Posts By : Ilkka Sirén

Os Vinhos Enosexuais da Quinta das Bágeiras

Texto Ilkka Sirén | Tradução Patrícia Leite

A Bairrada poderá ser uma das regiões vitivinícolas menos conhecidas em Portugal. Para muitos é apenas um ponto preto no mapa. As pessoas de facto não parecem saber o que esperam quando bebem um vinho da Bairrada. O que dificulta ainda mais as coisas é o facto de não ser muito fácil chegar aos bons vinhos.

A casta tinta rainha da região é a Baga, que é na minha opinião uma das castas mais bonitas no planeta Terra. Quando um Baga é bem feito e um pouco envelhecido, pode enganar qualquer um numa prova cega, passando por um vinho top Nebbiolo de Piemonte. As castas brancas incluem Bical e Maria Gomes (Fernão Pires). A Bairrada também é conhecida por produzir um vinho espumante agradável. Mas se está à procura de carácter e não quer ficar entediado em provas estéreis, há um produtor na Bairrada de visita obrigatória, a Quinta das Bágeiras.

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Mário Sérgio Alves Nuno – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Mário Sérgio Alves Nuno é o proprietário e o enólogo “extraordinaire” desta quinta única. Na primeira vez que o conheci, ele fatiou e cortou um leitão inteiro com aquelas tesouras grandes mesmo à minha frente e serviu-mo como almoço. Foi amor à primeira vista. A propósito, o leitão da Bairrada é extremamente saboroso. Só isso já é um bom motivo para visitar a região.
Mário Sérgio produz tudo, desde vinho espumante até aos tintos. Também faz um vinagre espectacular, do qual me ofereceu uma garrafa na minha última visita. Há pouco tempo acabei-a e quase chorei. Preciso de mais desse vinagre o mais rápido possível.
Os vinhos são conhecidos por serem muito bons e têm uma personalidade distinta. Se procura vinhos frutados fáceis de beber, deve fugir a correr e a gritar numa outra direcção.
A adega está cheia daquelas colunas de garrafas inclinadas que desafiam a gravidade. Mas o braço direito de Mário, o senhor do chapéu engraçado, diz que elas nunca caiem. Felizmente os terramotos são raros na região.
A Quinta das Bágeiras faz também parte de um grupo de produtores chamado Baga Friends, que reúne Buçaco, Niepoort, Filipa Pato e alguns outros. Se estiver interessado em aprender mais sobre os vinhos da Bairrada e especialmente sobre a casta Baga, deve provar os vinhos deste gangue de enólogos talentosos.

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Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Quinta das Bágeiras Garrafeira Branco 2012
O vinho é bastante fechado no início, o que não me surpreendeu nada. Aprendi a esperar estes aromas de libertação lenta de praticamente todos os vinhos Bágeiras. Depois de 20 minutos no copo, o vinho abriu e ficou com muito charme. Na boca, o vinho é muito bem estruturado. Acidez soberba e sabores de pêra e citrinos. É definitivamente um vinho digno de envelhecimento que podemos esquecer na adega por um tempo. Notável.

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Quinta das Bágeiras Garrafeira Branco 2012 | Quinta das Bágeiras Pai Abel Branco 2010 – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Quinta das Bágeiras Pai Abel Branco 2010
No momento em que abri a garrafa, gritei “merengue!”. Este vinho tem aquele aroma inconfundível, forte e voluptuoso, que quase me faz lembrar de alguns vinhos Meursault. No aroma parece um pouco como se alguém deixasse cair um palheiro na nossa cabeça e nos cobrisse de maçãs doces. Humm, parece uma cena do CSI. Talvez eu não tenha aproveitado a minha vocação como redactor da TV Hollywood? Outra vez, uma acidez de fazer crescer água na boca e alguns sabores a nozes. O vinho é bastante rico em textura, mas no final muito fresco. Já tem alguma idade e parece estar a evoluir muito bem, mas ainda pode continuar a evoluir por cerca de uma década.

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Photo by Ilkka Sirén | All Rights Reserved

Contacts
Mário Sérgio Alves Nuno
Fogueira – 3780-523 Sangalhos
Bairrada – Portugal
Tel: +351 234 742 102
Fax: +351 234 738 117
Site: www.quintadasbageiras.pt/
Email: quintadasbageiras@mail.telepac.pt

O Douro Verde

Texto Ilkka Sirén | Tradução Patrícia Leite

Primeiro deixem-me começar por dizer: Vinho Verde é uma região e não um estilo de vinho. Quando se fala sobre Vinho Verde ouve-se com demasiada frequência as pessoas dizerem “Vinho Verde? Aquele vinho carrascão gaseificado do Norte de Portugal?” – e isso dá-me logo vontade de lhes dar um soco. Claro, a região do Vinho Verde é conhecida por produzir este vinho gaseificado tipo Spritzer e isso parece ser bastante popular mesmo até aos dias de hoje. E para ser honesto, não me importo. Mas uma coisa que as pessoas devem saber sobre Vinho Verde é que é uma grande região vitivinícola. Na verdade, é uma das maiores da Europa. Esse facto associado à enorme variedade de castas autóctones torna a região num terreno fértil para novos projectos vitivinícolas, como a Quinta de Covela. A quinta e os seus vinhos não são novos, mas através de uma série de, digamos, “incidentes” estão agora a renascer.

Os vinhos captaram alguma atenção a nível nacional e internacional no dia em que Nuno Araújo comprou a quinta no final de 1980. Nuno foi um dos primeiros a iniciar em Portugal a implementação de viticultura orgânica e biodinâmica. Com os seus rótulos invulgarmente “modernos” e os seus interessantes blends de castas, os vinhos Covela tornaram-se conhecidos junto dos entusiastas do vinho Português. Em 2008, Quinta de Covela caiu nas mãos de um banco. Não me lembro o nome do banco, mas isso não importa porque todos nós sabemos o que acontece quando as coisas caem nas mãos de um banco. Tudo se destrói. Escusado será dizer que o banco não se preocupou em fazer o que quer que fosse com a quinta, que ficou completamente ao abandono. Tal aconteceu até 2011, quando Tony Smith e seu sócio Marcelo Lima recuperaram a exploração vitícola. E devo dizer que, desde então, a ascensão da Quinta de Covela foi bastante impressionante. Em poucos anos, passou do estado de quase completamente esquecida ao do produtor de vinho de que todos falam.

Covela 1

Photo by Ilkka Sirén / All Rights Reserved

A Quinta de Covela produz Vinho Verde, sim, mas a quinta situa-se a 500 metros a apenas do rio Douro. O que acho bastante interessante e algo que se pode detectar nos vinhos. Têm o solo granítico do Vinho Verde, mas o clima de Douro. Primeiro pensei “óptimo, um Vinho Verde sem frescura”. Mas, como sempre, com o vinho não é tão simples assim. Isso dá aos vinhos um carácter único, mas em vez de serem muito maturados com toneladas de frutas tropicais e todos as espécies de tutti-frutti, diria que os vinhos são realmente um pouco contidos. É a magia inexplicável do terroir.

Covela 2

Photo by Ilkka Sirén / All Rights Reserved

 

Acho que uma das coisas mais inteligentes que os novos proprietários fizeram foi contratar o Enólogo Rui Cunha. Rui, que também trabalha com Aphros (Vinho Verde) e Secret Spot (Douro), já tinha trabalhado na Covela durante muitos anos, pelo que conhece bem a quinta.

A adega é uma bela casa com pé direito alto, paredes cor-de-rosa e umas fantásticas cubas antigas de betão. Pequena, mas muito prática. Devido à falta de espaço sobrepuseram as barricas umas sobre as outras e ligaram ao seu fundo uma espécie de um dispositivo de válvula para a trasfega. Quando há vontade, há um caminho, certo? A quinta abrange 49 hectares, dos quais 18 hectares são plantados com vinha. Embora a Covela seja bem conhecida pelos seus vinhos brancos, também produz alguns vinhos tintos. Além da casta Touriga Nacional, plantaram muitas castas internacionais, como Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot. Não é bem um “Super Toscano”, mas talvez um Super Douro Verde?

Covela 3

Photo by Ilkka Sirén / All Rights Reserved

Eis as minhas escolhas da degustação:

Covela Edição Nacional Avesso 2013 (Branco)
Não se pode falar de Covela sem falar sobre a casta Avesso. Esta casta difícil do Minho é raramente utilizada no seu próprio país, mas no lugar certo e nas mãos certas esta pequena casta pode dar um verdadeiro vinho delicioso. Edição Nacional Avesso: um balde cheio de água mineral, citrinos, fragmentos de rocha e algumas fatias de casca de laranja. Coisa boa.

Covela Escolha 2013 (White)

Um interessante blend de Avesso, Chardonnay, Viognier e um pouco de Gewürztraminer. Começa um pouco como aquele jogo de iPad, o Fruit Ninja. Fruta a voar por todo o lado; uma mistura de pêra, pêssego e limão. Mas, de repente, tudo é atacado por uma navalhada de acidez que corta a fruta como um cirurgião plástico remunerado em excesso. Sabores agradavelmente persistentes com um final seco e cortante. Tem definitivamente uma vertente gastronómica bem promissora.

Covela 4

Photo by Ilkka Sirén / All Rights Reserved

Sobre os tintos… O Covela Escolha Tinto 2005 foi uma beleza. Vinho bem maturado com os aromas típicos de “galinheiro atacado por uma bola de couro”. Coisa saborosa! O Covela Reserva 2012, por outro lado, estava um pouco estranho. É óbvio que ainda é um bebé, mas com 18 meses de estágio em barricas 100% novas não sei se alguma vez será a minha “onda”. O Rui disse que a percentagem de madeira nova será menor no futuro. Não quis comprar barricas em segunda mão porque queria ter certezas sobre a qualidade. Fico à espera desse futuro, mas até lá continuarei alegremente a beber o tão delicioso Avesso.

Covela 5

Photo by Ilkka Sirén / All Rights Reserved

Contactos
Quinta de Covela
William Smith & Lima Lda.
S. Tomé de Covelas
4640-211 BAIÃO
+351 254 886 298
info@covela.pt
www.covela.pt

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M.O.B.

Texto Ilkka Sirén | Tradução Patrícia Leite

Lembro-me de um jantar tardio que tive no ano passado no Douro, na Quinta do Vale Meão, durante a vindima, no qual o Xito falou-me pela primeira vez deste projecto MOB, com um sorriso de menino. Garantiu-me que não tinha nada a ver com a mafia Portuguesa (1) , mas eu não fiquei completamente convencido. Então o qual é o significado de MOB?

Estive mesmo para apresentar uma versão do Tupac Shakur para o nome, mas algo me diz que não o devo fazer.

MOB significa Moreira Olazabal Borges e é a nova joint venture no Dão dos enólogos Jorge Moreira (Poeira), Francisco “Xito” Olazabal (Quinta do Vale Meão) e Jorge Serôdio Borges (Wine & Soul). Estes três consagrados enólogos têm a sua actividade assente no Douro mas juntaram forças para produzir um vinho na região vitivinícola do Dão.

Sei o que estarão a pensar. Estes “senhores” vão fazer um vinho do Dão ao estilo do Douro e tudo terminará em lágrimas. Não é bem assim. Este grupo vitivinícola tem grande conhecimento sobre as diferentes regiões vitivinícolas Portuguesas, que inclui a própria região do Dão. De facto, a ideia deste projecto é produzir vinhos com uma identidade pura do Dão, o que normalmente significa vinhos delicadamente frutados e com grande acidez. O “gang” MOB arrendou em 2010 a Quinta de Corujão, na parte da região do Dão, no sopé da Serra de Estrela, a cadeia montanhosa mais alta de Portugal Continental.

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M.O.B. white 2012 – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Esta exploração vitícola situa-se a 500m sobre o nível do mar e posso garantir-vos que lá faz muito frio. É um local bem diferente dos paraísos quentinhos de surf que habitualmente vemos nos postais Portugueses. É até completamente diferente do Douro, que não está muito longe e, por isso, os vinhos são também “animais” completamente diferentes.

Para mim, as joint ventures sempre tiveram um ponto de interrogação. Talvez seja por uma dificuldade de comprometimento pessoal, demasiados compromissos e um grande “ego” ou porque elas visam apenas conseguir publicidade, dinheiro ou dominar o mundo mas, em muitos casos, os vinhos destas alianças não conseguem mesmo vingar. E também é comum que se acabe por pagar mais por estes vinhos. Mas, algumas vezes, bastante raras, podemos obter o melhor de dois mundos ou, neste caso, o melhor de três mundos.

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M.O.B. white 2012 – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

M.O.B. White 2012
Dão

Antes de começar a divagar sobre estes vinhos, devo dizer que gostei bastante da cor usada na cápsula. Normalmente não dou muita atenção às cápsulas e outro tipo de vestimentas dos vinhos, mas simplesmente gostei desta. Será que estou a ficar mais sensível?

Este vinho é um lote de Encruzado e Bical, ambos excelentes exemplos da grande riqueza de castas em Portugal. A viscosidade combinada com um ligeiro “sal” e acidez crocante torna toda a experiência num momento de “água na boca”. Embora já tenha algum carácter, este vinho evoluirá, com mais algum tempo, para um verdadeiro go-go juice(2). Devo dizer que este vinho fez-me sentir muito feliz. É por causa de vinhos como este que as castas ímpares de Portugal estão a ganhar atenção que merecem.
Sugiro que deixe na mesa um copo extra com este vinho por algum tempo porque ele abre e desenvolve alguns aromas interessantes similares aos de um Riesling. Muito apetitoso !

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M.O.B. red 2012 – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

M.O.B. Tinto 2011

Dão

As uvas incluem uma intrigante mistura de variedades: Touriga Nacional, Jaen (Mencia), Alfrocheiro e Baga. Morangos maduros, Pepsi Cola e endro, que associo normalmente à casta Jaen. Parece ser mais “focado” no sabor. Agradável final apimentado. Um pouco desarticulado mas um bom vinho que não dá muita luta a descer a garganta. Na verdade, este vinho faz-me lembrar aquelas danças Flash Mob que vemos no YouTube. Todas as castas juntaram-se, sabendo mais ou menos como a dança deveria acontecer, mas a coreografia acaba por ficar um pouco estranha e não sincronizada na perfeição. Mas não importa que seja uma dança Flash Mob, já que cada um é vedeta e no final todos se divertem. E quem sabe, com mais alguns anos de prática dentro da garrafa, estas castas poderão unir-se e apresentar um espectáculo de classe mundial tipo Gangnam Style em vez dos movimentos ligeiramente erráticos de uma dança Harlem Shake.

Contactos

Jorge Moreira / Francisco Olazabal / Jorge Seródio Borges
EN 17 27, 27, 6290-261, Rio Torto Gouveia, Guarda

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A aventura vai começar

Texto Ilkka Sirén | Tradução Patrícia Leite

Vou ser muito honesto. Não tenho sido um grande fã do Alentejo como região vitivinícola. Sei que isso pode aborrecer algumas pessoas mas é a verdade. Eu não tenho nada contra o Alentejo, mas tenho andado sempre mais à volta das regiões do Norte de Portugal, como Bairrada, Dão, Douro e Vinho Verde. Isto acontece apenas porque, quando viajo para Portugal, normalmente apanho o avião para o Porto, de onde podemos ir até estas maravilhosas regiões do vinho de forma bastante rápida.

O Alentejo é um pouco mais distante e normalmente não tempo para me aventurar tão longe para sul. Por esse motivo, demorei algum tempo a ir conhecer a região, mas no ano passado isso finalmente aconteceu. E tudo o que posso dizer é, UAU! O Alentejo é mais do que bonito. Como poderemos não gostar das incríveis paisagens, dos azeites, dos sobreiros e do tempo quente. Já para não falar da terra de uma das “coisas vivas” mais deliciosas do planeta, o Porco Preto Ibérico. Por isso, se gostar de bastante sol e boa comida, então deverá definitivamente visitar o Alentejo.

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Aventura ‘2012/Susana Esteban e Saca-Rolhas – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Os vinhos são diversificados, tanto no estilo como na qualidade. Poderá encontrar alguns vinhos incríveis no Alentejo, mas provavelmente irá ter também umas quantas decepções. Mas para apreciar e entender plenamente estes vinhos, temos mesmo de visitar a região e eu mal posso esperar por lá voltar para descobrir o que mais esta região tem para oferecer.

A enóloga Susana Esteban andou durante dois anos à procura de vinhas no Alentejo antes de encontrar duas parcelas, cada uma com uma personalidade própria, a partir das quais começou o que parece ser um projecto muito promissor. Frescura não é a primeira palavra que me vem à cabeça quando penso em vinho Alentejano, mas de alguma forma a Susana conseguiu fazer dois vinhos equipados com uma frescura invulgar, que faz “saltar” a fruta vibrante como uma coelhinha da Playboy de um grande bolo. Não digo que estes sejam os dois vinhos mais excitantes do mundo, mas são uma lufada de ar fresco, muito bem-vinda, que irá contribuir para aumentar a já versátil gama de vinhos do Alentejo.

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Aventura ‘2012/Susana Esteban e Saca-Rolhas – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Aventura 2012 / Susana Esteban Vinho Regional Alentejano

Se juntar um punhado de umas lindas flores roubadas do bouquet do casamento do seu melhor amigo com uma pitada de pimenta preta e alcaçuz e depois esfregar esta combinação nas mãos, ela cheiraria exactamente como este vinho. Bem, é provável que o aroma não seria exactamente o mesmo mas muito próximo. Este vinho faz-me lembrar um Zweigelt apimentado da Áustria que uma vez provei.
Simples e directo, jovem, sem madeira com um final de mirtilos (não, eu não inventei isto). Com “apenas” 13,5%, o que é bastante moderado para o Alentejo, e com alguma acidez vigorosa, este vinho tem alguma capacidade de ser bebido mais tarde. Uma bebida agradável para nós que gostamos de embarcar em aventuras vínicas.

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Procura ‘2011 – Foto de Ilkka Sirén | Todos os Direitos Reservados

Procura 2011 Vinho Regional Alentejano

Este vinho peculiar foi o primeiro deste projecto. É um lote de Alicante Bouschet duma vinha perto de Évora com várias castas (“sabe-se-lá-quais”) de uma vinha mais velha e fresca em Portalegre. O vinho começa bastante intenso, porém delicado. Poderia até ser mais intenso se não fosse a forte acidez a mantê-lo controlado. Embora o nome do vinho seja Procura, por mais que eu procurasse não consegui nele detectar o álcool relativamente elevado. Com 14,5%, este vinho é equilibrado e tem um agradável sabor vibrante a fruta.

(Não sou um grande utilizador de decanters, mas se o for, pode querer experimentar decantar para ver se o vinho suaviza um pouco).

Contactos
Susana Esteban
Sede – Av. António Augusto Aguiar, Nº 100, 4º Esq. / 1050-019 Lisboa
Adega – Quinta Seca da Boavista / 7490-311 Mora
E-mail: susana@susanaesteban.com
Site: www.susanaesteban.com