tinta barroca e alicante bouschet, a colocar estes vinhos tintos num patamar muito elevado. Berrouet diz que o vinho é um produto mágico, delicado, que transmite a história duma região e que a sua missão é transmitir-nos prazer quando o bebemos. É o que pretendem com os vinhos que ali estão a ser produzidos, transmitir as sensações que nos levem a interpretar aquele região e em particular aquela quinta. Todos os anos vão engarrafar um vinho de uma casta só.

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Boavista Touriga Nacional 2013 – Foto Cedida por Lima Smith, Lda | Todos os Direitos Reservados

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Boavista Reserva 2013 – Foto Cedida por Lima Smith, Lda | Todos os Direitos Reservados

Nesta primeira colheita, foi o Boavista Touriga Nacional 2013, um vinho cheio de elegância, souplesse, com personalidade e uma grande expressão aromática. Ao mesmo tempo é sóbrio, com estrutura, muito fresco e com óptima acidez, vai ser interessante acompanhar a sua evolução. Foram engarrafadas 2.000 garrafas que vão custar em prateleira cerca de 22€.

O vinho de combate vai ser certamente o Boavista Reserva 2013, um Douro típico no copo, um lote cheio de elegância, intenso, bom volume, com tudo no sítio. Bela acidez, levemente seco, guloso, um vinho gastronómico ainda jovem mas que promete, e de que foram engarrafadas 5.000 garrafas que vão custar cerca de 40€. Depois foram feitos dois vinhos extraordinários, de duas vinhas muito velhas, quase filigranas, a Vinha do Oratório e a Vinha do Ujo.

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Quinta da Boavista Vinha do Oratório – Foto Cedida por Lima Smith, Lda | Todos os Direitos Reservados

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Quinta da Boavista Vinha do Ujo 2013 – Foto Cedida por Lima Smith, Lda | Todos os Direitos Reservados

O Quinta da Boavista Vinha do Oratório 2013 é feito de uvas desta vinha que data dos anos 30 do século passado, plantada entre os 70 e os 160 metros de altitude com várias exposições solares. Apresenta muita complexidade, elegância, muita fruta madura, acidez concentrada e frescura, é intenso, ainda a evoluir, de que se engarrafaram menos de 1.000 garrafas, que vão custar cerca de 100€.

Finalmente outro vinho fantástico, o Quinta da Boavista Vinha do Ujo 2013, esta vinha plantada entre os 150 e os 200 metros, a proporcionar um vinho sedoso mas autoritário, sempre elegante e com alguma fruta no nariz. Belo volume de boca, óptima acidez, grande estrutura, sempre com muita elegância, fruta muito madura, longo e com imenso final. Um vinho de meditação, de que também só há cerca de 1.000 garrafas a menos de 100€ cada. Vinhos que nos transmitem o que é o terroir da Quinta da Boavista e que, como disse Jean Claude Berrouet, se resume a quatro palavras: os solos, o clima, as plantas e o homem.

 

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Amuse Bouche – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Espuma – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Para apreciar os vinhos foi servido um jantar no “Yeatman” que teve um amuse bouche composto por quatro petiscos, depois um conjunto de crustáceos e sua espuma com caril e rebentos de cacau.

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John Dory – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Carne Marinhoa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Seguiu-se o John Dory, um conjunto de sabores do mar, entre os quais percebes e polvo, com salicórnia. E finalmente a carne Marinhoa, grelhada, na companhia de creme de batata e especiarias.

Para sobremesa o creme de ruibarbo, com lima kafir, merengue de ruibarbo e gelado de queijo mascarpone. Um belo combate entre vinhos e pratos bem elaborados.

O dia seguinte…

No dia seguinte fomos convocados para o restaurante/marisqueira “Gaveto”, em Matosinhos. Apresentar as novas colheitas dos vinhos da Covela ao balcão duma marisqueira?! É verdade, foi mesmo assim.

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Rui Cunha – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Gonçalo Lopes and Vítor Mendes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Foi diferente e foi divertido. E dentro do balcão, quais empregados de luxo, estiveram o Gonçalo Lopes, o Vítor Mendes e o Rui Cunha, liderados pelo Tony Smith, nem mais. Porque os vinhos também devem ser servidos com humor. O primeiro foi o Covela Rosé 2015, feito só de Touriga Nacional, mantém o perfil aromático, a extraordinária acidez, a elegância e o requinte.

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Covela Rosé – Foto Cedida por Lima Smith, Lda | Todos os Direitos Reservados

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Covela Avesso – Foto Cedida por Lima Smith, Lda | Todos os Direitos Reservados

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Covela Arinto – Foto Cedida por Lima Smith, Lda | Todos os Direitos Reservados

É fresco e seco, um rosé gastronómico. O Avesso de 2015 é extraordinariamente fresco, aveludado no nariz, algo exótico. Na boca mantém-se a frescura a que se junta uma acidez vibrante, incrível, o que faz dele um vinho guloso. O Covela Arinto 2015 tem a frescura da casta bem evidente, é persistente, muito elegante, tem alguma mineralidade, intenso, saboroso, com bom volume, um vinho íntegro.

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Barnacles – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Zamburinhas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

As zamburinhas, na chapa, estavam soberbas, cheias de ovas. Veio então o Covela Escolha de 2014, com Avesso e Chardonnay, com requinte e elegância no nariz, sedoso, exótico, complexo.

Grande frescura e muita acidez a dar-lhe equilíbrio, um vinho especial, que fez óptima companhia ao soberbo arroz de lavagante, que é uma tradição deste “Gaveto”. Queijo da serra e pão-de-ló de Ovar fecharam as hostilidades, na companhia dum tinto da Covela de 2007 muito especial, já uma raridade. Com o café, ou com mais queijo e pão-de-ló, vieram duas aguardentes bagaceiras da Covela muito saborosas. Uma, feita a partir só de castas brancas, é mais aromática, mais floral e tem 40% de álcool. A outra, preparada a partir de castas tintas, é mais poderosa, mais encorpada e tem 50% de teor alcoólico. Potentes!!

Ao balcão do “Gaveto”, a conversa continuava animada…

Restaurante Maria Pia, em Cascais

Texto José Silva

Mesmo sobre a marina de Cascais, encostado às muralhas da cidadela e com uma vista soberba para a baía, é um espaço amplo todo em vidro, parece que o mar entra por ali dentro.

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A entrada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A sala – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Decoração moderna, airosa, com alguns elementos antigos e meia dúzia de sofás à entrada, para aguardar por mesa ou mesmo petiscar qualquer coisa e beber um copo antes da refeição.

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A sala – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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A sala – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Mesas bem-postas, com simplicidade mas muita qualidade e serviço a cargo de gente jovem, simpática, atenciosa, muito profissional. Uma das características desta casa de bem comer é que abre ao meio-dia e serve ininterruptamente até à meia-noite, sejam petiscos seja uma refeição completa. Isto é suportado por uma cozinha muito bem equipada onde trabalha uma equipa de profissionais liderada pelo chefe Pedro Mendes, já com grande experiência a liderar equipas desta área, que dão resposta muito positiva áquilo que lhes é pedido. O chefe aposta numa ementa em que os produtos do mar dominam naturalmente a oferta, entre marisco e peixe fresco, utilizando mesmo algas que dão ligações cheias de frescura, a saber a mar. E trabalha mesmo alguns produtos sazonais, na sua época, como é o caso das túberas, de que se fez recentemente um jantar bem agradável.

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Montado Alentejano – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Maria Pia Restaurant-Pork Rice

Arroz de túberas e lombinhos de porco alentejano com farinheira – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Que começou pelo “montado alentejano”- cabeça de xara, bolota e túbera – a que se seguiu um arroz cremoso de túberas e lombinhos de porco alentejano com farinheira do mesmo.

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Laranja – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Couvert – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Terminou-se com cinco texturas de laranja, muito bem conseguidas. Mas vamos provar alguns pratos da ementa deste restaurante Maria Pia.

Começa-se pelo couvert, que apresenta pão de azeitonas e pão caseiro, e por vezes umas tostinhas fininhas estaladiças, para molhar na esmagada de coentros ou barrar com manteiga normal, manteiga de beterraba ou manteiga com tinta de choco. Belo começo!!

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Sopa de tomate – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Gaspacho – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Não faltam as sopas e os caldos: sopa de tomate cremosa, com ovo batido e croutons aromatizados, canja de amêijoas do Algarve deliciosa e um refrescante gaspacho batido, ligeiramente picante, em que o tomate dá um creme espesso que envolve os outros vegetais crus. Que bem que soube!

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Bocas de caranguejo do Atlântico com emulsão de limão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Blend-All-About-Wine-Maria Pia Restaurant-Ceviche

Ceviche de robalo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Como entradas podem aparecer umas ostras trabalhadas, sempre a saber a mar, as bocas de caranguejo do Atlântico com emulsão de limão, deliciosas, ceviche de robalo bem temperado e tártaro de atum com sésamo e gengibre, e pataniscas de atum com molho de soja.

Ou uma travessa de amêijoas com limão e coentros, para comer à mão e molhar o pãozinho no molho, uma maravilha.

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Açorda negra de marisco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Gambas picantes sobre linguini negro – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Sempre do mar vem a açorda negra de marisco com choco frito, uma bela ligação, as gambas extra quentes picantes sobre linguini negro e os fritos de robalo com risoto de algas, todos deliciosos.

Blend-All-About-Wine-Maria Pia Restaurant-Cod risotto

Risoto de bacalhau – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Robalo à Bulhão Pato – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Ainda o risoto de bacalhau cremoso, o xerém de berbigão do Algarve com lulas em tempura e um desconcertante arroz de coentros com robalo à Bulhão Pato, excelentes!

Blend-All-About-Wine-Maria Pia Restaurant-Braised Tuna

Atum braseado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Fechou-se em êxtase com atum braseado, creme de beterraba e legumes salteados, o atum no ponto, textura fantástica, os legumes variados muito bem trabalhados.

Já na esplanada, não se resistiu a um preguinho com carne excelente, em pão de azeitona e maionese de alho, tenro e saboroso, mesmo muito bom…O crumble de maçã com gelado quase que já não coube. A carta de vinhos está ainda a evoluir, e prometem-se muitas novidades, a mais importante das quais será uma esplanada num miradouro por cima do restaurante, com muito marisco fresco e espumantes, vinhos brancos e alguns rosés, bem frescos, sempre a correr, com aquela paisagem por companhia.

Vai ser bonito, vai!!

A nova imagem da Churchill’s

Texto José Silva

Uma empresa de produção de vinhos do Douro que existe apenas há 35 anos, fundada em 1981 por John Graham, mas que atingiu já a maioridade, produzindo vinhos de mesa e do Porto de grande qualidade, com características muito próprias e uma imagem aguerrida que não deixa ninguém indiferente.

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John Graham – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Em 1999 a Churchill’s comprou a Quinta da Gricha, no Douro, na zona de Ervedosa do Douro, perto de S. João da Pesqueira. São vinhas com alguma altitude, algumas delas muito velhas e com uma enorme variedade de castas, mesmo algumas dezenas, que dão origem a vinhos cheios de complexidade e elegância e uma frescura e acidez só possível com vinhas com aquela localização. Para os vinhos brancos de mesa compram uvas na outra margem do rio, na região de Murça, beneficiando, para além da altitude, de alguns solos graníticos.

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Centro de Visitas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Em Vila Nova de Gaia têm um simpático Centro de Visitas, resultante da recuperação de instalações antigas, onde funciona um espaço para provas e loja de venda, mas onde também se podem apreciar tonéis de grande volume, onde envelhecem paulatinamente alguns dos vinhos do Porto da empresa. Foi ali que recentemente apresentaram à imprensa um novo vinho tinto, o Quinta da Gricha 2013. E que decorreu num almoço informal elaborado pelo chefe Victor Sobral.

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Directora Comercial Maria Emília Campos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Enólogo Ricardo Nunes – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Antes disso, os CEO da empresa, John Graham e Maria Emília Campos, e o enólogo Ricardo Nunes, fizeram uma apresentação da empresa e dos vinhos que estavam a ser provados, onde se incluía o novo vinho tinto.

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Vista soberba – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Na sala superior deste delicioso espaço em Gaia, com uma vista soberba sobre as duas margens do rio e a ponte de D. Luís, provaram-se sete vinhos, começando com a curiosidade dum rosé, de que apenas fazem 2.000 garrafas, com screw cap. Um vinho jovem, muito fresco e com excelente acidez, sem grandes pretensões, mas muito agradável, mesmo para acompanhar alguns petiscos simples. Esgota num ápice! Depois foi o branco, composto por rabigato e viosinho, muito elegante, cheio de frescura e com uma acidez persistente que o torna muito gastronómico, um belo vinho. Seguiu-se o primeiro tinto, o Churchill’s Estates 2013, um entrada de gama composto por Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, elegante, simples e equilibrado. O Churchill’s Estates Touriga Nacional apresentou-se cheio de estrutura, perfumado, volumoso, muito elegante, com óptima acidez, muito característico, um belo tinto. Provou-se depois um Churchill’s Grande Reserva poderoso, resultante de vinhas velhas, com muitas, mesmo muitas castas da região, de várias propriedades, a dar-lhe complexidade, profundidade, uma boca ao mesmo tempo volumosa e exótica, um vinho para durar ainda muitos anos em garrafa.

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Os vinhos provados – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Veio então o novo vinho, o Quinta da Gricha 2013, também com origem em vinhas muito velhas, mas apenas da Quinta da Gricha, que se apresenta como a expressão máxima do terroir desta quinta. Muito mineral, com notas de frutos pretos,, cheio de corpo, com uma acidez fantástica, exuberante, um grande vinho tinto do Douro.

Finalmente provamos o Porto Quinta da Gricha Vintage 2013, um vintage clássico cheio de estrutura, com notas de cravinho, amora, figo, ameixa preta, chocolate preto e casca de laranja, muito complexo. Volumoso e com uma acidez incrível, muito freso, notas de especiarias, mirtilos, ainda jovem, vai ser muito interessante prová-lo daqui a alguns anos.

Seguiu-se então o almoço servido pelo chefe Victor Sobral, que começou com um robalo marinado com verduras, muito fresco, delicioso, que aguentou muito bem um surpreendente Dry White Port, cheio de frescura e levemente especiado.

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Robalo marinado – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Bacalhau – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Chocos – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Depois serviu-nos um naco de bacalhau sobre cama de grelos e puré de grão, com cebola caramelizada, muitíssimo bem conseguido, que casou muito bem com o vinho branco.

E depois a surpresa dum prato do litoral alentejano de que é originário, chocos com tinta e favas, fantástico. E que aguentou com galhardia os tintos Touriga Nacional 2012 e Grande Reserva 2011. A fechar a refeição beberam-se um Tawny 20 Anos e um Vintage de 1997, ambos já a um nível muito elevado. Lá em baixo, o Douro passava, pachorrento…

Bulls – Um rodízio de grande qualidade em Matosinhos

Texto José Silva

Num espaço que já albergou vários restaurantes ao longo das últimas duas décadas, em Matosinhos, um investidor resolveu criar um restaurante dedicado sobretudo ao tradicional rodízio de origem brasileira e muito popular entre nós. – Bulls.

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Entrada – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Partindo de instalações onde a pedra de granito tem presença muito forte, decidiu-se manter a beleza dessa pedra e juntar-lhe soalho e tecto em ripas de madeira, de belo efeito. A enorme parede de fundo é branca, com o nome do restaurante.

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Grande parede branca – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Balcão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Num balcão de boas dimensões repousam alguns dos muitos vinhos duma carta bem preenchida, num trabalho que completa bem a qualidade geral do que ali se serve. Sala ampla, no entanto acolhedora, mesas muito bem postas, com tudo o que é necessário para usufruir uma boa refeição.

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Balcão – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Onde o rodízio é rei, no entanto a partir de produtos de grande qualidade, a começar pelos tipos de carne que ali são utilizadas. Serviço profissional, da responsabilidade de alguém que há já muitos anos trabalha com este tipo de menus, que aqui é aprimorado.

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Caipirinha – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Ovos de codorniz – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Voltando às bebidas, não poderia faltar a caipirinha, muito bem preparada. Mas mais uma vez a diferença vem das várias aguardentes de cachaça utilizadas, todas de grande qualidade e muito bem expostas.

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Bolas de queijo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Bola de carne – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Já na mesa, e para fazer companhia à primeira caipirinha, vieram ovos de codorniz, cebola frita, bolinhas de queijo saborosas e fofinhas, bola de carne feita na casa muito boa, bolinhos de bacalhau, rissóis e croquetes, e uma belíssima salada de polvo, muito vem temperada.

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Entradas – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Salada de Polvo – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

A escolha natural do que se ia comer recaiu no rodízio, que começou pelas tradicionais coxinhas de frango, linguiça toscana e filé com queijo. E logo vieram para a mesa as batatas fritas muito crocantes, a farofa muito bem feita, o arroz seco soltinho, para ligar com o feijão preto cremoso e a couve mineira bem condimentada.

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Arroz branco – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Farofa – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Estava lançado o mote!

Na cozinha continuavam a ser trabalhadas as várias carnes, afagadas pelo fogo vivo: cupim, costela, maminha, alcatra e picanha, neste caso na versão normal e na versão com alho, ambas deliciosas.

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Carne – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

E lá se iniciou o cortejo destas carnes fantásticas, em longos espetos de ferro, fatiadas na mesa com facas bem afiadas, em fatias muito fininhas. Para quem gosta, um pouco de molho de malagueta a dar vivacidade ao sabor da carne. E é uma e outra vez, e mais outra e outra ainda, até dizermos que chega, estamos satisfeitos.

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Cupim – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

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Maminha – Foto de José Silva | Todos os Direitos Reservados

Talvez lugar apenas para uns pedaços de abacaxi grelhado que se polvilha com um pouco de canela. Um grande rodízio, num espaço de muito bom gosto. Mas onde a ementa apresenta várias outras soluções, entre peixe e carne, do camarão tigre aos bacalhaus e ao tradicional cabrito assado no forno. A fruta e alguma doçaria feita na casa completam uma excelente refeição, onde as carnes de qualidade brilham muito alto.

Depois, recomenda-se um passeio até à beira mar…

Contactos
Bulls | Restaurante de Rodizio
Rua Brito e Cunha, 515
4450-088, Matosinhos
Tel: (+351) 229 381 184
Email: geral@bulls.pt or reservas@bulls.pt
Website: www.bulls.pt